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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS.

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Academic year: 2021

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Fernanda Ferreira da Silva Santos¹ Jaime de Arruda Duarte Júnior² Marilza Clara do Nascimento³

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Fernanda.andrade92@gmail.com

RISCO ECOLÓGICO NAS SUB-BACIAS DO RIO CUIABÁ EM MATO GROSSO CAUSADO PELO USO DA TERRA E DAS ÁGUAS.

1-INTRODUÇÃO

Tanto na área rural, quanto na área urbana, a falta de controle e monitoramento adequado tem causado riscos ecológicos e desequilíbrios na integridade ecológica tendo como consequência a degradação ambiental como: infertilidade do solos, eliminação e/ou diminuição da biodiversidade, má qualidade da água entre outros efeitos.

Uma vez que as bacias hidrográficas são ecossistemas essencialmente abertos trocando energia e matéria entre si e, com os ecossistemas terrestres adjacentes, uma ação antrópica de forma desordenada provocada pelas diversas atividades desenvolvidas proporciona alterações de diferentes tipos nas mesmas.

Portanto, com base na identificação e mapeamento dos riscos atuais e futuros causados pelas infraestruturas de desenvolvimento através das diversas atividades humanas, possibilitará a identificação das unidades de bacias hidrológicas que apresentam contraste por posições qualitativas de risco à integridade ecológica em alto,

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médio ou baixo numa escala mais apurada. Para que possa propor conservação e/ou recuperação, planejamentos e entre outros recursos.

2-OBJETIVO

• Identificar e estabelecer os estressores surgidos pela utilização do uso da terra. • Avaliar a sensibilidade de cada estressor de acordo com as unidades de

paisagens das variáveis físicas em cada unidade hidrográfica estudando o grau de vulnerabilidade e de riscos ecológicos dos diferentes ambientes.

• Aplicar a metodologia de Mattson&Angermeier (2007) na geração do Índice de riscos ecológicos na Bacia do Rio Cuiabá Mato-grossense.

3-MATERIAIS E METODOS

Fazer um levantamento de estressores que provoquem danos potenciais à integridade ecológica, com ajuda de referenciais teóricos e órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização dos estressores; logo depois da seleção dos estressores, selecionar especialistas (professores, mestres, doutores e profissionais de áreas afins que entendem perfeitamente a dinâmica dos estressores para com o meio aquático) para poder alcançar a indicação de áreas para a implantação de estratégias regionais e locais de conservação, a metodologia adotada é de análise baseada em imagens de satélites multissensoriais de alta resolução.

Os estressores escolhidos para serem estudados serão: área de população urbana, pastagens, agricultura, estradas, pontes, açudes, psiculturas em suas modalidades, cana de açucar, hidreléticas e PCHs e tipos de mineração. As espacializações dos estressores e fatores físicos determinantes serão elaboradas a partir de extensos trabalhos de geoprocessamento, incluindo o processamento de planos de informação temáticos pré-existentes e análise do Modelo Numérico de Terreno SRTM e imagens de Landsat TM, CBERS CCD e SPOT HRG.

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O mapa de uso da terra será baseado em interpretação visual utilizando-se de imagens de satélite Landsat-TM5 apoiados nas imagens SPOT. Os tipos vegetacionais serão baseados em mapas elaborados pelo SEPLAN-MT (Secretaria de Planejamento de Mato Grosso) na escala de 1:250.000.

Matrizes da sensibilidade dos estressores com relação às variáveis físicas ou unidades de paisagem da bacia e a severidade dos atributos da integridade ecológica serão baseados nos trabalhos de um painel de especialistas organizado pelo WWF e por especialistas regionais do Estado de Mato Grosso. A quantificação e classe da frequência dos estressores, o índice de risco ecológico (IRE) e índice de risco Ecológico Composto (IRE-C) segui-se a metodologia de Matsson & Angermeier (2007).

Incluiu-se no cálculo de índice de risco, a sensibilidade dos estressores frente às variáveis físicas de acordo com a metodologia do WWF. Com relação aos estressores, determinou-se a frequência dos mesmos, ou seja, a quantidade ou número de vezes que cada estressor ocorre para indicar a intensidade de cada um deles em cada sub-bacia.

Assim, a quantificação e a classificação da frequência de cada estressor será feita de acordo com sua medida métrica (quantidade, extensão, área e densidade) gerando 5 classes: 1 = muito baixo, 2 = baixo, 3 = moderado, 4 = alto e 5 = muito alto. Por último, foi gerado o Índice de Risco ecológico Composto (IRE-C), sendo o mesmo o somatório dos IREs de cada estressor, para refletir o risco global para a integridade ecológica.

4-RESULTADOS

Os resultados preliminares dos estressores estudados até o momento indicam que são significativas as sub-bacias que apresentam moderado, alto e muito alto sensibilidade, por todos os estressores estudados preliminarmente. Já a vulnerabilidade através do IRE apresenta graus mais elevados para as pastagens, pontes e rodovias e o IRE-C apresentam de moderado a alto risco levando em consideração todos os

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estressores. Para as áreas úmidas do Pantanal indicam que os Índices de Risco Ecológico por estressor e composto (IRE-C) mostram níveis de muito baixo a moderado na planície, devido a pouco ocorrência destes estressores na área, enquanto no restante da bacia é significativo o número de sub-bacias que apresentam níveis elevados nos IRE por estressor e IRE_C. Logo abaixo, apresentará os resultados em forma de mapas.

2.0 Tabela de pesos para quantificar a frequência derivada do painel de especialistas

Estressores Frequência

Muito Baixo Baixo Moderado Alto Muito

Alto Piscicultura Intensiva 0 1-5 6-15 16-25 26-85 Piscicultura Semi-Intensiva 0 1-5 5-10 10-20 20-130 Piscicultura Extensiva 0 1-5 6-10 11-20 21-70 Açude 0 1-20 21-70 71-140 141-600 Ouro/diamante 0 1 2 3-6 7-13 Areia 0 0-2 2-5 5-20 20-45 Água mineral 0 1-2 0 0 0 Hidrelétrica 0 0 0 0 >1 PCH 0 1 2 3 4 Usina de cana de 0 0 0-1 0 0

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Os dados obtidos na tabela 2.0 mostra a quantidade ou porcentagem de frequência que cada estressor em uma área da sub-bacia pode trazer algum tipo de risco, esses valores foram estabelecidos pelos especialistas. (Exemplo: Pastagem- 0 á 10 pastagem em uma sub-bacia é considerado muito baixo impacto, de 10 a 25 é baixo risco e assim sucessivamente.)

Com os valores estabelecidos e com os dados de sensibilidade e frequência foi possível a elaboração de mapas, visando apresentar onde ocorre mais atividades estressoras, as quais foram escolhidas para o estudo, mostrando também seu nível de impacto negativo para a área situada. Abaixo os mapas elaborados no decorrer da pesquisa apresentam os dados avaliados.

açúcar

Área plantada de cana de açúcar 0 0,1-2 2-5% 5-17% 17-42% Pastagem 0-10 10-25 25-45 45-55 55< Agricultura 0 0- 5 5-15 15-30 30-90 População Urbana 0,00-0,01 0,01-0,15 0,15-0,50 0,50-1,00 1,00-6,1 Pontes <5 5 - 15 15 - 25 25 -50 >50 Estradas/rodovias ,0,1 0,1 – 0,4 0,4 – 0,7 0,7 – 1,0 >1

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Nos mapas acima evidencia a situação de risco na integridade ecológica em cada sub-bacia do Rio Cuiabá sendo ela muito baixa, baixa, moderada, alto e muito alta. É possível interpretar que as áreas mais altas têm um índice mais alto de risco pela ocorrência dos estressores, pois entende-se que as áreas mais altas podem influenciar diretamente ou diretamente as áreas mais baixas.

No mapa de agricultura apresenta um alto risco na parte mais alta pois entende-se que são áreas com favorecimento topográfico que podem comprometer sua área e consequentemente afetar áreas mais baixas, ressaltando o grande uso de defensivos agrícolas, surgindo consigo outro impacto negativo ao meio.

Nota-se que na parte sudeste da bacia onde tem a maior ocorrência das pastagens ocupando as pediplanada e morres e vales em áreas de cabeceiras, apresentam-se com alto e muito alto indíce de risco ecológico. Observa-se que o risco está em grande parte associado ao padrão de uso da terra deste estressor quanto a frequência ou intensidade de ocorrência do mesmo, embora esteja embutida dentro da avaliação de risco o grau de gravidade ou severidade do impacto deste estressor sobre a integridade ecológica. Estas definições são semelhantes aos utilizadas em ecologia de perturbação, em que a frequência e severidade são comumente usadas para descrever a extensão e magnitude de um evento em um sistema natural (MATTSON & ANGERMEIER, 2007). Compreende que toda a biodiversidade de uma vegetação natural foi substituída por outra artificial constituída pelas pastagens, apresentando mudanças significativas nos condutores bióticos e com agravantes, muitos já discutidos anteriormente, aos sistemas hídricos das sub-bacias onde elas ocorrem.

Já ao norte da bacia em áreas de cabeceiras onde existe uma moderada e alta frequência de ocorrência das pastagens, apresenta-se com índice moderado a baixo de risco ecológico e a nororeste algumas subbacias apresentam-se de alto a muito alto

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risco. Percebe-se que no uso desta atividade o uso do fogo e o desmatamento de vales leva à perda do horizonte fértil dos solos e o pisoteio do gado forma caminhos em áreas inclinadas concentrando as águas pluviais com processos de ravinamentos e assoreamento de vales, além, de um maior escoamento superficial pela compactação. Os impactos ambientais decorrem da forma de exploração do solo, desde plantios e manejos inadequados, desmate em áreas impróprias e sobre solos arenosos e susceptíveis à erosão, ou sobre áreas legalmente protegidas como encostas de morros, fundos de vales de alta declividade e mata ciliar.

As rodovias e pontes apresentam de moderado a muito alto risco em subbacias de acordo com a frequência dos mesmos e quanto mais proximo as áreas urbanas, que por sua vez apresentam-se mais altas conforme o aumento destas áreas.

As PCHs e as UHEs apresentam alto a muito alto risco na planície pantaneira e nos locais de ocorrência. Do mesmo modo as usinas de cana de açúcar trazem grande comprometimento rios das planícies de inundação e nas áreas mais elevadas, enquanto a área plantada de cana de açúcar predominantemente moderado risco e alto relevos mais movimentadas.

Os açudes e as pisciculturas em suas modalidades apresentaram-se predominantemente alto risco ao noroeste da bacia em áreas com relevo de aplainamento e parte movimentado com predominância do clima de moderado a severo. A mineração na parte água apresenta-se com maiores riscos nas áreas de cabeceira, a areia nos tributários dos rios maiores e ouro e diamante nas áreas de maiores declividades.

Um número significativo de sub-bacias do Rio Cuiabá mostram IRE de moderado a muito alto, com relação aos estressores pontes e as rodovias, mostrando que os mesmos tem participação na alteração e desequilíbrio da integridade ecológica.

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O Índice de risco composto onde é contabilizado todos os estressores juntos, percebe-se na planície pantaneira muito baixo risco, ficando as sub-bacias de maiores riscos na parte central da bacia onde há maior utilização nas extremidades da bacia, ao norte e sudeste variam de moderado a alto risco conforme figura abaixo. Finalizando toda a pesquisa em agosto de 2014 para validação dos dados em campo realizando analises ao meio.

5-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, G.A.V. Manual de Avaliação e Monitoramento de Integridade Ecológica, com Uso de Bioindicadores e Ecologia de Paisagens. 75 f. São Paulo. Nazaré Paulista. 2010

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Mattson, Kimberly M. e Angermeier Paul L. Integrating Human Impacts and Ecological Integrityinto a Risk-Based Protocol for Conservation Planning. DOI 10.1007/s00267-005-0238-7. Environ Manage. 2007. 39:125–138

PETRY, Paulo, et. al. An Assessment of Vulnerability and Ecological Risk Index Analysis Applied to the Paraguay Basin. Brasília-DF, WWF & TNC. p. 12. 2010.

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