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Introdução ao Programa de Língua Portuguesa

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Academic year: 2021

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Introdução ao Programa de Língua Portuguesa

Português é a língua falada no Brasil e é, primeiramente, com ela que pensamos, falamos, brincamos, cantamos e escrevemos. É a língua pátria, rica de significados, que nos remete às experiências vividas desde a infância e que nos dá as primeiras possibilidades de nos expressarmos.

Aprender uma língua não é apenas aprender palavras, é aprender seus significados culturais, entender, interpretar e representar a realidade de seu meio sociocultural. Durante a construção de conhecimentos, as crianças são submetidas às mais variadas fontes de informação: televisão, rádio, revistas, jornais, internet e até ao se movimentar pelas ruas das localidades em que vivem. Nesse processo utilizam-se de várias linguagens, elaborando ideias e hipóteses sobre o mundo a “desvendar”.

O conhecimento é construído pela interação com o meio em que se vive e pelo relacionamento entre pessoas. É na escola que essa interação é planejada, baseada em estudos pedagógicos e psicológicos, para ampliar a capacidade de comunicação dos alunos.

Antes mesmo de frequentar a escola, a criança entra em contato com a linguagem escrita e já constrói hipóteses em relação à alfabetização. Na escola, a criança mergulhará no mundo letrado participando de experiências de escrita e de leitura que lhe assegurem que quer ler, pode ler e que, realmente, passará a ler e escrever.

Nessa fase inicial da alfabetização, o professor deve estar atento ao percurso de cada aluno, através da interpretação das produções iniciais de suas escritas, procurando entender as formulações que fazem sobre as relações entre a fala e a escrita. No contato constante com vários portadores de texto e com as produções escritas, mesmo antes de grafá-las convencionalmente, a criança vai construindo a capacidade de escrever autonomamente.

Num processo de avanços e retrocessos, de idas e vindas, construção de hipóteses provisórias e ideias que vão se modificando e se aprimorando, o aluno vai encontrando caminhos que o conduzem a ações cada vez mais sofisticadas.

Os “erros” são esperados pelo professor, pois indicam o pensamento da criança na busca da solução para os desafios desse momento tão importante. Um clima de confiança, respeito, tolerância e afeto, é essencial para o sucesso dessa empreitada infantil.

Um ambiente alfabetizador deve promover situações de uso real de leitura e escrita nas quais o aluno tem a oportunidade de participar e que precisam de mediação pela escrita: regras para usar um jogo, convites de festa e de eventos escolares, bilhetes para os pais, horários das atividades, anotações para serem lembradas mais tarde, entre outras.

A rotina escolar diária deve contemplar situações didáticas de reflexão sobre o sistema de escrita alfabético e de apropriação da linguagem que se

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escreve. Deve haver uma diversidade de atividades com diferentes propósitos e, ao mesmo tempo, uma repetição delas para que o desempenho dos alunos seja gradualmente melhor.

A letra escolhida para as primeiras escritas das crianças é a letra de imprensa, com suas maiúsculas e minúsculas, pois ela possibilita um percepto favorável. A criança pode contar facilmente quantas letras há em cada palavra, identificar melhor cada uma delas, onde terminam e começam; além de ser um traçado menos elaborado, o que deixa a criança pensar mais na construção da escrita e gastar menos energia no processo motor do traçado.

Assim, as aulas para o IK foram planejadas pela Equipe de Português, sob orientação e supervisão de Virgínia Balau para manter o padrão Maple Bear e garantir, de forma eficaz e prazerosa, que os alunos se envolvam pelo processo inicial da construção da linguagem escrita.

O ensino da Língua Portuguesa deve contemplar os seguintes objetivos: 1. Assegurar a formação de alunos competentes em:

• Leitura e escrita, de modo a habilitá-los a:

• participar ativa e criticamente da sociedade letrada;

• utilizar leitura e escrita na organização da vida pessoal, no acompanhamento dos avanços tecnológicos e científicos e dos eventos comunitários de relevância;

• aceder à produção literária e jornalística que veicule ideias, valores e temário estético.

• Linguagem oral, de modo a habilitá-los a:

• participar ativa e criticamente de situações sociais de interação direta;

• expressar-se de modo eficaz e apropriado em diferentes situações, atentos ao nível de formalidade ou informalidade requerido.

• Habilitar os alunos, à medida que forem progredindo no domínio da linguagem falada e escrita, a reconhecer e analisar conteúdo argumentativo em ambas as formas de expressão, como locutor e ouvinte.

Para o Intermediate Kindergarten, as aulas compõem 5 diferentes eixos (um para cada dia da semana), além das atividades permanentes que dão início a cada uma delas e, também, situações de trabalho com a oralidade.

ATIVIDADES PERMANENTES:

Ler para as crianças é um ato de colocá-las em íntimo contato com a escrita, e lhes proporciona a possibilidade de colher dados que as auxiliam no desvendamento do mistério que é, para elas, a ação de ler. Mesmo que as

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crianças não saibam ler, podem interagir significativamente com a leitura por intermédio do professor que lhes oferece textos de qualidade. Desta forma, a leitura de “textos” antecede a leitura das “palavras”.

EIXOS:

1. Para recitar:

Parlendas, Cantigas, textos conhecidos de memória, são altamente significativos para as crianças e as auxiliam a pensar na forma da escrita.

Com seus textos rimados, ritmo marcado e com ludicidade, privilegiam e incentivam a criança a fazer correspondência entre os sons e os símbolos escritos.

Ao se deparar com essas questões, a criança, além da vivência lúdica com a língua, ao recitar, vai compreendendo e analisando a modalidade da construção desse tipo de texto que possui uma visualização bem favorável para levantamentos de hipóteses e algumas constatações.

2. Que nome você tem:

Segundo Teberosky (1993), o conhecimento do próprio nome tem duas consequências importantes para os alunos que estão se alfabetizando:

• É uma escrita livre de contexto, ou seja, uma escrita de interpretação estável, que não depende das eventualidades do contexto.

• É uma escrita que informa sobre a ordem não aleatória dentro do conjunto de letras.

O nome próprio é um modelo estável de escrita. O trabalho com nomes informa as crianças sobre as letras, a quantidade, a posição e a ordem delas; permite o contato com diferentes sílabas e diferentes tamanhos de palavras, além de favorecer a aquisição da base alfabética.

Saber escrever o próprio nome é um conhecimento importante, pois fornece às crianças, um repertório de letras altamente significativo, que será usado por elas na produção de outras escritas. A partir de seu nome, que as identificam e lhe dão identidade, devem ampliar seu conhecimento da escrita com os nomes dos colegas, da escola e de outros nomes próprios.

3. Os bichos e as letras:

O tema animais faz parte do universo infantil, é de interesse natural das crianças desta faixa etária que, em geral, contam com várias informações relativas a ele. Os animais têm uma importante presença no mundo cotidiano (desenhos animados, histórias, jogos) das crianças e, além disso, possuem um importante caráter de identificação de suas vivências pessoais e sociais.

Através da definição de diversos animais, suas principais características, as diversidades (locais onde vivem, sua alimentação, seus hábitos e outras

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peculiaridades relativas a cada espécie) as crianças são levadas a correlacionar esse estudo com o desenvolvimento do processo de alfabetização.

Ao pesquisar nas histórias os animais do interesse do grupo, coletar dados por meio de pesquisas e observações e usar diferentes fontes de informação e relacioná-las, os alunos entram em contato com os vários portadores de textos e as diversas linguagens.

Ao relacionar escrita de nomes de animais, listas, ordem alfabética e textos o aluno vai se deparando com a formação de palavras, frases e pequenos textos. Ao usar as letras móveis, encara situações em que se depara com o número de letras a serem usadas, quais e em que ordem devem ser colocadas.

Registrar o assunto organizadamente de diferentes maneiras dá ao aprendiz, os modelos necessários para a formação de um escritor autônomo e eficaz.

4. Projeto Literário:

A leitura ultrapassa os limites da tinta e do papel. Mais importante que reter a informação obtida pela leitura tradicional, as atividades de leitura devem proporcionar aos alunos condições para que possam, de uma forma permanente e autônoma, localizar novas informações pela “leitura” de mundo e expressá-las, escrevendo para e no mundo.

A criança muito além de ler as imagens, precisa aprender a ler a partir dos fatos do cotidiano e desenvolver plena capacidade de leitura do contexto e do meio em que vive. Com essa prática, ela passa a admirar o mundo que a cerca, a sensibilizar-se em relação a realizações e transformações que acontecem ao seu redor.

Experiências felizes com a literatura infantil em sala de aula são aquelas em que a criança interage com os diversos textos trabalhados de tal forma que possibilite o entendimento do mundo em que vive e que construa, aos poucos, seu próprio conhecimento.

Cademartori (1994) afirma que: ...a literatura infantil se configura não só como instrumento de formação conceitual, mas também de emancipação da manipulação da sociedade. Se a dependência infantil e a ausência de um padrão inato de comportamento são questões que se interpenetram, configurando a posição da criança na relação com o adulto, a literatura surge como um meio de superação da dependência e da carência por possibilitar a reformulação de conceitos e a autonomia do pensamento.

5. Jogos:

Desde tempos remotos, quando a espécie humana surgiu no planeta, nasceu uma necessidade vital para seu crescimento intelectual: jogar. Manuscritos milenares relatam jogos praticados nas diversas regiões do planeta. Dificilmente se poderá dizer exatamente qual foi o primeiro jogo surgido no mundo.

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Jogando jogos apropriadamente escolhidos, as crianças podem negociar com espontaneidade, colocar e ouvir diferentes pontos de vista. Jogar implica uma relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento do aluno. Para Vygotsky (1987), a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se interrelacionam com o meio objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.

A evolução da leitura e da escrita, que é uma função culturalmente mediada, mas, expressiva e criativa da criança, pode ser facilitada pelo educador por meio de atividades lúdicas, como os jogos, no apoio do processo de aquisição da linguagem escrita e falada.

Para Piaget (1973), os jogos e as atividades lúdicas tornam-se significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita.

Referências

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