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União Estável: decorre do reconhecimento legal e exige período contínuo e prolongado, com reconhecimento público.

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Academic year: 2021

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DO CASAMENTO

P A R T E E S P E C I A L

LIVRO IV DO DIREITO DE FAMÍLIA TÍTULO I DO DIREITO PESSOAL SUBTÍTULO I DO CASAMENTO

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1.511 ... 1.516

Conceitos: Família, Família nuclear, Família em sentido amplo, Direito de Família, Casamento, Tipos de casamentos, Resolução 175 do CNJ, Coabitação, Lei dos Registros Públicos

“Família é uma instituição social, composta por mais de uma pessoa física, que se irmanam no propósito de desenvolver, entre si, a solidariedade nos planos assistencial e da convivência ou simplesmente descendem uma da outra ou de um tronco comum. Ao lado da grande-família, formada pelo conjunto de relações

geradas pelo casamento, ou por outras entidades familiares, existe a pequena-família, configurada pelo pai, mãe e filhos. 3 Algumas disposições do Direito Civil alcançam os membros da grande-família, enquanto outras se dirigem à pequena. Eduardo Espínola comenta neste sentido” (NADER, Paulo. Curso de Direito Civil: Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense, vol. 5, 7ª ed. 2016)

A família nuclear é constituída pelos pais e filhos. Família, em sentido amplo, abrange os parentes em linha reta, que são os pais, os filhos, os netos, e demais descendentes consanguíneos, e os parentes colaterais (irmãos, tios e sobrinhos, primos, etc) até o 4° grau. Embora a constituição da família repouso na autonomia da vontade, as regras que regem seu funcionamento são de natureza pública e vinculantes, com interesses morais, afetivos e econômicos. O regramento do instituto familiar pelo Estado objetiva a proteção individual dos membros da família e a permanência estável das Instituições a ela ligadas.

Tipos de famílias, ou entidades familiares

Família legítima: constitui-se pelo casamento e requer forma solene.

União Estável: decorre do reconhecimento legal e exige período contínuo e prolongado, com reconhecimento público.

Relação Monoparental: é composta pelos genitores e seus descendentes, mas sem vínculo matrimonial. Família adotiva: surge dos vínculos entre adotante e adotado.

Família natural: surge dos relacionamentos duradouros e contínuos sem regulamentação legal, como a coabitação e a união estável de fato.

“Direito de Família é o sub-ramo do Direito Civil, que dispõe sobre as entidades formadas por vínculos de parentesco ou por pessoas naturais que se propõem a cultivar entre si uma comunhão de interesses afetivos e assistenciais. Além destas relações, abrange ainda os institutos da tutela e curatela, que não se atrelam necessariamente à família. Esta é a noção do Direito de Família em sentido objetivo.

Considerada sob o aspecto subjetivo, a expressão se refere aos poderes conferidos pela ordem jurídica aos membros da sociedade familiar” (NADER, Paulo. Curso de Direito Civil: Direito de Família. Rio de Janeiro:

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Forense, vol. 5, 7ª ed. 2016)

Disposições Gerais – Código Civil

Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.

Art. 1.513. É defeso [proibido] a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.

Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.

Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.

Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.

§ 2° O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.

Tipos de casamentos

Casamento em cartório: celebrado nas dependências do cartório, de forma pública, a portas abertas durante todo o ato, e presentes o juiz de casamentos, o escrevente autorizado, os noivos e dois ou mais padrinhos.

Casamento em diligência: celebrado fora das dependências do cartório por motivo de força maior ou por vontade dos noivos e consentimento do juiz. Requer forma pública, a portas abertas durante todo o ato, e presentes o juiz de casamentos, o escrevente autorizado, os noivos, 4 padrinhos e os convidados.

Casamento religioso com efeito civil: celebrado fora das dependências do cartório e presidido por autoridade religiosa. Requer forma pública a portas abertas durante todo o ato de sua realização. Os noivos recebem o termo de casamento, a ser levado ao cartório no prazo de 90 dias da data da

realização da cerimônia para registro do casamento. Se não registrado, o casamento não é convalidado no âmbito civil.

Exceção: Artigo 1.1516, § 2°: "O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532".

Ausente impedimento, o cartório registrará o casamento religioso com efeito civil mediante a apresentação do "Termo de Casamento Religioso com Efeito Civil" no prazo de 24 horas (§ 2º do artigo 73 da Lei 6015/73 - Lei dos Registros Públicos),

Conversão de união estável em casamento

A União Estável é a relação de convivência entre duas pessoas com o objetivo de constituição familiar. A conversão da união estável em casamento segue o mesmo rito do casamento civil, com exceção da realização da celebração de casamento na presença do juiz de paz.

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RESOLUÇÃO Nº 175, DE 14 DE MAIO DE 2013, Conselho Nacional de Justiça Dispõe sobre a habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais,

CONSIDERANDO a decisão do plenário do Conselho Nacional de Justiça, tomada no julgamento do Ato Normativo n° 0002626-65.2013.2.00.0000, na 169ª Sessão Ordinária, realizada em 14 de maio de 2013; CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, nos acórdãos prolatados em julgamento da ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental ] 132/RJ e da ADI [Ação Direta de

Inconstitucionalidade] 4277/DF, reconheceu a inconstitucionalidade de distinção de tratamento legal às uniões estáveis constituídas por pessoas de mesmo sexo;

CONSIDERANDO que as referidas decisões foram proferidas com eficácia vinculante à administração pública e aos demais órgãos do Poder Judiciário;

CONSIDERANDO que o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento do RESP 1.183.378/RS, decidiu inexistir óbices legais à celebração de casamento entre pessoas de mesmo sexo;

CONSIDERANDO a competência do Conselho Nacional de Justiça, prevista no art. 103-B, da Constituição Federal de 1988;

RESOLVE:

Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.

Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis.

Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ministro Joaquim Barbosa - Presidente

Entre fatos e o Direito: Coabitação e a solidez do casamento

Michael Pollard e Kathleen M. Harris, em estudo realizado nos Estados Unidos e intitulado "Cohabitation and Marriage Intensity Consolidation, Intimacy, and Commitment"1, argumentam que a o fato de duas

pessoas morarem juntas sem serem casadas, independente do tempo de duração dessa coabitação, origina laços afetivos e econômicos mais fracos entre o casal do que aqueles percebidos em pessoas casadas. Alguns dados:

- 16,1% das mulheres que coabitam possuem contas bancárias conjuntas com o parceiro; 68,5% das mulheres que coabitaram antes de se casar possuem contas conjuntas e 72,1% das mulheres casadas que não coabitaram antes do casamento possuem conta bancária conjunta com o marido;

- 40,1% das mulheres que coabitam adquiriram com o parceiro bens ou serviços superiores a 500 dólares; 80% das mulheres casadas, com ou sem coabitação precedente, adquiriram bens ou serviços

conjuntamente com o marido.

1 http://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/working_papers/WR1000/WR1001/RAND_WR1001.pdf. Consulta em 12/03/2017.

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No tocante ao nível de intimidade, comprometimento com o futuro e crença na permanência do

relacionamento, a coabitação apresenta padrões comportamentais acentuadamente mais volúveis do que entre as pessoas casadas.

Procedimentos legais para o casamento como contidos na Lei dos Registros Públicos

LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS – Lei 6.015 de 31 de dezembro de 1.973. TÍTULO II

Do Registro de Pessoas Naturais CAPÍTULO VI

Do Casamento

Art. 70 Do matrimônio, logo depois de celebrado, será lavrado assento, assinado pelo presidente do ato, os cônjuges, as testemunhas e o oficial, sendo exarados:

1º) os nomes, prenomes, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges;

2º) os nomes, prenomes, nacionalidade, data de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais;

3º) os nomes e prenomes do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior, quando for o caso;

4°) a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; 5º) a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;

6º) os nomes, prenomes, nacionalidade, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas; 7º) o regime de casamento, com declaração da data e do cartório em cujas notas foi tomada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão ou o legal que sendo conhecido, será declarado expressamente;

8º) o nome, que passa a ter a mulher, em virtude do casamento;

9°) os nomes e as idades dos filhos havidos de matrimônio anterior ou legitimados pelo casamento. 10º) à margem do termo, a impressão digital do contraente que não souber assinar o nome.

Parágrafo único. As testemunhas serão, pelo menos, duas, não dispondo a lei de modo diverso.

CAPÍTULO VII

Do Registro do Casamento Religioso para Efeitos Civis

Art. 71. Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhe forneça a respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o prazo legal de validade da habilitação.

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pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do artigo 71, exceto o 5°.

Art. 73. No prazo de trinta dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessado poderá, apresentando o assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficial do cartório que expediu a certidão.

§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome do celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes.

§ 2º Anotada a entrada do requerimento o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. § 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habilitação que lhe foi apresentada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento.

Art. 74. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação, perante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de requisitos nos termos da celebração.

Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistência de impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato e os dados constantes do processo, observado o disposto no artigo 70.

Art. 75. O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento.

CAPÍTULO VIII

Do Casamento em Iminente Risco de Vida

Art. 76. Ocorrendo iminente risco de vida de algum dos contraentes, e não sendo possível a presença da autoridade competente para presidir o ato, o casamento poderá realizar-se na presença de seis

testemunhas, que comparecerão, dentro de 5 (cinco) dias, perante a autoridade judiciária mais próxima, a fim de que sejam reduzidas a termo suas declarações.

§ 1º Não comparecendo as testemunhas, espontaneamente, poderá qualquer interessado requerer a sua intimação.

§ 2º Autuadas as declarações e encaminhadas à autoridade judiciária competente, se outra for a que as tomou por termo, será ouvido o órgão do Ministério Público e se realizarão as diligências necessárias para verificar a inexistência de impedimento para o casamento.

§ 3º Ouvidos dentro em 5 (cinco) dias os interessados que o requerem e o órgão do Ministério Público, o Juiz decidirá em igual prazo.

§ 4º Da decisão caberá apelação com ambos os efeitos.

§ 5º Transitada em julgado a sentença, o Juiz mandará registrá-la no Livro de Casamento.

Exercício Prático

Considere o seguinte recurso, reproduzida do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação Cível nº: 0008897-72.2012.8.26.0268

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Comarca: Itapecerica da Serra

Apelante: MARIA DAS GRAÇAS OLIVEIRA DO AMARAL Apelado: FRANCISCO PALMEIRA DE MENEZES

RESPONSABILIDADE CIVIL - DANOS MATERIAIS E MORAIS Ressarcimento de valores decorrentes da ruptura de “compromisso de casamento” firmado entre as partes - Julgamento antecipado da lide Inocorrência de preclusão da prova oral e pericial Controvérsia que demanda dilação probatória - Cerceamento de defesa caracterizado Sentença anulada Recurso provido.

VOTO Nº 17915

Apelação interposta em face da r. sentença de fls. 236/239, relatório adotado, que, em ação de indenização por danos materiais e morais, julgou parcialmente procedentes os pedidos, para condenar a ré ao pagamento de R$23.880,00, atualizado pela Tabela Prática deste Tribunal de Justiça, desde a propositura da demanda, e juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação. Alega a apelante, preliminarmente, nulidade da r. sentença, por cerceamento de defesa, em virtude do julgamento antecipado da lide. No mérito, sustenta a ausência de comprovação da aquisição de alianças pelo autor. Rechaça, outrossim, a assinatura que lhe foi atribuída no “compromisso de casamento” (fls. 247/264).

Recurso preparado, recebido no duplo efeito. Contrarrazões às fls. 273/278.

É o relatório.

Extrai-se dos autos que as partes firmaram “compromisso de casamento”, por meio do qual teriam se comprometido a contrair matrimônio em data futura, além de o autor ter entregado à ré numerário para a aquisição de imóvel para moradia do casal. Alega o autor, ainda, que forneceu à ré diversos outros valores para reforma do imóvel e compra de mobiliário. Despendeu, ademais, R$2.080,00 para a aquisição de alianças. Ocorre que a ré houve por bem romper o relacionamento. Assim, pretende o autor o ressarcimento dos danos materiais e morais experimentados.

Sobreveio, então, a r. sentença guerreada que, julgando antecipadamente a lide, julgou parcialmente procedente o pedido.

Respeitado o entendimento do d. magistrado a quo, a r. sentença deve ser anulada. Isto porque a controvérsia dos autos é eminentemente fática e técnica, demandando a

produção de provas, a fim de melhor esclarecer a dinâmica dos fatos, para que se comprove de forma cabal se a ré efetivamente recebeu os valores a ela atribuídos. Outrossim, imperiosa a apuração da autenticidade da assinatura atribuída à ré no “compromisso de casamento” (fls. 10-A).

Embora o magistrado de Primeiro Grau tenha declarado a preclusão da prova oral e pericial, não agiu com o costumeiro acerto.

Certo que, determinada a apresentação do rol de testemunhas no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (fls. 150/153), em decisão disponibilizada em 22.04.2012 (fls. 153 vº), a ré atendeu à determinação em 23.04.2012 (fls. 157/158), não havendo, pois, falar-se em preclusão. Demais disso, pleiteada a redução dos honorários periciais, bem como seu parcelamento (fls. 228/230), o pedido foi ignorado pelo d. magistrado, que tão logo sentenciou o feito, acarretando

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nítido cerceamento de defesa.

Assim, de rigor a anulação do feito, determinando- se o retorno dos autos à origem, para que tenha regular prosseguimento, com a devida instrução processual, até seus ulteriores termos. Pelo exposto, dá-se provimento ao recurso para anular a r. sentença.

JOÃO FRANCISCO MOREIRA VIEGAS Relator

Desenvolva as seguintes atividades tendo por objetivo o desenvolvimento da experiência jurídica: 1. Considere o artigo 1.511 do Código Civil: "O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges" (sem grifos no original). No acórdão acima, embora as partes não sejam casadas, é possível identificar quais os direitos e deveres, na visão do homem, foram violados pela mulher? E quais direitos e deveres, na visão da mulher, foram violados pelo homem?

2. O quê é "compromisso de casamento"?

3. "Compromisso de casamento" integra o direito de família ou o direito das obrigações? 4. Identifique o fato e o fundamento jurídico contido no acórdão.

5. Pela leitura do acórdão, aponte o pedido imediato e o mediato.

Questões

Ana e Márcio casaram-se em cerimônia religiosa devidamente habilitada no cartório de registro civil competente, mas não apresentaram a este o termo de casamento para registro. Durante cinco anos o relacionamento manteve-se estável, até que um acidente automobilístico vitimou Márcio. Ana, então, na qualidade de cônjuge, preparou-se para a realização do inventário da herança de Márcio, já que este não havia indicado nenhuma pessoa responsável pela posse e administração de seus bens.

De acordo com o caso narrado, indique a situação fática em que se encontra Ana e que poderá representar obstáculo na concretização de sua iniciativa (para cada alternativa apresente o fundamento legal que a torna correta ou incorreta).

A) Como Ana casou-se com Márcio em casamento religioso com efeito civil, já que devidamente habilitado pelo Cartório de Registro Civil competente, ela apresenta legitimidade concorrente para iniciar o processo de inventário.

Fundamento legal: _______

B) Como Ana casou-se com Márcio em casamento religioso com efeito civil, já que devidamente habilitado pelo Cartório de Registro Civil competente, mas sem que o registro do casamento no civil tenha ocorrido, então Ana e Márcio possuem o status de solteiros, e ela não possui legitimidade para iniciar o processo de inventário até que obtenha, via judiciário, uma sentença que declare seu status como "casada",

Fundamento legal: _______

C) Como Ana casou-se com Márcio em casamento religioso com efeito civil, já que devidamente habilitado pelo Cartório de Registro Civil competente, mas sem que o registro do casamento no civil tenha ocorrido, então Ana e Márcio possuem o status de solteiros, e ela não possui legitimidade para iniciar o processo de inventário devendo pleitear, via judiciário, o reconhecimento da situação de "união estável" para então iniciar o processo de inventário.

Fundamento legal: _______

D) Embora Ana e Márcio não tenham se casado no religioso e o registro não tenha sido efetuado em cartório, o § 2° do artigo 1.516 do Código Civil vigente mitiga essa exigência ao declarar que "O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil". Assim, basta Ana requerer o registro do casamento que estará legitimada a requerer o inventário.

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No Direito de Família, as normas são imperativas (apresentam cumprimento obrigatório) e os direitos indisponíveis (irrenunciáveis). Por sua vez, a Constituição Federal de 1988 estabelece no artigo 226, § 3º, que "para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento". O § 5º do mesmo artigo também estabelece que "os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher". Observe que os dois parágrafos citados induzem claramente à ideia de que o casamento dá-se entre um homem e uma mulher. O artigo 1.514 do código civil também foca o casamento sob o prisma da união entre um homem e uma mulher: "O casamento se realiza no momento em que o

homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os

declara casados". Entretanto, a Resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça "dispõe sobre a

habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo", transpondo a regulamentação da relação homossexual do direito obrigacional como uma sociedade para o direito de família.

Considere a seguinte afirmação:

Ao editar a Resolução 175, o CNJ assume ares de legislador e ultrapassa sua competência institucional de poder neutro a zelar pela observância das leis em conformidade com os dispositivos constitucionais. Ora, se no Brasil a Constituição é sistematicamente emendada para atender necessidades as mais diversas,

porque, então, não substituir a expressão "homem e mulher" por "duas pessoas" na Constituição via emenda constitucional e o CNJ ater-se à sua missão institucional?

Referências

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