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Violento. Presa das chamas a casa de residência do sr. Romano Guerra

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Orgrsim. Oficial do Mu._iicl_Dlo e do IP. _=_. I_i"fc>eral

ANQ 1 Diretor da redaçfto: CARLOS L. VALDEZ R. G. dO Sul - CaXÍaS, 6 de JulllO de 1933 Gerente: EMÍLIO 1'OMM N.° 21

ARETINOS;

CALEM-SE!

Positivamente não ha a negar; os homens nasceram de-baixo de uma má estrela.

Depois de alçarem ao mais alto tribunal, que é o da Opinião Publica, as suas invencionices injuriosas e calunia-doras, contra o administrador austero e sobretudo honrado, que ha quasi cincoenta anos vive integrado no seio da co-munhão Caxiense e que ha quasi tres anos vem-na adminis-trando com acerto e critério, cercado de todo apoio moral, quer da parte de seus concidadãos, quer do Governo-do Es-tado, a cuja frente se encontra a figura spartana de Flores da Cunha, que ainda hontem, em documento tornado pü-blico, em referindo-se á sua personalidade assim se exprimia: « ...A AÇÃO DO PREFEITO DESSE MUNICÍPIO CONTINUA A MERECER MINHA INTEIRA CONFIANÇA.»

Depois de baterem ás portas do mais alto tribunal, di-siamos, passaram a injuria-lo perante o preclaro. Governa-dor do Estado na persuação de poderem fazer vingar a tra-ma calculadamente urdida para satisfação de caprichos pes-soais.

Mas aí, também tiveram o prêmio merecido, o repudio. E não satisfeitos passam ao terreno das explorações torpes e soezes, procurando por meio da perfídia, da maldade e muito especiaimente da intriga, estabelecer a discórdia entre dois po-deres distintos - a policia e a administração - e não satisfeitos foram alem, como o demonstramos em edição anterior, ten-tando lançar a cizânia entre a Prefeitura Municipal e a Exma. Família do malogrado Orestes Manfro, que tanto perlustrou es-ta mesma administração empreses-tando-lhe não sò o vigor da sua grande inteligência, como também do seu indiscutível pres-tigio político no bairro em que um dia a fatalidade havia de fa-se-lo tombar á sanha de um sicario.'

Tão exuberantemente havíamos esmagado os aleives as-sacados pelos iconoclastas, que jamais pensamos ter necessi-dade de voltar ao assunto.

Mas assim o não quiseram os gratuitos detratores, os pou-cos inimigos do Administrador de Caxias e muita acértadàmerite andamos, reservando para uma ocasião propicia, como essa que agora se nos enseja, para então darmos a «pá de cal» em tão repulsiva exploração, o que fasemos publicando a resposta enviada pelo ilustre Dr. Olmiro de Azevedo, sub-cheíe de poli-cia que pessoalmente dirigiu os trabalhos para a captura de; João de Deus Pereira Filho e que não tem descurado um só instante no interesse dedeitar-llie mão, no que também está vivamente empenhado o poder Municipal e é anceio geral da população. Ei-la:

«IllmÒ. Sr. Miguel Muratore — D. D. Prefeito Municipal.

Em atenção ao seu oficio n.° 142, de 20 do cor-rente, hoje recebido, em que me diz. ter chegado ao seu conhecimento que POR PARTE DA PREFEI-TURA FORAM RECUSADOS'_!ESTA SUB-OHEPIA ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS AO BOM ÊXITO DAS DILIGENCIAS POLICIAIS QUE EMPREEN-Dí PARA A CAPTURA DO. ASSASSINO do nosso inolvidavel patrício Snr. Orestes Manfro, o me soli-cita a fineza de INFORMAR-LHE QUAL OU QUAIS AS MEDIDAS OU ELEMENTOS QUE ME FORAM RECUSADOS E POR QUEM, em atenção a isso, dizia, cabe-me responder-lhe o seguinte:

No dia em què se deu o delito, por força Cxclu-siva das atribuições do cargo que desempenho, sem possuir ainda elementos que précissassem as cir-cuhstancias. do fato criminoso, e cuidando haver nele maior extensão, dados os antecedentes de gré-ve na fabrica de Galopolis, mobilisei toda a policia municipal e transportei-me, incontinenti para o lo-cal do crime, utilisando-me, para o transporte da força de dois automóveis da prefeitura e um de praça que foi requisitado, na emergência, porminha ordem, convidando antes, pelo telefone, o sr. Dele-gado de Policia para acompanhar-me, excusando-se ele por estar adoentado;

Posso assegurar-lhe que nessa ocasião nada so-licitei da Prefeitura, Mas tive a cooper;-ão direta de vários dos seus funcionários, que a- pronti-ficaram a auxiliar todas as diligencias necessárias á captura do criminoso.

De V. S. mesmo, individualmente, notei ainda

no dia do enterro de Orestes Manfro, em palestra comigo, o máximo interesse em que o assassino daquele honrado patrício fosse colhido pelas malhas da policia.

Do exposto resulta:

a) que não solicitei á Prefeitura Municipal ele-mentos necessários á captura do assassino do sr. Orestes Manfro. A policia administrativa esteve toda sob as minhas ordens, pela força mesma do cargo que desempenho, havendo-se com prestesa, correção e disciplina;

b)— em conseqüência, não me foram recusados pela Prefeitura, em momento algum, os elementos indispensáveis ao fim colunado. Posso adiantar-lhe ainda que o próprio carro particular da Prefeitu-ra, de uso de V. S., esteve em Galopolis, no dia do crime, por sua ordem, levando o investigador Ri-vadavia Guimarães e duas praças da Brigada Mi-litar, que estão ás ordens desta Sub-Chefatura, a-presentando-se a mim para o que fosse preciso.

Do que está dito, com claresa e simplicidade, e com o rigor da verdade, apenas, V. S. poderá de-duzir da origem dos comentários, inconsistentes embora, a que se refere essa Prefeitura em seu ofi-cio de 20 do corrente.

¦ Reitero a V. S. os meus'votos cordiais de Saúde e Fraternidade (Ass.) Olmiro dc Azevedo Sub-Chefe de Policia da 10a. Região». Deante do exposto, o comentário perde sua rasão de ser feito.

Tão incisivos e claros são os termos em que o Dr.Sub-Chefe de Policia, traça a conduta da Administração Muniei-pai em face do ocorrido, com a elegância moral das suas atitudes, que estão a servir de padrão, mormente nos dias que correm, redusindo destarte a sua verdadeira situação a vilania da exploração, que eles próprios, nos parecem bradar — ARETINOS; CALEM-SE!!.

Violento Incêndio

Presa das chamas a casa de

residência do sr. Romano

Guerra

Em virtude do forte ven-to dentro em pouco o pre-dio que era de madeira fi-cou redusido a um

sim-pies braseiro

A AÇÃO DOS BOMBEIROS — OS PREJUÍZOS - OUTRAS

NOTAS

Ás 20 e meia horas, mais ou menos, o sr. José Reatto, residente á rua Paim Filho, que fica paralela á Avenida Itália, de sua casa viu,que da parte superior da cosinha do predio onde reside o seu pro-prietario, sr. Romano Guerra, saiam grossos rolos de fumo, pelo que, presumindo tratar-se de um incêndio, saiu imedia-tamente á rua dando alarme e providenciando incontinente para a vinda dos

BOMBEIROS

os quais sem perda de tempo

compareciam ao local, dando inicio á sua tarefa.

Apesar dos esforços empre-gados pelos denodados solda-dos do fogo, entretanto foi im-possível dominar a ação do terrível elemento que animado pelo forte vento que soprava, cm poucos minutos envolveu completamente o predio, redu-sindo-oa um piontãode brasas. Os Bombeiros passaram a lutar denodadamente no intuito de deixar o fogo circunscrito ao predio no qual teve sua origem o que conseguiram após uma hora de trabalho incessante. Apesar disso, porem, o pre-dio contíguo á residência do sr. Romano Guerra e que era ocupado pelo sr. Ernesto Muz-zel, Delegado de Estatística, ficou comas paredes ligeira-mente danificadas pelo fogo.

OS PREJUÍZOS

O predio sinistrado que, co-mo disseco-mos, era de proprie-dade do seu ocupante, ficou completamente destruído e dos seus moveis e utencilios apenas uma maquina de cos-tura foi possível salvar.

Segundo ouvimos diser, o sr. Romano Guerra ha cerca de um ano tinha suspendido o pagamento de sua apólice de seguro contra fogo, pelo que seus prejuizos são totais,

atin-gindo a 15:000$000.

Ao local do incêndio com-pareceu o sr. Fritz Bergmann, sub-delegado de policia e di-retor do Corpo de Bombeiros, sob cujas ordens foram de-senvolvidos os trabalhos de combato ao fogo, tendo um grupo de praças da policia administrativa formado um cordão de isolamento, o que facilitou em muito a ação dos bombeiros.

O proprietário da casa si-nistrada, na ocasião em que verificou o incêndio, se acha-va dormindo profundamente, tendo sido retirado à custo de dentro de casa.

Silhueta

Necí...

Tão suave é o seu nome quanto interes-sante e belo è o seu porte, o seu todo.

Ao vê-la, se nós a-figura uma flor tão bela, tão. Mvinamen-te bela, quanto deli-cada e aromatica que nos dà uma perfeita noção do que seja a vida, quando agra-davel e cheia de ilu-soes.

Falida e branca, l a b io s carminados, fronte estreita, quan-do sorn, os seus o-llios, que são azués, ficam miudinhos e matreiros, deixando aparecer nas faces u-ma ligeira cóvinha, que admiramos exta-siados.

Quando passeia, ao lado daquelas que desfilam, ali, na pra-ça Dante, caminhan-do leve e ligeira co-mo uma sombra que foge mansa e silencio-sa, o faz com tanta graça e doçura que a todos encanta...

Fala depressa, tão depressa, representan-do-nos, num instante, que receie chegar a-trazada na resposta... Já ouvimos alguém dizer-lhe:

Você é bela! Es-tougostando devocê...

E ela, sorrindo: Mas não é mui-to.'...

JONELI.

i

Caxias, Junho, 933.

(2)

2.a PAGINA

Mu .¦ ;ii**k>-. _.--•.-. .-!.**_ CA. lw_ww^__B_n-W__^_t_M__i_M_|__^_^_M_^_^__^__,_^__._^_^_„_.___^_____________ I

 regulamentação do

exer-M*«aHn_lllÜll';l.1KF.. . . ¦¦¦lli ¦ ¦ ¦ ¦ ¦ ¦»—¦! 11—11 0 MOMENTO iatii \—. ¦(, .^muaiwJt/ii* „*.JItllTir. III «¦»¦_!¦¦! l>

cicio da medicina

unattMmÊmmmtiaMtmmimm a mmatnatmn

OS DIPLOMADOSPELA ESCOLA MEDICO-CIRUfl GICA DE PORTO ALEGRE PODERÃO

CONTINUAR NO ESTADO, O EXER-CICIO DA MEDICINA - O

DE-CRETO BAIXADO PELO GO-VERNO PROVISÓRIO

«O chefe do governo provisório da Republica . cios Estados Unidos do Brasil, usando das atri-buições que lhe confere o artigo 1.°, do decreto n. 19.398, de 11 de novom-bro de 1930, e

Considerando a ampla liberdade de exereicio cias profissões liberais que e-ra gae-rantida pela Cons-tituição cio Estado do Rio Grande do Sul; -e, por outro lado,

Atendendo a que a Es-cola Medico-Cirúrgica de Porto Alegre, gos a de fa-vores especiais do gover-no estadual e da munícipa-lidade:

Resolve:

Art.0 1." — Aos médicos diplomados por institutos estrangeiros cie ensino, que exerçam a profissão no Estado do Rio Gran-de do Sul, ha menos Gran-de

Pa dez anos, fica, a partir da data da publicação des decreto, concedido o pr so de um ano dentro cio qual deverão satisfaz ás exigências estabelet das, para o exercício c medicina, pelo decreto 20.931, de 11 de janeiro (lie 1932.'

Parágrafo unico ra os efeitos daexecuçt deste artigo, deverão interessados requerer, a . 31 de julho próximo, o re-gistro dos respetivos tulos nà Diretoria cie I giene do Estado.

Art. 2.u — Poderão coji tinuar a exercer a medi cina, no Estado do Rio Grande do Sul, mediante registro dos respetivos ti tulos na Diretoria de Hi giene, os médicos que te nliam concluído, regulai' mente, o curso na Escola Moclico-Cirurgica cie Poi

o és

jppgfgilgjpa Wüülclpai êm €ii^las

Balancete cLsa ReceitaeDesipeza em 31 do Março cie 1933

RECEITA ORDINÁRIA ORÇADA

Industrias e Profissões Décima Urbana

Terrenos não E dif içados Veículos

Aferição de Pesos e Med. Vi ação Rural Pecuária Licença e Emolumentos Jogos e Divertimentos Divida Ativa Imposto de Caridade Taxa Escolar e Policial Taxa de Abast. d'água Renda dos Cemitérios Renda do Matadouro Renda da Chac. Municipal Venda de Terras e Alug. Multas • Renda Eventual Contribuições Arrecad. 350:ooo. 175.000. 4o;ooo. 65:ooo. 4/000. 23o:ooo. 5:000. lo:ooo. 5:ooo. 5o:ooo. lo 000. 28o:ooo. 160:ooo. 5:ooo. 10:000. 3:ooo. 2o:ooo. 2o:ooo. 2o:ooo. 2o:ooo. 193:842.4oo -S-58:o75.6oo 3.-495.000 -$~ -8-4:925.000 8:64o.ooo 41:467.ooo c; 8o:754.3oo 444.800 2I0.000 2:477.ooo -8-925.000 2:376.2oo l:o9o.7oo 8:823.3oo 1.482:ooo.oool 4o7:54673oo Visto. — O Prefeito Miguel Muratore Receita Ordinari;i Despeza Ordinária f Extra-Orçameátaria -A. T»E3IDI2DOS Não são dusentas gramas, Não chega a meio quilo, E diminuto e esmirrado! Qué diabo disto é aquilo?

* '*'

Diz um provérbio «Deus quando marca, Algum sinal encontrou» O pequeno esculapio Foi o diabo, por certo Que no puz o formou. Outro provérbio nos diz: «Ladrão é ladrão, boi é boi» O medico não é medico Porque medico nunca foi.

Dr. .H<iiit'AguU K-K-K-a*-*-*-*^^ to Alegre. Parágrafo 1.° — Aos estudantes' regularmente matriculados, até 11 de janeiro de 1932, no pri-meiro ano do curso de medicina da escola referi-cia neste artigo, que prós-seguirem os seus estudos sob a fiscalização cia Di-retoria cie Higiene Esta-dual, e aos quais venham a ser conferido o titulo profissional, será também concedida a permissão constante deste artigo.

Parágrafo 2.° — Para os efeitos da execução do disposto neste artigo e no parágrafo anterior só-mente será admitido a re-gistro na Diretoria de Hi-giene do Estado o titulo dos que comprovarem, mediante a apresentação

cie certidão da respetiva vida escolar, a #jtilari-dade do curso íúíegral-mente feito na Escola Me-clico Cirúrgica de Porto Alegre, de acordo com o regimen seriado estatuído no regulamento da mes-ma escola.

Art. 3.° — O presente decreto entrará em vigor no Estado cio Rio Gran-cie cio Sul, na data da sua publicação; revoga-das as disposições em contrario.»

Vicenz

MOVIMENTO DO HOSPITAL CIBELLI

Tiveram alta, por se acha-rem completamente restabele-cidas as Exmas. Sras. D. Se-ria Venzon, esposa do sr. João Venzon, do commercio local, e D. Henriqueta Ferra-ri, esposa dosr. Humberto Fer-rari,as quais foram pacientes de delicadas intervenções ci-rurgicas praticadas pelo Dr. Borba Lupi.

Já se acha restabelecida da grave enfermidade que a aco-metera, tendo tido alta do Hospital, a Exma. Sra. D. A-melia Grendene, esposa do sr. João Grendene, industria-lista nesta localidade.

Foi paciente de uma inter-venção abdominal de urgen-cia, praticada pelo Dr. Borba Lupi, o senhor João Faghe-rãzzi, alto funcionário da Coo-perâtiva Vinícola Vicentina.

N. 21

inhos para mesa? j; Peçam só os ;! PERDIGUEIBQl

gME"

TELEFONE N. 21 T-tiToile-u. da clie-gr^d-a á _Ca3**ias d.c&s Irmãos das Escolas Cristãs Prebctram-se grandes festas

em sua homenagem

Segundo estamos informa-dos,j os antigos alunos dos Irmãos das Escolas Cristãs, es-tão elaborando um belo pro-grama para as festividades que realizarão em hoinena-gemi aos seus mestres, por ocaíjião da passagem a 15 do corrente, do jubileu da sua chegada a esta cidade.

-O-I

Promotoria Publica

Regressou de Taquara, se-gunda-feira ultima, o Dr. Jo-sé Bjirccllos Ferreira, recen-temdnte transferido daquela Comarca para esta.

A 4 do corrente assumiu s. s. ias suas funções de Pro-motor Publico desta Comarca.

_ «¦

„A Nação

Esjeve alguns dias nesta ci- pra-José

DESPEZA ORDINÁRIA FIXADA Realizada

Gabinete do Prefeito Secretaria e Expediente Serviço da Fazenda Diretoria de Obras Almoxarifado Próprios Municipais Ruas e Praças Estradas e Pontes;. Plidr áulica Instrução Assistência e Higiene Auxílios e Subvenções Pessoal Aposent. e Inativo Juros e Amort. da Divida Cemitérios Policia Fiscalisação Iluminação Matadouro Chácara Municipal '*' Despezas Gerais Governo do Estado 24:ooo. 38:3oo. 53:4oo. 15:4oo. 2:4oo. lo:ooo. lo4:2oo. 85:7oo. 52:ooo. 147:o8o. 29:7oo. 16:66o. 28:o41.36o 613:ooo. 5:84o. 125:ooo. 12:ooo. 66:484. 2:4oo. 3:9oo. lo:ooo. 5:ooo. 1.45o:o5o.36o 6:000.000 ll:552:5oo 17.-739.2oo 4:645.ooo <*>¦ 4:644.9oo 29:81o.5oo 23:o25.7oo 13:913.64o 32:150.000 9:138.2oo 67o.ooo 7'olo.loo 6:727.8oo l:296.ooo 44:014.15o l;5oo.ooo ll:526.4oo 7oo.ooo 915.000 9:021:4oo

-

-s-236:ooo.49o

dadel tendo nos dado o ser de sua visita, o Dr. Alves de Oliveira, represen-tantej do maior diário que se publica na Capital da Repu-blica)

O Dr. Alves de Oliveira, a-qui esteve em missão de propa-gahdá da grande exposição permanente que, patrocinada por aquela folha, se inaugu-n-evemente no palaçete ela funciona. rara onde -O-In^petoria de Yeieulos Poi essa repartição foi mui-tado ha forma regulamentar por excesso de velocidade, o proprietário do caminhão 378.

-O-C^rpo de Bombeiros Peh> cel. Miguel Muratore, prefeito municipal, foi nomea-do o sr. Fritz Bergmann para Diretor do Corpo de Bombei-ros local. O nomeado já prestou compromisso, tendo assumido a l.o do corrente o exercício dessas funções.

236:ooo$49o 23:58289oo 4o7: 259: 554.3oo :583.39o Saldo Rs. 147:962.91o O Contador O. Pedroso XJfFlGS-BlXrTEí Confirma-se a noticia do CORREIO DO POVO de 13 de Abril — Será abolido o u-so de tinteiro, adotando-se a famosa caneta tinteiro «HA-RO», jom pena de cristal».

A Livraria Saldanha já re-cebeu comunicação oficial e bem aksim uma grande parte do referido artigo que vende-rá pelb preço estipulado pe-lo fab -icante — 18S000.

(3)

__, _,«_, >2r ^ ^ ^__»r "_¦___'<__ ^ *-""v"ira.

-REPR-SEOTAçlo rel-s- ao Dr. Promotor F-O-iloo da comaroat

pelo

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procurador dos srs. Oel. 3^Eig**u.el

j^nratore, Prefeito jvr-n^^^oi

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-=e_roeo âa Silveira, secretario àa Frífeft-^^Stoa'

°"Ca'r

Aníbal Duarte, João Lucena Júnior, Saverio de Felippis e Dario Porto

pelos crimes cie injurias e calúnias impressas.

Ilustre Representante do Ministério Publico. — Caxias.

Miguel Muratore e Oscar Pedroso da Sdveira, respetivamente Prefeito e Secre-tario da Prefeitura de Caxias, por seu procurador abaixo assinado, ut. instru-mento de procuração junto, vêm repre-sentar á digna autoridade de V. S. contra Anibal Duarte, João Lucena Júnior, Save-rio De Felippis e DaSave-rio Porto pelos fatos delituosos que passa a relatar:

HISTÓRICO

Até 7 de julho cie 1932, para Anibal Duarte o Cel. Miguel Muratore e Oscar Pe-droso da Silveira eram tidos na conta de funcionários exemplares, aos quais a Pre-feitura de Caxias devia os mais assinala-dos e relevantes serviços.

0 jornal «Caxias», dirigido pelo refe-rido Anibal Duarte em seu numero de 4 de Junho de 1932 (vide exemplar junto sob n. 1), insere longo artigo sobre a Adminis-tração de Caxias, rematando com as se-guintes palavras:

«0 sr. Muratore tem desenvolvido essa obra de reconstrução administrativa, com o auxilio de todos os seus funcionários, que não poupam esforços no cumprimen-to.de seus deveres, sem o mais leve es-morecimento nem reclamações, desta-'cando-se entre essa pleiade de funciona-rios honestos e trabalhadores o sr Os-car Pedroso da Silveira, hábil contabi-lista,

^que é o secretario da municipali-de. E' realmente esso moço um grande auxiliar da sua administração. >

Dir-se-á talvez que o jornal dirigido por Anibal Duarte assim se externava a res-peito dos srs. Cel. Muratore e Oscar Pe-droso, porque não tinham ainda chega-do ao seu conhecimento as graves ac-cusações levantadas contra os .mesmos. Tal hipótese porem, .não se verificou por-que em maio- desse mesmo ano João Lucena Júnior, Saverio. de FilippiseDa-rio Porto, dirigiram uma representação ao preclaro Gal. Interventor contra o Cel. Muratore e Oscar Pedroso, acusando-os da pratica cie diversos crimes, conforme vere-mos -adiante, ficando apurado om rigoro-so inquérito mandado proceder pelo hon-rado Gal. Flores da Cunha a falsidade da denuncia.

Tão tranqüilos estavam os acusados que, ao terem conhecimento da

representa-ção, o prefeito Muratore oficiou ao Exmo. Sr. Gal. Interventor, em 23 de maio de 1932, solicitando a abertura de um inque-rito.e em -7 de Junho endereçou a S. Ex-cia. o seguinte telegrama:

«Caxias, 7 de Junho de 1933. Exmo. Sr. Gal. Interventor.

Tendo oficiado â Comissão do Conselho Consultivo solicitando providencias a propósito da prestação de contas que lhes desejo fazer sobre os negócios des-ta Comuna, relativos ao ano findo, a-guarda ela a presença de um inspetor da Fazenda para, com o nosso pensamen-to (solicitação feita em telegrama 23/5/32). Como a urgência nessa prestação rogo a V. Excia.,com muito empenho se di-gne designar uma pessoa por parte do Estado, afim de poder a Comissão do

Conselho iniciar os seus trabalhos. Saúde e fraternidade

(Ass.) Miguel Muratore —Prefeito» Pois bem, o inquérito teve inicio a 14 de junho e foi encerrado a 28 desse mês. Foi um inquérito rigoroso compre-endendo não só a prestação de contas da Prefeitura, no periodo decorrido cie outu-bro de 1930 a maio de 1932, bem como a apuração do que havia de verdade nas acusações levantadas contra o Cel. Mura-tore e o secretario da Prefeitura.

Eis o que rosa a Áta, da sessão reali-sada em 28 de Junho de 1932, sobre o en-cerramento dos trabalhos de tomada de contas da administração do Cel. Miguel Muratore, no periodo decorrido de outu-bro:dé 1930 a maio de 1932, inclusive:

ATA da sessão do Conselho Consultivo do município de Caxias aos vinte e oito dias_ do mês de Junho de 1932, na sala destinada ás /-euniões cio Conselho, on-de se achavam os conselheiros Armando Luiz Antunes, Alfredo Germani e Abra-mo Dal Molin, coma assistência do Ins-p.etor da Fazenda Estadoal Luiz Osório d.e Almeida, especialmente convidado- fo-ram..encerrados os- trabalhos de- tonla-cia, de contas da atual administração, re-lativos ao periodo de outubro de 1930 a ¦ 31 de maio de 1932.

¦¦ O exame da escrita e cia documenta-ção comprovatoria da Receita e Despe-sa no periodo citado, demonstrou, a per-feita regularidade de todos os atos des-sa natureza praticados pela referida ad-ministração pelo que o Conselho Cônsul-tivo lavrou o parecer aprovando todas as contas desse periodo.

«Por solicitação do Inspetor da Fazenda, Luiz usono de Almeida representante do Exmo. Sr Gal. Interventor Federal, foi submetida ao e-xarne do Conselho uma denuncia levada ao Go-verno do Estado contra a administração do prefeito Cel. Miguel Muratore.

O sr Prefeito, interpelado sobre vários pon-tos da denuncia que o Conselho achou in-dispensável fossem esclarecidos, forneceu as informações que constam da presente Áta, in-formações que foram encaminhadas ao Inspe-tor acima referido, afim de que o mesmo sub-meta a julgamento do Exmo. Sr. Gal. Interven-tor Federal.

VERIFICAÇÃO DE CAIXA - Esta como teve ocasião de verificar em data de hoje, o

nume-1^1%J™?}^??™ cofre- acusou a quantia'de a-.i7dS-.9dO (trinta e quatro contos cento e se-tenta e tres mil novecentos e trinta reis), eme está de accordo com o saldo apresentado pelo respetivo boletim e livro Caixa, nesta data. FUNCIONÁRIOS - Cabe-nos aqui registrar ura voto de louvor a todos os funcionários indis-tintamente, pela maneira com que esta Comis-sao íoi attendida, tudo facilitando para o bom andamento da missão de que nos achamos in-vestidos.

SR* PR.EFE/TO - Ao Sr. Prefeito Municipal, Cel. Miguel Muratore, esta Comissão apresenta-lhe suas congratulações, felicitando-o pelo tra-baiho que vêm desenvolvendo na sua adminis-tração, pela atenção que tem dedicado a va-nos assuntos, entre eles o que se refere a e-conomia do consumo da iluminação como se verifica pela demonstração que esta Comissão teve ocassiãode apreciar.

PARECER SOBRE A TOMADA DE CONTAS

Ficam aprovadas todas as contas e atos do Prefeito Municipal de Caxias, no périododàAd-ministração decorrido cie Outubro de 1930 ih-clusive, resalvando os pontos da denuncia one toram submetidos ao julgamento do Exmo. Sr Gal. Interventor.

Antes do encerramento desta Áta, consignamos aqui os nossos agradecimentos ao sr. Inspetor da Fazenda, Luiz Osório de Almeida, pelo mo-do cavalheiresco com que se condusiu pelo que esta Comissão resolveu oficiar ao Governo do.Estado,agradecendo-lhe o Concurso desse-alto funcionário.

:;., . (Ass.) Armando L. Antunes (presidente) Alfredo Germani (secretario) Abramo Dal Molin»

Deixamos de juntar a esta representação o bri-lhante relatório do digno Inspetor da Fazenda sr. Luiz Osório de Almeida, concluindo pela im-procedência das acusações assacadas contra o Cel. Muratore e seu digno auxiliar Oscar Pf>-droso, por isso que ainda não foi remetida a cer-tídão requerida pelo Prefeito ao Secretario da Fazenda o que faremos oportunamente.

Que outra não podia ser senão essa, a con-(Continua na 4.a pagina)

(4)

clusãò a que chegou o digno Inspetor, recònhè-ceu-o o próprio sr. Anibal Duarte pelas colunas de seu jornal «Caxias» de 7 de Julho de 1932 (Vide doe. junto n.o 4.

«Depois de alguns dias de permanência nesta cidade, onde veiu tratai* da .grave denuncia a-presentada ao Governo do Estado, pelos srs.. João Lucena Júnior, sub-Prefcitò do 1.o distri-to, Saverío de Felippis, thesoureiro e Dario Por-to, lotador da Prefeitura, contra o chefe- dá Comuna local, sr. Cel. Miguel Muratore. regres-sou para a capital o sr. Osório de Almeida, Inspetor da Fazenda Estadoal.

Pelo que conseguimos apurar, entre. pessoas respeitáveis e de .inteiro credito, o sr. Almeida que procedera a um minucioso exame na conta-bílidade da Prefeitura, ouvindo varias testemu-nhas e corporações das classes comerciais desta cidade, nada apurou contra a administra-ção do Cel. Miguel Muratore, ficando assim des-feita àquela denuncia que caiu por absoluta falta de provas.

Diante desse exame ficou mais do que prova-da a honestiprova-dade prova-da Administração do Cel. Mu-ratorc, que tem como seu secretario o honrado moço sr. Oscar Pedroso da Silveira, competen-te e de uma admirável capacidade de trabalho». Ora, em vista disso, desses justos c fundados comentários feitos pelas colunas do jornal do sr. Anibal Duarte em termos tão categóricos e enco-miaticos á pessoa do cel. Muratore e do secretario da Prefeitura sr. Oscar Pedroso, parece-nos que a dignidade aconselhava ao sr. Anibal Duarte, desse por encerrado o assunto, não'se admitindo nem de longe a hipótese dele vir a ser tornar èco das vis calúnias, que o ódio e o despeito inspiraram os outros detratores do Cel. Muratore e de sua administração.

E tanto mais deveria ser assim que o jornal ci-tado, do dia 7 de julho do ano transato," termina-va os seus commentarios com estas palavras;

«A moral administrativa de nossa torra estáde pé» Pois bem, este mesmo sr. que isso tudo disía, dias depois, numa reviravolta inexplicável, entra a atacar desabridamente o Prefeito Muratore e sua Administração, procurando ele mesmo dei-ru-bar essa moral administrativa que, dias antes a-firmara cie, pelas colunas do sou jornal, estardepè. Mas esta feia e brusca mudança operada no es-pirito de Anibal Duarte, tem a seguinte explicação. Tendo-se incendiado em melados de julho o jornal «Caxias», dirigido pelo si*. Anibal' Duarte, procurou este obter do Cel. Muratore um auxilio de 15 contos de reis da Prefeitura para montar um novo jornal.

Administrador exemplar, zeloso no cumpri-monto dos devores, cuidando dc seguirá risca ás instruções do preclaro Interventor do Rio Grande que lhe recomendara a máxima economia, fez-lhe vero Cel.Muratore a impossibilidade da Prefei-tura lhe dar o auxilio que pedia.

Foi o bastante para que Anibal Duarte se tornas-sc inimigo figadaldo cel. Muratore, explicando-se assim —a sua metarmofose passando dc endeusa-dor que era do Prefeito de Caxias a detrator eu-carniçado.

Quanto as acusações levantadas por João Lu-cena Júnior, Saverio De Felippis e Dario Porto, miram por terra diante do parecer do Conselho Consultivo e do Inspetor da Fazenda Luiz Osório de Almeida.

Mas os homens são difíceis dc convencer. Não contentes com o parecer do Conselho e do Inspetor da Fazenda, dirigem um interessante re-curso ao Gal. Flores da Cunha, conforme sc cons-tata do boletim junto (vide doe. n.o 5)'; para nova

devassa na administração municipal a respeito do que se articulou contra os srs. Miguel Mura-tore e Oscar Pedroso, em virtude do primeiro in-querito ter sido de «portas trancadas» e a revelia das provas materiais .e testemunhais.

O interessante é que esses que protestaram contra o primeiro inquérito, por ter sido feito á «portas trancadas», terminam o original recurso pedindo «a abertura de novo e rigoroso inqueri-to, aHm de apurar a «verdadeira» verdade sobre :o que apontamos».

Mas a «verdade verdadeira» já foi apurada. E' àquela'mesma proclamada no inquérito que me-receu os maiores aplausos do sr. Anibal Duarte

A VERDADE VERDADEIRA já foi reconhecida pelo preclaro e honrado Gal. Interventor, con-forme, se verifica do telegrama passado por S Excia. aos srs. Mathias Teixeira e outros, em 6 do corrente, transcrito na «A Federação» de 10 do corrente (vide doe. junto n.o 6 ).

«Srs. Mathias Teixeira e outros — Caxias Acusando recebimento vosso fonograma declaro ter na melhor conta a ação do Prefeito esse município, que continua a merecer minha inteira confiança. Saudações cordiais'

Ass. FLORES DA CUNHA.» .Ora.no boletim de 14 de outubro de 1932 (vide doe. n. 7-.), assinado por Anibal Duarte, com a firma devidamente reconhecida, disia ele num a-pelo ao G.al. Flores da Cunha:

«A Justiça ha-dc ser feita porque atesta da Jnterveritoria do Rio Grande, ainda está um ho-mem, cujas atitudes não precisam ser postas em prova, tanto para punir o delinqüente como pa-raroparara injustiça involuntária.»

Pois bem, o preclaro Gal. Flores da Cunha, «cujas attitudes não precisam ser postas em pro-va», acaba de reparar a injustiça que os gratui-tos inimigos do Cel. Muratore lhe faziam, passando aquele telegrama que é o maior galardão que se poderia conferir aos méritos do Cel. Muratore, em face do qual devia .cessar imediatamente a indigna ; campanha que meia dusia de pessoas move ao Prefeito e á Administração a-tual de Caxias.

Muito admira que essa Isente, que se diz a-migae admiradora do Gal. Flores da Cunha, ape-Ie para a suprema autoridade de sua excelência, para depois se insurgir contra a decisão que, para eles, deveria ser como para rios é, uma decisão de suprema instância.'

Mas assim . não pensaram os caluniadores do Cel. Muratore. :

Mesmo depois da manifestação do Gal. Flores da Cunha, espirito de JUSTIÇA E HONRADEZ i-natacaveis/incápa.z portanto de manter num cargo um funcionário qi.i'o não esteja na altura, apesar de S. Excia., depois _ó inquérito realisado por sua or-dem, afirmar que o Cel. Muratore continua a mere-cor sua inteira confiança, trazem de novo à baila calúnias miseráveis, já desfeitas om inquérito regu-lar, ti ponto de Anibal Duarte em artigo prenhe de elogios bombásticos á sua pessoa, publicado no «Ca-xias-Jornal»de 12 decorrente, terminar com esta tirada de dramalbão àritieo:

«Espero que o. sr. Prefeito me chame á juizo para que eu prove ás acusações que dele fiz c que se não provar— juro pola minha honra— me sui-cidarei». (vide doe, n.o. 8

Alas a verdade é\ que o Cel. Muratore e seu d i#no-secretario Oscar Pedroso, em-bora julgados''-já* freios homens de bem (vide doe.junto n>(6, 9,10 ell), culminando esses julgamentos rias palavras do

(5)

su

B M B N T O

HSSMSSINflI

__i__ ação da S-a.TD-dia.efia d.© IFolioia deGa^das —"Varias IFro^ridencias — ____prirzieiraiTo. ticia — ZESelDàtes Palsos — Iríro-^ros. 2S*o.rrios — Finalmente a captura

--_. Cliegada do cxixanãnoso U .© seu depoircieüto — IDi^rersas IfcTotas

0 crime perpetrado por João de Deus Pereira Filho, deu-se no dia 7 do mês findo, pelas nove horas da manhã, em Galopo-lis, distante 12 kilometros dé Caxias, quan-do Crestes Manfro dirigia-se, tranqüila-mente, desarmado, para a fabrica de teci-dos Lanificio São Pedro, da qual era ge-rente. O delinqüente abateu-o traiçoeira e cobardemente, com tres facadas mortais, duas das quais pelas costas. Incontinenti, tendo ciência do fato, o Dr. Olmiro de A-zevedo, sub-chefe de Policia desta cida-de, transportou-se para o local do crime, levando força, e ali chegando um quarto de hora após o delito.

A esse tempo já o criminoso se embre-nhára pelas matas em torno, perseguido por grande numero de operários da fabrica. Por ordem do sub-chefe, a policia saiu tam-bem em perseguição de João de Deus Preira Filho. Concluídas as diligencias de e-mergencia, o Dr. Olmiro de Azevedo, de pronto, teve conhecimento de que João de Deus Pereira Filho, era natural do munici-pio de, Gravatai, sendo filho de João Pe-reira Maciel, atualmente residente na Capital do Estado, á rua Dona Euge-nia, no Caminho do Meio, sendo, entretan-to, criado por Manoel Cirino Mendes, domi-ciliado na campanha, duas léguas

distan-te da Vila de Bom Jesus.

OUTRAS PROVIDENCIAS

De posse dessas informações aquelle sub-chefe de policia comunicou, de pronto, o fato, com os dados qué possuía, ao Dr. Dario Crespo, Chefe de Policia do Estado e aos delegados de Policia dos municípios de Gravatai e Bom Jesus, usando do te-legrafo e fonografia.

Prevendo a possibilidade do crimino-so homisiar-se nos municípios em torno, o Dr. Olmiro de Azevedo telegrafou ainda urgente, para os delegados de policia de Nova Trento,' Antônio Prado, Vacaria, Lagoa Vermelha, Prata, Alfredo Chaves, Bento Gonçalves, Garibaldij Oahi, São Leo-poldo, Montenegro, Novo Hamburgo, Ta-quara, Gramado, Criuva, Santo Antônio da Patrulha, Conceição do Arroio, Torres e S. Francisco de Paula.

Nesse meio tempo a policia de Ca-xias se movimentava toda, tomando to-dos os passos no interior do município e atingindo mesmo São Francisco, no dia imediato, para aguardar a Ponte do Korf, sobre o Rio das Antas, nas divisas do mu-nicipio de Vacaria.

Todavia, apesar de todos os esforços da policia nos tres dias subsequentes, a-gindo com prestosa e dedicação dignas de todos os encomios, não foi possível obter uma única noticia satisfatória e exata do destino que tomara o perigoso delinqüente. As informaçõos que chegavam de Tor-res, Bom Jesus, S. Leopoldo, Gravatai, Taquara e Vacaria, por intermédio das respetivas delegacias de policia, davam a-penas conta da vigilância das autorida-des e das providencias tomadas, sem que se precisasse o paradeiro de João de Deus Pereira Filho.

A PRIMEIRA NOTICIA

A todas essas a sub-chefatura de po-licia de Caxias não perdia as esperanças,

mantendo-se vigilante e distribuindo ins-trações e recomendações ;às autoridades dos municípios ;VÍ.sínhos..Estendendo mais seu raio de ação, o Dr Olmiro de Azeve-do comunicava-se com as autoridades Azeve-dos municípios de Santa Catarina, particu-larmente Araranguá, Lages e Campos

No-vos. ',

A. 17 do mez findo, surgia finalmente um telegrama do Major Luricinio, delega-do de policia de Gravatai, comunicandelega-do ter estado naquele município o criminoso, fugindo' de.novo na direção de São Fran-cisco. Informava ainda o mesmo delega-do que João de Deus ali estivara, com absoluta segurança, em casa de parentes, no dia 13, rumando, em seguida, para Bom Jesus, pela serra das. Antas, em buscada casa de Manoel Cirino Mendes, onde fora criado. A sub-chefatura de policia de Ca-xias redobrou então sua atividade, enten-dendo-se, cie imediato, com as delegacias de policia de Santo Antônio da Patrulha, Torres, Taquara, São Leopoldo, São Fran-cisco, Montenegro, Bom Jesus e Vacaria, pondo-as ao corrente do que se passava. A esse tempo, seguia para Araranguá um investigador especial, domiciliado na-quele município.

Quasi todas aquelas delegacias respon-deram dando conta das providencias to-madas. O Sr. JOSÉ' PADILHA, ativo de-legado de policia de Bom Jesus, que des-de o primeiro momento manifestou o maior zelo no cumprimento do seu dever, em face do que se passava, mandava dobrar a vigilância nas proximidades da casa de Manoel Cirino Mendes e ao mesmo tempo colocava guardas de inteira confiança nos principais passos do município.

REBATES FALSOS

Como é bem de vêr, não faltaram noticias va-gas e incertas de todas as procedências. Entre-tanto, em algumas se demonstrava a dedicação e o interesse das autoridades policiais. Foi assim que a 21 do mez findo o Sr. Luis Flores, delegado de policia de Montenegro avisava ter preso ali um itidividuo suspeito que dava os ares de João de Deus Pereira Filho. Investigadores que para ali se dirigiram a mandado do Dr. Olmiro de Azevedo, constataram, contudo, não se tratar do criminoso. Dias antes o sr. Vitorio Ranzolin, delegado de policia de Nova Trento, prendia outro suspei-to. Mas não era ainda o delinqüente tão anciosa-mente procurado...

A 23 do mesmo mes, o sr. Teodoro Camargo, delegado de Antônio Prado, detinha um terceiro, com o mesmo resultado.

Evidentemente, a policia estava ativa e de olho alerta.

NOVOS RUMOS

O Dr. Olmiro de Azevedo, porém, não estava ainda satisfeito. Tinha até, por intermédio dosr. Mathias Teixeira, delegado de policia de Caxias, novos informes das autoridades de Campos No-vos, em Santa Catarina...

A 28do mez findo, aquele sub-chefe de poli-cia dirigiu-se a Porto Alegre, onde conseguiu do Dr. Chefe de Policia investigadores especiais pa-ra novas diligencias.

A 3 do corrente, com instruções e itinerário traçado pela sub-chefatura de policia de Caxias, esses investigadores entraram no município de Oravatai.no desempenho da arriscada diligencia. A 4, pelo telégrafo, forneciam informações segu-ras da direção tomada pelo criminoso, anterior-mente no rumo do município de Bom Jesus.

a Captura

O Dr. Olmiro dé Azevedo já ordenava a ida desses investigadores para ali, no mesmo dia i, comunicando-se, poi* igual, com as delegacias de Vacaria e Bom Jesus, quando pelas oito horas da noite recebia telegramas urgentes das autoridades daqueles dois municípios comunicando ter sido preso já em Araranguá, no Estado de Santa Cata-rina. João de Deus Pereira Filho, que fora entregue ao Sr. José Padilha da Silva, delegado de policia de Bom Jesus. Hontem, devidamente escoltado, chegou ele a está cidade, que está de parabéns pela atividade desenvolvida pelas suas autoridades.

A CHEGADA DO CRIMINOSO

Ás trese horas precisamente, dava entrada na Prefeitura Municipal, acompanhado pelos srs. J. Alves Boeira, que efetuou a prisão em Araran-guá; José Padilha da Silva, delegado de policia de Bom Jesus, o facínora João de Deus Pereira Filho.

Apezar de não ter sido divulgada com pre-cisão a hora da chegada, entretanto já ás 12 e« meia horas, era grande o numero de curiosos que pelas imediações do edifieio onde funciona a Sub-Chefatura de Policia aguardava a chegada de João de Deus Pereira Filho.

Poucos minutos antes das 13 horas, chega-vam á frente da Prefeitura Municipal um automo'-1 vel, escoltado, por um grupo de cavalarianov? procedentes do visinho município de Bom Jesus, bem como por um contingente da policia admjí-nistrativa que havia ido ao encontro do veiculo em que viajava o assassino, afim de prevenir um possível excesso de parte do povo que, justa e profundamente indignado pelo bárbaro crime que ainda perdura vivamente em nossas memorias.ma-nifestou o desejo de lincha-lo.

O criminoso com á maior calma possível e indiferente àquela onda de povo que avançava em sua direção, seguiu no meio da escoita que o cercava para o interior da Prefeitura, onde na sua repartição já o aguardava o Dr. Sub-Che-fede Policia, que estava acompanhado do Dr. Feliz Spinato, cunhado da vitima, seu amanuense e do major Matias Teixeira, delegado de. poi: ia deste município.

Por especialdeferenciado Dr. Olmiro de A-zevedo, assistiram ao interrogatório o Diretor des-ta folha sr. Carlos Lima Valdez, que é des-tambem correspondente do «Jornal da Manhã», da capital, e João B. Paganelli, correspondente do «Correio do Povo, tambem da capital.

Logo em seguida, iniciou o Dr. Olmiro O INTERROGATÓRIO DO RÉO

Aos cinco dias de julho de 1933, na sub-che-fatura de policia, ás 13 e um quarto, onde se a-chavão Dr. Olmiro de Azevedo, sub-chefe depo-licia, comigo amanuense de seu cargo, passou a interrogar o indiciado que acaba de chegar de Bom Jesus, trasido pelo delegado de policia, Jo-sé Padilha da Silva. Declarou ele chamar-se João de Deus Pereira Filho, ter 27 anos de idade, bra-sileiro, solteiro, natural de Gravatai, filho legiti-mo de João de Deus Pereira Maciel e Leandra Maciel. Seu pai é vivo, morando em Porto Ale-gre á rua d. Eugenia, no Caminho do Meio, n.o 61. Morou o depoente de 1919 a 1926 em Bom Jesus trabalhando na taipa e serviços de lavou-ra e campo. Em 1927 foi palavou-ra Porto Alegre, onde conheceu seu pai, pois criado em Gravatai por seu padrinho que morava nessa ocasião nesse município. Em Porto Alegre trabalhou em 1927 e 1928 nas seguintes casas: Cervejaria Bopp, Comp. Telefônica e Máximo Bettiol, residente à rua Benjamin Constant, fim da linha São João, como ajudante de ferreiro. Depois disso foi sorteado servindo no 9.o R. C. I. em São Gabriel durante um ano cinco meses e dias. Foi excluído por con-clusão de tempo, nunca estando preso e nem em Porto Alegre como civil. Não tem vicio nenhum: não bebe, não fuma e não joga. A 26 de novembro de 1931 deu baixa indo para Porto Alegre em busca de serviço, ficando uns dias em casa de seu pai, depois foi para Gravatai, ficando em casa de sua madrinha Rosalina Cirina Mendes que é irmã de Manoel Cirino Mendes e casada com Severiano

(6)

S TJ

X-JÉ MENTO

Bernardo de Souza, no interior do municipio a uma légua e pouco da Vila. Trabalhou ali uns mezes em seguida já em 1932 foi a Bom Jesus onde vendeu uns yados que possuía em casa de seu padrinho Parou por ali uns mezes residindo ainda em casa deNestor Cardoso de Quadros, no l.odistrito, tra-calhando e lecionando os cunhados destes Em ju-nho de 1932 desceu para Galopolis afim de obter trabalho na fabrica de tecidos, ali chegando na véspera de São Pedro, 28 de Junho. Falou com o sr. Manfro pedindo emprego. Não tinha. Hospedou-se na casa de Giacomo Menegotto. Começou então a trabalhar como jornaleiro por ali. Tempos depois voltava á fabrica não conseguindo colocação, sem que Manfro lhe dissesse que a aguardasse. Traba-lhou uns dois meses e dias no Menegotto e foi de-pois a Porto Alegre com passaporte dá Delegacia daqui, pois foi no período da revolução Paulista j> oi ver seu pai, ficando por lá uns dois meses. Vol-tou depois porque gostava de Caxias e queria viver aqui. Dirigiu-se a Galopolis pedindo emprego a O-restes Manfro, Não conseguindo hospedou-se com rausto Mincatto, trabalhando lá. Depois trabalhou com outro padrão cujo nome é Caetano Sbabo, não deixando de pedir sempre emprego na fabrica Tra-balhou ainda como gerente de pintor com Cavalhei-ro de Lima sempre morando com Mincatto. Ajudou ainda na obrado Hospital de Galopolis, este ano Que um mes mais ou menos antes do fato, enten-deu-se com osr. Manfro para coloca-lo, extranhando que ele empregasse tanta gente e ao depoente não. fediu-lhe mesmo que dizesse se tinha más infor-maçoes do depoente. O sr. Orestes respondeu que naoLdisendo que dependia, não denunciando a colo-cação do indiciado, nesse momento entrara para o escritório. Depois disso não falou mais com o sr Manfro. Que estava já a alguns dias em casa de Giacomo Menegotto, parando em princípios do mes rindo já sentido por não poder encontrar colocação na fabrica, quando, no dia 7, pela manhã dirigiu-se para a casa de Antônio Rigon, perto dade Mene-gotto para tratar serviço.Não chegou a tratar e de-sceu na direção da fabrica, já coma idéia de come-ter o crime. Esperou junto aos eucaliptos, que apa-recesse Orestes. Viu quando ele se aproximava e agrediu-o bem de frente, armado de punhal. Na se-gundapunhalada Manfro caiu e no chão deu-lhe a terceira punhalada. Manfro levantou-se e atirou até um objeto no depoente que já fugia deixando os cninelos. Correu á casa de Menegotto onde agarrou

a mala e algumas roupas. Tomou a direção da estra-da de Caxias, em seguiestra-da embrenhou-se nas colo-mas na direção leste. Deixou anoitecer, estando já nos subúrbios da cidade. Queria embarcar no dia seguinte para Canoas mas não se atreveu. Ficou nor ali escondido todo o dia 8, No dia 9 seguiu a pé até Nova Sardenha, chegando á noite e sempre pela li-nha férrea. A10tomou o trem para Canoas e che-gandoalí esteve em casa de seu cunhado José Bor-ges, a quem contou; tudo. Seu cunhado não o quis ali, seguindo ele do carreta, para casa de sua madrinha que já sabia do fato e onde ceiou e dormiu. No dia trese mais ou menos, já andava no rumo de Sta. Catarina, a pé, tendo procurado I a serra pelos municípios de Santo Antônio, Con-ceiçao do Arroio e Torres, passando a Mambitu-1 ba para Araranguá. Sua madrinha não quis sa-Dir do depoente, no dia em que lá esteve. Levou uns oito a dez dias de Gravataí á Araranguá Chegou no sábado ultimo na casa de José Boei-ra que tem parentesco com a familia do depoen-te. No dia seguinte, quasi á noite este que sabia do tato, com mais quatro homens deu-lhe voz de prisão. Não tinha arma alguma pois jogara fora o punhal homicida no dia do crime, ainda em Galo-polis. No momento não resistiu a prisão de ma-neira alguma. Na segunda-feira foi levado a Bom Jesus, onde foi entregue a José Padilha da Silva delegado de policia. Não tinha plano onde ir mas procurava não cair nas mãos da policia. Não tem cúmplices nem co-autores na morte de Orestes Manfro. Diz que a responsabilidade inteira do deli-to, recai sobre ele. Acha que fez mal, mas tem que resistir com animo inflexível, aceitando os fatos como eles se apresentam e esperando que a jus-tiça o corrija conforme merece, estando inteira-mente á disposição das autoridades.

E como nada mais tivesse a accrescentar foi encerrado seu depoimento, que achado conforme

assinou. '

Iguardará o processo que a justiça

publi-'ca lhe moverá.

j

O Dr. Olmiro de Azevedo, ouviu

tam-bem, demoradamente, os srs. José Alves

Boeira e José Padilha da Silva, cujos

de-poimentos mandou tomar por termo

Pelo fotografo sr. Lauro Schimidt,

fo-ram batidas diversas chapas,

especialmen-te para os «Jornal da Manhã» e

«Cor-reio do Povo».

Central e Apoio

— DOMINGO

-Uma das maiores glorias

cinematografi-cas da UFA

0 Ultimo Pelotão com

00pNTNA^vTfoÜT FECUNDADO BOR

ILA-RIN EVANS.

Formidável Sucesso!!!

DIVERSAS NOTAS

Terminado seu depoimento, foi o

cri-mmoso recolhido á cadeia civil, donde

momentos depois era conduzido

apresen-ça do Dr. Juiz Distrital, que após ouvi-lo,

mandou passar-lhe a nota de culpa, sendo

ele novamente recolhido á cadeia, onde

a-Sextarfelra, 14 de Julixo

O film dos films produsidos em 1930!

0 Rei Vagabundo

2.000 personagens em cena—Uma jóia da

tela -Dems King, no papel de «François

Vilon» o romântico boêmio do século XIV

que tinha o valor de um herói e a alma

de um poeta! Ao lado de Jeanette Mac

Donald, ouviremos na maravilhosa

can-çao «Sê minha esta noite».

r- y

(7)

o:üii :.i. í'j ;:%3 da Cunha, n-lo ;-: .. :. i 0/ .:..:: :( a repaber, impassi-v •'.'; .) .' j _ ... ,.\.|oolos que; disen-üO :,.; ;;o..-.;. ',j::. i «.;:,:, :G;:;oam a imprensa oi» tjüíiD da .:;-') osnditfor, de seus des-peitos.

Eis o motivo por que resolveram cha-mar a juizo os seus detratores para rece-bèrem da justiça o merecido castigo.

Passemos a^uiu a analisar, sob ás luzes do direito penal os crimes de calunia e de injuria perpetrados por Anibal Duarte, João Lucena Júnior, Saverio De Felippis e Dario Porto, contra o Cel. Miguel Mura-tore e o sr. Oscar Pedroso da Silveira.

O CRIME DE INJURIA

Considera se injuria, em face do nosso Código Penal (art. 317):

a) -— A imputação de vícios ou defei-tos, com ou sem fatos especificados, que possam expor a pessoa ao ódio, ou ao despreso.

b) A imputação de fatos ofensivos da reputação, do decoro e da honra.

c) — A palavra, o gesto, o sinal execu-tado insultante na opinião publica.

No caso «sub-judice», a injuria se en-quadra na letra b): A imputação de fatos ofensivos á reputação, ao decoro e à honra. Ora, da simples leitura das expressões usadas por Anibal Duarte e seus compa-nheiros de campanha difamatória se de-preende logo que elas constituem a impu-tação precisa de fatos ofensivos á reputa-ção, ao decoro e á honra.

Para que não venham eles, depois com alegações de representação ou denuncia i-neptas, vamos dar o nome aos bois ou por os pingos nos ii, de modo que não possa haver duvida nem confusão quanto as ex-pressões injuriosas por eles empregadas.

Vejamos primeiramente o que ocorreu quanto a — Anibal Duarte —, autor de in-jurias contra o Cel. Muratore e de calúnias contra o mesmo e o secretario da Prefei-tura, sr. Oscar Pedroso da Silveira.

Passo a transcrever as injurias assaca-das por elle contrao Cel. Muratore.

No «Caxias Jornal* de 9 de maio p. pas-sado (vid. n.° 10 ), empregou ele as se-guintes expressões, nas quais o sou autor é muito capaz de não vislumbrar «animus injuriandi».

«O atual prefeito sentiu-se á vontade e deu expansão aos seus mais baixos ins-tintos, na manipulação da mentira po-litica, arrota lo d? bochechas ohameci-das de ácido sulfridieo, na fermentação

da estupidez.,;

«...No seio da. càmorra insíjalada naPre-feitura—que outra cousa não 1 aia si-não mentir descaradümeul* ao precláro Interventor Federal».

E finalisa Anibal Duarte a sua verrina com estas palavras:

«E agora, sr. Prefeito? Só ha um recurso.

Munir-se da dignidade de Judas e forcar-se na primeira figueira que en-contrai*.»

No pamphleto junto sob numero 7, fala Anibal Duarte jna

«degradante e corrupta administração desse Prefeito.1

João Lucena Júnior—Saverio De Felippis

e Dario Porto, encarregados

principal-mente do papel de caluniadores, não qui-zéram passar sem atirar também a sua pedra injuriosa no Cel. Muratore.

Assim é que no panfleto junto, sob

nu-mero 5, empregaram eles as seguintes

expressões:

«O sr. Prefeito mandou fazer por conta

da Prefeitura em um terreno de sua

propriedade, um boeiro de pedra. Justi-fica elè que assim procedeu para com outros nada cobrando.

Mente, sabendo mentir, afirma de que nada cobrou.»

Passemos agora ao crime de calunia de que são réos Anibal Duarte, João Lucena Júnior, Saverio De Felippis e Dario Porto.

O CRIME DE CALUNIA

De acordo com o artigo 315 do Código Penal, considera-se calunia--«A falsa im-putação, feita a alguém de fato que a lei qualifica crime.»

Desdobrando-se essa figura delituosa, nos

seus elementos componentes, vemos que,

para se integrar o crime de calunia são necessários:

a)—-A imputação de um certo fato.

b) -Que o fato imputado constitua crime, c)—Que a imputação seja falsa.

Outra cousa sinão isso exprimem as aeu-sações levantadas por João Lucena Ju-nior, Saverio De Felippis o Dario Porto (vide doe. n. 5) e encampadas por Ani-bal Duarte no boletim junto, numero 7. Vejamos primeiramente as expressões ca-luniosas empregadas por João Lucena Ju-nior, Saverio De Felippis o Dario Porto, contra o Cel. Muratore o Oscar Pedroso da Silveira o constantes do panfleto Jun-to sob numero 5:

(8)

for-fiiahdade_ alguma, ou motivo justificado o sr Auto João Muratore - seu genro e sobrinho-e capitalista dsobrinho-esta praça dsobrinho-e impostos atrasados na quantia aproximada de um conto de reis E uma imoralidade administrativa tratando-se de um seu parente e de um ricaço.

nnlr ? s^Preleit,0 consentiu que trabalhasse como ajte. de pedreiro que construiu o muro em l^I^JV^ Prcpr-edade, um operário da tmma da Prefeitura, contemplado na folha de J!P„m?nt0 da ™sma' e até h°Je na0 recolheu aos cofres municipais a importância corresnon-dente aos dias de serviço daquele operário. 5'Q°Jp" V -!r- Prefeit0 mandou fazer por conta da Prefeitura, em um terreno de sua pronrie-dade um boeiro de pedra.

fo)_- O sr. Prefeito contratou com um seu ir-irmão a extração de pedra da praça Dante pagando a Prefeitura um tanto por metro cu-bico, do material extraído.

Prove o sr. Prefeito se foi feita a medição re-guiar da pedra.que serviu para encascalharas ruas.

Note-se que por declaração do Diretor das O-bras Publicas o prejuízo da Prefeitura, nesse serviço foi de 20 a 30 o[o.

5.0) - O sr. Prefeito gastou por conta da Pre-feitura, so em fotografias, para em todas elas ver o seu retrato e em pouco mais de um ano quantia aproximada a 4 contos de reis e cuia &. &eSa - derou que podia ser reduzida, ao ° fot°Sraío» em P^juizo próprio, pon-que nunca a-tendeu o sr. Prefeito (!!??.,.)

Não ha pontes de admiração nem reticências que exprimam o ridículo dessa aeu-SaÇcLO.

«6.o -- O Prefeito, sendo como é um dos maio-res acionistas do Cinema Central, sem maiomaio-res lormahdades, mandou reduzir a divida de tal cinema que era de tres contos de reis, para dois contos de reis. A respetiva ficha se acha junto ao inquérito.

7.o) - O sr. Prefeito para conseguir, como ad-vogado, íaser o inventario dos bens deixados por morte da esposa do sr. Augusto Pessini de Noya Vicenza, reduziu a divida desse sr na Prefeitura de um conto quatrocentos e tantos mil reis para setecentos mil reis e isso median-te, somenmedian-te, um requerimento, assinado a rogo de Augusto Pessini e sem nenhuma informação do sub-prefeito do 2.o distrito.

8.o) ~ O sr. Prefeito mandou derrubar umas capoeiras existentes num terreno da

proprieda-mne ívÀe^í.3 Por uma turma de

OPERA-RIOS DA PREFEITURA e convertidas tais ca-P™. td". lenlla'foi esta no CAMINHÃO DA PRE-*J___UKA conduzida para a residência dosr rrefeito.»

Tais são as expressões caluniosas empregadas pelos autores do boletim acima referido contra o Cel. Muratore.

Quanto ao seu secretario Oscar Pedroso da fciiveira, assim se exprimem as referidas pessoas:

«Juramos a V, Excia. (o boletim é dirigido «ao ST £h0.nrad0 Gal* Flores da Cunha e ao povo de Caxias») tratar-se de um homem sem escrúpulos que, não trepidou em falsificar do-cumentos para dessa forma locupletar-se cem dinheiros da Nação, pois por ocasião das re-quisiçoes para concertos de automóveis que es-S™"»1?0 <** causa Revolucionaria dc Outubro de 30, oscar Pedroso autorisou re-quisiçoes em nome de pessoas que não fome-Snííf1 % nun*ca P°ssuil"am veículos, falsificou nomes de outrasque nunca existiram, como se-jam as de Antônio Bridi e Atílio Pancrotto pessoas que não existem neste mi:nicfpio, rece-bendo ele próprio quantia superiora cinco cen-tos de reis.

Mais adiante vê-se a seguinte acusação

caiu-niosa: y

«Ha quem diga que Oscar Pedroso caso con*e-guisse a dispensa da divida de impostos dos herdeiros Bemanger, receberia, de presente, um lote de terra mas...

^TV ^acões miseráveis foram encampadas Poi Aníbal Duarte no boletim numero 7, onde nu-Wicou a seguinte passagem:

«A opinião publica não só deste rico e íuturoso municipio como de todo o Rio Grande, por onde este circula profusa-mente, desde o povo aos jornais, ao Go-verno e secretários de Estado ficará es-clareada a nossa conduta de jornalistas referente á degradante e corrupta ad-mmistrução desse Prefeito, que segundo o. libelo acusatorio oferecido om grão de recurso ao nosso prosado amigo e chefe Gal. Flores da Cunha, pelos srs. Save-no De Felippis, Dario Porto e João Lu-cena Júnior, do áto que os. exonerou, porque estos exerceram na representçao ao Governo — o direito de quem a-cusa, estribados em provas esmagadoras contra a delapidação dos dinheiros pu-bheos, manobrada por documentos fal-sifwados e amparada á deshonestidade administrativa, estamos na obrigação moral de esclarecer o assunto tim-tim por üm-tím porque a nossa boa fé de de jornalistas, que nunca comeram nas gamelas governamentais, fora mísera-velmente ludibriada, quando pelas co-tunas do nosso jornal (em véspera de reaparecimento) de pena em riste fazia-mos a defesa a outra se do sr. Murato re e do seu secretario, quando estes vi-viam no pelourinho da opinião publica pelas acusações tremendas e indestruti-veis que lhes caiu sobre aeabeça; de um,

como estelíonatarío, e de outro, como a-proveüador do cargo, manobrando a in-decente e criminosa advocacia adminis-iratiia, íolietaiugaàa ata do que ha de mais sujo amais metal, tm vüta das pi ovas cphsiniadas pelos henatos hi?icic?,aiios demitidos por esse prefeito e cujas provas estão de pó, paia a res-tauracão do ii.qiicrito oue o honrado Interventor F.deial, PAPO 0 SEI: PAS-SAPO E O SEU IEFfEN.E, HA DE MANDAR IPCCFIII. IAPA CIE TR1PNFE A FORCA EO DIREITO E NAO O DII.E1_0DAICRÇA.»

Ai eslá perfo.t emente intepialisada, a-travéz dessas expes.ces a figura deliiuo-sa da calunia.

Que são falsas essas imputações afirmam ospareceres do Conselho Consultivo desta localidade conslituido de pessoas honradas e dignas uma das quais, o sr. Alfredo Ger-mani, ao tempo cm que deu o parecer era adversário político do Cel. Muratore.

A falsidade dessa imputação foi ainda constatada pelo ilustre Inspetor da Fazen-da Estadoal, sr. Luiz Osório de AlmeiFazen-da, que concluiu pela completa improcedencia dessas acusações.

Em vista do exposto incorreram Anibal Duarte, João Lucena Júnior, Saverio De Fehppis o Dario Porto na sanção dos arti-gos 315,316 e317, letra b) do Código Pe-nal da Republica, combinados com os ar-tigos l.o, números 2 e 3 do Decreto Fede-ral numero 4.743, de 31 de outubro de 1923. Para que sejam devidamente processa-dos na forma do artigo 202, números 1, 2, 3 e 4, da lei numero 346 de 6 de abril de 1925, oferece-se esta representação para 1ue y* s* de acordo com o artigo 3.°, letra a), do Código do Processo Penal do Esta-do, se digne promover todos os termos do processo visto tratar-se de ação publica, inclusive a exibição de autógrafos.

Protesta-se, na qualidade de assistem te, por todo o gênero de provas.

E. DEFERIMENTO

(Sobre 5$000 de estampilhas Estadoais e 200 de saúde, ass.) Alberto de Britto.

Referências

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