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HIPOMOBILIDADE ESCÁPULOTORÁCICA E SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO: UM ESTUDO DA BIOMECÂNICA DO COMPLEXO DO OMBRO NA PRÁTICA DO VOLEIBOL DE UMA

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CURSO DE FISIOTERAPIA

EDUARDO MARIN LONDERO

HIPOMOBILIDADE ESCÁPULOTORÁCICA E SÍNDROME DO

IMPACTO DO OMBRO: UM ESTUDO DA BIOMECÂNICA DO

COMPLEXO DO OMBRO NA PRÁTICA DO VOLEIBOL DE UMA

FUNDAÇÃO DE ESPORTES

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HIPOMOBILIDADE ESCÁPULOTORÁCICA E SÍNDROME DO

IMPACTO DO OMBRO: UM ESTUDO DA BIOMECÂNICA DO

COMPLEXO DO OMBRO NA PRÁTICA DO VOLEIBOL DE UMA

FUNDAÇÃO DE ESPORTES

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador: Prof. MSc. Willians Cassiano Longen

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EDUARDO MARIN LONDERO

HIPOMOBILIDADE ESCAPULOTORÁCICA E SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO: UM ESTUDO DA BIOMECÂNICA DO COMPLEXO DO OMBRO NA

PRÁTICA DO VOLEIBOL DE UMA FUNDAÇÃO DE ESPORTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC

Criciúma, de novembro de 2009.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Msc. Willians Cassiano Longen - Orientador

Sandro Ressler – Fisioterapeuta –Pós Graduado em ciência do esporte e da saúde-UCS

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Dedico este trabalho aos meus pais, Perone Luiz Londero e Vera Fátima Marin Londero que me deram a vida e a educação necessária nesse meu caminho.

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RESUMO

Caracteriza-se por síndrome do impacto do ombro como variadas alterações no ombro que se manifestam por dor e limitação funcional, sobretudo na realização de atividade acima de 90° de flexão anterior ou abdução do ombro. A pesquisa tem como principal objetivo analisar a mobilidade escapulotorácica e suas relações com a síndrome do impacto do ombro através de um estudo biomecânico do complexo do ombro em atletas de voleibol.O estudo envolveu atletas de voleibol do gênero feminino da categoria infanto de uma fundação de esportes. A amostra envolveu 12 (doze) atletas.Foi realizado uma avaliação cinesiológica funcional com a utilização de um instrumento de pesquisa previamente estruturado e validado. Com a avaliação foram registrados os principais dados de interesse da pesquisa e posteriormente foram tabulados, apresentados, analisados e discutidos. Nesta pesquisa procurou-se investigar a condição do equilíbrio escapulotorácico e glenoumeral das atletas. Foram identificados alterações da mobilidade do complexo articular do ombro e de força muscular. Verificou-se certa relação entre hipomobilidade escapulotorácica e indícios que podem evoluir para uma síndrome do impacto do ombro.

Palavras Chave: Ombro; Síndrome do impacto; Mobilidade Escapulotorácica; Voleibol; Avaliação Cinesiológica Funcional.

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ABSTRACT

It is characterized by impingement syndrome of the shoulder as various changes in the shoulder manifested by pain and functional limitation, especially in the realization of overhead activity. The research has the propose to analyze the scapulothoracic mobility and its relationship to impingement syndrome of the shoulder by a biomechanical study of the shoulder complex in volleyball athletes. The study involved female 18(eighteen) years old athletes of a sports foundation. The sample involved 12 (twelve) athletes. It was carried out a cinesiological functional evaluation using a survey instrument previously structured and validated. With the present evaluation were recorded the main data of interest to research and and subsequently were tabulated, presented, analyzed and discussed. In this research sought to investigate the scapulothoracic and glenohumeral balance condition of the athletes. Changes were identifed on the mobility joint complex of the shoulder and muscle strenght. It was verified some relationship between scapulothoracic hipomobility and evidence that it may develop into an impingement syndrome of the shoulder.

Key Words:Shoulder; Impingement syndrome; Scapulothoracic mobility; Volleyball; Cinesiological functional evaluation.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Avaliação Dinâmica do Ritmo Escapulotorácico ...42

Tabela 2 - Testes de Comprimento Muscular...43

Tabela 3 - Grau de Força Muscular...44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FME – Fundação Municipal de Esportes SIO – Síndrome do Impacto do Ombro

UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense

AFESC – Associação de Familiares no Esporte de Santa Catarina AVD’s – Atividades de vida diária

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Distribuição quanto a posição na qual joga ...34

GRÁFICO 2 - Distribuição do tempo que praticam voleibol ...35

GRÁFICO 3 - Variação quanto aos locais de dor...36

GRÁFICO 4 - Distribuição em relação a presença de parestesia ...37

GRÁFICO 5 - Relação de fatores que pioram o quadro de dor...38

GRÁFICO 6 - Relação sobre os fatores que aliviam o quadro de dor...38

GRÁFICO 7 - Distribuição quanto o estágio da dor...39

GRÁFICO 8 - Realização de algum tipo de tratamento...40

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A - Avaliação Cinesiológica Funcional ...58 APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...64 APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos Pais da Atletas..66 APÊNDICE D - Avaliação Postural...68 APÊNDICE E - Goniometria...70

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO I - Aprovação comitê de ética ...73

ANEXO II - Termo de autorização da FME ...75

ANEXO III - Autorização da utilização da clínica...77

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...13

2 REFERENCIAL TEÓRICO...1717

2.1 Anatomia Funcional do Ombro ...17

2.2 Biomecânica ...19

2.2.1 Biomecânica do Ombro ...20

2.2.2 Biomecânica do Ombro no Voleibol...21

2.3 Síndrome do Impacto do Ombro (SIO) ...22

2.3.1 Mecanismos de Lesão Envolvidos no Voleibol ...24

2.4 Prevenção da SIO...25

3 MATERIAIS E MÉTODOS ...Erro! Indicador não definido.28 3.1 Caracterização do Estudo ...1728

3.2 Caracterização da Amostra e Local do Estudo ...1928

3.3 Instrumentos para Coleta de Dados ...2029

3.4 Procedimentos de Pesquisa...Erro! Indicador não definido.29 3.5 Procedimentos para análise de dados ...30

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ...31

5 CONCLUSÃO ...47

REFERÊNCIAS...5049

APÊNDICES ...5756

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1 INTRODUÇÃO

O voleibol é um esporte coletivo que fascina uma multidão de adeptos no Brasil. A partir dos anos 80, após um segundo lugar da seleção brasileira de voleibol masculina nas olimpíadas de Los Angeles. De lá para cá o vôlei teve sucesso tanto na seleção masculina quanto na feminina. O Brasil passou a ser uma “escola de voleibol” sendo respeitada e temida por todas as outras equipes do mundo (BOJIKIAN, 2003; CAMPOS, 2006).

Seja para o lazer, para manter a saúde, ou mesmo para que seja jogado de forma competitiva, o voleibol é um dos esportes mais procurados. O processo de popularização desse esporte se deve a algumas especificidades que entusiasmam aqueles que gostam do esporte, como o fato de ser um esporte coletivo onde a socialização se torna um processo obrigatório. Há necessidade de um raciocínio rápido e da velocidade de reação onde o praticante exercita muito a tomada de decisão com rapidez. É um jogo de fácil adaptabilidade quando praticado para lazer que pode ser jogado em vários ambientes, com qualquer número de jogadores e onde não há idade limite (BOJIKIAN, 2003; CAMPOS, 2006).

O ombro é uma articulação complexa onde os músculos atuam sobre três ossos, sendo eles a escápula, a clavícula e o úmero. Existem várias classificações de diferentes autores das articulações do complexo do ombro sendo que alguns consideram apenas três articulações verdadeiras: a esternoclavicular, a acromioclavicular e a glenoumeral, enquanto outros consideram a articulação escapulotorácica parte integrante deste complexo (SOUZA, 2001).

A partir do momento que o homem se tornou um indivíduo ereto, seus membros superiores, que no seu estágio de quadrúpede eram as patas dianteiras, perderam sua estabilidade funcional e anatômica em favor da mobilidade. Conseqüentemente, no homem, o complexo do ombro tem uma estabilidade deficiente, porém é a mais móvel de todas as articulações do corpo (SOUZA, 2001).

A articulação escapulo-torácica é formada pela articulação da escápula com o tórax abaixo dela. Não é uma articulação verdadeira em termos anatômicos já que ela não possui as características usuais das articulações (união por tecidos fibrosos, cartilagíneos ou sinoviais). A articulação escápulo-torácica contribui tanto para a flexão quanto para a abdução do úmero, rodando para cima a fossa glenóide cerca

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de 60° da posição de repouso. Os movimentos da escápula requerem deslizamento da mesma sobre o tórax. Normalmente existe flexibilidade considerável de tecidos moles, o que permite que a escápula participe de todos os movimentos do membro superior (SOUZA, 2001).

Conhecer algumas características do jogo de voleibol torna-se importante para utilizarmos a ciência do movimento, a biomecânica, no voleibol. Em um jogo de voleibol acontecem 250 a 300 atos motores nos diversos movimentos executados. Em uma cortada por exemplo, alguns movimentos são tipicamente relatados, como a rotação de tronco, seguida pelos movimentos do braço, antebraço e mão, sendo que a rotação medial do braço antes do impacto com a bola tem grande relação com a velocidade que a bola atinge (BARBANTI, 1986; SOUZA, 2001).

A síndrome do impacto é um termo geral designativo de variadas alterações no ombro que se caracterizam por dor e limitação funcional, principalmente em atividades realizadas acima da cabeça. O grande fator responsável por esta incidência seria o uso demasiado dos membros superiores para atividades de vida diária, as quais exigem uma elevação constante. Esse excesso resulta em um efeito cumulativo de muitas passagens do manguito por debaixo do arco coracoacromial, em conseqüência irritando principalmente o tendão do supra-espinhal causando hipertrofia da bursa subacromial que pode tornar-se fibrótica e reduzir ainda mais este espaço (SOUZA, 2001).

A partir da contextualização acima, formulou-se a seguinte questão problema: Qual a relação da hipomobilidade escapulotorácica e a síndrome de impacto do ombro nas atletas de voleibol da FME de Criciúma-SC?

Nessa perspectiva, para nortear o estudo, foram elaboradas a partir da questão problema, as seguintes questões a investigar:

1. Qual a condição do equilíbrio escápulo-torácico e gleno-umeral das atletas avaliadas?

2. Como encontra-se a mobilidade escápulo-torácica das atletas avaliadas?

3. Existe relação entre redução da mobilidade escápulo-torácica e impactação sub-acromial?

De modo a responder de forma provisória às questões acima apresentadas, aponta-se as seguintes hipóteses:

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1. Acredita-se que com relação aos relatos de XAVIER (2003) onde as alterações e os desequilíbrios osteomusculares mais freqüentes encontrados em atletas de voleibol apresentam-se nos ombros, devido a própria biomecânica do gesto desportivo no voleibol e até mesmo pela alta intensidade de movimentos articulares, neste estudo serão encontrados alterações nas articulações estudadas

2. Na prática do voleibol o membro dominante, principalmente nos movimentos de saque e ataque, necessita de bem mais força de rotadores internos que externos, estes quase nunca trabalhados, levando a uma alteração tanto de força quanto de flexibilidade. Crê-se com isso que a mobilidade escápulo-torácica também se encontrará alterada.

3. A síndrome do impacto é uma tendinopatia que ocorre pela compressão do manguito rotador e cabeça longa do músculo bíceps braquial entre a cabeça umeral e o arco coracoacromial, especialmente na elevação do ombro acima de 90º. Ocorrendo um desequilíbrio na mobilidade escapulo-torácica essa compressão torna-se mais acentuada.

O objetivo geral do trabalho é analisar a mobilidade escapulotorácica e suas relações com síndrome do impacto do ombro através de um estudo biomecânico do complexo do ombro em atletas de voleibol. Sendo os objetivos específicos:

- Descrever a biomecânica do complexo do ombro no saque e ataque; - Elaborar um protocolo para avaliação de hipomobilidade escapulotorácica; - Analisar as relações entre a prática do voleibol com a síndrome do impacto;

- Analisar se há relação entre a mobilidade escapulotorácica e a síndrome do impacto dos sujeitos da amostra;

O estudo é motivado pelo alto índice de lesões como a síndrome do impacto que podem surgir nas atividades que incluem os arremessos presente em diversos tipos de esporte que são realizados com o braço elevado e feitos de maneira excessiva (HALL, 2005).

Pela região do ombro estar predisposta a lesões atléticas devido a enorme mobilidade proporcionada por essa articulação relacionada a baixa estabilidade (ANDREWS; HARRELSON; WICK, 2000).

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Observa-se que as pesquisas em biomecânica ainda são carentes de padronizações metodológicas, bem como são incompletos os modelos e protocolos de avaliação utilizados para a formação de teorias com explicação experimental do movimento. Para uma boa avaliação do movimento esportivo destacam-se algumas fases distintas aonde todos os níveis de avaliação envolvem a participação do ser humano.

Como os estudos da biomecânica do ombro no voleibol são escassos na região AMREC/AMESC/AMUREL este trabalho tem como objetivo estudar os movimentos que exigem esse complexo articular, avaliando sua mobilidade e relacionando com a síndrome do impacto.

Em razão do pesquisador principal ser atleta de voleibol por muitos anos e já ter tido lesão na articulação do ombro, e não ter um acompanhamento fisioterapêutico, busca-se com este trabalho vir a colaborar na diminuição da grande incidência de lesão em atletas de voleibol através de uma intervenção preventiva, levando-os a uma melhor qualidade de vida e uma melhor condição de treinamento, consequentemente, a uma melhor performance tantos nos treinamentos quanto nos jogos, resultando em um melhor desempenho em competições.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Anatomia Funcional do Ombro

O ombro é a articulação considerada mais móvel de todo corpo humano,e através dele ocorre a união do membro superior com o tórax. Permite amplitudes nos três planos de espaço e nos seus três respectivos eixos. Assim, podemos realizar movimentos de flexão e extensão do ombro no plano sagital os movimentos de abdução e adução do ombro no plano frontal e no plano transverso os de rotação interna e externa do ombro (MATTOS, 2003; FAGGIONI et al, 2005).

Neste complexo articular, os músculos atuam sobre três ossos para o desempenho dos principais movimentos do membro superior: a escápula, a clavícula e o úmero. Estes formam a cintura escapular, onde a clavícula se articula com o acrômio e o esterno e a escápula com o úmero e com a clavícula sendo esta a mais móvel de todas as articulações do corpo humano (SOUZA, 2001; SOARES, 2003).

Segundo SOARES (2003), existem quatro articulações que formam o ombro: a escapuloumeral, a esternoclavicular, a acrômioclavicular e a escapulotorácica, e cada uma contribui para o movimento do braço mediante a ações articulares coordenadas. Cada uma destas articulações possuem amplitudes e movimentos específicos, sendo limitados por suas estruturas ósseas, ligamentares, capsulares, tendões e músculos.

A articulação escapuloumeral é formada pela cabeça do úmero e pela cavidade glenoidal da escápula constituindo uma articulação do tipo sinovial esferóide, também chamada de articulação glenoumeral. Esta é considerada a articulação mais móvel do corpo humano e responde por dois terços do movimento de elevação do braço, sendo que esta mobilidade só é possível devido a um grande número de músculos inseridos, associado a sua forma anatômica e a instabilidade do ponto de vista estático. É constituída por uma cápsula articular frouxa e ligamentos que possibilitam maior estabilidade para a articulação, são eles: o ligamento coracoumeral e os ligamentos glenoumerais superior, médio e inferior,

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sendo o superior responsável pela prevenção do deslocamento para baixo da cabeça do úmero, o médio limitando a rotação lateral do úmero e o inferior suportando a articulação nos graus intermediários de abdução e contendo o deslocamento anterior da cabeça do úmero (SOUZA, 2001).

A articulação esternoclavicular é a única articulação que une o complexo do ombro ao tórax, mais especificamente conecta a extremidade proximal da clavícula com o manúbrio do esterno. É uma articulação sinovial do tipo selar com três graus de liberdade, sendo que suas contenções ligamentares, juntamente com o disco intraarticular, permitem os movimentos fundamentais da dinâmica do complexo. Os estabilizadores desta articulação são o disco intra-articular, os ligamentos costoclaviculares, esternoclaviculares e as projeções fibrosas da cápsula articular. Os movimentos que ocorrem na articulação esternoclavicular da clavícula em relação ao esterno são de deslizamento para cima e para baixo, para frente e para trás, sendo estes opostos aos movimentos na articulação acromioclavicular, e as rotações que se dão em torno do eixo longitudinal, sendo conhecidos como movimentos articulares acessórios (SOUZA, 2001; OLIVEIRA, 2007).

A articulação acromioclavicular é classificada como uma articulação sinovial plana que permite o movimento da escápula em três direções, ela une a faceta articular lateral da clavícula e a área côncava da parte anterior da borda medial do acrômio. Esta articulação possui importantes ligamentos coracoclaviculares o conóide e o trapezóide que juntos mantém a integridade articular em relação a configuração óssea da articulação e também impedem o seu deslocamento ântero-posterior. Considerando o ponto fixo na articulação acromioclavicular, os movimentos da clavícula em relação ao acrômio são os deslizamentos para frente e para trás, para cima e para baixo e as rotações anterior e posterior em torno do eixo longitudinal (SOUZA, 2001; OLIVEIRA, 2007).

A articulação escapulotoracica não é considerada uma articulação anatômica verdadeira pois não possui nenhuma das características habituais de uma articulação como uma cápsula articular. Porém, trata-se de uma articulação fisiológica que flutua livremente sem quaisquer contensões ligamentares, exceto aonde gira ao redor da articulação acromioclavicular, mesmo assim não deixa de ser de suma importância para a integridade da mobilidade do complexo do ombro, tendo

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uma contribuição significativa para o arco de movimento nos três planos. Nesta articulação a escápula apóia-se sobre dois músculos, o serrátil anterior e o subescapular que estão ligados à escápula onde suas fáscias movem-se uma sobre a outra quando a mesma se move. As ações nas articulações acromioclavicular e esternoclavicular permitem o movimento da escápula. A amplitude de movimento total da articulação escapulotoracica é de aproximadamente de 60° de movimento quando se realiza 180° de abdução ou flexão anterior do braço (MORELLI, 1996; OLIVEIRA, 2007).

Essas articulações em conjunto com os ligamentos, as bursas, os músculos do manguito rotador (supra-espinhal, infra-espinhal, redondo menor e subescapular) e a musculatura que constitui os motores primários da extremidade superior devem trabalhar juntamente para assim produzir as várias amplitudes de movimento possíveis na articulação do ombro (MORELLI, 1996).

2.2 Biomecânica

A biomecânica pode ser caracterizada pelo estudo da estrutura e da função dos sistemas biológicos sob o ponto de vista mecânico. Através dela e de suas áreas de conhecimento podemos analisar as causas e funções dos movimentos. A biomecânica do movimento humano é umas das subdivisões da cinesiologia, e através de seus estudos podemos analisar se a quantidade de força que um determinado músculo esta produzindo é suficiente para a finalidade do movimento (HALL, 2000; MCGINNIS, 2002).

Estudos biomecânicos são considerados um importante ramo de interações com diversas áreas aonde se aplicam o estudo da técnica do movimento no contexto da ciência do esporte e no treinamento esportivo. Poderíamos definir a biomecânica do exercício e dos esportes como o estudo das forças e seus efeitos nos seres humanos nos exercícios e nos esportes.(AMANDIO, 2004; MCGINNIS, 2002)

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Sendo os objetivos de estudo da biomecânica no esporte a melhora do desempenho dos atletas e a prevenção de lesões, um professor ou treinador usa seu conhecimento de biomecânica para determinar quais ações podem melhorar a técnica do atleta (MCGINNIS, 2002).

Devido a diversos avanços nos equipamentos da análise científica, provavelmente o papel dos biomecânicos no esporte no sentido de contribuir para os aprimoramentos no desempenho venham a ser cada vez mais importantes no futuro (HALL, 2000).

2.2.1 Biomecânica do Ombro

A relação cinemática entre as articulações do complexo do ombro são de extrema importância para a movimentação dos membros superiores, por isso, existem cada vez mais estudos principalmente entre as articulações glenoumeral e escápulo-torácica durante a elevação dos membros superiores. A articulação escápulo-torácica além de colaborar com a grande amplitude de movimento e permitir o mínimo de comprometimento da estabilidade dinâmica dos membros superiores é considerada a melhor forma de analisar os movimentos que ocorrem nas articulações esternoclavicular e acromioclavicular (FARIA et al, 2006).

No ombro, os músculos podem criar uma maior produção de força no movimento de adução, sendo esta o dobro da força do movimento de abdução, embora esse movimento seja mais freqüentemente usado em atividades diárias e esportivas. O movimento de extensão é o segundo em nível de força sendo levemente mais forte que os movimentos de flexão, e as ações articulares mais fracas do ombro são os movimentos articulares de rotação, sendo o movimento de rotação externa mais fraco (SOARES, 2003).

Geralmente os movimentos do úmero envolvem alguma movimentação de todas as três articulações do ombro, ainda que um certo grau de movimentação glenoumeral possam ocorrer enquanto as outras articulações do ombro permanecem estabilizadas. Quando o braço é elevado tanto em flexão quanto em abdução parte da amplitude de movimento total do úmero ocorre devido a rotação da escápula.

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Durante os primeiros 30° de elevação umeral, em relação com a glenoumeral a contribuição da escápula é apenas de aproximadamente um quinto, quando esta elevação ultrapassa 30° a escápula roda aproximadamente um grau para cada dois graus de movimento do úmero. Essa importante coordenação dos movimentos escapulares e umerais, conhecido como ritmo escapuloumeral, torna a articulação do ombro muito mais flexível do que se a escápula se mantivesse fixa (HALL, 2000).

Durante os primeiros 90° de elevação de braço a clavícula também é elevada em cerca de 35° a 45° de movimento na articulação esterno clavicular. Quando o braço passa de 135° para uma elevação máxima e durante os primeiros 30° de elevação umeral ocorre uma rotação na articulação acromioclavicular. Quando as mãos sustentam uma carga externa, a alteração da escápula e o ritmo escapuloumeral são alterados. (HALL, 2000)

2.2.2 Biomecânica do Ombro no Voleibol

A biomecânica e os relatos clínicos de atletas de beisebol são bastante similares aos movimentos de saque e ataque no voleibol. Disfunções do manguito rotador podem ocorrer mesmo com uma mecânica “ideal” de lançamentos. Entretanto desvios dessa mecânica ideal podem aumentar o número de lesões pelo uso excessivo (GARRICK, 2001).

No saque ou ataque a tarefa biomecânica fundamental é acelerar a bola, isso se consegue primeiro acelerando a massa do corpo e, então, transferindo impacto ao membro superior elevado, acelerando a mão e a bola (ANDREWS et. al, 2000).

Existem cinco fases para o lançamento: rotação, levantamento, aceleração, desaceleração e execução. A manobra de rotação é exclusiva do beisebol, na fase de levantamento com 90° de abdução do braço, rotação externa do braço e abdução horizontal em cerca de 30° a mão é movimentada o máximo possível. Na fase inicial de levantamento o deltóide e o supra espinhoso ficam ativos na abdução do braço. Durante a parte final do levantamento a atividade do deltóide diminui assim que o manguito rotador torna-se mais dominante quando o ombro está abduzido quase em rotação externa máxima (PERRY, 1990 e ANDREWS et. al, 2000).

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A aceleração é caracterizada pelo início da extensão do cotovelo, rotação externa do braço com manutenção de 90° de abdução e pouca adução horizontal, a medida que o braço é trazido para frente os músculos mais ativos nessa fase são o subscapular, grande dorsal, redondo maior e peitoral maior (HAMMIL; KNUTZEN, 1999).

A fase de desaceleração se dá quando o braço passa pelo corpo, logo após ter ocorrido uma rotação interna máxima, ocorre uma ação muscular muito rápida na articulação que resulta numa rotação externa e adução horizontal do braço. Já na fase final da desaceleração ocorre uma rotação de tronco com os mesmos movimentos vistos na fase de levantamento, incluindo um aumento da atividade do deltóide no movimento de adução horizontal do braço e no grande dorsal na medida que aumenta a rotação interna do trapézio reduzindo a velocidade da escápula e do supraespinhoso mantendo a abdução do braço e continuando a rotação interna. Devido a um alongamento excessivo e pela velocidade em que esta fase é executada a cápsula posterior e os músculos correspondentes sofrem riscos de lesão (HAMMIL; KNUTZEN, 1999).

Durante a fase de execução de todo este processo o corpo movimenta-se com o braço reduzindo efetivamente as forças de afastamento aplicadas sobre o ombro resultando em um aumento da tensão sobre os músculos do manguito rotador, podendo levar a uma série de lesões (ANDREWS, 2000).

2.3 Síndrome do Impacto do Ombro (SIO)

A síndrome do impacto, traduzida pelo professor Arnaldo Amado Ferreira Filho, a partir de 1986, caracteriza-se por ser uma síndrome dolorosa do ombro geralmente acompanhada de microtraumatismos e degeneração além de perda de forças, com tendinite do manguito rotador. É mais freqüente em indivíduos que praticam algumas atividades ocupacionais, envolvendo movimentos de cortar, lixar, polir, etc e atividades recreativas e esportivas, tais como, natação, arremesso, vôlei (LIMA et al, 2007).

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Esta síndrome ocorre pelo efeito cumulativo de muitas passagens do manguito rotador por baixo do arco coracoacromial, resultando em uma irritação do tendão supra e infraespinhal, reduzindo assim ainda mais um espaço já comprometido. Além disso com o passar do tempo e a progressão do desgaste e do atrito, podem aparecer microlacerações e lacerações de espessura parcial do manguito rotador. Em um estágio mais avançado podem ocorrer ainda alterações ósseas secundárias (osteófitos) debaixo do arco acromial podendo levar até a ruptura total do manguito rotador (LIMA et al, 2007).

A etiologia da Síndrome do Impacto pode ser decorrente de impacto primário, que é resultante da compressão mecânica do manguito rotador sob a porção ântero-inferior do acrômio. O tipo de acrômio, por sua vez, pode interferir sendo essencialmente três tipos: reto, curvo ou ganchoso. Este último é o que propicia maior conflito entre as estruturas. Neer descreveu três fases de impacto primário: fase I: edema e hemorragia; fase II: fibrose e tendinite; fase III: lesões do manguito rotador, ruptura do bíceps e alterações ósseas. Adulterações como espessamento do manguito rotador e da cabeça umeral, bem como alterações da cápsula articular também podem facilitar o impacto primário. O impacto secundário, de acordo com Neer, acontece quando há relativa redução do espaço subacromial, devido à instabilidade funcional glenoumeral ou escapulotorácica (SILVA, 2001).

Sabe-se que as lesões do manguito rotador podem acometer pacientes de todas as idades, sem predileção por sexo ou raça, sendo atualmente consideradas como a causa mais freqüente de incapacitação crônica do ombro (LIMA et al, 2007).

O uso excessivo, também chamado de overuse encontrado em atletas e não-atletas que realizam vários movimentos excessivos acima da cabeça estão entre as causas mais comuns dessa síndrome. A forma errada ou uma mudança de técnica em que se realiza o movimento pode levar a um distúrbio de forças de equilíbrio do ombro, excedendo o nível de tolerância das partes moles, podendo levar a uma inflamação que causa uma fricção sob o arco coracoacromial (WEBER, 2003).

O tratamento da SIO deve ser inicialmente clínico, mesmo naqueles casos em que é notada uma causa anatômica, como esporão subacromial ou acrômio ganchoso. Em geral, recomenda-se um período de até seis meses de tratamento clínico bem realizado antes de se indicar o tratamento cirúrgico. A cirurgia

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normalmente é indicada por falha em se estabelecer a mecânica normal do ombro, que inclui mobilidade articular funcional e indolor neste período.(LIMA et al, 2007)

Como a síndrome do impacto afeta uma área de grande importância na vida diária normal, é de extrema importância que o paciente recupere a funcionalidade do ombro o mais rápido possível, podendo assim voltar para suas atividades normais o mais breve possível (LIMA et. al, 2007).

2.3.1 Mecanismos de Lesão Envolvidos no Voleibol

Em um jogo de voleibol 50 a 60% das ações motoras são constituídas por ataque ou bloqueio, os movimentos do voleibol produzem lesões em áreas do corpo, por exemplo, saques repetitivos sobrecarregam joelhos e tornozelos enquanto saque aéreo e ataques suscetibilizam o ombro (VIEIRA et. al, 2007; SOUZA et. al, 2007).

As lesões esportivas podem ser classificadas como agudas ou crônicas, sendo que geralmente as agudas são causadas por acidentes, ou seja, involuntária e de rápida instalação, enquanto isso as crônicas são causadas no sistema músculo-esquelético de sustentação que se instalam lentamente, a princípio despercebidas, que apenas ao longo prazo serão reconhecidas como perturbações patológicas (FAGGIONI, 2005).

Uma característica que pode contribuir para o surgimento de lesões é a técnica inadequada e não aprimorada que é utilizada durante a execução de algum movimento, desencadeando vários tipos de alterações do tecido músculo-esquelético, causando as lesões crônicas, estas resultantes de exercícios repetitivos. Durante este movimento repetitivo, nas lesões do complexo do ombro, a cintura escapular está sujeita a uma série de forças de tração e compressão sobre as articulações do ombro e do cotovelo e podem determinar doenças específicas (SILVA et. al, 2007; FAGGIONI, 2005).

Os mecanismos de lesões do ombro nos atletas ocorrem por meio atraumático ou traumático. Os movimentos repetitivos, principalmente nos atletas arremessadores, praticantes de esporte de não contato, como o vôlei, são responsáveis por um grande número de lesões atraumáticas, ocorridas

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principalmente pela sobrecarga dos tecidos. No voleibol, esta sobrecarga esta presente no excesso de movimentos repetitivos sobre os rotadores do ombro, a exemplo do saque e outras jogadas que necessitam de movimentos de grande aplicação de força e de grande amplitude (EJNISMAN et. al, 2001;FAGGIONI, 2005). As lesões de ombro no voleibol são justificadas pelo desalinhamento articular causado pelo desequilíbrio de forças entre rotadores externos, mais fracos e pouco trabalhados, e os rotadores internos, mais fortes e bem trabalhados. Este desequilíbrio provoca uma anteriorização e uma superiorização do úmero dentro da glenoumeral. Na hora de um ataque, aonde há uma explosão de força dos rotadores internos, os rotadores externos realizam uma rotação excêntrica para a desaceleração final do ataque, o que provoca um stress nos tendões do manguito rotador, que com o uso repetitivo acaba sendo acometido (MENEZES et. al, 2008).

No pós-jogo poucos atletas buscam prevenir-se das lesões sendo que boa parte apenas repousa, o que favorece o aparecimento de lesões crônicas e de dores musculares relacionadas com a presença de resíduos da atividade muscular contínua de alto impacto (MENEZES et. al, 2008).

2.4 Prevenção da SIO

A prevenção é uma soma de medidas com base científica que devem ser colocadas em prática de forma organizada e planejada. Para que se tenha um programa efetivo, os profissionais que atuam com os atletas precisam atuar concomitantemente e solidariamente, sendo a participação e colaboração do atleta parte essencial no processo (FARINA, 2008).

O trabalho de prevenção é muito importante, independente do nível de atividade, tanto crianças como adultos e atletas profissionais deveriam introduzir esse programa de treinamento, porque além de diminuir o risco de sofrer uma lesão importante, melhora o desempenho em quadra (TAKAHASHI, 2004).

A manutenção ou ganho de bons níveis de flexibilidade está associado a maior resistência de lesões e menor propensão quanto a incidência de dores

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musculares. Ainda não se dispõem de informações suficientes que esclareçam a influência de flexibilidade na redução de lesões no sistema músculo-articular, no entanto alguns autores afirmam que quando os tecidos que atravessam as articulações se mostram menos flexíveis existe maior probabilidade de ocorrer rupturas e estiramentos (CUNHA et. al, 2005).

Segundo Cunha et al (2005), o segredo para se manter a integridade do ombro, prevenindo a ocorrência de lesões seria a idéia da estabilização. Os músculos que estabilizam o ombro devem ser treinados progressivamente, de forma a suportar o crescente estresse imposto pelo treinamento continuo. O uso de faixas ou tubos elásticos deve fazer parte da rotina de trabalho do atleta, fora da sua rotina de treinamentos, pois através desse método podemos estimular os mecanismos de cada estilo, aproximando-se ao máximo do movimento das braçadas e trabalhar mais especificamente os músculos com movimentos diagonais. O encaixe na articulação glenoumeral é muito raso para oferecer uma boa estabilidade óssea à extremidade proximal do úmero, assim a tensão muscular do manguito constitui a principal força que traciona a cabeça do úmero de encontro ao raso encaixe da escápula durante os movimentos desta articulação. Os músculos do manguito rotador auxiliam para que os principais músculos motores do ombro (deltóide, peitoral maior, bíceps braquial, grande dorsal, tríceps braquial e redondo maior) atuem sem que haja o risco de deslocamentos na articulação.

A correta mecânica do movimento de ataque é outro fator importantíssimo para a prevenção de lesões cabendo ao técnico da equipe as devidas correções da biomecânica em cada um dos atletas (CUNHA et. al, 2005) Segundo TAKAHASHI (2004) a prevenção baseia-se em exercícios específicos da modalidade praticada de forma funcional e que simule o gesto do esporte.

Outra medida preventiva para se evitar recidivas de lesões ou formação de lesões crônicas é a crioterapia. Esta medida reduz o metabolismo local e diminui a chance da concepção de processos inflamatórios nas articulações bem como, diminui a obrigação de nutrição das áreas anteriormente lesionadas, o que diminui as chances de recidivas (MENEZES, 2008).

A prevenção de lesões do ombro é decisiva para que o atleta possa funcionar normalmente e livre de sintomas. O atleta lesionado fica impedido de

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treinar e participar de campeonatos e, compromete não só seu condicionamento físico como também sua carreira (CUNHA et. al, 2005).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Caracterização do Estudo

Com referência aos conceitos de Luciano (2001), a pesquisa segundo a sua natureza será aplicada, em relação ao problema é quali-quantitativo, no que se refere aos objetivos é descritivo e exploratório. E por fim em relação aos procedimentos é de levantamento.

3.2 Caracterização da Amostra e Local do Estudo

Para definição do local e da população envolvida na pesquisa, foi estabelecido um contato inicial com o treinador do time feminino de voleibol da FME/AFESC/Criciúma-SC em agosto de 2008. O objetivo inicial foi dar explicações sobre o futuro trabalho que será realizado com o time e adquirir consentimento informal para livre realização da pesquisa. Foram acompanhados os treinos como forma de conhecimento do trabalho realizado para ser dado início ao desenvolvimento do projeto.

Sendo assim, o estudo foi realizado nas dependências do clube Mampituba e na Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, com o time de voleibol feminino da FME/AFESC/Criciúma-SC durante os meses de maio, junho e julho do ano de 2009.

Desta forma, a amostra foi composta de doze indivíduos, do sexo feminino, atletas, de idade entre 17 e 19 anos. Foram inclusos na pesquisa todos atletas que estiveram periodicamente participando, com presença mínima de três vezes na semana e dos jogos realizados pela equipe na época que for aplicado o instrumento de pesquisa independente ou não da presença de lesões.

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3.3 Instrumentos para Coleta de Dados

Nesta pesquisa, os instrumentos para coleta e análise de dados foram: questionários aplicados aos atletas, sobre as características do treinamento, prevalência de algias e lesões osteomusculares relacionando com uma avaliação cinesiológica funcional onde esta envolvido inspeção estática, inspeção dinâmica, testes de mobilidade, testes de comprimento muscular, testes especiais reprodutivos do impacto do ombro (APÊNDICE A).

Os materiais usados foram: câmera fotográfica digital, modelo Digital Stabilization x-760, 6.0 megapixels, marca Olympus onde foram realizados registros dos treinos para serem analisados as observações dos aspectos biomecânicos e específicos do treinamento.

3.4 Procedimentos de Pesquisa

Inicialmente foi realizado um contato informal, e em segundo momento, foi realizado também um contato formal com o profissional responsável técnico pelo time, neste caso o técnico da equipe, por meio de um termo, por escrito, de autorização de pesquisa e de registro de imagem. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi destinado aos atletas, participantes da amostra, para que estejam estes de acordo com a pesquisa (APÊNDICE B) sendo outro termo destinado aos pais dos atletas menores de 18 anos (APÊNDICE C)..

O projeto foi aprovado pelo número 71/2009, pelo Comitê de Ética e de Pesquisa (CEP) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), para a apreciação dos aspectos éticos (ANEXO I).

Foram aplicadas e analisadas as avaliações, então, em contato com os atletas, foi aplicado o questionário que foi respondido individualmente, e este, posteriormente, analisado e demonstrado em gráficos.

Foram feitas observações sistemáticas dos treinos com registro descritivo das principais características de treinamento, onde foi feita uma análise biomecânica da dinâmica da prática do voleibol.

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Com os parâmetros e avaliações estudadas, foram desenvolvidos propostas de prevenção, que podem, em um futuro, suprir as necessidades específicas do time para a patologia da SIO.

3.5 Procedimentos Para Análise de Dados

Ao final da coleta de dados, foi realizado a análise dos resultados encontrados, onde os mesmos foram agrupados e apresentados em forma de tabelas, imagens e gráficos, para melhor visualização, analisados e discutidos com base na literatura pesquisada.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A faixa etária encontrada variou entre 17 e 19 anos, apresentando como média de 18 anos. Os sujeitos da pesquisa foram agrupados, quanto a idade, e se apresentaram da seguinte forma: 25% tem 17 anos, 66,66% tem 18 anos e 8,33 % tem 19 anos.

Segundo Garzedim (2008), as lesões do manguito rotador podem acometer indivíduos de qualquer faixa etária sendo potencializadas com o envelhecimento e a ocupação laborativa ou recreativa, a média de idade do seu estudo sobre dor no ombro foi de 50,4 anos justificando sendo esta rara em indivíduos jovens.

Para Silva (2005) o tipo de lesão e local anatômico está associado diretamente com a idade, em seu estudo foi verificado que nas lesões musculares houve uma igual distribuição entre as faixas etárias sendo que nas lesões de pé e tornozelo houve uma predominância de atletas jovens e nas lesões de ombro e joelho prevaleceram as faixas etárias mais elevadas.

Já no estudo realizado por Lo et al. (1990) a síndrome do impacto teve prevalência maior em atletas e vôlei com idade inferior a 25 anos.

Observou-se quanto a escolaridade dos pesquisados que 33,33% da amostra da pesquisa possuem 2° grau incompleto, 33,33% possuem o 2° completo e 33,33% estão cursando o curso superior.

Alguns autores acreditam que os atletas envolvidos no esporte de competição tem certas dificuldade para conciliar o esporte com a vida acadêmica e que além disso a possibilidade de um grande retorno financeiro que o esporte pode trazer faz com que muitos atletas priorizem o esporte em detrimento do estudo (LIMA e MATTA, 2005; MARQUES e SAMULSKI, 2009).

Ao verificar as estaturas chegou-se ao seguinte resultado: o avaliado de menor estatura apresentava 1,60m, enquanto que o de maior estatura apresentava 1,90m. Sendo assim obteve-se como média a medida de 1,75m.

Acredita-se que atletas de voleibol para que obtenham sucesso em sua carreira tem a estatura como característica antropométrica mais importante, uma vez que esta medida interfere diretamente na altura de alcance do ataque e do bloqueio,

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sendo esta comprovada com as equipes de maior destaque mundial na modalidade (BOJIKIAN, 2008).

Em processos de seleção de atletas procura-se aliar o dominio da técnica com a estatura, podendo este critério causar problemas futuros, pois pessoas que apresentam maior estatura desde cedo já estão na fase final do estirão de crescimento, podendo ser indivíduos de maturação precoce (BOIJIKAN, 2007).

Com relação ao sexo dos doze sujeitos de pesquisa 100% eram do sexo feminino. Quanto ao peso, 66,66% apresentaram de 60kg a 70kg, 25% de 71kg a 80kg e 8,33% de 81kg a 90kg.Tendo como média 68kg.

Em um estudo feito por Faggioni (2005), a maior prevalência de lesões no ombro ocorreu em jogadores de vôlei do sexo masculino acreditando que estas incidências estão diretamente relacionadas ao grau de treinamento e a exigência maior da articulação do ombro.

Acredita-se que nos treinamentos de times masculinos de alto nível ocorre uma maior exigência das articulações e até mesmo um maior tempo de treinamento devido a capacidade de força muscular ser maior que no sexo feminino.

Apesar de não ser exclusivo de indivíduos obesos, o excesso de peso facilita a ocorrência de patologias ortopédicas, devido a uma sobrecarga maior nos segmentos corporais decorrentes do excesso de massa corporal estes estão mais suscetíveis a lesões (CAMPOS et al, 2002).

Calculados os IMC dos sujeitos da pesquisa obteve-se como mais alto 23.03 kg/m² e como mais baixo 17.48 kg/m², apresentando a média de 20.26 kg/m². A fórmula para o cálculo se dá pelo peso da pessoa em quilogramas dividido pela altura em metros quadrados.

De acordo com Fox et al (2000) quando o índice de massa corporal ultrapassam 25Kg/m² os riscos para saúde tanto para homens quanto para mulheres aumentam, o limite para obesidade está em um índice de massa corporal acima de 30 Kg/m² e está associado a um risco ainda maior para problemas de saúde. Além de influenciar na funcionalidade, um IMC maior que 25 Kg/m² predispõe um individuo ao sobrepeso corporal, que faz com que ocorra uma maior sobrecarga osteomuscular de tronco e membros, deixando-os suscetíveis a lesões.

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Dentre as avaliações realizadas quanto a profissão dos avaliados 100% da amostra trabalham somente como atletas. Quanto a dominância os sujeitos da pesquisa se apresentaram 100% destros.

O desenvolvimento em maior proporção de um dos hemisférios cerebrais leva a preferência ou dominância de um dos lados. Dentro do comportamento motor as assimetrias apresentam duas dimensões uma é conhecida como assimetria lateral de preferência que se relaciona à maior freqüência de utilização de um determinado membro comparado ao membro contralateral, sendo esta relacionada ao conforto e segurança que um sujeito executa as habilidades motoras específicas, a outra dimensão é definida como assimetria lateral de desempenho que se refere á diferença na qualidade de execução das tarefas pelos membros contralaterais (SANTOS, 2006).

Segundo Kendall (2007), a maioria das pessoas da nossa sociedade são destras, sendo que posições posturais e muitas atividades levam a predisposição dessas pessoas a terem problemas de desequilíbrio muscular manual, já nas pessoas sinistras os padrões tendem a ser opostos, isso pode ocorrer por estas pessoas se conformarem a realizar atividades que são elaboradas para o uso da mão direita.

Quanto ao histórico de doenças anteriores ou associadas 83,33% responderam que nunca tiveram, 8,33% já tiveram ruptura de ligamento cruzado anterior do joelho direito e 8,33% tendinite em joelho direito.

Com relação à cirurgia, 91,66% nunca realizaram e 8,33% retiraram amígdalas. Quanto ao etilismo, 25% negam ser etilistas e 75% bebem socialmente. E ao tabagismo 100% negam este hábito.

Neste estudo foi verificado que nenhum dos sujeitos da pesquisa apresentaram patologias anteriores nem cirurgias nos membros superiores, não sendo significativo somente neste estudo esses dados para o diagnóstico de algum tipo de lesão do ombro que poderiam apresentar.

Quando questionados sobre a posição utilizada ao dormir 75% relataram dormir em decúbito lateral, 16,66% relataram dormir em decúbito ventral e 8,33% em decúbito dorsal.

Quando questionadas sobre outras atividades que exigem movimentos freqüentes dos membros superiores 100% responderam que além dos treinos específicos realizam também academia.

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Vários autores discutem que a repetitividade de movimentos de membros superiores pode se tornar crítica quando o seu limite é ultrapassado, quando não ocorre um tempo necessário para a recuperação da integridade dos tecidos, sendo o atleta submetido a alta exigência física e psicológica (LIMA, 2007; MENEZES, 2008; SANTOS, 2007). Facchi (2000) acredita que o excesso da utilização do membro superior aumenta as chances para que um individuo desenvolva patologias relacionadas as articulações do ombro.

Em relação ao treinamento quanto as horas por dia 100% responderam que treinam de 2 até 4 horas por dia, quanto aos dias por semana 100% responderam treinar de 4 até 6 dias por semana.

O excesso de treinamento tem sido um fenômeno cada vez mais observado em atletas de elite que buscam superar seus limites tendo uma grande relevância no âmbito esportivo, a síndrome do overtraining é caracterizado por um excesso de treinamento capaz de promover diferentes sintomas indesejáveis, sendo a diminuição de desemprenho e o aparecimento de lesões os mais comuns (ROHLFS, 2005; SMITH, 2000).

Quanto a posição na qual joga 8,33% jogam de saída, 41,66% jogam de entrada, 25% jogam no meio, 8,33% jogam de levantador e 16,66% jogam de líbero (GRÁFICO 1).

Gráfico 1 – Distribuição quanto a posição na qual joga

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Em um estudo feito por MARQUES (2007) notou-se que a posição no jogo em que os atletas mais sofrem lesão é o atacante de ponta onde a maioria respondeu ter sofrido algum tipo de lesão na articulação do ombro.

No estudo feito por MORAES (2007) também percebeu-se que os atletas que mais se lesionam são os da posição de entrada, seguido pelos meios, esses índices podem ter relação com a função técnico-tática exercida por esta posição que além de serem bastante exigidos na rede, eles também são responsáveis pela recepção da equipe, sendo que, ainda alguns deles tornam-se uma posição ofensiva importante mesmo estando no fundo, através do ataque atrás da linha dos três metros, acumulando assim muitas responsabilidades de grande exigência física.

Quando questionados sobre há quanto tempo praticam voleibol, 25% relatam que praticam à mais de 6 a 7 anos, 16,66% à mais de 2 a 3 anos, à mais de 7 a 8 anos e à mais de 10 anos e 8,33% à mais de 9 a 10 anos, à mais de 8 a 9 anos e à mais de 5 a 6 anos (GRÁFICO 2).

Gráfico 2 – Distribuição do tempo que praticam voleibol

Fonte: Dados do pesquisador

Quanto maior o tempo da prática esportiva e quanto maior a carga de treinamento maiores serão as probabilidades de lesão em atletas (PETRI et al, 2002).

Nesse estudo essa afirmativa pode ser considerada correta em relação a síndrome do impacto, sendo que a atleta que relatou jogar a mais tempo foi a mesma que relatou sentir mais dores no ombro.

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Em relação a dor 50% apresentaram dor no joelho, 41,66% apresentaram dores na coluna, 25% apresentaram dor no ombro, 16,66% apresentaram dor na canela, 8,33% apresentaram dor no cotovelo e no punho (GRÁFICO 3).

Gráfico 3 – Variação quanto aos locais de dor

Fonte: Dados do pesquisador

Na literatura existem controvérsias em relação ao local anatômico onde se encontram as dores de atletas de voleibol. Nos estudos realizados por SANTOS (2007) e MORAES (2007) as regiões corporais mais acometidas são os joelhos indo de encontro com o trabalho realisado. Já no estudo feito por SILVA (2003) a região mais acometida acaba sendo os dedos e o ombro dos atletas desta modalidade. Também em um estudo de SANTOS et al (2005) foi verificado que o ombro foi o segmento que mais apresentou lesão dentre os atletas de uma equipe amadora de voleibol observados.

Já em relação a presença de parestesia 91,66% não apresentaram e 8,33% apresentaram no braço. Em relação a perda de sensibilidade 100% não apresentaram perda. Em relação a fraqueza 58,33% relataram fraqueza nas pernas, 16,66% relataram fraqueza no braço e 25% não apresentaram fraqueza.

Como fatores associados, 50% dos sujeitos da pesquisa tinham fraqueza muscular e 50% não possuíam fatores associados.

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Em relação a presença de dormência 41,66 % não apresentam, 33,33% apresentam no joelho, 16,66% apresentam na coluna e no braço e 8,33% apresentam nos pés (GRÁFICO 4).

Gráfico 4 – Distribuição em relação a presença de dormência

Fonte: Dados do pesquisador

Segundo SOUZA (2002) a fraqueza muscular é um sintoma que pode ajudar no diagnóstico de síndrome do impacto, muitas vezes essa fraqueza esta tão exacerbada que a pessoa não consegue mais realizar movimentos do ombro acima da cabeça, podendo ser as causas dessa fraqueza a dor, acometimento de raiz nervosa ou até uma tendinopatia.

Quando o assunto foi considerações sobre as dores 41,66% apresentaram intensidade 6 sendo que duas atletas relataram dores no joelho e uma nas costas, 33,3% apresentaram intensidade 4 na região do joelho, 8,33% apresentaram intensidade 10 na região do ombro e 8,33% apresentaram intensidade 5 na região do joelho, segundo Escala Visual Analógica-EVA

Em indivíduos com desordens músculo esqueléticas a dor é o sintoma mais comum, não sendo diferente nos diturbios osteomusculares relacionados a atletas, dentre as escalas de dor destaca-se a escala visual analógica, considerado um instrumento amplamente utilizado tanto em clinicas quanto em pesquisas.

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Neste estudo sua importância foi no fato da única atleta que apresentou grau muito acentuado ter sido por acometimento na região do ombro, sendo esta de todo o time a única com lesão de SIO.

Com relação aos fatores que pioram, 91,66% responderam esforço físico, 25% responderam temperatura e 16,66% responderam esporte (GRÁFICO 5).

Gráfico 5 – Relação de fatores que pioram o quadro de dor

Fonte: Dados do pesquisador

Em contra partida, sobre os fatores que aliviam, 41,66% responderam somente repouso, 16,66% responderam exercícios e alongamento, 16,66% responderam somente uso de medicação e 25% responderam repouso e uso de medicação (GRÁFICO 6).

Gráfico 6 – Relação sobre os fatores que aliviam o quadro de dor

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O quadro álgico está presente diariamente na vida do atleta, sendo que este está sujeito a suportar dores para que não interrompa seu treinamento, assim como neste estudo onde os sujeitos da pesquisa mesmo sabendo que ocorre a piora da dor ao esforço físico continuam com a carga diária do treinamento sem se importar com as conseqüências.

Com relação aos fatores que aliviam é normal que o repouso já produza alguma efeito já que o afastamento da atividade esportiva faz parte do programa de tratamento (COHEN; ABDALA, 2003).

Quando questionados sobre estágio da dor 58,33% apresentavam-se de forma aguda, 33,33% apresentavam-se de forma crônica e 8,33% apresentavam-se de forma crônica com exacerbação aguda (GRÁFICO 7).

Gráfico 7 – Distribuição quanto o estágio da dor

Fonte: Dados do pesquisador

As lesões esportivas podem ser do tipo aguda e crônica, sendo que a grande parte de lesões agudas são de conseqüência de rápida instalação, geralmente ocorridas por acidentes, já as crônicas são causadas no aparelho músculo esquelético de sustentação e movimentação e ocorrem de maneira lenta e são reconhecidas apenas a longo prazo como perturbações patológicas, em casos piores podem ter origem crônica com quadro álgicos agudos (ROMPRE; RIEDER, apud CESAR, 2000).

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Neste estudo apenas a atleta que apresenta diagnóstico preciso de SIO apresenta quadro crônico com exacerbação aguda.

Em relação ao horário da dor 91,66% responderam não ter horário fixo e 8,33 % responderam dor noturna.

Vários autores citam a dor noturna como ajuda no diagnóstico de SIO, relacionado a posição que dorme aonde ocorre o estiramento das partes moles do membro superior (LÁZARO et al, 2004, SOUZA, 2001; SOARES, 2003).

Quando perguntados se já realizaram algum tipo de tratamento 8,33% negam terem feito e 91,66% relatam ter feito, sendo o tratamento a fisioterapia (GRÁFICO 8).

Gráfico 8 – Realização de algum tipo de tratamento

Fonte: Dados do pesquisador

Este estudo mostra a importância da fisioterapia na vida dos atletas, mostrando que a grande maioria já fez uso desse tipo de tratamento.

Dentro do quadro de dificuldades para atividade de vida diária e atividade de vida pessoal, todas as 12 atletas relatam não ter nenhuma dificuldade.

Ao realizar o exame físico, iniciou-se uma avaliação postural, envolvendo inspeção do alinhamento corporal envolvendo estruturas como: cabeça, coluna cervical, membros superiores e tronco. ( APÊNDICE D)

Para KENDALL (2007) a alteração do ritmo escapulo-umeral caracteriza-se pela perda da execução coordenada e suave do movimento de elevação do braço,

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juntamente com a abdução e rotação externa excessivas da escápula ocasionando a escápula alada, sendo que no estudo realizado, sete atletas, mais da metade, apresentaram escápula alada no membro direito.

Segundo o mesmo autor, a orientação da cintura escapular apresenta uma relação direta com o alinhamento da coluna vertebral, influenciando com a função articular do ombro, estas alterações tem relação com o encurtamento de toda cadeia muscular anterior.

Sendo assim a prática do voleibol associado com alterações posturais dificultam a execução da amplitude completa do ombro, podendo predispor o aparecimento de síndromes de conflito.

Quando analisada a mobilidade global do complexo do ombro 75% apresentaram uma mobilidade escapulotorácica nas direções cranial e caudal sem restrições, 16,66% apresentaram retração no membro esquerdo e 8,33% apresentaram retração bilateral, nas direções anterior e posterior 75% não apresentaram restrições, 16,66% apresentaram retração bilateral e 8,33% apresentaram retração em lado esquerdo (GRÁFICO 9).

Gráfico 9 – Análise da mobilidade global do complexo do ombro

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Alguns autores verificaram, em jogadores de voleibol, desequilíbrios musculares e uma redução da mobilidade na rotação interna no braço dominante em relação ao contra lateral, para estes autores a fraqueza dos rotadores externos é a principal causa desta situação KIBLER, 1998; BRINER e BENJAMIN, 1999 e WANG et al, 2000 apud CASTRO, 2006).

Foi realizada a avaliação dinâmica do ritmo escapulotorácico bilateral sendo palpado o ângulo inferior da escápula durante todo movimento de abdução da glenoumeral (TABELA 1).

TABELA 1- Avaliação Dinâmica do Ritmo Escapulotorácico (n=12)

AVALIADO Membro Direito Membro Esquerdo

A Acima de 60° Acima de 60° B Acima de 60° Acima de 60° C Acima de 60° Acima de 60° D Acima de 60° Abaixo de 60° E Abaixo de 60° Abaixo de 60° F Abaixo de 60° Acima de 60° G Acima de 60° Acima de 60° H Acima de 60° Acima de 60° I Acima de 60° Acima de 60° J Abaixo de 60° Abaixo de 60° K Acima de 60° Acima de 60° L Acima de 60° Abaixo de 60°

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Na realização deste teste, se a escápula inicia precocemente (abaixo de 60°), a báscula lateral indica a presença de aderências na articulação glenoumeral e/ou fraqueza dos músculos escapulotorácicos (SOUZA, 2001).

Foram realizados testes de comprimento muscular destacando os músculos redondo maior, grande dorsal, rombóides e rotadores internos e externos do ombro (TABELA 2).

TABELA 2 – Testes de Comprimento Muscular (n=12) Avaliado Redondo Maior,

Grande Dorsal e Rombóides

Rotadores

Internos Rotadores Externos

A Normal Encurtamento

Bilateral Normal

B Normal Encurtamento

Bilateral Encurtamento Bilateral

C Encurtamento

Bilateral Normal Encurtamento Bilateral

D Encurtamento

Bilateral Normal Normal

E Normal Encurtamento

Membro E Normal

F Encurtamento

Bilateral Encurtamento Bilateral Encurtamento Bilateral

G Encurtamento

Bilateral Normal Normal

H Normal Normal Normal

I Normal Encurtamento

Bilateral Normal

J Encurtamento

Bilateral Encurtamento Membro D Normal

K Encurtamento

Bilateral Encurtamento Bilateral Encurtamento Bilateral

L Encurtamento

Bilateral Normal Normal

FONTE: Dados do Pesquisador

Quando os músculos escápuloumerais se encontram encurtados ocorre um desequilíbrio muscular que permite um movimento excessivo da escapula para abdução e rotação externa durante a elevação do ombro (LIMA, 2007).

Em um estudo realizado por SOARES (2003) a presença de encurtamento muscular em atletas foi grande sendo que o encurtamento do peitoral menor foi presente em 100% de sua amostra.

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Neste estudo realizado destaca-se as avaliadas F e K que possuem encurtamento em todas musculaturas testadas, sendo que a atleta F apresenta diagnóstico de SIO.

Foi realizado a goniometria dos membros superiores nos movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação lateral e rotação medial tendo como amplitudes normais retiradas de SOUZA (2001). (APÊNDICE E)

O défict de ADM de algumas articulações provoca uma sobrecarga nas outras, podendo originar lesões degenerativas ou inflamatórias (MORELLI, 1993).

O aumento da rotação lateral, pode indicar uma frouxidão glenoumeral anormal, assim como a diminuição da rotação medial significa contratura posterior (GARRICK, 2001).

Neste estudo todas as atletas apresentaram graus de amplitude de rotação lateral e medial dentro dos padrões da normalidade.

Em relação a força muscular, todos sujeitos apresentaram grau 5 para coracobraquial, supra-espinal, deltóide anterior, grande dorsal, rombóides maior e menor, trapézio, serrátil anterior e bíceps braquial (TABELA 3).

TABELA 3 – Grau de Força Muscular (n=12)

AVALIADO Grau de Força

A Apresenta grau 4 nos músculos Deltóide Posterior, Peitoral Maior Superior, Infra-Espinal e Redondo Menor

B Apresenta grau 5 em todos os músculos

C Apresenta grau 4 nos músculos Peitoral Maior Superior e Inferior, Subescapular e Grande Dorsal

D Apresenta grau 4 nos músculos Peitoral Maior Superior e Inferior, Infra-Espinal Redondo Maior e Subescapular E Apresenta grau 5 em todos os músculos

F Apresenta grau 4 no músculo Peitoral Maior Superior G Apresenta grau 4 nos músculos Deltóide Posterior,

Infra-Espinal e Redondo Menor

H Apresenta grau 4 nos músculos Deltóide Posterior, Infra-Espinal, Redondo Maior e Redondo Menor

I Apresenta grau 5 em todos os músculos

J Apresenta grau 4 nos músculos Infra-Espinal e Redondo Maior K Apresenta grau 4 nos músculos Peitoral Maior Superior e

Inferior, Subescapular

L Apresenta grau 4 nos músculos Deltóide Posterior, Infra-Espinal e Redondo Menor

FONTE: Dados do Pesquisador

Os principais músculos estabilizadores da articulação escapulotorácica são o trapézio e o grande dorsal, eles atuam na condução da escápula durante a elevação

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do membro superior. Em conjunto com o elevador da escápula, eles suportam o ombro contra o efeito vertical da gravidade. Na verdade eles são os primeiros a realizar a rotação externa da escápulotorácica. A importância desses dois músculos resume-se na prevenção do movimento indesejado de elevação da articulação glenoumeral pelo deltóide, caso as funções de um deles se encontre diminuída o risco de lesão no complexo do ombro aumentará (GOLD et al, 1985; MOTTRAM,1997).

Os sujeitos da amostra apresentaram grau 5, ou seja, grau de força máxima para os músculos citados acima.

A função do manguito rotador de estabilizar o ombro contra as ações dos músculos deltóide e peitoral maior é prejudicada quando um de seus músculos fica enfraquecido, a força destes músculos são o elemento principal para a estabilidade glenoumeral dinâmica (ANDREWS et al, 2000; NORDIN, 2000).

Metade da amostra apresentou alguma fraqueza no músculo infraespinhal, sendo este um músculo que compõe o manguito rotador.

Foram aplicados testes específicos para o ombro, sendo os principais que facilitam diagnóstico de SIO.(TABELA 4)

TABELA 4 – Testes Específicos (n=12) AVALIADO Neer Jobe Gerber Queda

do Braço Apreensão Posterior Speed D E D E D E D E D E D E A - + - - - - - - + - - + B + - + - - - - - - - - - C - - - - - - - - - - - - D - - + - + - - - + - + - E + - + + - - - - - - + - F + - + - + - - - - - + + G + - - - - - - - - - + + H - - - - - - - - - - + - I - - + - + - - - + - - - J - - - + - - - - - - - - K - - - - - - - - - - - - L + - - - - - - - - - + +

* Critérios: (+) positividade ao teste, (-) negatividade ao teste FONTE: Dados do Pesquisador

Existem vários testes que auxiliam no diagnostico de SIO, sendo que LASMAR (2000) destaca dois testes, o teste de NEER (FIGURA 1), muito importante

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para verificar a tendinite e o teste de JOBE (FIGURA 2), teste realizado para verificar a integridade dos tendões sendo este um teste exclusivo para a avaliação do músculo supra-espinhal.

No presente estudo destacam-se as atletas D e F que apresentaram maior positividade nos testes,sendo estas que relataram quadro álgico freqüente em ombro e realizam a pratica do esporte durante mais tempo.

Figura 1 – Teste de NEER

Fonte: http://www.ligadeortopedia.com.br/UserImages/00000183_fig14.jpg&imgrefurl

Figura 2 – Teste de Jobe

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Referências

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