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3. Elementos Narrativos do Cinema. Produção Audiovisual

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Academic year: 2021

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Produção Audiovisual

3. Elementos

Narrativos do Cinema

Para finalizar esse aprofundamento na linguagem do cinema, poder se apropriar dessa gramática audiovisual, a partir dai, começar a fazer as próprias produções, se analisam os elementos narrativos do cinema que seu co- nhecimento auxilia na leitura e produção de filmes, como os planos, enquadramentos e ângulos, os movimentos de câmera e os cortes e transições, além de um tipo de plano muito especial e usado frequentemente nas mídias móveis, o plano-sequencia.

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3.0. Elementos Narrativos

do Cinema

Um Fotograma é cada uma das imagens fotográficas estáticas captadas pelo equipamento de fil-magem, as quais, projetadas em uma certa velocidade, produzem a ilusão de movimento aos olhos humanos. Cada uma das imagens impressas quimicamente no filme cinematográfico e registradas em código binário nas câmeras digitais.

Fotografados por uma câmara a uma cadência constante (desde 1929 padronizada em 24 por segundo) e depois projetados no mesmo ritmo, em registro e sobre uma tela, os fotogramas pro-duzem no espectador a ilusão de movimento. No suporte em película, a projeção de imagens estáticas em sequência para criar a ilusão de movimento terá de ser de no mínimo 16 fotogramas (quadros) por segundo, para que o cérebro humano não detecte que são simples imagens isoladas.

Fotograma

Desde 1929, juntamente com a universalização do cinema sonoro, as projeções cinematográficas no mundo inteiro foram padronizadas em 24 quadros por segundo. O cinema digital alterou este padrão. Em vídeo digital é comum o uso de 25 fotogra-mas (frames) por segundo, 30 ou atualmente com as câmeras de Alta Definição (HD) até 60 ou mais quadros por segundo.

Esta persistência da visão faz com que nossa per-cepção misture as imagens de forma contínua, dando a sensação de movimento natural.

Como imagem individual de um filme, o fotograma corresponde ao frame do vídeo, e ambos são ge-nericamente chamados de ‘quadros’ de um produ-to audiovisual.

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O conceito de Plano é um tanto amplo, e a palavra é utilizada de uma forma bem elástica. Umas definições podem ser:

O Plano é

- o intervalo que há entre dois cortes; - a menor unidade fílmica;

- um conjunto ordenado de fotogramas ou imagens fixas, limitado espacialmente por um en-quadramento (que pode ser fixo ou móvel) e temporalmente por uma duração;

- um trecho de filme rodado ininterruptamente, ou que parece ter sido rodado sem interrupção;

Plano

Quando um plano é cortado na montagem e se pas-sa ao plano seguinte, muda a posição da câmera e as dimensões do plano.

DICA Storyboard

No storyboard se apontam os planos, a sequên-cia deles e os movimentos de câmera que se deseja gravar.

O storyboard são os desenhos que formam um “roteiro” em quadrinhos, permitindo melhor visualização de como vão acontecer as cenas e, com isso, facilitando a programação na fase de pré-produção, para que se calcule tudo o que será necessário para filmar determinada cena.

Enquadrar é a ação de selecionar determinada por-ção do cenário para figurar na tela, escolhendo os ângulos e a amplitude do plano. Assim, a depender do enquadramento, uma paisagem pode aparecer com mais céu, mais árvores, mais água. Uma pes-soa pode aparecer inteira na tela, ou pode-se optar por mostrar apenas seu rosto.

Enquadramento

REFERÊNCIA

Lendo Filmes: A Direção de Fotografia em

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Além da divisão em planos, a câmera pode ser definida quanto a sua inclinação. Define-se ângulo tendo em vista o eixo que a câmera faz em relação a sua posição vertical ou horizontal.

Ângulos

A escolha do que é visto e de como é visto é um dos principais recursos narrativos da linguagem videográfica. Além dos planos e ângulos a câmera tem o recurso de mover-se em relação à sua base e ao eixo da ação.

Movimentos de Câmera

A Tomada, em cinema e audiovisual, é um trecho de filme ou vídeo rodado ininterruptamente. Neste sentido, confunde-se com a ideia de plano, já que também poderia ser definida como um plano ou série de planos.

Cada captura feita de uma determinada parte do filme, com o objetivo de se chegar àquela mais perfeita. Particularmente no cinema de ficção, um mesmo trecho de filme pode ser encenado e registrado repetidas vezes, para que seja possível selecionar a melhor, no julgamento da equipe e especialmente do diretor, a que será utilizada na versão final do filme.

Esse recurso pode ser apontado como um dos diferenciais existentes entre o cinema e o teatro, já que as cenas deste, embora possam ser ensaiadas à exaustão, não estão livres dos erros humanos, ao serem apresentadas ao público, ao contrário das cenas cinematográficas, que podem ser trata-das por técnicos competentes, a fim de eliminar erros de vários tipos.

- Na filmagem, portanto, cada tomada é uma tentativa de rodar um plano.

- Na montagem, cada uma das tomadas rodadas será uma opção para aquele trecho de filme. Mesmo eliminadas as tentativas “erradas” (porque o ator errou o texto ou gaguejou, porque o diretor de fotografia perdeu o foco, porque o movimento de câmara foi impreciso, porque o som não ficou tecnicamente claro…), muitas vezes permanecem várias tomadas de um mesmo plano para serem analisadas pelo montador e pelo diretor.

Tomada

DICA Claquete

Claquete é um dispositivo usado no cinema e audiovisual para identificar os planos e tomadas rodados durante a produção, e também para ajudar na sincronização entre imagem e som. É normalmente formada por uma peça maior, onde são escritos os dados de identificação da tomada, e uma menor, articulada, que é batida contra a peça principal, provocando um ruído característico.

A batida da claquete, e portanto sua função de sincronização, é necessária sempre que a imagem e o som do produto audiovisual em questão são captados em equipamentos separados.

Com o cinema digital tornou-se comum fazer mais de uma captação de som, em mais de um suporte, e as produções profissionais seguiram

usando a claquete como instrumento. Até porque sua outra função, de identificação das tomadas, é necessária em qualquer tipo de produção audiovisual, uma vez que os planos e cenas são rodados fora de ordem, e muitas vezes repetidos, e devem passar pelo processo de montagem para chegar à seleção e ordenamento finais.

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Tomadas de um mesmo plano podem ser diferentes umas das outras em função do enquadra-mento, do movienquadra-mento, da luz, de nuances na interpretação dos atores, etc. Boa parte do processo de montagem consiste em escolher a melhor tomada de cada plano, ou a melhor opção dentre as existentes para cada plano do filme.

No filme pronto, não existe mais diferença entre plano e tomada, daí a confusão entre os dois conceitos.

Corte

O Corte pode ser encarado de duas formas. - No plano cinematográfico, é literalmente o cor-te da película ou a incor-terrupção do registro pela câmera.

- No plano fílmico, acontece um corte, quando há descontinuidade da imagem mostrada na tela, correspondendo a uma mudança de pla-nos, possivelmente com enquadramento e an-gulação diferentes.

O trabalho de montagem de um filme consiste em recortar as gravações e colar, em seguida, as partes selecionadas, em uma ordem determinada, dando ao filme sua versão e sentido definitivos.

Cena

A Cena é uma unidade de tempo e de espaço em que se desenrola uma parte do filme. É menor que a seqüência. Ao contrário do que ocorre nesta, não há elipses dentro de uma cena. Pode-se entender a cena também como a menor unidade fílmica com significado completo ou o conjunto de planos.

Cena pode ser visto como:

- o conjunto de planos situados num mesmo local ou num mesmo cenário, e que se desenrolam dentro de um tempo determinado

- um segmento que mostra uma ação unitária e totalmente contínua, sem elipse nem salto de um plano ao outro

Na prática da realização audiovisual, o conceito de cena é importante desde a concepção do roteiro, que normalmente é escrito prevendo a divisão da ação em cenas. Esta divisão, e a caracterização de cada cena (interior ou exterior, noturna ou diurna, em locação ou em estúdio), passam a ser dados essenciais para o trabalho da produção.

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Sequência

Sequência é um conjunto de cenas sem cortes que formam uma grande subdivisão da narrativa fílmica, com uma relativa unidade interna. Um filme convencional é formado por algumas poucas seqüências, cada uma compreendendo uma etapa mais ou menos separada das outras pelos a-contecimentos que desenvolve.

Compara-se a sequência de um filme narrativo com o capítulo de um romance, já que em ambos, sequência e capítulo possuem ações independentes completas, com inícios, meios e fins aparentes, e ambos concluem com uma espécie de clímax dramático.

A cena é determinada mais particularmente por uma unidade de tempo e de lugar (…), ao passo que o que caracteriza a sequência é mais a unidade de ação. Mas, em geral, uma sequência não precisa ter uma única locação, e sua cronologia pode ser ambígua, desde que se mantenha a uni-dade dramática.

Dentro de uma seqüência, pode haver lacunas de tempo, isto é, eventos que se supõe ocorrer, em-bora não sejam mostrados na tela. A isso, dá-se o nome de elipse.

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O conceito de plano é um tanto amplo, e a palavra é utilizada de uma forma bem elástica. Umas definições podem ser:

Definições de Planos

determinada a sua duração definitiva, atendendo a critérios de ritmo e fluência. Um único plano pode ser dividido em trechos menores e dar origem a dois ou mais planos, que serão intercalados com outros dentro de uma cena ou sequência.

Além disso, se foram rodadas várias tomadas de cada plano, o montador deverá escolher qual delas é a melhor, levando em conta critérios de interpretação dos atores, qualidade técnica da fo-tografia, movimentos de câmara, som, enquadramento, etc. Portanto, na montagem, cada tomada é uma opção de plano.

No filme finalizado, o plano não será mais um trecho inteiro de filme rodado, mas apenas o trecho

selecionado pelo montador, eventualmente modificado pelo processo de pós-produção. O plano é então percebido como um trecho de filme situado entre dois cortes.

3.1. Planos, Enquadramentos

e Ângulos

DEFINIÇÃO O plano é:

- o intervalo que há entre dois cortes. - a menor unidade fílmica.

- um trecho de filme rodado ininterruptamente, ou que parece ter sido rodado sem interrupção

- um conjunto ordenado de fotogramas ou imagens fixas, limitado espacialmente por um enquadramento (que pode ser fixo ou móvel) e temporalmente por uma duração.

Quando um plano é cortado na montagem e se pas-sa ao plano seguinte, muda a posição da câmera e as dimensões do plano.

No momento da filmagem, o plano inicia-se

sem-pre que a câmera é ligada para a captação de ima-gens e termina quando ela é desligada.

No processo de montagem, partes do início e do

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Vídeo aula – Plano (Telinha de Cinema)

Por outro lado, no filme pronto o plano não é mais um conjunto de tentativas de filmagem ou de op-ções de montagem, mas uma única escolha, mon-tada em sequência com os demais planos do filme. No filme pronto, a tomada deixa de existir, ou en-tão torna-se sinônimo de plano.

Enquadrar é a ação de selecionar determinada por-ção do cenário para figurar na tela, escolhendo os ângulos e a amplitude do plano. Assim, a depender do enquadramento, uma paisagem pode aparecer com mais céu, mais árvores, mais água. Uma pes-soa pode aparecer inteira na tela, ou pode-se optar por mostrar apenas seu rosto.

Enquadramento

DICA

Regra dos Terços

Olhando pelo visor da câmera e dividindo mentalmente o quadro em três partes (três horizontais e três verticais) as melhores ima-gens são aquelas onde o assunto principal não está no centro e sim em um dos quatro pontos de interseção chamados de pontos de ouro ou áureos. A colocação em um destes pontos vai

depender do assunto e de como ele deve ser apresentado.

Posicionando nos pontos de cruzamento o assunto que se deseja destacar para se obter uma foto equilibrada. Por exemplo, os olhos de um personagem devem ficar na linha

superior. O horizonte não deve ficar no centro do quadro e sim na linha superior ou na inferior quando se quiser

dar mais ênfase ao primeiro plano. Esta é uma regra que deve ser seguida em tomadas normais, mas pode-se por razões dramáticas ou para isolar um objeto do todo, enquadrar de outra maneira.

O plano costuma ser classificado de acordo com diversos critérios:

- Quanto à distância entre a câmera e o objecto filmado (enquadramento): - Quanto à duração

- Quanto ao ângulo vertical - Quanto ao ângulo horizontal - Quanto ao movimento

Classificações dos Planos

REFERÊNCIA

Exemplos de planos no cinema

REFERÊNCIA

Planos Cinematográficos no Cinema Moderno

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Enquadramento de um grande cenário ou de uma paisagem, no qual é difícil identificar a presença dos personagens de imediato. O Plano Geral pode ser um conjunto de casas, uma cena geral e aberta das ruas de uma cidade, um grande campo para agricultura e outras cenas de iguais propor-ções. Este plano serve para contextualizar o local onde ocorrerá a cena seguinte.

Plano Geral

No plano de conjunto é mostrado um enquadramento de um cenário, no qual um ou mais perso-nagens podem ser vislumbrados e identificados facilmente. Assim como no Plano Geral, este plano serve para contextualizar o local onde ocorrerá todo o resto da cena, assim como para mostrar quais personagens participam desta cena.

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O plano de detalhe mostra detalhes do rosto, de uma parte do corpo, de um objeto, etc.

Este enquadramento serve para chamar a atenção para um objeto, como uma mala que foi es-quecida no aeroporto, ou para uma ação de uma parte específica do corpo, como as mãos de um personagem escrevendo uma carta.

Também serve para aumentar a carga dramática de uma cena, como por exemplo, ao enquadrar os pés de um assassino caminhando pela casa, sem revelar sua identidade. Ou o enquadramento dos dedos de um personagem nervoso, tamborilando sobre a mesa.

Plano de Detalhe

Plano Médio

Plano médio mostra um trecho de um ambiente, em geral com pelo menos um personagem em quadro, de corpo inteiro.

Plano Americano

Plano americano mostra o personagem dos joe-lhos para cima, aproximadamente.

Primeiro Plano

O Primeiro Plano (às vezes chamado também close-up) mostra um único personagem em enquadra-mento mais fechado que o plano americano, em que o ator é focalizado somente em sua face.

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8

Primeiríssimo Plano

Siglas dos Planos

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- Personagem no ângulo de duas paredes – cria sensação de confinamento. - Câmera não enquadrando teto – cria sensação de confinamento.

- Personagem se afastando da câmera – cria sensação de solidão (em direção ao mar em dia chu-voso, por exemplo).

- Personagem se aproximando rápido em direção à câmera – cria sensação ameaçadora. O perso-nagem parece crescer.

- Câmera alta – faz o personagem parecer pequeno. Réu diante do juiz, por exemplo. Sobre um veículo, faz ele parecer perder a velocidade.

- Câmera baixa – faz o personagem mais importante. Usando uma grande angular, o veículo parece ganhar velocidade.

- Câmera enquadrando o céu – cria sensação de liberdade.

Significados dos Planos

REFERÊNCIA Tipos de Enquadramentos Cinematográficos EFEITOS PSICOLóGICOS REFERÊNCIA Análise de Enquadramentos: filme A Cela

- Plano relâmpago: dura menos de um segundo, correspondendo quase a um piscar de olhos. - Plano-sequência: é um plano tão longo que se pode dizer que corresponde a uma sequência inteira do filme.

- Entre esses dois extremos, pode haver planos mais curtos (com duração de uns poucos segun-dos) ou mais longos (durando um ou vários minutos).

Mas é claro que a percepção de um plano como curto ou longo depende não apenas de sua du-ração, mas também do que acontece no decorrer do plano.

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Enquanto ao ângulo vertical do enquadramento:

Ângulos

Câmera Alta ou Plongê (do francês plongée, “mergulhado”) ou Picado:

A câmara está posicionada acima do seu objecto, que é visto, portanto, em ângulo superior. En-quadra a pessoa de cima para baixo dando a impressão de achatamento ou inferioridade.

Ângulo Normal:

A câmera está situada na mesma altura do olho do ator, vendo o ambiente como este. No geral, inten-sifica a dramaticidade do roteiro;

Câmera na diagonal:

Gera um desequilíbrio na imagem criando uma tensão interna. É usada para revelar estados de desequilíbrio. Por exemplo: pessoa passando mal — câmera em close-up pegando o rosto de lado.

Câmera Subjetiva:

A câmera subjetiva é aquela em que temos a impressão de estarmos olhando a cena com os olhos do ator ou atriz.Por exemplo: Bate-se na porta e uma mulher atende. Mostra-se essa mulher em primeiro plano e a pessoa que bateu na porta em primeiro plano também. Elas conversam entre si e as cenas as mostram de frente uma falando com a outra. A câmera assume o papel (ponto de vista) de cada um dos personagens.

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FILME

Enter the Void (trailer)

ENTER THE VOID (death scene)

Câmera Zenital (ou plongê absoluto): a câmara

é colocada no alto do cenário, apontando direta-mente para baixo.

Câmera Contra-Zenital (ou contra-plongê

absolu-to): a câmara aponta diretamente para cima.

Enquanto ao ângulo horizontal:

- Frontal: é o plano em que a câmara filma o personagem ou objeto de frente. - Lateral (ou de perfil): o personagem é visto de lado.

- Traseiro: o personagem é visto por trás.

- Plano de 3/4: ângulo intermediário entre o frontal e o lateral (assim chamado porque mostra aproximadamente 3/4 do rosto do personagem).

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Movimento onde a câmera se move em seu próprio eixo, na horizontal. É semelhante a uma pes-soa que mexe sua cabeça de um lado para o outro, alterando o ângulo de visão. Este movimento descreve uma cena horizontalmente, podendo ser da esquerda para direita.

Panorâmica (ou PAN)

3.2. Movimentos de Câmera

Câmera Fixa

REFERÊNCIA

No Country For Old Men Abertura

Plano fixo é aquele em que a câmara permanece fixa, sobre o tripé ou outro equipamento adequa-do, ainda que haja movimento interno no plano, de personagens, objectos, veículos, etc.

Movimento similar à panorâmica, só que feito no eixo vertical, semelhante a uma pessoa que mexe a cabeça de cima para baixo ou vice-versa. Ambos movimentos podem ser facilitados com um tripé com uma cabeça “fluida” para criar movimentos mais suaves. Descreve um objeto, um prédio, uma pessoa no sentido vertical, ele pode ser usado de cima para baixo, ou de baixo para cima, dependendo da intenção da descrição.

Tilt (ou Panorâmica Vertical)

Movimento gerado quando a câmera descola-se sobre um carrinho de rodas. O movimento pode ser lateral, de avanço ou de recuo (em relação ao personagem ou ao centro da ação), normal-mente sobre um objeto fixo. O movimento pode ser realizado com a ajuda de um carrinho, de trilhos, ou pela mão do operador.

Dollying / Travelling

REFERÊNCIA

Travelling em The Shining (O Iluminado)

Esses equipamentos são profissionais e muito caros, mas existem soluções caseiras para simular os movimentos da Dolly, como cadeiras com rodas, carros, skate… Ou se pode construir um similar

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Um travelling só que com a câmera na mão.

Câmera na Mão

FRASE Cinema Novo

“Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” é o lema de cineastas que, nos anos 60, se propõem a realizar filmes de autor, baratos, com preocupações sociais e enraizados na cultura brasileira.

SÉRIE

Cidade dos Homens

Quando se grava com a câmera na mão e se está caminhando ou correndo, resulta importante usar um estabilizador de câmera semi-profissional ou feito caseiramente, para evitar os movimentos bruscos da câmera.

Steadycam

Zoom-in

Aumento na distância focal da lente da câmara durante uma tomada, o que dá ao espectador a impressão de aproximação do elemento que está sendo filmado.

Zoom

REFERÊNCIA

Zoom Fractal / infinito

Zoom-out

Diminuição da distância focal da lente durante uma tomada, o que dá ao espectador a impressão de que está se afastando do elemento que está sendo filmado.

O zoom é um recurso que deve ser usado com cuidado, pois a imagem fica mais inestável e de pior qualidade.

Exemplos de Movimentos de Câmera

REFERÊNCIA Análise de Técnicas

Cinematográficas em Kill Bill Vol.1

REFERÊNCIAS

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3.3. Cortes e Transições

Corte

O trabalho de montagem de um filme consiste em recortar as gravações e colar, em seguida, as partes selecionadas, em uma ordem determinada, dando ao filme sua versão e sentido definitivos. Corte, em cinema e audiovisual, é a passagem de um plano a outro.

Todo corte, portanto, pressupõe a existência de dois planos: o que vem antes do corte (por conven-ção chamado de “plano A”) e o que vem depois do corte (“plano B”).

O Corte pode ser encarado de duas formas.

- No plano cinematográfico, é literalmente o corte da película ou a interrupção do registro pela câmera.

- No plano fílmico, acontece um corte, quando há descontinuidade da imagem mostrada na tela, correspondendo a uma mudança de pla-nos, possivelmente com enquadramento e an-gulação diferentes.

Os cortes podem ser classificados de acordo com a modificação espacial ou com a modificação tem-poral estabelecida entre os planos A e B.

Outra classificação possível dos cortes é quanto à pontuação. Neste sentido, um corte pode ser di-reto, em fade, em fusão em sobreposição, ou ainda alguma variante dessas possibilidades básicas.

Classificação dos cortes

CORTE DIRETO

REFERÊNCIA Programa Piloto

Também chamado de corte seco ou corte simples; (em inglês, straight cut) ocorre quando a passagem de um plano a outro se dá sem qualquer estado in-termediário: o último fotograma ou frame do plano A é imediatamente sucedido pelo primeiro fotogra-ma do plano B.

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FADE

Fade é quando a passagem entre um plano e outro se dá de forma gradual, sendo que o estado intermediário é uma imagem neutra (tela preta, tela branca ou de qualquer cor). Fade out é o desa-parecimento gradual do plano A até uma imagem neutra. Fade in é o adesa-parecimento gradual do plano B a partir de uma imagem neutra.

FUSÃO

Fusão (em inglês, dissolve) é outra forma gradual de corte, em que o estado intermediário é uma

“mistura” entre o plano A e o plano B: no decorrer da fusão (que pode durar alguns fotogramas ou mesmo alguns segundos), a imagem do plano A vai gradualmente desaparecendo enquanto a ima-gem do plano B vai surgindo.

SOBREPOSIÇÃO

Sobreposição (em inglês, superimpose ou apenas super) é quando dois planos (isto é, duas imagens captadas de forma independente) coexistem na tela durante algum tempo.

VIDEOCLIPE

Exemplo de uso de transições e efeitos em videoclipes REFERÊNCIA

Demostração de transições no Premiere Pro

Procure selecionar uma transição e usar a mesma durante todo o vídeo.

Transições são fusões mais complexas que o fade ou movimentos para dar passagem de um vídeo para outro e que pode ser usada como um elemento da linguagem.

Transições

REFERÊNCIA

Tutorial Factory FX 3D (em inglês)

REFERÊNCIA

Abertura 2001 Uma Odisséia no Espaço

A Elipse, na literatura, no cinema e em outras formas narrativas, ou na poesia, refere-se a omissão intencional de códigos e/ou informações facilmente identificáveis pelo contexto, por elementos, có-digos ou significados construidos por sucessões de imagens sequenciadas.

Elipse Narrativa

Um exemplo de elipse é a cena do filme “2001 Uma Odisséia no Espaço” (Stanley Kubrick) onde o suposto homem/macaco lança o objeto/osso para o alto, a camera focaliza a imagem e na sequência sobre mesma angulação entra a imagem da nave no espaço. Neste exemplo cria-se uma elipse de milênios de evolução, sem que para isso seja necessário observar cada momento deste processo evolutivo, tudo isto acontece pelo modo em que as imagens são organizadas.

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3.4. Plano-Sequência

O Plano e a Sequência

Plano que registra a ação de uma sequência inteira, sem cortes. O que caracteriza o plano-sequên-cia não é apenas a sua duração, mas o fato de ele ser articulado para representar o equivalente de uma sequência. Conviria, portanto, distingui-lo do plano longo “onde nenhuma sucessão de acontecimentos é representada”, tais como planos fixos de duração acima da média envolvendo diálogos ou simples localizações de personagens e cenários.

Foi principalmente a partir dos longos e elaborados planos filmados por Orson Welles e seu fotó-grafo Gregg Toland em “Cidadão Kane” (1941) que se desenvolveu a teoria do plano-sequência. O teórico André Bazin, em vários artigos escritos para a revista Cahiers du Cinéma a partir de 1951, defendeu a ideia de que o plano-sequência e a profundidade de campo seriam os grandes instru-mentos do realismo cinematográfico, evitando a fragmentação do real que ocorreria através da montagem e respeitando a realidade e a liberdade do espectador.

REFERÊNCIA Revista Janela:

Lendo Filmes – Plano Sequência

FILME

Festim Diabólico

Em 1948, Hitchcock tentou fazer um longa-metragem inteiro rodado num único plano-sequência, “Festim diabólico“. Como os maiores rolos de película fabricados eram (e continuam sendo) de 1000 pés (aproximadamente 11 minutos), o filme acabou sendo rodado em 12 planos, com durações entre 4 e 10 minutos cada, e com cortes “invisíveis” entre eles, dando a impressão de um único plano.

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No cinema atual

O plano-sequência continua sendo usado no cinema contemporâneo, mas normalmente sem a defesa ideológica que costumava acompanhá-lo nos anos 1960. Cineastas como Brian De Palma, Stanley Kubrick, Alfonso Cuarón, Martin Scorsese, Quentin Tarantino… souberam utilizar planos-sequências em momentos-chave de seus filmes, provocando no espectador a sensação de uma mudança na relação entre o tempo do filme e o tempo da história que ele conta, que normalmente é estabelecida pela decupagem e pela montagem.

REFERÊNCIA

Seleção de Planos-Sequência Clássicos

Já diretores como Theo Angelopoulos, Jim Jarmusch e Andrei Tarkovski tornaram-se conhecidos por rodarem filmes inteiros estruturados em um pequeno número de longos planos-sequência. Assim que a tecnologia digital superou a limitação dos rolos de 11 minutos, experiências mais radicais puderam ser tentadas: em 2002, Alexander Sokurov rodou “A Arca russa” em um único plano-sequência de 96 minutos; antes ainda, em 2000, Mike Figgis realizou “Timecode” em 4 pla-nos-sequência de 97 minutos cada, rodados ao mesmo tempo com quatro câmaras digitais e, no filme, exibidos simultaneamente numa tela dividida em quatro.

TRAILER

Russian Ark (Arca Russa)

Assim que a tecnologia digital superou a limitação dos rolos de 11 minutos, experiências mais radicais puderam ser tentadas: em 2002, Alexander Sokurov rodou “A Arca Russa” em um único plano-sequência de 96 minutos.

TRAILER Time Code

Uma delas conta a rotina de um executivo que é abandonado pela ex-mulher. Em outra um assassinato mobiliza varias pessoas e preocupa a policia.

No Brasil, em 2008, Gustavo Spolidoro dirigiu “Ainda orangotangos”, rodado em um único plano-sequência de 81 minutos.

FILME

Ainda Orangotangos No Brasil, em 2008, Gustavo

Spolidoro dirigiu “Ainda orangotangos”, rodado em um único plano-sequência de 81 minutos. Making Of – Ainda Orangotangos

SESSÃO DE FILMES

Programação de filmes feitos com Plano-Sequência

Referências

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