• Nenhum resultado encontrado

Avaliação do volume necessário de descarte de água de chuva escoada sobre coberturas de diferentes materiais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação do volume necessário de descarte de água de chuva escoada sobre coberturas de diferentes materiais"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

B. C. C. M. Rocha,     R. P. A. Reis,    J. V. G. Araújo   ‐     REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil  nº 2  (2011)       51 

 

 

 

AVALIAÇÃO DO VOLUME NECESSÁRIO DE DESCARTE DE ÁGUA DE 

CHUVA ESCOADA SOBRE COBERTURAS DE DIFERENTES MATERIAIS  

ASSESSMENT OF FIRST FLUSH WATER DIVERTER REQUIRED OF RAINWATER 

COLLECTED AFTER THE FLOW ON DIFFERENT TYPES OF ROOFING MATERIALS  

 

Bárbara Cristina Castro de Melo Rocha 

1

,  Ricardo Prado Abreu Reis 

2

,  

José Vicente Granato de Araújo

3

 

 

Recebido em 26 de junho de 2011; recebido para revisão em 28 de junho de 2011; aceito em 10 de agosto de 2011;  disponível on‐line em 28 de setembro de 2011.    PALAVRAS CHAVES:  Aproveitamento de água  de chuva;  Descarte de água de  chuva;   Sistemas prediais de água  pluvial.          KEYWORDS:  First Flush Rainwater  Diverter;  Rainwater use;  Rainwater Harvesting.              

RESUMO:  A  escassez  de  água  se  tornou  um  dos  grandes  problemas  mundiais.  Buscando  contribuir  para  a  conservação  de  água  dentro  do  meio  urbano,  novas  formas  de  concepções  mais  sustentáveis  de  sistemas  hidráulicos  prediais  vêm  sendo desenvolvidas. Esta pesquisa tem como objetivo, avaliar o volume de água de  chuva que deve ser descartada em função do tempo de estiagem, em um sistema  de  captação  montado  em  três  diferentes  tipos  de  cobertura  na  Escola  de  Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás – EEC‐UFG. Os resultados obtidos  por  meio  das  análises  físico‐químicas  e  bacteriológicas  demonstram  que,  para  as  condições  estudadas,  devem  ser  descartadas  aproximadamente  150L  de  água  do  escoamento inicial para que a mesma atenda aos critérios estabelecidos pela NBR  15.527 ABNT (2007). A avaliação da qualidade da água de chuva coletada nos três  telhados,  após  o  descarte,  também,  possibilitou  verificar  que  há  necessidade  de  tratamento anteriormente a sua utilização. 

 

ABSTRACT:  Water  scarceness  has  become  a  major  problem  worldwide,  which  is  evidencing  to  the  need  for  studies  of  new  methods  and  techniques  of  water  conservation, aiming to produce effective solutions to minimize this problem within  building  environments.  Among  the  possible  water  conservation  technologies  in  buildings, rainwater harvesting can be a powerful alternative. The objective of this  study  is  to  evaluate  the  disposal  of  rainwater  collected  in  three  roofs  made  by  different types of materials such as: metal, asbestos cement and clay, located in the  area  of  the  School  of  Civil  Engineering  at  the  Federal  University  of  Goiás.    After  monitoring the volume of discharge correlated with the evaluation of the quality of  rainwater collected in each type of roof, and with the rain water collected directly  from  the  atmosphere,  the  processes  were  evaluated  based  on  the  observed  parameters and on the criteria established by the NBR 15.527 (ABNT, 2007). It was  observed that the process of disposal of rain water is essential for obtaining water  with better quality in these systems. It was also noted that the disposal based on  time of rainfall was not sufficient to obtain rainwater with assured quality. Among  the evaluated roofs, the metal tile proved to produce the best water quality after  discarding  the  first  150L  collected  (corresponding  to  a  2  mm  of  rainfall  over  the  areas of contribution studied). Moreover, the volume of disposal corresponding to  the 2 mm of accumulated rainfall, as suggested by NBR 15.527, were not sufficient  to ensure that the rainwater collected can be used without risk to users and water  installations, which demands at least a simplified water treatment. 

(2)

52  Indústria 56% Agricultura 3% Doméstico 41%     * Contato com os autores:     e‐mail  : barbaracristinarocha@gmail.com (B. C. C. M. Rocha)   Arquiteta, Mestre em Engenharia Ambiental, Professora do IF‐GO.  e‐mail  : rpareis@gmail.com (R. P. A. Reis)  Professor MSc. da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal  de Goiás  e‐mail  : jvgranato@yahoo.com.br (J. V. G. Araújo)   Professor PhD. da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal  de Goiás      ISSN: 2179‐0612       © 2011 REEC ‐ Todos os direitos reservados.        1. INTRODUÇÃO  O aumento da demanda de água associado a sua  degradação  cada  vez  mais  intensa,  vem  impossibilitando  sua  renovação  natural  em  muitas  regiões  do  planeta.  Dentre  os  impactos  causados  por  essa  ação  antrópica,  podem ser citados o desequilíbrio do ciclo hidrológico e o  fenômeno  de  estresse  hídrico.  O  crescimento  populacional  e  sua  concentração  em  centros  urbanos,  juntamente com a necessidade de aumento da produção  agrícola e do desenvolvimento industrial contribuem para  o  aumento  da  demanda  por  água  e,  também,  para  a  degradação de sua qualidade.  

Segundo  dados  publicados  no  World  Economic  Forum  (McKINSEY,  2009)  está  previsto  um  grande  aumento  na  demanda  por  água  nas  áreas  urbanas  projetado  para  o  ano  de  2030.  Caso  esta  projeção  de  aumento  de  demanda  de  água  venha  se  concretizar,  ela  ocasionará  o  agravamento  ainda  maior  da  escassez  de  água em nível mundial. Conforme demonstra o gráfico da  Figura 1, a projeção de aumento da demanda por água na  América  do  Sul  e  América  Central,  para  o  ano  de  2030,  somando  os  usos  domésticos  e  industriais,  é  de  97%.  Índices similares são previstos para praticamente todas as  regiões  do  planeta.  Esta  projeção  sinaliza  a  necessidade  do  desenvolvimento  de  mais  pesquisas,  consolidação  e  aplicação  de  técnicas  voltadas  para  a  conservação  e  utilização racional da água no ambiente construído. 

Dando  enfoque  aos  índices  de  abastecimento  urbano de água potável, atualmente no estado de Goiás ‐  Brasil,  região  onde  foi  realizado  este  estudo,  a  Saneamento  de  Goiás  S/A  ‐  SANEAGO,  concessionária  pública,  responsável  pela  captação,  tratamento  e  distribuição de água e coleta de esgoto para a população  urbana,  atende  aproximadamente  85%  da  população  urbana  com  água  tratada  em  223  municípios  e  47  localidades  do  estado  de  Goiás  (SANEAGO,  2009).  Em  Goiânia‐GO,  o  faturamento  devido  ao  consumo  de  água  varia  muito  entre  as  categorias  de  abastecimento,  como  demonstrado  no  gráfico  da  Figura  2,  onde  a  categoria  residencial  apresenta um consumo de  83,3%,  percentual  

este  considerado  elevado  em  comparação  com  as  outras categorias.    Figura 1: Aumento da demanda por água na América do Sul e  Central até 2030.       Fonte: McKinsey (2009).     

Figura  2:    Indicadores  de  consumo  de  água  faturada  por  tipo 

de consumo.       Fonte: SANEAGO (2009). 

 

Considerando‐se  a  necessidade  de  se  promover  a  conservação  de  água  no  meio  urbano,  o  aproveitamento  de  águas  de  chuva,  seria  uma  alternativa  de  abastecimento  doméstico  para  os  usos  que  não  necessitam  atender  aos  rigorosos  padrões  de  potabilidade  de  água,  tais  como:  descarga  de  bacias  sanitárias,  limpeza  de  pisos,  rega  de  áreas  verdes,  lavagem de veículos e roupas e uso ornamental. 

A  implantação  do  sistema  de  aproveitamento  de  água  de  chuva  para  consumo  humano,  entretanto,  tem‐se  tornado  uma  prática,  nem  sempre  correta,  em  vários  municípios  brasileiros.  A  falta  de  critérios  para  a  implantação  destes  sistemas  culmina  com  a  possibilidade  da  utilização  de  água  com  qualidade  inadequada  mesmo  para  o  consumo  não  potável,  colocando em risco a saúde pública.  

A necessidade de conhecimento técnico sobre  a  coleta  e  avaliação  de  águas  de  chuva  para  posterior  aproveitamento  é  fundamental,  pois  as  águas  carreiam  das  superfícies  de  escoamento  e  da  própria  atmosfera,  poluentes que podem prejudicar a saúde do ser humano  e degradar os sistemas prediais hidráulicos e sanitários.  A avaliação do volume de água que deve ser descartada  para  que  as  águas  coletadas  possuam  qualidade  satisfatória  para  consumo  é  um  dos  pontos  mais  importantes  na  implantação  de  sistemas  de  aproveitamento de águas de chuva.  Comercial 9,30% Industrial 2,32% Pública 5,08% Doméstico 83,30 %

(3)

B. C. C. M. Rocha,     R. P. A. Reis,    J. V. G. Araújo   ‐     REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil  nº 2  (2011)      

53 

Com  vista  nos  problemas  ressaltados  anteriormente,  o  objetivo  deste  trabalho  consiste  em  avaliar  o  desempenho  do  sistema  de  descarte  para  águas  de  chuva  coletadas  de  coberturas  de  diferentes  materiais (telhas metálicas, telhas de cimento amianto e  telhas  cerâmicas),  por  meio  de  análises  qualitativas  e  quantitativas, visando à concepção de sistemas prediais  de aproveitamento de água de chuva.  

Para  tanto  foi analisada  a  correlação  existente  entre a qualidade da água captada em função do tempo  de  estiagem  que  precedeu  cada  coleta.  Posteriormente  foram  comparados  os  resultados  obtidos  das  amostras  coletadas  de  cada  tipo  de  cobertura  em  função  do  volume  descartado,  com  os  padrões  estabelecidos  pela  NBR 15.527 (ABNT, 2007). 

 

2. METODOLOGIA 

Como  processo  metodológico,  inicialmente  foram escolhidas edificações para a realização do estudo  experimental dos sistemas de coleta e descarte de água  de  chuva.  As  coberturas  utilizadas  para  a  realização  deste trabalho encontram‐se localizados em edificações  situadas  no  pátio  interno  da  Escola  de  Engenharia  Civil  da  Universidade  Federal  de  Goiás  (EEC‐UFG),  na  cidade  de  Goiânia‐GO,  sendo  próximas  uma  das  outras  num  raio máximo de afastamento de 20 metros. Assim, pode‐ se dizer que as águas de chuva captadas nos três pontos  de  coleta  possuíam  as  mesmas  características  antes  de  chegar  às  coberturas,  não  sofrendo  interferências  de  diferentes  intensidades, duração  e  frequência  de  chuva  ou  presença  de  diferentes  tipos  de  vegetação  no  entorno,  ou  de  diferentes  tipos  de  poluentes  trazidos  pelos ventos. 

Para se obter a mesma área de contribuição nas  três coberturas foram colocadas sob os beirais, calhas de  zinco  com  diferentes  medidas  de  comprimento  para  captar  a  água  de  chuva  escoada,  determinando  uma  área de captação de 75,80 m² por cobertura estudada. 

Foram  selecionados  os  seguintes  parâmetros  para  o  estudo  da  qualidade  das  águas:  turbidez,  cor  aparente, pH, condutividade, sólidos dissolvidos, sólidos  totais,  alcalinidade,  dureza,  ferro,  coliformes  totais  e  E.  coli.  As  análises  dos  parâmetros  estabelecidos  foram  realizadas pelos laboratórios da SANEAGO localizados na  ETA Jaime Câmara e na ETE Dr. Hélio Seixo de Brito, de  acordo  com  as  recomendações  do  “Standard  Methods 

for Examination of Water and Wastewater”(APHA et al., 

2004). 

Nesta  pesquisa,  foram  avaliados  três  tipos  de  coberturas, cada uma constituída de um tipo de material  diferente:    telhas  trapezoidais  com  núcleo  de  poliuretano     expandido,     formando     um      conjunto 

rígido, conhecido  como “sanduíche”,   pintadas  pelo    sistema  Coil  Coating  da  CSN,  conhecido  como  “sanduíche”, pintadas pelo sistema Coil Coating da CSN,  um  sistema  de  multicamadas  com  resina  à  base  de  poliéster,  telhas  de  cimento  amianto  tipo  ondulada  e  telhas de barro tipo plan.  

As coberturas, existentes há mais de cinco anos  no  local,  foram  construídas  de  acordo  com  os  critérios  do fabricante de cada tipo de telha, critérios estes que  atualmente  ainda  estão  sendo  utilizados  no  mercado.  Para  otimizar  a  coleta  de  água  e  permitir  o  seu  armazenamento  como  amostras  ao  longo  da  precipitação,  foi  idealizado  e  montado  um  dispositivo  composto  de  tubos,  conexões,  filtros  e  galões.  Este  dispositivo  foi  executado  sob  cada  cobertura  estudada  permitindo a coleta de amostras das águas precipitadas  em  cada  cobertura  ao  longo  do  mesmo  evento  de  precipitação,  com  o  enchimento  dos  galões  de  cada  sistema.   A Figura 3 ilustra a configuração do sistema de  coleta e armazenamento das águas precipitadas sobre a  cobertura de cimento amianto.   Figura 3:  Sistema de coleta, descarte e armazenamento de  água de chuva. 

Como  era  o  objetivo  a  avaliação  da  qualidade  da  água  após  2  mm  de  precipitação  acumulada,  considerou‐se  avaliar  os  150  L  de  água  descartada,  correspondentes  aos  2  mm  de  chuva  sobre  a  área  de  captação  do  experimento em cada cobertura. Este volume foi então  dividido  em  seis  galões  provisórios  de  25  L  cada,  conforme  identificados  na  Figura  3.  A  água  captada  pelas  calhas  de  zinco,  em  cada  tipo  de  cobertura,  escoava  pelos  condutores  verticais  e  era  armazenada  temporariamente  nestes  recipientes  que  foram  numerados de 1 a 6. O preenchimento ocorria na ordem  sequencial  da  numeração  passando  automaticamente  para  o  próximo  após  cada  um  dos  galões  serem  totalmente preenchidos. Após o preenchimento dos seis  galões  de  armazenamento  provisório,  a  água  de  chuva  era direcionada ao filtro de  sólidos  grosseiros  da Wisy,   

(4)

W d f d u m e b s i   3 3 t 3 3 p d d a v d p t r p N e d a e m a   WWF 150, pa de    200 Litro filtrada é  dire As  am de  análise  de um  dos  galõe mesmos serem e  homogene bombona  de situados  a  25 inferior da me 3. RESULTADO 3.1 Coletas  O  ex tendo estendi COLET Data da c (dia/m Precipit (mm/ Número d sem precip antes da 

3.2 Parâmetro 3.2.1 Turbidez Dur precipitação,  diminuiu em i de  decaimen apresentaram valores  dos  r das cobertura provisório.  Com turbidez  e  resultados  da precedidas po Nesta  situaçã elevados  nos durante  todo armazenamen estabelecido  máximo  5  u apresentadas  ra posterior a os   apoiadas  ecionada auto mostras  a  se e  qualidade  d es  de  armaze m desconecta eizados  e,  ta e  200  litros,  5  cm  da  borda esma.  OS E DISCUSS perimento  in ido até fevere T TAS  coleta  mês)  20 ação  /h)  1 de dias  pitação  coleta  os Avaliados  z e cor aparen rante  a  oc a  intensidad intervalos peq nto  da  turbi m  constantes resultados  da as e coletadas 

mo  era  espe cor  aparen as  coletas  e or um período ão  os  valore s  primeiros  o  o  volume  nto  provisório

pela NBR 15.5 uT,  de  acord

nos gráficos d

armazenamen   sobre  o  so omaticamente rem  enviadas de  água  eram enamento  pr ados das tubu ambém,  em  sendo  os  p a  superior  e  a

SÃO  iciou‐se  em  s eiro de 2010 c Tabela 1: Co 1  2  0/09  30/09 19,8  11  nte  corrência  do de  da  mesm quenos e dess dez  e  cor  a s,  ocorrendo s  análises  da  nos galões de erado,  os  ma te  foram  e efetuadas  em o de estiagem  es  destes  pa 25L  e  contin coletado  no o,  não  atend 527 (ABNT, 20 do  com  as  v das Figuras 4  to nas  bomb olo.   A  água  e ao descarte. s  aos  laborató   coletas  em  rovisório,  apó ulações de des dois  pontos pontos  de  co a  25  cm  da  b setembro  de  2 com a coleta d letas efetuad 3  AN 9  18/10  0,4  12  os  eventos  ma  aumentou sa forma as cu aparente  não o  variações  s  águas  esco e armazenam aiores  valores encontrados  m  dias  de  c mais prolong râmetros  fica nuaram  elev s  seis  galões dendo  aos  lim 007), que é d variações  mé e 5.  onas   não   órios  cada  ós  os  scida  s  da  oleta  orda  2009  de 10  am trê oc do pri pre de (SI plu ch est me pe pa qu ap das durante  4  5 NO 2009  9/11  19/1 6,2  17, 0  5 de  u  ou  urvas  o  se  nos  oadas  ento  s  de  nos  huva  gado.  aram  ados  s  de  mites  de no  édias  Fig col   Fig col Tu rb id ez  (u T) Co r  a par en te  (uH ) mostras  de  ág ês diferentes t orreram com  o  início  do  pe

imeira  colet ecipitação  e,  e  Meteorolog MEHGO), da  uviógrafo loca uvas ocorrida tado,  apresen eses  de  sete eríodos  de  est ra  posterior  ualidade  da  resentado na o período ex 6  11  6/12  ,2  31  0  gura  4:    Varia letas efetuadas gura  5:    Variaçã letas efetuadas 0 10 20 30 40 50 60 1 2 Tu rb id e (u T) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 1 2 p ()

gua  de  chuva  tipos de cobe frequência b ríodo  chuvos ta  ocorreu 

segundo  os  d gia  e  Hidrolo

Secretaria de alizado no pát as na cidade m ntando  um  p embro  a  mai tiagem  ocorr análise  da  água  de   Tabela 1.  xperimental. 7  15/12  7 7,8  1 0 

ção  média  da  s. 

ão  média  da  co s.  3 4 5 N° da Metálica cim 3 4 5 N° da Metálica Cime escoadas  de  ertura. As prim aixa, como é  o  da  cidade  d

após  seis  dados  obtido ogia  do  Estad e Ciência e Te tio interno da mantiveram a  período  chuvo io.  Foram  ob idos  antes  de influência  de chuva  cole .  8  9  ANO 20 7/01  21/01 0,20  8,3  0  turbidez  ao  or  aparente  ao 5 6 7 a coleta mento Barro 6 7 8 a coleta ento Barro 54 cada  um  dos meiras chuvas característico de  Goiânia.  A eventos  de os  do  Sistema do  de  Goiás cnologia e do a EEC‐UFG, as tendência do oso  entre  os bservados  os e  cada  coleta este  fator  na etada,  como 10  010  1  10/01  4,0  13 

longo  das  dez

    longo  das  dez

8 9 10 NBR 15.527/07 9 10 NBR 15.527/07 4  s  s  o  A  e  a  s  o  s  o  s  s  a  a  o  z  z 

(5)

B. C. C. M. Rocha,     R. P. A. Reis,    J. V. G. Araújo   ‐     REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil  nº 2  (2011)      

55  A  Tabela  2  apresenta  os  resultados  da 

qualidade  de  água  para  cada  um  dos  três  tipos  de  cobertura para os parâmetros turbidez e cor aparente,  dentro  dos  padrões  estabelecidos  pela  NBR  15.527  (ABNT,  2007),  representados  pelos  quadros  coloridos  em  azul  e  rosa,  respectivamente.  A  área  em  destaque  apresenta  os  resultados  tanto  de  turbidez  quanto  de  cor  aparente  dentro  do  estabelecido  pela  referida  norma,  determinando  diferentes  volumes  de  descarte  em diferentes situações, para os três tipos de cobertura  estudados. 

Observando  a  Tabela  2,  pode‐se  dizer  que  para  a  cobertura  em  telhas  metálicas  estudada,  é  necessário o descarte de 100 litros de água precipitada,  equivalente  a  1,33  mm  de  chuva  acumulada,  em  qualquer  evento  de  precipitação,  desde  que  sejam  descartados  os  primeiros  eventos  de chuva, ocorridos 

para  esta  localidade  em  Goiânia,  entre  os  meses  de  setembro e outubro, o que deve ocorrer para qualquer  uma das três coberturas estudadas. 

Para  a  cobertura  em  telhas  de  cimento  amianto,  é  necessário  o  descarte  de  25  litros  de  água  precipitada,  equivalente  a  0,33  mm  de  água  de  chuva  acumulada,  desde  que  as  coletas  sejam  precedidas  de  períodos chuvosos. 

Para  a  cobertura  em  telhas  de  barro  é  necessário  o  descarte de 150 litros de água precipitada, equivalente a  2  mm  de  chuva  acumulada,  para  todos  os  eventos  de  precipitação  ocorridos,  pois  a  água  não  apresentou  qualidade  dentro  dos  padrões  estabelecidos  pela  NBR  15.527 (ABNT, 2007), em eventos de coletas precedidas  por  períodos  chuvosos  como  o  ocorrido  com  a  cobertura em telhas de cimento amianto. Tabela 2: Necessidade de volume de descarte de acordo com o grau de turbidez e cor aparente  Legenda .   N° DA COLETA 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 GALÕES

COBERTURA EM TELHAS METÁLICAS M1 M2 M3 M4 M5 M6

COBERTURA EM TELHAS DE CIMENTO AMIANTO C1 C2 C3 C4 C5 C6

COBERTURA EM TELHAS DE BARRO B1 B2 B3 B4 B5 B6   3.2.2 Condutividade e sólidos dissolvidos 

Os  maiores  valores  de  condutividade  e  sólidos  dissolvidos   observados   nos   resultados foram obtidos 

 

quando  as  coletas  ocorreram  em  dias  de  chuva  precedidas  por  um  período  seco,  como  pode  ser  visto  nos gráficos das Figuras 6 e 7. 

TURBIDEZ COR APARENTE

ÁGUA COM QUALIDADE PARA TURBIDEZ E COR APARENTE DENTRO DO PADRÕES ESTABELECIDOS PELA NBR 15.527/07

(6)

56  Figura 6:  Variação média de condutividade ao longo das dez  coletas efetuadas.

 

  Figura 7:  Variação média de sólidos dissolvidos ao longo das  dez coletas efetuadas.    A condutividade é um parâmetro importante  na medida da poluição ao determinar a quantidade de  sais  dissolvidos  na  água.  A  NBR  15.527  (ABNT,  2007),  não  estabelece  limite  de  valor  deste  parâmetro  ou  do  parâmetro sólidos dissolvidos, para que a água utilizada  ofereça qualidade para consumo. 

A variação ocorrida nos resultados de sólidos  dissolvidos  em  cada  tipo  de  cobertura  é  semelhante  à  variação  encontrada  nos  resultados  de  análises  de  condutividade,  por  serem  estes  parâmetros,  diretamente  proporcionais.  Yaziz  et  al.  (1989),  em  seu  experimento, demonstrou que  nas amostras coletadas,  no primeiro fluxo de água, a concentração de poluentes  foi  grande,  mas  que  diminuíram  nas  amostras  subsequentes. 

 

3.2.3 Alcalinidade e dureza 

A alcalinidade e a dureza são parâmetros que  apresentaram  diferenças  significativas  de  um  tipo  de  cobertura  para  outro  com  elevadas  diferenças  nos  valores  dos  resultados,  apresentados  nos  gráficos  das  Figuras 8 e 9. 

Os resultados das análises para alcalinidade e  dureza  das  amostras  da  cobertura  em  telhas  de  cimento  amianto,  como  era  previsível,  ficaram  mais  elevados  do  que os outros tipos  de cobertura, estando 

seus valores entre 7 e 46 mg/L CaCO3, sendo que 8% de

todos  os  resultados  obtidos  ficaram  abaixo  de  10  mg/L  CaCO3. O material que constitui esta cobertura propicia o 

aumento da alcalinidade tendo ainda como influência o  tempo de estiagem que antecedeu cada coleta. 

Não  foi  verificada  uma  relação  acentuada  entre os resultados obtidos e o tempo de estiagem que  antecedeu cada coleta, podendo ser observada uma sutil  relação entre o período de estiagem e os resultados das  análises  obtidas  das  águas  escoadas  das  coberturas  em  telhas metálicas e telhas de barro. 

  Figura  8:    Variação  média  de  alcalinidade  ao  longo  das  dez 

coletas efetuadas. 

Figura  9:    Variação  média  de  dureza  ao  longo  das  dez  coletas 

efetuadas. 

 

3.2.4 pH e ferro 

De  acordo  com  o  gráfico  da  Figura  10  observa‐se  que  os  valores  médios  de  pH  estiveram  dentro  da  faixa  estabelecida  pela  NBR  15.527  (ABNT,  2007).  

Os maiores valor para pH foram encontrados  em  amostra  da  cobertura  metálica  com  valor  de  8,31,  assim  como  o  valor  de  5,48  que  foi  o  menor  valor  encontrado também na cobertura em telhas metálicas. 

Foram  encontrados  três  valores  acima  da  faixa  estabelecida  pela  Norma,  para  a  cobertura  em  telhas  de  cimento  amianto,  porém  bem  próximos  do  limite superior estabelecido. 

Para a cobertura em telhas de barro todos os  valores  de  pH  estiveram  dentro  da  faixa  estabelecida  pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C onduti vi da d e  (µS /c m ) N° da coleta

Metálica Cimento Barro

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Só lido s  D isso lv id os  (mg /L ) N° da coleta

Metálica Cimento Barro

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A lc al ini da de  (mg /L  Ca CO ₃) N° da coleta

Metálica Cimento Barro

0 5 10 15 20 25 30 35 40 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Du re za  (m g /L  CaC O ₃) N° da coleta

(7)

B. C. C. M. Rocha,     R. P. A. Reis,    J. V. G. Araújo   ‐     REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil  nº 2  (2011)      

57  O  ferro  total  não  tem  valor  estabelecido  na 

NBR 15.527 (ABNT, 2007), para que sua utilização para  consumo  seja  aceita.  É  recomendável  a  concentração  máxima  de  0,3  mg/L,  sugerindo‐se  concentrações  inferiores a 0,5 mg/L, pois acima disso a água fica com  sabor  desagradável.  Os  valores  de  ferro  total  nas  coberturas  variaram  de  uma  coleta  para  outra,  conforme gráfico da Figura 11. 

 

Figura  10:  Variação  média  de  pH  ao  longo  das  dez  coletas 

efetuadas.      Figura 11:  Variação média de ferro ao longo das dez coletas  efetuadas.    O último galão de armazenamento provisório  da  cobertura  em  telhas  metálicas  apresentou  resultados  20%  acima  do  estabelecido  como  recomendável assim como os dois pontos da bombona  de  armazenamento  que  apresentaram  valores  5%  acima.  

Os  resultados  para  ferro  total  na  cobertura  de  telhas  de  cimento  amianto  apresentaram‐se  18%  acima do estabelecido como recomendável. 

A cobertura de telhas de barro apresentou os  valores  dos  resultados  mais  elevados  dentre  os  três  tipos de cobertura. Pressupõe‐se que seja causado pelo  material  da  telha  cuja  composição  é  de  solo  tipo  latossolo rico em ferro. Com o passar do tempo, a telha  de  barro  se  torna  mais  porosa  e  desprende  com  mais  facilidade o material constituinte. 

3.2.5 Coliformes totais e E. coli 

Os    coliformes    totais   e    E. coli   estiveram 

presentes  em  todas  as  amostras  coletadas,  assim  como  nos  experimentos  de  Tordo  (2004),  Jaques  (2005),    May ( 2004),  Coombes et al (2000) e Yaziz et al.(1989).  As  coletas  de  amostras  foram  obtidas  dos  galões  de  armazenamento  provisório  1  e  6  e  dos  dois  pontos  de  coleta R1 e R2 da bombona de armazenamento. 

Não  foi  observada  uma  relação  entre  o  período  de  estiagem e os valores encontrados para nenhum tipo de  cobertura. 

3.2.6 Zinco e chumbo 

Foram efetuadas análises de zinco e chumbo  para  a  última  coleta  ocorrida  no  dia  10  de  fevereiro  de  2010,  nos  Laboratórios  da  Aqualit,  Tecnologia  em  Saneamento S.S. Ltda.  

A  análise  foi  efetuada  para  a  água  coletada  do  galão  de  armazenamento  provisório  6,  por  ser  o  último  reservatório  de  armazenamento  de  descarte  já  que o volume subsequente foi para o armazenamento. 

O  propósito  destas  análises  é  devido  ao  material constituinte das calhas que são em zinco e que  estavam colocadas para a coleta de toda a água de chuva  nos três tipos de cobertura e ainda devido ao material da  pintura  das  telhas  metálicas  que  poderiam  ou  não,  conter  uma  quantidade  de  chumbo  acima  do  recomendado. 

Verificou‐se,  que  os  resultados  ficaram  de  acordo com o estabelecido pela Resolução CONAMA Nº  357/2005  (classe  2).  A  NBR  15.527  (ABNT,  2007)  não  estabelece limites para estes parâmetros. 

 

4. CONCLUSÕES 

Como  era  esperado,  verificou‐se  que  períodos  prolongados  de  estiagem  proporcionam  na  água  de  chuva  escoada  sobre  superfícies  de  telhados,  um aumento nos valores de parâmetros como: turbidez,  cor  aparente,  condutividade,  sólidos  dissolvidos  e  alcalinidade. Supõe‐se que este fenômeno ocorra devido  ao  aumento  do  acúmulo  de  matéria  orgânica  e  outros  poluentes sobre as superfícies das coberturas. 

Esta  pesquisa  possibilitou  concluir  que  mesmo  com  a  utilização  de  um  sistema  de  descarte  de  águas de chuva, é necessário que sejam desprezadas as  primeiras  precipitações,  no  início  do  período  chuvoso,  que  em  Goiás  ocorre  de  setembro  e  continua  até  outubro,  para  que  se  obtenha  água  com  melhor  qualidade  para  utilização  e  para  a  manutenção  dos  sistemas hidráulicos prediais. 

Verificou‐se que o armazenamento das águas  coletadas  após  o  devido  descarte  propicia  a  diminuição  de  valores  de  turbidez  e  cor  aparente,  promovida  por  meio da sedimentação.  0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 pH N° da coleta

Metálica Cimento Barro

NBR 15.527/07 0,01 0,10 1,00 10,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 F e rro ( m g /L ) e s c a la l o g a rí tm ic a N da coleta Metálica Cimento Barro

(8)

58   

Observou‐se  a  presença  de  coliformes  totais  e  E  coli nas  amostras  coletadas  em  todos os  galões de  armazenamento  provisório  e  nas  bombonas  de  armazenamento,  demonstrando  que  a  água  não  tem  qualidade  para  aproveitamento  humano  mesmo  para  uso  não  potável,  sendo  necessária  a  incorporação  de  unidades  de  tratamento  nos  sistemas  de  aproveitamento de água de chuva.  

O  descarte  por  tempo  conforme  sugere  algumas  bibliografias  não  se  mostrou  adequado,  para  garantir a obtenção de água com qualidade assegurada,  pois  após  um  evento  de  precipitação  com  baixa  intensidade,  a  água  coletada  apresenta‐se  com  qualidade mais baixa. 

   

5. AGRADECIMENTOS 

Esta  pesquisa  contou  com  o  apoio  financeiro  e  institucional das seguintes entidades: Agência Nacional  de Águas – ANA, Saneamento de Goiás S/A – SANEAGO,  Secretaria  das  Cidades  do  Estado  de  Goiás,  Universidade Federal de Goiás – UFG e Tigre S/A.   

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

APHA;  AWWA;  WEF.  Standard  methods  for  the  examination  of  water  and  Wastewater.  21  Ed.  Washington D.C., EUA, 2004. 

ASSOCIAÇÃO  BRASILEIRA  DE  NORMAS  TÉCNICAS.  NBR  15.527: Água de chuva – Aproveitamento de cobertura  em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos,  2007.  

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 518, de 25 de  março  de  2004:  Estabelece  os  procedimentos  e  responsabilidades  relativos  ao  controle  e  vigilância  da  qualidade da água para consumo humano e seu padrão  de potabilidade e dá outras providências. Diário Oficial  da União, n. 59, 26/03/2004, p. 266‐270. 

JAQUES, R.C. Qualidade da água de chuva no município 

de  Florianópolis  sua  potencialidade  para 

aproveitamento  em  edificações.  Dissertação 

(Mestrado).  Engenharia  Ambiental  da  Universidade  Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2005.  MAY,  S.  Estudo  da  Viabilidade  do  Aproveitamento  de  Água  de  Chuva  para  Consumo  Não  Potável  em  Edificações.  Dissertação  (Mestrado).  Engenharia  Civil.  Escola  Politécnica  da  Universidade  de  São  Paulo.  São  Paulo, SP, 2004. 

McKinsey.  World  Economic  Forum:  Reneewable  Water  Resources – Water Economics Team, 2009.  

CONSELHO  NACIONAL  DO  MEIO  AMBIENTE  ‐  CONAMA,  Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, Dispõe sobre  a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais  para  o  seu  enquadramento,  bem  como  estabelece  as  condições  e  padrões  de  lançamento  de  efluentes,  e  dá  outras providências. 2005. 

COOMBES,  P.J.,  KUCZERA,  G.,  KALMA,  J.D.  Rainwater  quality  from  roofs,  tanks  and  hot  water  systems  at  Figtree  Place.  In:  3°  International  Hydrology  and  Water  Resources  Symposium  of  The  Institution  of  Engineers.  Hydro 2000. Proceedings v.1 Perth, Australia 20‐23 nov,  2000. 

TORDO,  O.C.,  Caracterização  e  avaliação  do  uso  de  águas  de  chuva  para  fins  potáveis.  Dissertação  (Mestrado)  Centro  de  Ciências  Tecnológicas  da  Universidade Regional de Blumenau, FURB, SC, 2004.  YAZIZ,  M.,  GUNTING,  H.,  SAPIARI,  N.,  &  GHAZALI,  A.  Variation  in  rainwater  quality  from  roof  catchments,  Water Research, v. 23(6), p.761‐5, 1989. 

Referências

Documentos relacionados

forficata recém-colhidas foram tratadas com escarificação mecânica, imersão em ácido sulfúrico concentrado durante 5 e 10 minutos, sementes armazenadas na geladeira (3 ± 1

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

The focus of this thesis was to determine the best standard conditions to perform a laboratory-scale dynamic test able to achieve satisfactory results of the

Firstly, an analytical solution based on the Reynolds theory of lubrication to the hydrodynamic pressure distribution along the pad will be presented, considering a simplied

b) Verifique se o manuscrito cumpre as normas aos au- tores da Acta Médica Portuguesa e que contém as informa- ções necessárias em todos os manuscritos da Acta Médica

Dessa maneira, os resultados desta tese são uma síntese que propõe o uso de índices não convencionais de conforto térmico, utilizando o Índice de Temperatura de Globo Negro e

Atualmente os currículos em ensino de ciências sinalizam que os conteúdos difundidos em sala de aula devem proporcionar ao educando o desenvolvimento de competências e habilidades

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças