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ATIVIDADE INVESTIGATIVA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

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Academic year: 2021

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ATIVIDADE INVESTIGATIVA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Kátya Danielle de Freitas¹ Mayron Henrique de Morais¹ Taize Cristina Fonseca¹ Catarina Teixeira²

¹ Alunos do curso de Ciências Biológicas (ISED/FUNEDI/UEMG) ² Professora do Curso de Ciências Biológicas (ISED/FUNEDI/UEMG)

RESUMO: Este trabalho foi realizado durante o desenvolvimento do Estágio Supervisionado I, em uma escola no município de Divinópolis- MG, tendo como enfoque as DSTs. O trabalho se desenvolveu em três etapas: na primeira etapa foi explicado sobre as DSTs; em seguida foi desenvolvido e aplicado um jogo com caráter investigativo; e para finalizar o trabalho, os alunos montaram cartazes em casa o que lhes proporcionou tratar de sexualidade em ambiente familiar. Estes cartazes foram fixados na escola.

Palavras-chave: educação sexual, DSTs e jogo educativo.

Introdução

Propiciar informações e esclarecer as dúvidas dos adolescentes, no que se refere às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), representa uma questão de cidadania, cuja concretização é, potencialmente, capaz de resultar numa vivência sexual mais saudável e segura. (POSSEBON et al., 2005). Apesar de ser sabido que a sexualidade aborda vários ambientes, a escola, como instituição formadora de cidadãos, tem um papel fundamental na disseminação do conhecimento sobre sexo, de uma forma mais aberta e que inclua aspectos sociais, psicológicos, culturais, além dos anatômicos e fisiológicos (CRUZ et al. 2011).

O estudo de Teixeira et al. (2006) mostra que o uso de preservativos por adolescentes é diretamente proporcional à escolaridade da mãe, mostrando o papel fundamental da escola na educação sexual, não só do individuo, mas na propagação de conhecimento para outras gerações. É indispensável que a educação sexual seja feita desde o ensino fundamental, para que o aluno possua conhecimentos prévios sobre várias questões de sexualidade antes de dar inicio na sua vida sexual. O uso do preservativo na iniciação sexual aumenta a probabilidade de seu uso durante a vida sexual. Este

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dado mostra que jovens que usam preservativos desde o inicio tendem a manter essa prática, no decorrer da sua vida sexual, diminuindo a disseminação e o contagio das DSTs e reforça que as DSTs devem ser bem trabalhadas, assim como seus métodos de prevenção no ensino fundamental (TEIXEIRA et al., 2006).

Como a maioria dos alunos da escola onde foi abordado este tema, assim como os do ensino fundamental em geral, não iniciaram sua vida sexual, tratar de prevenção poderia se tornar um assunto desinteressante e um tanto verbalístico, pois embora o tema saúde sexual faça parte do conteúdo programático das escolas, nem sempre o conhecimento e o método adotado para sua abordagem proporcionam resultados satisfatórios em termos de esclarecimento (POSSEBON et al, 2005).

De acordo com Teixeira (2006), o Ensino de Ciências, apesar de todo desenvolvimento cientifico e tecnológico, ainda se restringe ao uso do livro didático, o que muitas vezes se torna desinteressante.

Uma opção muito relevante é aplicar o Ensino de Ciências por investigação, cujo objetivo é aumentar o estado de conhecimento sobre fenômenos e aspectos da realidade, pretendendo sugerir imagens alternativas de aulas de ciências, diferentes daquelas que têm sido mais comuns nas escolas (MUNFORD, et al. 2007). Sendo assim, o nosso trabalho com educação sexual para alunos do ensino fundamental se baseou no ensino por investigação, onde nossas perguntas instigavam a curiosidade dos alunos, sendo uma aula construída em conjunto. Apesar da liberdade que o ensino por investigação proporciona, é necessário que o professor direcione os alunos na elaboração de questões para a investigação, e assim manter o foco no que se pretende estudar (MUNFORD, et al, 2007).

Objetivos

O presente trabalho foi desenvolvido no Estágio Supervisionado I, do curso de Ciências Biológicas, tendo como objetivo desenvolver uma atividade experimental investigativa com o uso de um jogo pedagógico, no intuito de aumentar o conhecimento sobre sexualidade, esclarecendo o que são as DSTs, e suas formas de contágio. Verificou-se também a importância de estudá-las e os métodos de prevenção, trabalhando de uma forma interativa, ajudando os alunos a se descobrirem como um ser sexual que se relaciona com o próximo de forma consciente.

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Metodologia

Para desenvolver o trabalho, dividimos o estudo em três etapas, sendo a primeira uma apresentação das características gerais das DSTs; a segunda um jogo para fixação do aprendizado; e a terceira a produção de cartazes para que os alunos pudessem expor o que aprenderam e assim conscientizar os demais alunos da escola.

Aula amostral

A primeira etapa foi uma aula com uma apresentação em power point com as principais DSTs, suas características, forma de contagio, prevenção e algumas imagens reais. Para que houvesse uma maior liberdade dos alunos conosco, durante a aula, íamos conversando sobre as doenças, fazendo perguntas para que pensassem sobre o assunto, o que possibilitou discutir o tema e ver o nível de conhecimento para abordarmos as questões seguintes.

Jogo

A segunda etapa foi a realização de um jogo de tabuleiro numerado de 1 a 10. Foram confeccionadas cartas com perguntas relacionadas às DSTs e sexualidade em geral. A sala foi dividida em quatro grupos e um líder de cada grupo foi eleito afim de mover os peões. A cada acerto do grupo o peão era movido de uma casa a outra, e a cada erro ocorria intervenção dos estagiários para a devida explicação da pergunta. O grupo que chegasse na última casa primeiro venceria o jogo.

Cartazes

Após a abordagem completa do assunto, foi proposto que os alunos produzissem cartazes, em casa, sendo uma oportunidade para que as DSTs fossem discutidas também em ambiente familiar. Outro objetivo foi o repasse de conhecimento dos alunos, sobre o que aprenderam, para os demais alunos da escola. Os cartazes por eles produzidos foram expostos na escola.

Resultados e discussão

Todas as três etapas do trabalho foram bem sucedidas. Foi possível verificar o envolvimento e a curiosidade de todos os alunos. Durante a aula teórica os alunos se entrosaram, como na exposição da Cancro mole, queriam saber porque o nome popular era “cavalo”, uma aluna disse que tinha um tio portador de AIDS; outra queria saber se as DSTs podiam ser transmitidas por beijo;

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perguntaram, também, se um mosquito picar um aidético e depois picar uma pessoa saudável se esta pode pegar AIDS, dentre outros questionamentos.

Durante o jogo a maioria das questões foi respondida corretamente, porém algumas que foram respondidas erradas nos chamaram atenção, como uma questão que falava sobre o crescente uso de sabonetes íntimos femininos, e se este crescimento estaria relacionado a alguma prevenção de DSTs. A esta pergunta o grupo respondeu: “... Sim, porque se eles não prevenissem as pessoas não usariam e não comprariam tanto”. Então, foi necessária a intervenção onde ocorreu a explicação que esse crescimento não estava relacionado a nenhuma prevenção de DSTs, mas mesmo assim é uma questão preocupante, porque um produto pode passar ideias erradas para um adolescente que está iniciando sua vida sexual e que é necessário que os produtos tragam em suas embalagens os seus reais benefícios de forma bem clara. Outra questão que nos chamou atenção foi sobre a diferença entre ter AIDS e ser portador do HIV. O grupo nos respondeu o seguinte: “...Quem pega HIV tem cura, mas quem pega a AIDS não”. Eles tiveram dificuldade em entender que HIV é o vírus que provoca a AIDS, julgaram ser coisas diferentes, e que o HIV é uma DST com cura. Se esta duvida não fosse esclarecida poderia acontecer de algum dia alguém receber o diagnostico de HIV e, por não apresentar sintomas, se sentir curado e se relacionar com outros parceiros sem o uso de preservativos. Apesar de termos abordado, durante a aula, que pessoas portadoras de DSTs podem não apresentar sintomas, durante o jogo eles ainda disseram: “... Para saber se tem DSTs é só olhar por dentro” e “... Portadores de doenças são mais tristes”. O jogo então foi mais uma oportunidade de falar para eles que esta é uma ideia errada sobre portadores de DSTs. O jogo também abordou questões sobre como tratar um aidético e eles responderam: “... Normal”, mostrando que já sabem a necessidade da inclusão de portadores de DSTs e que eles não oferecem risco à saúde por conviverem em conjunto.

Após notar tamanha interação e entusiasmo dos alunos em relação ao jogo, pudemos confirmar o que diz Taurouco (2004), que os jogos na Educação podem ser ferramentas instrucionais eficientes, pois além de motivarem, facilitam o aprendizado e aumentam a capacidade de retenção do que foi ensinado, exercendo as funções mentais dos alunos.

Através do jogo se revelam a autonomia, a criatividade, a originalidade e a possibilidade de simular situações do nosso cotidiano (TAUROUCO, 2004). Foi exatamente o que aconteceu dentro da sala de aula, muitos alunos puderam relatar fatos de seus cotidianos e experiências que já viveram.

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Perguntamos quais deles tinham discutido o assunto com os familiares e notamos que os alunos que debateram o assunto com a família foram os que apresentaram trabalhos com maior clareza do assunto. Como afirma Pereira (2007), adolescentes que pertencem a famílias do tipo “equilibradas”, ou seja, muito ligadas e muito flexíveis, revelam comportamentos sexuais mais saudáveis, evidenciando um menor nível de comportamento sexual de risco.

A abordagem do tema sexualidade nas escolas é de grande importância, pois ainda existem alguns mitos e tabus que devem ser esclarecidos aos alunos, antes mesmo que estes comecem suas vidas sexuais, e essas duvidas dificilmente são tratadas dentro de casa. No que se refere à orientação sexual, há uma transferência para a escola de uma responsabilidade que muitos pais não se dispõem ou encontram dificuldade em assumir. Mas a escola e a família têm papeis diferentes e complementares, uma não substitui a outra (JARDIM e BRÊTAS, 2006).

Referências

CRUZ, M. N; DANTA, M. A. T; TRINDADE, F. F. Abordagem sobre Educação Sexual no Ensino Fundamental através de um Jogo Educativo. V Colóquio Internacional: Educação Contemporânea. São Cristovão- SE, Brasil. Setembro, 2011. Disponível em: <http://www.educonufs.com.br> Acesso em: 20/6/2012.

JARDIM, D. P; BRÊTAS, J. R. da S. Orientação sexual na escola: a concepção dos professores de Jandira-SP. Revista Brasileira de Enfermagem, 2006, p. 157-162.

MUNFORD, D; LIMA, M. E. C. C. Ensinar ciências por investigação: em quê estamos de acordo? Disponível em: <http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/viewFile/ 122/172>. Acesso em: 20/6/12.

PEREIRA, A. M. de S.. Mestrado em Activação do Desenvolvimento Psicológico. Universidade de Avero, 2007.

POSSEBON, A. T; LAZZAROTTO, E. M. Orientação Sexual dos Adolescentes em tempos de DSTs/AIDS. 2° Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais no Brasil. UNIOESTE, Campus Cascavel, 2005. Disponível em: <http://cacphp.unioeste.br/projetos/gpps/midia/seminario2/poster/ educacao/ pedu23.pdf > Acesso em: 20/06/2012.

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TAROUCO, L.M.R.; ROLAND, L.C.; FABRE, M.C.J.M.; KONRATH, M.L.P. 2004. Jogos Educacionais. Novas Tecnologias na Educação, Vol. 2, n° 1.

TEIXEIRA, A. M. F B; KNAUTH, D. R; FACHEL, J. M. G; LEAL, A. F. Adolescentes e uso de preservativos: as escolhas dos jovens de três capitais brasileiras na iniciação e na última relação sexual.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(7):1385-1396, jul, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n7/04.pdf>. Acesso em 20/6/12.

Referências

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