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DOSSIÊ: Riscos de Limitações ao Direito à Educação. Gênero e Educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais Edital Público SPM/PR

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Gênero e Educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais Edital Público SPM/PR

DOSSIÊ: Riscos de Limitações ao Direito à Educação

São Paulo – SP Maio, 2016

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Proposta do Dossiê

Em 2015, muitas informações sobre gênero no currículo escolar estiveram em debate. Os argumentos contrários ao enfrentamento das desigualdades de gênero pela educação tiveram grande repercussão. A questão não se restringiu a aprovação dos planos municipais de educação. Após esse momento de mobilização no legislativo municipal e estadual, a desinformação e inciativas que afetam o cotidiano escolar passaram a atingir não mais apenas o currículo, mas também o exercício funcional dos profissionais de educação.

Com base nesse problema: práticas escolares, currículo e igualdade de gênero, este documento se propõem reunir as principais iniciativas em 2015 e 2016, no sentido de permitir um panorama das ideias que estão em tensão e afirmar suas consequências para o direito à educação.

A seguir estão indexados um conjunto de notas públicas, pareceres e notícias sobre gênero na escola e o direito à educação, segundo três temas: mobilização contra a igualdade de gênero na escola (anexo A), instrumentos contra a igualdade de gênero na escola (anexo B), e reações e manifestações a favor da igualdade de gênero na escola (anexo C).

Quem somos

Este dossiê foi organizado pelo projeto Gênero e Educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. O projeto tem por objeto geral contribuir para o fortalecimento da agenda da igualdade de gênero nas po-líticas educacionais, em articulação com as questões de renda, raça/etnia e diversidade sexual, como desafio fundamental para a superação de desigual-dades educacionais e garantia do direito humano à educação de todas e to-dos. Parte do diagnóstico que a agenda de gênero se configura como algo frágil nas políticas educacionais brasileiras, sofrendo recuos nos últimos anos na gestão educacional em várias regiões do país.

O projeto foi organizado e é coordenado por Ação Educativa, Geledés, ECOS e CLADEM. Para mais informações ver: < http://generoeeducacao.org.br>. Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação é uma associação civil sem fins lucrativos fundada em 1994. Sua missão é promover direitos educativo, culturais e da juventude, tendo em vista a justiça social, a democracia parti-cipativa e o desenvolvimento sustentável. Para tanto, realiza atividades de formação e apoio a grupos de educadores, jovens e agentes culturais.

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gra campanhas e outras ações coletivas que visam à realização desses direi-tos, no nível local, nacional e internacional. Desenvolve pesquisas, divulga informações e análises enfocando as políticas públicas na perspectiva dos direitos humanos e da igualdade étnico-racial e de gênero.

Geledés – Instituto da Mulher Negra foi criado em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvan-tagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira. Suas áreas de atua-ção prioritárias da aatua-ção política e social são a questão racial, as questões de gênero, as implicações desses temas com os direitos humanos, a educação, a saúde, a comunicação, o mercado de trabalho, a pesquisa e as políticas públicas.

ECOS – Comunicação em Sexualidade é uma organização não-governamental com 20 anos de atuação consolidada na defesa dos direitos humanos, com ênfase nos direitos sexuais e direitos reprodutivos, em especial de adoles-centes e jovens, com a perspectiva de erradicar as discriminações relativas a gênero, orientação sexual, idade, raça/etnia, existência de deficiências, classe social.

CLADEM – Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher surgiu em 1987 como uma rede feminista que trabalha para con-tribuir a plena vigência dos direitos das mulheres na América Latina e no Ca-ribe, utilizando o direito como ferramenta de mudança. Conta com status consultivo na Categoria II das Nações Unidades, desde 1995, e goza de reco-nhecimento para participar das atividades da OEA desde 2002.

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4 1 Mobilização contra a igualdade de gênero na escola

A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - se pronunciou sobre gênero no currículo a partir da nomenclatura “ideologia de gênero” para mobilizar a sociedade para a votação dos planos municipais de educação. Após a carta de 18 de junho de 2015, diferentes dioceses se manifestaram afirmando a existência de uma ideologia de gênero.

Outros grupos religiosos subscreveram notas que afirmam um posiciona-mento sobre o direito à educação, posicionaposiciona-mento restritivo e que não se coaduna com o ordenamento de proteção dos direitos humanos.

A identificação dessas manifestações é útil para identificar o viés que ações contra a igualdade de gênero na escola estão adotando.

Em anexo:

- Nota “Ideologia de Gênero”, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Regional OESTE III (Dom Neri José Tondello);

- Nota Pastoral sobre o risco da Ideologia de Gênero no Plano Muni-cipal de Educação (Bispo Antônio Carlos Rossi Keller);

- Nota de Bispos do regional Leste 1 da CNBB, Estado do Rio de Ja-neiro (Orani João Cardeal Tempesta e outros);

- Nota da Ordem dos Ministros Evangélicos do Estado do Ceará – OR-MECE (Pastor Francisco Paixão Bezerra Cordeiro e Pastor Glauco Bar-reira Magalhães Filho);

- Notícia: Por pressão, planos de educação de 8 Estados excluem

‘ide-ologia de gênero’, Folha de São Paulo, 25.06.2015;

- Notícia: Mesmo derrotado no legislativo, MEC insiste em promover

ensino da “ideologia de gênero”, Sempre Família, 16.02.2016.

2 Instrumentos contra a igualdade de gênero na escola

Após a retirada da expressão gênero dos planos municipais de educação, não foi proibido falar de gênero na escola. A medida atinge a organização da política pública, porém a permanência de gênero na escola, como conteúdo, ainda está assegurado pelo ordenamento jurídico. Apesar de não existir lei

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que proiba ou criminalize os profissionais de educação, está sendo divulgado um modelo de notificação extrajudicial.

Nessa direção, um dos grupos atuante é a associação Escola sem Partido que disponibiliza um site com orientações aos pais e estudantes sobre como identificar e documentar o que o grupo chama de doutrinação ideológica. A documentação das práticas escolares sobre iguladade de gênero tem como objetivo subsidiar ações judiciais.

Em anexo:

- Planeje sua Denúncia, escolasempartido;

- Notificação Extrajudicial: serviço de utilidade pública, escolasempartido;

- São Paulo-MPE Processo n. 136.720/2008, representação sobre atuação de professores, escolasempartido;

- Flagrando o Doutrinado, escolasempartido; - Quem somos, escolasempartido;

- Dia Nacional de Luta contra a Doutrinação nas Escolas: orientação sobre representação ao Ministério Público;

- Representação contra o INEP, reação ao tema de redação do ENEM 2016. Disponível em:<http://www.escolasempartido.org/ima-ges/MPF>. Acesso em 09.05.2016;

- Conselho aos Pais, escolasempartido: “processem por dano moral as escolas e os professores que transmitirem conteúdos imorais aos seus filhos”;

- Notícia: Procurador da República lança documento para famílias

leva-rem aos diretores de Escolas onde seus filhos estudam, Blog Paracleto,

19.04.2016;

- “Notificação extrajudicial para tirar a Ideologia de Gênero do Colégio do seu Filho”, Guilherme Schelb (Procurador da República);

- Notícia: Projeto de lei prevê prisão de docente que falar sobre

“ideolo-gia de gênero”, Centro de Referência em Educação Integral,

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6 QUADRO 1:Modelo de Notificação – EscolasemPartido.org

Notificação Extrajudicial: serviço de utilidade pública

Uma das formas de prevenir o abuso da liberdade de ensinar por parte do professor do seu filho é notificá-lo extrajudicialmente para que ele se abstenha de adotar certas condutas em sala de aula. Para isso, a equipe do Escola sem Partido preparou o modelo de notificação extrajudicial que se vê abaixo. Considerando o interesse dos pais em que seus filhos não sejam identificados e, eventualmente, perseguidos pelos professores e pela escola, elaboramos um modelo de notificação anônima. Nada impede, porém, que os pais se identifiquem, se quise-rem.

Trata-se apenas de um modelo, que poderá ser adaptado segundo a necessidade, a vontade e a imaginação jurídica dos pais.

Pense que, se a notificação produzir o efeito esperado, sua iniciativa reverterá em benefício de todos os alunos do professor notificado, e não apenas do seu filho. Trata-se, portanto, de um serviço de utilidade pública.

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QUADRO 2: Procurador da República ensina sobre notificação extrajudicial

Fonte: YoubTube (https://www.youtube.com/watch?v=xqYPWg-c6m8)

QUADRO 3: Modelo de Notificação Extrajudicial, elaboração atribuída à Guilherme Schu-lber

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8 Fonte: http://jaufransiqueira.com/notificao-extra-judicial-contra-a-ideologia-de-genero/

3 Reações e manifestações a favor da igualdade de gênero na escola A campanha contra a igualdade de gênero no currículo escolar ganhou uma dimensão na sociedade brasileira que organizações da sociedade civil, gru-pos de pesquisa, e fóruns de educação, além de instituições públicas, assu-miram uma posição pública sobre o tema. Tais notas buscam apresentar os fundamentos jurídicos e sociais para a garantia da atuação docente nas es-colas e para o desenvolvimento de atividades comprometidas com um en-frentamento das desigualdades sociais.

Em anexo:

- Nota Técnica n. 24/2015 – CGDH/DPEDHUC/SECADI/MEC, Ministério da Educação, 17.08.2015;

- Nota Pública, MEC repudia tentativas de cerceamento dos princípios e fins da educação brasileira, 04.05.2016;

- Artigo de Opinião, JUSTIFICANDO, Planos de Educação: corrida de obstácu-los pela igualdade de gênero, Ingrid Leão, 04.12.2015;

- Notícia: Movimentos emitem nota em defesa da diversidade de gênero em

escolas de Palmas, T1 Notícias, 29.03.2016;

- Nota Pública ONU Mulheres, 05.05.2016;

- Carta Pública sobre a importância de Gênero e Sexualidade na Educação. ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação); - Fórum Nacional de Educação reforça possibilidade de debate de gênero e diversidade sexual em salas de aula:

32 ª Nota http://fne.mec.gov.br/images/notas/32NP3.pdf

36 ª Nota http://fne.mec.gov.br/images/notas/Formatadas/36NoP.pdf

- Parecer da Defensoria Pública do Estado de São Paulo sobre notificação extrajudicial que limita ação docen te sobre gênero na escola,

02.05.2016;

- Petição da Defensoria Pública de São Paulo à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, 26.04.2016.

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ANEXOS - A

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ANEXOS - B

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ANEXOS - C

Referências

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