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Gestão Estruturada de Custos¹

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Academic year: 2021

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O

impacto da desa-celeração da eco-nomia no Brasil nos últimos anos é considerado a maior crise eco-nômica ocorrida desde 1929 e, muitas empresas não estavam preparadas para um impacto tão severo.

Iniciamos um processo lento de recuperação, especificamente no setor bioenergético.

Na safra 2016/2017, ocorre o seguin-te fenômeno: as receitas operacionais e os custos operacionais se igualaram; consequentemente, alguns grupos no setor apuraram um lucro marginal em função do cambio, referente a venda de açúcar e o retorno da CIDE.

As medidas de controle de custos, foram e são frequentemente negli-genciadas. Negligencia essa, explícita com o desinvestimento na própria cultura da cana-de-açúcar, (custos fixos que geram prejuízo no investi-mento nos canaviais), cito: renovação dos canaviais (queda de produtivida-de), produção ociosa abaixo da capa-cidade operacional e, uma gestão que deixa a desejar em seus processos operacionais.

Esses momentos, ocorreram em 2009, 2010 e verifica-se que muitas usinas ainda não aprenderam a lição. Nesta safra, as usinas não estão in-vestindo no canavial. Estão cortando operações agrícolas e insumos, indo na contramão da tendência: a terra vai mandar a conta nas próximas sa-fras. Ocasionando assim, outra

situa-ção: muitas usinas ficarão sem cana para encerrar a safra ou comprar no mercado spot, pagando preços eleva-dos no mercado.

Uma abordagem estruturada para a gestão de custos significa: pensar além da economia de custos no cur-to prazo para avaliar e, questionar os modelos de negócios subjacentes. Concentrando-se em algumas das principais dimensões do negócio, as usinas líderes, podem identificar os principais fatores de custo e tomar

Gestão

Estruturada de

Custos¹

Uma abordagem estruturada para a gestão de

custos significa: pensar além da economia de

custos no curto prazo para avaliar e, questionar

os modelos de negócios subjacentes.”

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MACKENSIE AGRIBUSINESS

medidas para gerenciar os custos de maneira sustentável.

Alguns pontos relevantes para o controle e gerenciamento de custos, incluem a gestão: do capital de giro, da eficiência operacional e, cadeia de suprimentos.

No atual estágio do mercado bioe-nergético, a questão significativa não é: Onde podemos ganhar? Mas sim: Onde estão as perdas?

Gestão do capital de giro

É um componente vital de um negó-cio sustentável. O principal objetivo é: concentrar-se no capital de giro e garantir um fluxo de caixa para os processos de produção, garantindo desta forma, a continua liquidez, a redução da dependência e exposição financeira de curto prazo.

Adotar políticas de exposição e risco nas contas a receber e pagar, além do gerenciamento de estoque; também se incluem como importantes itens no objetivo da gestão do capital de giro. Cada um dos itens, apresentam desa-fios diferentes para atender às neces-sidades de liquidez e, garantir pro-cessos e ciclos mais eficientes, tudo isso, englobando novas tecnologias

e avaliando constantemente, a qua-lidade do capital de giro no balanço patrimonial.

Gestão da eficiência operacional

O foco das empresas tem sido no crescimento acelerado, muitas vezes, resultando em um foco reduzido nos processos e na eficácia operacional. Usinas bem-sucedidas, compreen-dem que a força financeira é constru-ída a partir de uma plataforma

opera-cional coesa e bem gerenciada. Cito: São Martinho e Alta Mogiana.

No entanto, outas empresas enfren-tam uma desaceleração no cresci-mento e maiores custos operacionais. Essas ineficiências, acabam tornan-do-se grandes riscos.

Eliminar as ineficiências do processo, melhora os custos e a posição da Usi-na para um futuro crescimento.

Adotar políticas de exposição

e risco nas contas a receber e

pagar, além do gerenciamento de

estoque; também se incluem como

importantes itens no objetivo da

gestão do capital de giro.”

Processos operacionais

e introdução de novas

tecnologias

Ao longo das últimas décadas, as funções de compras evoluíram significativamen-te. Até o ponto, em que as empresas de “melhores práticas” considerarem essa função, um componente competitivo e estratégico dos seus negócios.

Com o aumento dos custos, muitas equipes de suprimentos enfrentam pressão crescente. Isso requer, um nível de atenção mais estratégico, consolidação de fornecedores com-petentes e eficazes, melhoria da ges-tão de contratos e estoques por meio da eficiência do processo de compras. No plantio da cana-de-açúcar, o cul-tivo mínimo expandiu-se, novos pro-cessos de plantio estão no mercado, vide a muda pré-brotada (MPB). O uso de drones e VANTs, informam em tempo real o que ocorre na lavoura. Na indústria, tecnologias desenvolvi-das para elevar o teor alcoólico, au-mentam a produtividade substancial-mente, além da modalidade da usina flex. Nesse modal, utiliza-se cana e mi-lho para a produção de etanol duran-te 350 dias do ano, reduzindo o custo fixo da usina e elevando o lucro.

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Gestão da cadeia de

suprimentos, manutenção

agrícola e industrial

As usinas precisam reconfigurar suas cadeias de suprimentos para maxi-mizar o capital de giro e responder às alterações nas formas de realizar negócios com clientes, fornecedores e funcionários.

As ineficiências nas redes de gestão e distribuição de canais, precisam ser identificadas e compreendidas para otimizar os ganhos ao longo da ca-deia de suprimentos.

As empresas de bioenergia, neces-sitam definir adequadamente seu escopo e gerenciar as mudanças. É um pré-requisito para a efetivação de vantagem competitiva.

Efetiva otimização de custos

agrícolas e industriais

Um projeto eficaz de otimização de custos, baseia-se em uma análise pro-funda e técnica de pesquisa com fatos e dados, tais como: análise de custos ou análise de operacional do proces-so do seu ambiente de produção para suportar o gerenciamento estrutura-do de custos e, quantificar e priorizar oportunidades de redução de custos. Com a análise de dados e fatos, a ge-rência pode implementar um progra-ma que visa incrementar a eficiência operacional por meio de alternativas de novos processos tecnológicos, ou, na troca de equipamentos com tecno-logia avançada e implementação de modelos de gestão. Tudo isso, funda-mentado na lógica e não nas incerte-zas de toda a cadeia produtiva.

Diagnóstico

Como estabelecer o projeto de otimi-zação de custo?

3Determinar objetivos de curto

pra-zo (Qual a nossa meta de moagem) e estratégias de médio e longo

pra-zo, tais como o plantio varietal, tra-tamento térmico de um viveiro de mudas sadias, são compromissos da gestão com a estratégia da empresa:

3Modelagem prévia e determinação

da performance de desempenho;

3Otimização da hipótese inicial.

Quais são as metas e/ou escopo do projeto?

Qual é o custo das oportunidades de otimização?

3 Identificação gaps (lacunas,

dis-tância) e oportunidades de ganhos e perdas;

3Identificação, quantificação e

defi-nição das oportunidades.

Protótipo

Que oportunidades estão disponíveis e quais devem ser desenvolvidas?

3 Fases e otimização de recursos

(capital, terra, máquinas e equipa-mentos, mão de obra, tecnologia e gestão);

3Definição do plano de otimização; 3Estimativa de implementação,

ris-cos e lucratividade.

Implementação

Quais as oportunidades que devem ser implementadas e em que ordem?

3Implementação das etapas do

pla-no de projeto;

3Desenvolvimento do projeto e

trei-namento e manutenção;

Manutenção e

Desenvolvimento

O que pode ser feito melhor? Como os benefícios e melhorias, im-pactam um desempenho financeiro a ser permanentemente incorporado?

3Desenvolvimento continuo do

pro-grama;

Melhoria Contínua

É a melhoria contínua de produtos, serviços ou processos por meio de melhorias incrementais, avançadas e fundamentalmente, treinamento. A melhoria contínua é um esforço contínuo para melhorar processos.

NÚCLEO DE CUSTOS

Drives de Otimização de Custos

Gestão do Capital de Giro

Processo Produção

Eficiência Operacional

Cadeia de Suprimentos

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MACKENSIE AGRIBUSINESS

Esses esforços, podem buscar um crescente de “incrementais” ao longo do tempo ou melhorias de “avanço” de uma única vez.

Entre as ferramentas mais utilizadas para a melhoria contínua, há um modelo de qualidade disposto em quatro etapas: um ciclo para plane-jar, executar, verificar e agir (PDCA – Plan, Do, Control, Act), também conhecido como Ciclo Deming ou Ci-clo Shewhart que pode ser visto de outra forma:

Plano: Identificar uma

oportunida-de e planejar a mudança.

Fazer: Implementar a mudança em

pequena escala.

Verificar: Usar dados para analisar

os resultados da alteração e determi-nar se isso fez diferença.

Ato: Se a mudança foi bem

suce-dida, implementar em uma escala maior e avaliar continuamente seus resultados. Se a mudança não funcio-nar, comece o ciclo novamente.

Enfatizar o envolvimento

dos funcionários e o trabalho

em equipe

Processos padronizados, medição e sistematização; redução das va-riações, falhas e ciclo operacionais: plantio e colheita da canade-açúcar (custos significativos).

Melhoria Contínua

Melhoria contínua: um termo mais

amplo e preferido por W. Edwards Deming para se referir a processos gerais de melhoria e abrangendo me-lhorias “descontínuas”. Isso é, muitas abordagens diferentes, cobrindo dife-rentes áreas.

De outra visão:

Melhoria contínua: um

subconjun-to de melhoria contínua, com foco mais específico na melhoria linear e incremental dentro de um processo

existente. Alguns praticantes, tam-bém associam melhorias contínuas com técnicas de controle estatístico de processos.

Principais benefícios

de e-Learning para

treinamento corporativo em

escala, eficiente e rápido e

investimento reduzido

A e-Learning é flexível, em termos de criação e comunicação de novos ma-teriais de treinamento para todos os

funcionários no agronegócio do Bra-sil (dimensões continentais).

A maioria dos programas de apren-dizagem, são escaláveis e têm a ca-pacidade de lidar com uma quanti-dade crescente de trabalho de forma eficiente.

Engajamento da Usina

no Treinamento

Uma variedade de técnicas de e-Le-arning podem tornar a aprendiza-gem mais atrativa. Por exemplo: a aprendizagem de aplicação insumos agrícolas. Uma usina direcionou seu colaborador para aplicar insumos agrícolas em determinado talhão. Este colaborador, sem treinamento adequado, espalha uma quantidade substancial de NPK (Nitrogênio, Fós-foro e Potássio) e, como

consequên-cia, a operação custa R$ 70.000,00 a mais que o previsto.

O operador não teve nenhum treina-mento para realizar a operação.

Erro de operação? Não, erro de gestão! Normalmente, quando acontecem si-tuações como descrito anteriormen-te, as usinas questionam a política do etanol. Precisamos melhorar a ges-tão! Investindo em treinamento, co-nhecimento e pesquisa e tecnologia.

Aumenta a retenção

de conhecimento

Todas as diferentes ferramentas de e-Learning usadas para o envolvi-mento dos funcionários, devem au-mentar a retenção do conhecimento.

Economiza tempo e dinheiro

O e-Learning ajuda a economizar tempo na preparação e atualização de materiais didáticos. Reduzindo o tempo fora do local de trabalho, economizando fatores de produção,

As empresas de bioenergia,

necessitam definir adequadamente

seu escopo e gerenciar as mudanças.

É um pré-requisito para a efetivação

de vantagem competitiva.”

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gasto em troca de instrutores e co-laboradores, custos com instrutores, viagens, hospedagem e alimentação fora do ambiente de trabalho.

Capacidade e consistência

É muito importante garantir que to-dos os funcionários e, que toda a em-presa obtenha o mesmo treinamento de qualidade. Com o aprendizado de todos os colaboradores.

Estudos americanos, europeus e asiáticos, especificam no mínimo 50 horas anuais de treinamento. Isso explica a baixa pro-dutividade do trabalhador brasileiro. A e-Learning, oferece a oportunidade de envolver todos os funcionários em treinamento consistente e propiciar alcançar altos níveis de resultados.

Mais fácil de medir atividades

de aprendizagem e impacto no

desempenho do trabalho

O uso de um programa de treinamen-to, torna muito fácil acompanhar a atividade e o progresso dos colabora-dores, bem como criar um histórico de avaliação e correção de rumos.

Flexível:

O e-Learning é muito fle-xível em termos de proporcionar aos funcionários a liberdade de aprender a seu próprio ritmo, quando eles que-rem e onde eles queque-rem.

Acessível:

Os materiais e-Learning podem ser acessados em qualquer dispositivo (laptop, tablet, telefone celular) e a qualquer momento.

Isso pode ser muito útil para forne-cer os mesmos elementos de apren-dizagem para funcionários em todo o negócio em diferentes locais, isso é ótimo para empresas internacionais e grupos sucroalcooleiros em várias regiões do Brasil. O fator de acessibi-lidade é muito importante em termos de proporcionar aprendizagem a tra-balhadores remotos.

Retenção do Conhecimento

Com novas tecnologias o e-Learning aumenta na capacidade operacional do trabalho e é essencial para as usi-nas fornecer cursos de e-Learning para os colaboradores. É benéfico para os funcionários em termos de satisfazer as suas necessidades, au-mentar o engajamento e garantir a sua retenção de conhecimento.

Conclusão:

O custo de produção agrícola e in-dustrial nas usinas produtoras de açúcar, etanol e energia elétrica, nun-ca foram prioritários em função do setor ser dependente do governo. Uma total e eficiente flexibilização dos preços dos combustíveis, tornará as usinas mais flexíveis na definição de seu plano estratégico e seu portfó-lio de produtos.

Na última década, após diversos pla-nos de negócio de novas usinas irem

a “pique” o setor iniciou uma singela gestão de custos. Os custos sempre foram para atender a contabilidade ou fluxo de caixa e não a gestão dos processos agroindustriais.

Com a queda do açúcar no mercado e a baixa produtividade nas usinas, novos gestores direcionaram suas forças para uma efetiva gestão de custos, procurando metodologias, softwares e modelos que melhor cap-tam a realidade das usinas, apresen-tando sua eficiência e eficácia. Agregado a uma política efetiva de gestão de custos, o e-Learning é es-sencial para o crescimento e rentabi-lidade das Usinas.

Empresas são constituídas por pessoas e quanto maior treinamento, o impacto será maior no resultado da empresa. O Centro de Tecnologia da Copersu-car, investiu milhares de dólares em seus pesquisadores na década de 80. Decorridos 37 anos, a tecnologia de-senvolvida no CTC ainda prevalece nos dias atuais nas usinas. •

CARLOS ARAUJO

COO, Mackensie Agribusiness

A e-Learning, oferece a

oportunidade de envolver todos

os funcionários em treinamento

consistente e propiciar alcançar

altos níveis de resultados.”

Referências

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