VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
JULIO MARCOS FILHO TECNOLOGIA DE SEMENTES
DEPTO. DE PRODUÇÃO VEGETAL – USP/ESALQ
INTRODUÇÃO
Qualidade de sementes: conjunto de características que determinam o valor para a semeadura ou o potencial de desempenho de um lote de sementes
Atributos: genético, físico, fisiológico e sanidade Qualidade deve considerar o conjunto de componentes:
significado dos padrões para a comercialização? Os quatro componentes da qualidade apresentam
importância equivalente
INTRODUÇÃO
Componente Fisiológico da Qualidade:
atenção especial da pesquisa
produtor rural
primeiro “impacto” ocorre
no estabelecimento do estande
POTENCIAL FISIOLÓGICO
E VIGOR DE SEMENTES
Conjunto de aptidões que permite estimar a
capacidade teórica (ou probabilidade de
sucesso) da semente manifestar suas
funções vitais
POTENCIAL FISIOLÓGICO
Germinação (viabilidade) + Vigor de sementes
POTENCIAL FISIOLÓGICO
Informações obtidas em laboratório permitem comparar o potencial fisiológico das amostras examinadas
Comportamento das sementes em campo ou durante o armazenamento permite constatar até que ponto se
manifestou o potencial comparativo identificado em laboratório e a eficiência dos procedimentos utilizados para avaliá-lo
POTENCIAL FISIOLÓGICO
DÚVIDA
Por que lotes com germinação alta apresentam desempenhos inferiores em campo e durante o armazenamento?
Germinação e emergência das plântulas em campo de 94 amostras provenientes de lotes submetidos a fiscalização do comércio de sementes de soja no estado do Mississippi, USA. (Adaptado de Delouche, 1974)
POTENCIAL FISIOLÓGICO
DÚVIDA
Por que lotes com germinação semelhante apresentam desempenhos diferentes em campo e durante o armazenamento?
Germinação inicial e após armazenamento durante 18 meses, de 07 lotes de sementes de feijão, em condições normais de ambiente
(Adaptado de Delouche e Baskin, 1973)
Lote Germinação (%) Emergência de Plântulas (%)
Área 1 Área 2 Área 3
1 90 88 80 58
2 90 87 70 62
Exemplo hipotético da germinação e emergência de plântulas, sob diferentes condições de ambiente
•Longas distâncias •Longos períodos: 2 a 4 d •Trepidação •Altas temp.: > 50ºC •Chuvas e altas UR Durante o Transporte
Durante o Transporte: lonas claras, com
isolamento, ou com refrigeração
VIGOR DE SEMENTES
Primeira referência Nobbe (1876):
força motriz ou energia de crescimento Hiltner e Ihssen (1911) teste do tijolo moído
Até 1950, pouco foi feito:
teste de frio (Alberts, 1927) e algumas incursões esporádicas para avaliar a velocidade de germinação
Anos 1940 teste de tetrazólio
X X Y Y germinação vigor Deterioração 0 100 Porcentagem
Relação hipotética entre a germinação e o vigor durante a deterioração de sementes (Delouche & Caldwell, 1960)
Consequências
VIGOR DE SEMENTES
Marco histórico: a proposta de Franck (1950) Abordagem européia x norte-americana
Estabelecimento de Comitê Especial
Tentativas para Conceituar
Avanço da Pesquisa e Criação de Testes
VIGOR DE SEMENTES
Entusiasmo e resposta para dúvidas quanto ao desempenho das sementes
“Profecia” e supervalorização do parâmetro
Idéia predominante de 1950 a + 1975:
Estabelecimento do estande sob condições desfavoráveis de ambiente
Consequências
VIGOR DE SEMENTES
VIGOR DE SEMENTES
A partir do início da década de
1980: Vigor não responde a todas as perguntasNão é possível “profetizar”: vigor expressa um potencial
Deve ser considerada a interação potencial fisiológico x ambiente
Classificação dos níveis de vigor depende do teste
Lotes vigorosos x sucesso em diferentes ambientes
CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES
Termo “vigor” não surgiu para identificar um processo fisiológico definido, mas para interpretar manifestações do comportamento das sementes
Característica mais abstrata ou menos palpável, adotada graças à deficiência de parâmetros para elucidar dúvidas sobre o desempenho das sementes (Carvalho, 1986)
ISTA (2011): o vigor não é uma característica facilmente mensurável, mas um conceito que reune um conjunto de características associadas a aspectos do desempenho das sementes
Vigor é o resultado da ação conjunta de todos os atributos da semente, que permitem a obtenção de estande, sob condições favoráveis de campo (Isely, 1957).
O termo vigor deve ser definido em conexão com a capacidade de germinação: uma semente é considerada mais ou menos vigorosa, na dependência da sua habilidade para originar plântulas normais, sob certas condições sub-ótimas (Schoorel, 1960).
Vigor é a soma de todos os atributos da semente que favorecem um rápido e uniforme estabelecimento das plantas em campo (Delouche & Caldwell, 1960).
CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES
Vigor é um estado de boa saúde e robustez natural da semente, que permite a germinação rápida e completa, sob ampla faixa de condições de ambiente (Woodstock, 1965).
Um conceito sobre vigor não deve ser emitido apenas em termos de germinação: uma definição completa precisa incluir o comportamento durante o armazenamento e sobre a produção (Grabe, 1966).
Vigor tem sido definido com a utilização de termos como integridade, adaptabilidade, resistência, etc. mas nenhum deles é cientificamente respeitável (Heydecker, 1972).
CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES
CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES
É o conceito aceito pela ISTA
Vigor de sementes compreende conjunto de propriedades que determinam o potencial de lotes, com germinação aceitável, para a emergência rápida e uniforme de plântulas, sob ampla variação de condições de ambiente
(TeKrony, 2003)
CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES
Vigor compreende as propriedades das sementes que determinam o seu potencial para a emergência rápida e uniforme e desenvolvimento de plântulas normais, sob ampla diversidade de condições de ambiente (AOSA, 2009).
ALTO VIGOR Denise Dias
baixo vigor
alto vigor
França Neto
Denise Dias
Denise Dias BETERRABA
MELANCIA Warley Nascimento
MANIFESTAÇÕES POSITIVAS DO VIGOR
Emergência rápida e uniforme de plântulas normais
Desempenho diferenciado de plântulas, tanto sob
condições ideais como sub-ótimas
França Neto
O uso de sementes vigorosas assegura o estabelecimento de uma população adequada de plantas, mesmo sob condições estressantes
MANIFESTAÇÕES DO BAIXO VIGOR
SÃO AS MESMAS CITADAS EM
REDUÇÃO DA VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO DECLÍNIO DA VELOCIDADE DE CRESCIMENTO REDUÇÃO DO CRESCIMENTO
MENOR RESISTÊNCIA A ESTRESSES DO AMBIENTE DURANTE A GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA PLÂNTULA
REDUÇÃO DO POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO
REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA À AÇÃO DE MICRORGANISMOS REDUÇÃO DA PORCENTAGEM DE EMERGÊNCIA DE
PLÂNTULAS EM CAMPO
MAIOR ESPECIFICIDADE DAS CONDIÇÕES DE AMBIENTE PARA A GERMINAÇÃO
DESUNIFORMIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS
AUMENTO DA TAXA DE ANORMALIDADE DE PLÂNTULAS REDUÇÃO DA PERCENTAGEM DE GERMINAÇÃO REDUÇÃO DA PRODUÇÃO (DIRETA OU INDIRETA ?)
FATORES QUE AFETAM
O VIGOR DE SEMENTES
FATORES QUE AFETAM O VIGOR DE SEMENTES
Genótipo
Escolha da área para a produção de sementes
Condições climáticas durante a produção: época
de semeadura
Insetos e patógenos
Nutrição da planta-mãe
Momento e manejo durante a colheita
Secagem, beneficiamento, embalagem, armazenamento
VIGOR E DESEMPENHO
DE SEMENTES
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Grande desafio da pesquisa sobre o potencial fisiológico de sementes, AINDA NÃO COMPLETAMENTE VENCIDO é esclarecer a sua real influência sobre o comportamento das sementes após a semeadura e o desenvolvimento das plantas, inclusive a produção final
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
IMPORTANTE
IDENTIFICAR, COM SEGURANÇA, ATÉ QUE
PONTO POSSÍVEIS DIFERENÇAS NO
DESEMPENHO DE PLANTAS REALMENTE
SÃO CAUSADAS POR DIFERENÇAS NO
NÍVEL DE VIGOR DE SEMENTES
DIFERENÇAS
DE VIGOR ?
Osvaldo P. PereiraMENOR VIGOR
DE SEMENTES?
PLANTAS DOMINADAS DESPENDOAMENTO MAL CONDUZIDO Osvaldo P. PereiraVIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Delouche (1974): a influência do vigor da semente não se estende além da emergência das plântulas; os efeitos sobre a produção das plantas ainda não estão esclarecidos, embora haja indicações dessa possível influência
Direcionamento dos estudos: populações de plantas, respeitando-se as espécies em que predomina o interesse sobre o desempenho individual
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Burris (1976): vários procedimentos podem ser utilizados para detectar diferenças de vigor entre amostras de sementes, em laboratório, mas a verificação desses efeitos em campo não é tarefa simples.
Principal dificuldade se associa à diversidade do ambiente TeKrony e Egli (1991): o potencial fisiológico das sementes pode afetar indiretamente a produção da cultura, ao afetar a emergência das plântulas e o estabelecimento do estande, ou diretamente, mediante sua influência no vigor da planta
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Há efeito direto do vigor da semente sobre a
habilidade dos tecidos das plantas converterem
radiação solar em matéria seca?
INDIVÍDUOS X POPULAÇÕES
Hampton (2002): o vigor exerce profunda influência sobre a produção de várias culturas, mas esses efeitos se manifestam principalmente devido a possíveis diferenças na porcentagem de emergência das plântulas
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS
Rapidez e uniformidade determinam o grau de exposi-ção das sementes e plântulas a fatores adversos Amplitude da influência da emergência das plântulas sobre
o desempenho subsequente das plantas depende da importância da distribuição espacial da população em campo
hortaliças x milho, algodão x soja, arroz, trigo
UTILIZAÇÃO DE SEMENTES VIGOROSAS
- Consumo de sementes
- Porcentagem elevada de emergência de plântulas, sob ampla variação das condições de ambiente
- Obtenção de população adequada de plântulas
-Tolerância a estresses: profundidade de semeadura, veranicos, redução da temperatura, microrganismos, assoreamento, ... - Velocidade de emergência de plântulas e estabelecimento do
estande: vantagem na competição com plantas invasoras
- Uniformidade do estande e do sistema radicular
- Desenvolvimento inicial das plântulas
Obtenção de estande adequado
França Neto
Base para altas produtividades
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS
Emergência reduzida ou desuniforme:
Matthews (2010) REPOLHO
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS
Emergência reduzida ou desuniforme:
Emergência a 18oC / 25oC Emergência a 25oC
Temperatura sub-ótima: atraso no
desenvolvimento inicial
MELÃO
Marcos-Filho et al., 2006
BAIXO
VIGOR ALTO VIGOR França Neto
LOTE COMERCIALIZÁVEL ?
Foto: R.K. Zito
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS
Emergência reduzida ou desuniforme:
França Neto
PLANTAS INVASORAS
EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS
E DESENVOLVIMENTO INICIAL
DE PLANTAS
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS
Emergência reduzida ou desuniforme:
Desuniformidade da cultura, em diferentes estádios
Características das plantas associadas à colheita
Interferência na qualidade do produto (hortaliças)
EFEITOS SE RELACIONAM ÀS CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE
PROBLEMAS NO ESTANDE: PERCENTAGEM E VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS
DESUNIFORMIDADE NO DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DO PRODUTO
CONSEQUÊNCIAS DA NECESSIDADE DE RE-SEMEADURA • acréscimo no gasto de sementes
• cultivar não ideal
• acréscimo considerável no custo:
sementes e práticas agrícolas
• época semeadura • eficiência dos herbicidas • perda de adubo
• menores produtividades
França Neto
Padrões característicos da distribuição da emergência de plântulas de milho provenientes de amostras de sementes com diferentes níveis de vigor, em dois ambientes (Adaptado de Egli e Rucker, 2012)
Temp. ideal
Temp. < ideal
Lotes Germin. (%) Env. acel. (%) Emerg. pl. (%)
Mudas vigorosas % Mat. seca (g/planta)
1 80 24 50 35 6,86 2 85 20 37 23 4,50 3 75 32 38 24 4,17 4 81 58 74 52 9,88 5 92 64 57 44 8,23 6 91 65 71 46 8,24
Efeitos do vigor de sementes sobre a emergência de plântulas e a produção de mudas vigorosas de cebola
(Piana et al., 1995). Desenvolvimento inicial de plântulas de alface , cv. Regina (a) e Vera (b), provenientesde lotes de sementes com diferenças de vigor (Franzin et al., 2005).
Altura média de plantas de milho híbrido nos estádios fenológicos de 4 folhas (A) e de 8 folhas (B) em populações originadas de lotes compostos por diferentes proporções de sementes mais e menos vigorosas, em dois anos experimentais (Mondo et al., 2013).
VIGOR E DESENVOLVIMENTO
DAS PLANTAS E PRODUÇÃO
Plantas produtoras de grãos
Influência sobre a emergência e desenvolvimento inicial das plantas é suficiente para justificar a importância do uso de sementes de alto potencial fisiológico
Efeitos sobre o desenvolvimento das plantas e produção são menos evidentes
VIGOR: INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO
VIGOR: INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO
Plântula reservas da semente
Planta autotrófica
Até que ponto o vigor da semente pode interferir no desenvolvimento da planta e produção final? Como reconhecer essa transição ?
Até que ponto o crescimento da planta depende do uso das reservas da semente, além do impulso inicial ?
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Plantas produtoras de grãos
- Há diferenças na porcentagem de emergência de plântulas (estande) ?
- Não há diferenças na porcentagem de emergência (estande) ? INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS
PLANTAS E PRODUÇÃO Injúrias (%)
Germin. (%) Emerg. Pl.(%) Altura (cm) ProduçãoQueda da (%) 20(†) 40 11,5 98 87 59,1 164,9 0,0 17,0 95 86 57,7 162,9 3,2 23,0 95 79 52,6 156,7 3,8 40,0 96 78 51,8 155,0 15,5
(†) Dias após o início da emergência de plântulas
Efeitos da intensidade de injúrias mecânicas em sementes de milho sobre e a germinação, a emergência de plântulas, desenvolvimento das plantas e produção de grãos (Andrews, 1971)
Lotes 1 e 4 com maior potencial fisiológico. Estande final também superior. Produção a partir dos lotes 1 e 4, não diferentes entre si, superou as dos lotes 2 e 3, também não diferentes entre si.
Lotes Germin. (%) Condut.(*) Emerg.
Pl. (%) Desempenho em campo Estande final (No/m) Vagens (No/planta) Grãos verdes (kg/ha) Grãos secos (kg/ha) 1 83 155 94 8 3,7 732 302 2 62 192 100 7 3,2 552 225 3 64 207 84 7 4,5 555 253 4 88 138 98 9 4,0 681 328
Germinação, vigor de sementes armazenadas em câmara fria e seca e desempenho de plantas de ervilha ‘Telefone Alta’ em campo (Mielezrzki e Marcos-Filho, 2012) Estande planejado: 9 plantas/m, 180.000 plantas/ha
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Plantas produtoras de grãos
INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO
Vigor da semente x impulso inicial
“Efeito residual”: até quando?
Efeito
do
vigo
r da semente
Emergência Maturidade
“Efeito residual”: até quando?
Sementes Adriana, em 2009
Em Rio Verde, GO, lavouras semeadas com o cv. TMG 123 RR, de duas origens, com diferenças de vigor (distribuição da mesma quantidade de sementes/m, nas duas áreas)
Semente menos Vigorosa Semente mais Vigorosa
Sementes Adriana, em 2009
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Plantas produtoras de grãos
INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO
- Ajuste da quantidade de sementes com base na germinação + reserva técnica?
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Plantas produtoras de grãos
Qual é o grau máximo de deterioração que pode ser alcançado pelas sementes sem afetar o desempenho? Reação ao espaço disponível
NÍVEL MÍNIMO DE DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS
PLANTAS E PRODUÇÃO
Parâmetros Níveis de Vigor Alto Médio Baixo LABORATÓRIO
Germinação (%) Primeira Contagem (%) Velocidade de Emergência (índice) Emergência de Plântulas (%) 91 81 5,6 74 66 46 4,0 64 61 48 3,4 43 DESEMPENHO DAS PLANTAS
Altura 35 dias (cm) Área Foliar aos 35 dias (cm2)
Matéria Seca 50 dias (g) Área Foliar 70 dias (cm2)
Matéria Seca aos 70 dias (g) Vagens na Maturação Produção (g/planta) 142 1611 12,6 4799 47,8 220 52,5 102 1156 9,2 3529 25,1 151 37,0 88 1036 8,1 3104 21,2 130 32,9
Qualidade inicial das sementes e desempenho de plantas de soja, quando livres de competição (Popinigis, 1973)
Vigor Alt. 60 d (cm) Alt. 115 d (cm) 115 d (g)M. seca pan.No Nogrãos / pl Nopan.grãos / Prod. (g/pl) Alto 99 a 113 a 92,4 a 61 a 8.693 a 136 a 217 a Baixo 94 b 110 b 74,7 b 53 b 6.788 b 135 a 170 b
Relações entre vigor de sementes de arroz híbrido e o desempenho de plantas isoladas (Mielezrski et al., 2008)
SEMEADURA EM COVAS E DESBASTE
Fonte: França Neto et al., 1983 Ocorrência de seca ? POPULAÇÃO DE PLANTAS
Cultivar Níveis vigor Emergência (%) AceleradoEnvelh. (%) Produção (kg/ha) Davis Alto 91 81 1999 Médio 79 50 1926 Baixo 61 13 1994 Bossier Alto 88 76 1747 Médio 83 67 1813 Baixo 74 56 1773
Efeito do nível de vigor da semente sobre o rendimento da soja (França Neto et al. 1984)
POPULAÇÃO DE PLANTAS
RECOMENDAÇÃO DA QUANTIDADE DE SEMENTES É BASEADA NO ESPAÇAMENTO ENTRE SULCOS E NÚMERO DE PLANTAS POR METRO LINEAR, PARA A OBTENÇÃO DA POPULAÇÃO RECOMENDADA DE PLANTAS POR ÁREA
REFERÊNCIA DISPONÍVEL: GERMINAÇÃO OBTIDA EM LABORATÓRIO
DESBASTE É PRÁTICA USUAL OU NÃO?
VITRINE TECNOLÓGICA EMBRAPA/SOJA 2010/2011
França Neto
Cultivar: BRS 294 RR
Dois níveis de vigor: alto e baixo
Data de semeadura: 26/11/2010
Data de desbaste: 09/12/2010 – 12 pl/m
Data de colheita: 26/03/2011
VITRINE TECNOLÓGICA EMBRAPA/SOJA 2010/2011
PARÂMETRO VIGOR ALTO VIGOR BAIXO DIFERENÇA (%) Germinação (%) 97 81 16 p.p. Vigor TZ(%) 92 65 27 p.p. Popul. pós desbaste 12 12 ---Popul. Final (pl/m) 9,7 9,9 ---Altura de planta 81,2 71,3 13,9% Vagens/pl. (No) 60,2 45,6 32,0% Sementes/pl. (No) 133,0 97,6 36,3% Mat. Seca (g) 159,2 154,2 3,0% Produt. (kg/ha) 3.354 3.040 10,3% França Neto
Produtividade de grãos (kg/ha) em populações de plantas de milho originadas de lotes de sementes com diferentes níveis de vigor e sem controle de plantas daninhas (Adaptado de Dias et al., 2010)
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Plantas produtoras de órgãos vegetativos Hortaliças: populações mais baixas, produto comercial
é parte vegetativa aérea (folhosas), subterrânea ou parte reprodutiva (flores ou frutos)
Efeitos do vigor da semente sobre a emergência das plântulas podem ser críticos, quando as plantas são colhidas na fase vegetativa
O que ocorre quando não há diferenças no estande ? INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS
PLANTAS E PRODUÇÃO
Lotes Germin. (%) Env. Acel.(%) Emerg(%) Vel.Germ. (índice) Compr. Raízes (mm) Matéria Seca de Raízes (g) 1 93 99 87 48,5 61,5 8,1 2 93 91 80 48,2 58,1 6,1 3 92 89 76 48,1 58,0 5,5 4 91 86 73 47,1 48,3 5,3
Relações entre o vigor de sementes, avaliado em laboratório e o desenvolvimento de raízes de nabo, em condições de
campo (Hanumaiah & Andrews, 1973) (*) distribuição de número fixo de sementes
Lotes Germin.(%) Acel.Env. (%) Altura de plantas (cm) Matéria seca de plantas(g) Produção de bulbos (kg/ha) 28(†) 56 84 28 56 84 1 79 64 6,6 22,0 56,4 0,005 0,153 2,370 45,9 2 83 79 9,3 29,2 58,7 0,009 0, 315 2,513 43,6 5 90 80 9,6 28,7 56,3 0,009 0,338 2,158 46,1 6 80 73 8,6 26,0 55,8 0,008 0,245 2,005 42,5 (†).Dias após a semeadura
Relações entre o vigor de sementes de cebola e o desempenho das plantas em campo (Rodo & Marcos Filho, 2003)
.
Lotes mais vigorosos (2, 5 e 6) originaram plantas com maior desenvolvimento inicial (altura e massa seca aos 28 dias após a semeadura. Aos 84 dias as diferenças se atenuaram ou se inverteram e a produção final não diferiu significativamente (transplante). Estande ajustado para 14 plantas/m; transplante aos 42 dias (> 15 cm)
Lotes
Germin. plântulasEmerg. Envelh. (%)
M. seca (g/50 mudas)
Prod. comercial por planta
Prod. total por planta % Índ. % Índ. No frutos Peso (g) No frutos Peso (g) 1 100 37,8 98 31,2 91 5,7 8,5 1.327 10,5 2.422 2 100 41,6 100 32,0 95 5,9 7,9 1.239 10,8 2.279 3 96 34,5 97 25,6 86 5,1 8,2 1.494 11,2 2.349
Porcentagem e velocidade de germinação (índice), porcentagem e velocidade de emergência de plântulas (índice) e envelhecimento acelerado (%), de lotes de sementes de pepino, cv. Safira e seus reflexos no desempenho de plantas em parcelas transplantadas: massa seca aos 14 dias, produção comercial e total por planta.
(Lima e Marcos-Filho, 2009)
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Efeitos do vigor sobre a produção das plantas dependem de: - Porcentagem de emergência de plântulas (estande inicial) - Capacidade de compensação das plantas ou adaptação
ao espaço disponível
- Órgão da planta explorado comercialmente - População de plantas / área
- Época de colheita, em relação ao ciclo da planta - Grau de deterioração das sementes utilizadas
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas
a) Variação das condições experimentais b) Estudar efeitos em plantas individuais ou em
populações de plantas (cultura) ?
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
SCHUCH et al. (2009) SOJA - Soja, cv. Mercedez
- Germinação = 90%
Plântulas normais no Envelhecimento Acelerado = 69%
- Semeadura: 0,50cm entre linhas e entre plantas (plantas isoladas); 6 sementes por cova e desbaste deixando 1, com base na velocidade de germinação
Alto Vigor: emergência de plântulas até o 6odia
Baixo Vigor: emergência de plântulas entre o 9oe o 10odia
- Resultados:
Sementes com alto vigor originaram plantas com produção individual 25% superior às de baixo vigor
Pot. fisiol. No ramos Altura (cm) Diâmetro (cm) Vagens (No/pl) Sementes (No/vagem) Sementes (No/pl) 1000 sem. (g) Produção (g/pl) Alto 9,8 a 71 a 1,8 a 282 a 1,76 a 495 a 148 a 73,0 a Baixo 9,5 a 64 b 1,5 b 232 b 1,78 a 412 b 140 b 58,6 b
Dados referentes ao desempenho individual de plantas de soja originadas de sementes com diferenças no potencial fisiológico
(Schuch et al., 2009)
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
POPULAÇÕES (CULTURA)
KOLCHINSKI et al. (2005) SOJA Sementes:
Alto vigor:
Germinação: 95%; Emergência de plântulas : 94% Baixo vigor (envelhecidas):
Germinação: 75%; Emergência de plântulas: 70% Semeadura: sementes misturadas nas seguintes proporções: – 100% Baixo Vigor;
– 75% Baixo Vigor / 25% Alto Vigor; – 50% Baixo Vigor / 50% Alto Vigor; – 25% Baixo Vigor / 75% Alto Vigor; – 100% Alto Vigor
Efetuaram semeadura em covas e posterior desbaste (critério?)
Vigor x Produtividade
Fonte: Adaptado de Kolchinski, Schuch, Peske, 2005
Semente de Alta Qualidade: até 35% a mais de produtividade!
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00
CONCLUSÃO
A população originada apenas por sementes de alto vigor proporcionou acréscimo superiores a 35% no rendimento de grãos, em relação à população originada apenas por sementes de baixo vigor
A maior produtividade foi determinada pela maior quantidade de vagens por planta
França Neto
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas d) Quais são os valores de referência para caracterizar as
diferenças de vigor?
e) Trabalhar com diferenças amplas ou estreitas de vigor ? Testes diferentes com resultados expressos em unidades diferentes (%, cm, g, velocidade, µmho/cm/g ...)
g) Que fatores determinam as diferenças de vigor ? h) Efeitos do ambiente são considerados na pesquisa?
VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES
Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas f) Tentar definir valores de referência:
O que seria “alto vigor” ? (G > 90% ? EA > 85% ? TZ > 90% ?) Vigor “médio” ?
Vigor “baixo” ? Base em que teste(s) ?
Talvez pelas razões aqui expostas (e por várias outras não mencionadas) o grande desafio da pesquisa sobre efeitos do potencial fisiológico de sementes sobre o desempenho de plantas