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Boa tarde a todos. A primeira palavra nesta sessão tem que ser dirigida. aos novos alunos. Porque desejando este momento sublinhar o recomeço

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Academic year: 2021

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Abertura do ano letivo 2014-2015 22 de outubro de 2014

Intervenção do Reitor da Universidade de Aveiro, Prof. Doutor Manuel Assunção

Abertura do ano letivo 2014-2015 22 de outubro de 2014

Intervenção do Reitor da Universidade de Aveiro, Prof. Doutor Manuel Assunção

Boa tarde a todos. A primeira palavra nesta sessão tem que ser dirigida aos novos alunos. Porque desejando este momento sublinhar o recomeço dos trabalhos escolares, é para os novos estudantes que esse recomeço é mais marcante: precisamente porque o fazem num ambiente diferente; o qual nós, naturalmente, procuraremos todos que seja um ambiente onde se sintam bem, onde possam concretizar os objectivos determinantes da vossa vinda para a Universidade de Aveiro e onde nos ajudem a ser uma melhor Escola.

No actual contexto do Ensino Superior os novos estudantes representam quase a única fonte de renovação da instituição, o sangue novo tão essencial à matriz universitária; que se caracteriza, exactamente, pela procura de novos saberes e por ensinar, transferir e valorizar conhecimento num ambiente de alargamento da fronteira do que se conhece. Orgulhamo-nos, muito especialmente, de, num número aproximado de 3600 novos estudantes entre Licenciatura, Mestrado e Cursos de Especialização, e Estudos Doutorais, termos conseguido atrair

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mais de 300 alunos estrangeiros; àqueles juntar-se-ão ainda os que vierem a escolher os Cursos de Especialização Tecnológica e os Cursos de Técnico Superior Profissional, bem como novos estudantes de Doutoramento; e aos últimos será preciso somar, também, os alunos Erasmus. O que, tudo junto, consolidará o Campus, a cidade e a região enquanto meios crescentemente cosmopolitas e internacionais: uma faceta já bem notória nos rostos e vozes que povoam o nosso quotidiano.

Um muito obrigado a cada um dos que escolheu a UA por essa opção a nosso favor: que nos responsabiliza mais mas, do mesmo modo, nos anima a fazermos todavia melhor. Sejam muito bem-vindos a esta comunidade académica que enriquecem e à qual passarão a pertencer para sempre!

Mantem-se hoje a tradição de abordar nesta cerimónia uma temática ligada à missão universitária. Teremos aqui uma abordagem ao novo Programa Quadro, ao Acordo de Parceria Portugal 2020, e, em particular, à sua incidência regional. Trata-se de um tema da maior importância, em conjugação e complemento do Programa Horizonte 2020 e de outros geridos centralmente pela Comissão, para a competitividade da Universidade de Aveiro no seu todo, e das suas unidades de investigação, para além da relevância evidente na relação com empresas, autarquias e

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outros actores - regionais, do resto do país ou até de fora dele. Com esta escolha, para o início simbólico do ano letivo, pretendo fomentar a sensibilidade necessária na comunidade académica para os novos figurinos dos programas de financiamento que vigorarão até 2020 e que traduzem uma mudança significativa de orientação. E mobilizar todos para as diligências que com empenho, imaginação e em diálogo com os parceiros adequados é necessário levar a cabo no sentido de, sendo úteis ao país, aproveitarmos as ocasiões favoráveis que o novo quadro nos proporciona; e, com isso, consolidarmos a lógica de sustentabilidade que sempre foi nossa característica.

As prioridades no novo quadro comunitário de apoio apontam direções, como a dos desafios societais, que devem ser exploradas em proveito de projetos conjuntos das Ciências Sociais, Artes e Humanidades com as Ciências e Tecnologias. Este é um aspeto muito importante, pelo que oferece de ensejo crítico na definição e financiamento de programas de investigação. Porque aqueles grandes desafios, permitindo desenvolver as capacidades de investigação de fronteira e de sobreposição em vários campos, têm o mérito de envolver todas as áreas na identificação, estudo e enquadramento dos problemas, e na implementação das soluções propostas. Detendo o mérito, adicional, de se prestarem, também, ao envolvimento de entidades terceiras, com reflexo no desenvolvimento de

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parcerias, no impacto dos resultados e sua apropriação pela sociedade, e no reconhecimento da UA.

Aquelas grandes tarefas interdisciplinares adequam-se, perfeitamente, à história da UA como universidade com foco nas Ciências e Tecnologias, mas abrangente e vocacionada para o serviço à sociedade. Elas têm, simultaneamente, um potencial mobilizador e agregador da instituição. A contribuição da UA, por si só ou em colaboração com as outras Universidades da Região Centro, na definição do programa regional agora denominado CENTRO 2020, evidencia um conjunto de oportunidades que o programa traz à UA, em todas as áreas do conhecimento, essenciais ao nosso próprio sucesso como um todo.

Neste contexto, o de responder ao que o novo programa-quadro exige, a UA e a Região, com as suas empresas e autarquias à cabeça e fruto de um longo trabalho partilhado, estão particularmente bem posicionadas. As plataformas tecnológicas; a incubadora de empresas da região de Aveiro e outras iniciativas que integramos a norte e a sul dela; o Parque de Ciência e Inovação; e os demais instrumentos, cuja lógica o Contrato de Parceria entre a UA e a CIRA, assinado há menos de uma semana, veio plasmar, sublinham a importância da UA como fonte de conhecimento e o que de nós se espera.

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Para nos trazer essa abordagem, para nos ajudar nessa sensibilização, não podia haver melhor dupla escolha: a da Professora Ana Abrunhosa, hoje Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, mas desde há vários anos responsável pela gestão do Programa Operacional Mais Centro; e a do Dr. Manuel Castro Almeida, que na sua qualidade de Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional teve um papel determinante no desenho final do Acordo de Parceria. A uma e a outro, ambos bons amigos, e de longa data, da UA, o meu grato reconhecimento pela presença. São gestos que não esquecerei.

Pretendi, também, com a opção pelo tema de hoje, pôr o foco em desígnios estratégicos que têm sido, com mais frequência do que a desejável, arredados do centro da agenda pelas questões do financiamento e da instabilidade conjuntural que vêm condicionando a vida das Universidades. É imperioso não nos deixarmos armadilhar por essas condicionantes e ter a capacidade de pensar para além delas: à maneira da UA, a que quero ser fiel, que nunca gostou de se desculpar com as restrições externas, antes procurou, sempre, definir e trilhar o seu próprio caminho, apesar delas.

O que se passou com a avaliação das nossas Unidades de Investigação, no processo em curso a nível nacional, é um bom exemplo: temos que ser

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capazes de extrair as devidas ilações de modo a reforçar no futuro o que agora não se conseguiu. A nossa ambição a isso obriga! Conquanto não sejam verdades menores que só 3% dos nossos docentes e investigadores ficaram em centros classificados abaixo de Bom; e que praticamente três quartos das nossas Unidades passaram à 2ª fase ou garantiram acesso ao fundo de reestruturação.

No que concerne ao processo no seu todo nacional, não posso, contudo, deixar de dizer que se trata de uma oportunidade perdida que está a resultar numa grave perda de confiança no sistema usado. Ora a cultura de avaliação é fundamental em qualquer área e, por maioria de razões, nos sectores da investigação e das universidades. Portugal melhorou enormemente nos últimos 20 anos, hoje exportamos investigadores e talento qualificado, a nossa produção científica e de doutorados subiu em flecha, temos seis Universidades com presença assídua nos rankings internacionais: algo que seria inimaginável no início dos anos 90 e que representa uma trajectória que não deve ser interrompida.

Há vários equívocos no processo. Um é a sobrevalorização da competitividade internacional que se invoca como valor supremo, associado a uma vontade, demasiado prematura, de tornar a Ciência menos dependente do OE. Aquilo a que se assiste, pelo contrário, é a

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fortes constrangimentos para que a ciência portuguesa possa competir mais e possa ser mais útil a Portugal. O que se espera do Estado e dos seus agentes reguladores, neste âmbito, é que melhorem o seu próprio funcionamento e saibam estruturar políticas de investigação que contribuam, também, para a saída da crise em que o país se encontra. Ou seja, eficácia e investimento adequado.

Tendo a Ciência um peso tão pequeno nos custos do país, antecipar-se-ia, como é internacionalmente defendido, um maior foco no investimento em investigação e desenvolvimento enquanto condição essencial para um país que quer ter futuro. O fluxo na cadeia do conhecimento (investigação fundamental, investigação aplicada, transferência de tecnologia e saberes, inovação, criação de valor) não pode ser secado na fonte! Só com uma aposta séria numa Ciência Inteligente será possível desenvolver uma Economia Inteligente com efeitos no mercado: são os próprios mercados internacionais, repito, que espalham esta mensagem! O Sr. Primeiro Ministro, apropriadamente encerrou, ainda há muito pouco tempo, a Conferência “O Futuro da Europa é a Ciência”.

Um segundo equívoco é não perceber que mais de 90% da produção científica ocorre nas Universidades que são quem garante os salários à grande maioria dos investigadores. Não ouvir as Universidades, e as

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sugestões que delas advêm, dialogar pouco com quem as representa, separar artificialmente Ciência e Ensino Superior não é o caminho mais indicado.

Estamos, assim, perante um sistema de avaliação com limitações. Por isso, bater-me-ei contra qualquer tentativa para que os resultados deste processo sejam utilizados com efeitos colaterais, para além da avaliação directa das Unidades, como poderiam ser impactos na fórmula de financiamento das Instituições de Ensino Superior, na análise de candidaturas a bolsas e projectos, na definição de programas doutorais ou na gestão dos fundos regionais para a Ciência.

Alguém que se bateu, até ao fim, pela sua Unidade de Investigação, o Centro de Tecnologia Mecânica e Automação, foi o Professor José Grácio que nos deixou há menos de duas semanas atrás. Membro fundador da Eng. Mecânica, foi agente e força central no seu crescimento que a levou aos 150 primeiros lugares nos rankings mundiais. Presto-lhe aqui a minha homenagem!

Regresso, então, ao tema central desta sessão: o nosso papel no desenvolvimento regional e o papel da região na consolidação do nosso projecto institucional. Precisamos de Universidades fortes para uma

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sem esse reforço da capacidade instalada, sem a manutenção da nossa competitividade enquanto instituições de Ensino Superior. Os programas operacionais da Região Centro têm também que ajudar a isso: a capacitar as Universidades do Centro no sentido de serem mais úteis à região onde se inserem, para que esta possa convergir para as médias europeias.

Temos que ter, sem dúvida, uma política nacional de Ciência, suportada pelo OE e pelos Programas Temáticos, com abrangência para todas as Universidades de todas as regiões e com critérios de elegibilidade iguais. Mas para uma região de convergência como é o caso do Centro é legítimo esperar que haja políticas supletivas suportadas no Programa Operacional

regional e, em particular, na RIS3 – Estratégia de Especialização

Inteligente.

Precisamos, é disto que falo, de uma política regional de Ciência que, naturalmente articulada com uma agenda de inovação participada pelas empresas e outras entidades, sirva os interesses da região e seja desenhada de acordo com as metas de convergência que estão assumidas. Estamos aliás, há já bastante tempo, a trabalhar com as Universidades de Coimbra e da Beira Interior, e com a CCDRC, visando darmos vida a uma lógica de consórcio que reputamos todos de essencial;

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e que não deixará também de incluir a frente, importantíssima, da internacionalização do Ensino Superior em Portugal.

Este dia fica, ainda, marcado por um acto de importância simbólica sob vários ângulos. Como prova da nossa história que começou associada às Telecomunicações; como exemplo da nossa proactividade e, em particular, da dos alunos; como testemunho do nosso impacto e da nossa relação com o desenvolvimento tecnológico do país. Refiro-me ao Sapo, talvez a nossa spin-off mais conhecida. O alto-relevo da autoria de Paulo Neves que, de seguida, o Sr. SE com todos nós terá o privilégio de inaugurar, recordando os 19 anos do Sapo, vai permanecer como mais um elemento escultórico que embeleza o Campus e cuja colocação na praça central, recordando um passado que é, além disso, um excelente presente, nos animará, diariamente, na nossa caminhada.

Estes temas da Ciência, da pesquisa, do desenvolvimento regional, da inovação e da valorização económica do conhecimento continuarão a ser fundamentais para o nosso continuado reforço da UA enquanto instituição pública ao serviço do desenvolvimento humano em todos os seus aspectos.

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excelência da investigação, na qualidade e pertinência da nossa formação, na relação inseparável com a comunidade, considerada esta numa escala local, do país ou internacional. Queremos esbater a fronteira entre a academia e a sociedade, estando institucionalmente disponíveis para a permanente adaptação às renovadas exigências, necessidades e desafios desta. É por isso que são tão fulcrais a conexão e a interdependência entre as componentes da missão universitária. E é aqui que temos que fazer a diferença, é aqui que deve residir a nossa originalidade: afirmarmo-nos pela ligação intencional e estratégica entre as afirmarmo-nossas várias funções.

Trata-se de uma visão e de um conceito de Universidade Cívica! Um conceito que pode constituir uma síntese feliz do nosso projeto global: com preocupação pelo interno; mas com maior preocupação ainda pela osmose com o exterior, com o nosso efeito de dentro para fora, com o nosso impacto no crescimento de uma sociedade mais desenvolvida, mais humana, mais solidária, melhor! Um “Campus que Pensa” tem que ser assim.

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