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Reuista Brasileira de Geocitncias Volume 5, 1975 141 i,j~]<';))A1JUrt MLA~ECmA lMft (it~~

l\I!IDE • SAO rA tJLO

CONTRIBUiCAo AO ESTUDO DAS ROCHAS VULcANICAS

DA BACIA DO PARANA NA REGIAO DE

SANTA MARIA, RS'

PEDRO LUIZ SARTORI", CARLOS MACIEL FILHO" e EGYDIO MENEGOTTO'*

ABSTRACT The volcanic rocks which occur in the southern part of the Parana basin, in Santa Maria region, Rio Grande do SuI, Brazil, are piled up in four lava flows with intertrapp sandstones and some related sills. Their radiometric age varies between 118 - 123 m. y.

Descriptions of the structural aspects of the flows are made, likewise a careful study of the mi-neralogy and petrography in several samples collected in different positions and localities where occur each flow.

The lava flows are characterized by differences in composition which helped the identification of the stratigraphic position of each one of them.

Modal composition indicated a basalt to andesite composition for the three lower lava flows. Normative compositions, howewer, indicated more differentiated facies - latites and trachybasaIts. Differences are due to unidentified mineralogical phases present in the matrix of the rocks.

The fourth upper flow, which shows the largest thickness and horizontal distribution, presents two different textural facies: a vitrophiric one and the other a granophiric. Normative composition indicated a dellenitic nature for the former one and a riolitic one for the latter.

The rocks follow the general trend known for the basaltic rocks of the Parana basin but the upper flow is established as the most differentiated already found in the magmatic province.

INTRODUCAo Neste trabalho sao apresentados os resultados obtidos no campo e no

laborat6rio sabre a natureza dos derrames de lava pertencentes

a

Bacia do Parana, que ocorrem em Santa Maria, Estado do Rio Grande do SuI.

a

levantamento geo16gico realizado visou principalmente situar as litologias que compoem a Formacao Serra Geral, bern como estabelecer a estratigrafia dos derrames. Desta forma, os sedimentos subjacentes nao foram individualizados. A regiao mapeada, originalmente na escala 1: 25ODD, situa-se no rebordo sui do Planalto Meridional Brasileiro e abrange uma area em torno de 200 km2, cujas coordenadas estao na Fig. I.

A regiao de Santa Maria vern sendo objeto de uma aerie de trabalhos e referencias sobre a sua geologia, na sua quase totalidade no entanto voltados para feicoes paleon-tol6gicas e estratigraficas. Com relacao aos derrames basalticos, os primeiros estudos nessa regiao foram feitos par F. Von Huene e R. Stahlecker, por ocasiao de uma expedicao cien-tifica ao suI do pais, realizada entre julho de 1928 e abril de 1929. Leinz (1949), baseado nas descricoes desses autores, fez tambem referencias aos derrames em Santa Maria.

Menegotto etat. (I9q8) caracterizaram uma sequencia sedimentar, por e1es deno-minada Formacao Tupancireta, cobrindo os derrames basalticos ao norte do municipio de Santa Maria e delimitando a topo da Formacao Serra Geral na regiao, Finalmente, Bortoluzzi (1971) publicou extenso trabalho sohre as formacoes sedimcntares da regiao, incluindo suas relacoes com as rochas vulcanicas.

Geomorfologicamente, as lavas apresentam-se como rochas mantenedoras do rebordo do plaualto e de alguns morros testemunhos, alcancando altitudes de 420·470 m. Em alguns locais, como no cerro que ocorre ao norte da cidade, a rocha mantenedora

e

cons-tituida por espessa camada de arenito intertrap (Foto I).

*Com auxflio da Fundacac de Ampere

a

Pesquisa do Estado do Rio Grande do SuI (FAPERGS) **Departamento de Geocienclas da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

(2)

142 Revista Brasileira de Geocitncias Volume 5,1975

Foto 1 - Vista geral de Santa Maria, vendo-se

a

esquerda, ao norte da cidade, as escarpas do Pla-nalto Meridional e, no fundo, ao sul, os morros testemunhos

Do ponto de vista geologico, a regiao investigada

e

constituida de sedimentos da Formacao Santa Maria, aos quais se sobrepocm discordantemente os sedimentos da For-macae Botucatu. Segundo Bortoluzzi (1971), esses sedimentos caracterizam, respectiva-mente, facies fluvial e eolico. Cobrindo essa sequencia, aparecem os derrames de lavas com arenitos intertraps da Formacao Serra Geral. Depositos sedimentares mais recentes estso representados por terraces e aluvioes fluviais, e depositos de talude. As falhas exis-tentes sao normais, com direcao dominante NW, e mais raramente NE, conforme pode ser observado na Fig. 1. Algumas formam faixas de 20 m de largura, contendo brecha cimentada par opala. A atitude das camadas

e

horizontal ou sub-horizontal, notando-se, na base do terceiro derrame urn mergulho para SE.

METODOLOGIA As tarefas executadas consistiram essencialmente em trabalhos de campo e em estudos de laboratorio. A fase inicial envolveu a elaboracao de urn mapa litologico da Formacao Serra Geral, abrangendo a regiao escolhida. Para tanto, fbram utilizadas fotografiasacrcas, na escala 1: 25 000, dos Services Aerofotogrametricos Cruzeiro do SuI S.A., urn mosaico dessas fotografias, e os mapas topograficos das Folhas de Santa

Maria e de Camobi da D.S.G. do Ministerio da Guerra, na escala 1: 50 000.

Afora os trajetos realizados ao longo das estradas, foram os caminhamentos ao lange das ingremes subidasdo rebordo da Serra Geral, ate 0 topo, que possibilitaram 0 estabe-lecimento da estratigrafia dos derrames. As altitudes foram determinadas atraves de dois altimetros tipo Paulin.

A descricao macroscopica das amostras de rochas, coletadas em varies partes de cada derrame ao longo das subidas da serra, foi feita com lupas binoculares, e a estudo optico, em laminas delgadas, com 0 auxilio de microscopic polarizante equipado com platina universal, contador de pontos e demais acessorios. Com isso foi possivel caracterizar-se a textura, a composicao, 0 tamanho e a percentagem dos constituintes mineralogicos. A determinacao do plagioclasio, urn dos constituintes mais importantes dessas rochas, fbi feita a partir do estudo de cristais geminados. Recorrendo-se

a

tecnica da platina uni-versal, assim como empregando-se uma serie de estereogramas e graficos, foi possivel con-· seguir-se uma analise estatistica dos valores e a identificacao dos tipos de geminacao,

Para a verificacao do tipo de geminacao, usou-sc, principalmente, os estereogramas perpendiculares ao eixo Y,com as curvas de migracao dos poles dos pianos cristalograficos e dos eixos de hemitropia normais (Burri et al., 1967).

Na dererminacao da natureza do plagioclasio, alem dos estereogramas citados, foram empregadas tambem as curvas dos angulos entre as direcoes opticas correspondentes dos individuos geminados (Burri et al., 1967), as curvas dos angulos entre X, Yeo eixo do

(3)

ge-Revista Brasileira deGeociincias Volume 5, 1975 143

minado (Slemmons, 1962) e, eventualmente, a curva do angulo dos eixos 6pticos2Vz(Burri

etal., 1967).

a estado estrutural dos plagioclasios, classificando-os como plutonicos ou vulcanicos, foi determinado com 0 auxilio das curvas de Slemmons (1962). Como salientado por Ruegg (1972), essa propriedade pode ter importancia no tocante

a

hist6ria termica das rochas, servindo 0 metodo para a avaliacao das relacoes de ordem e desordem existentes nos pla-gioclasios. Segundo Slemmons (1962), as estruturas de transicao deveriam aparecer em plagioclasios de intrusoes hipoabissais.

A constatacao da presenca de feldspatos alcalinos foi possive! gracas ao emprego. da tecnica da coloracao em que a lamina de rocha

e

mergulhada em cobalto nitrito de s6dio, preparado na hora, a partir de uma solucao de nitrite de s6dio juntada a uma solucao acetica de cobalto.

As analises quimicas quantitativas das amostras de rochaforam feitas no Instituto de Geociencias da Universidade Federal do Rio Grande do Sui e os calculos petroquimicos no Nticleo de Processamento de Dados da Universidade Federal de Santa Maria, com

°

auxilio de urn computador eletronico IBM-I 130.

A idade absoluta de algumas amostras das rochas vulcanicas de Santa Maria foi de-terminada no Centro de Pesquisas Geocronol6gicas da Universidade de Sao Paulo, uti-lizando-se 0 metodo potassio-argonio,

ESTRATIGRAFIA DOS DERRAMES A Formacao Serra Geral esta representada por uma eucessao de derrames de lavas, de natureza basaltica, associados a arenitos inter-traps.

Von Huene e Stahlecker (1931) descreveram as principaisfei~5esobservadas ao longo da ferrovia que vai de Santa Maria a Pinhal, num perfil de 18km de extensao, Calcularam de sete a oito intercalacoes de arenito entre os derrames basalticos, Leinz (1949), baseado nas descricoes de Von Huene e Stahlecker (1931), afirmou que, em Santa Maria, encon-tram-se, no mtnimo, oito derrames e sete intercalacoes de arenites, variando de 30 em a 7m de espessura.

Refazendo os perfis citados anteriorrnente, e realizando inumeros outros atraves de caminhamentos ao longo das encostas da Serra Geral, constatou-se que, na regiao de Santa Maria, existem quatro derrames de lava e tres arenitos intertraps. As correlacoes para 0 estabelecimento da estratigrafia foram auxiliadas pelas analises petrograficas de laborat6rio. as tres primeiros derrames, cada urn a seu turno, preencheram vales de uma paleo-topografia acidentada e, por isso, nao constituem camadas continues, ocorrendo sim na forma de linguas e cunhas. a primeiro assenta-se sobre os arenitos e6licos da Formacao Botucatu. a segundo e0 terceiro repousam diretamente sobre as intercalacoes de arenito ou mesmo sobre a Formacao Botucatu, quando 0 primeiro derrame ou os dois primeiros, respectivamente, estao ausentes. a quarto derrame cobriu toda a paleotopografia e forma uma camada de espessura variavel, mas, geralmente, grande. Por essa razao,

e

aquele que apresenta maior area de exposicao.

A base do derrame inferior situa-se na altitude dos 200-250 m e 0 topo entre 275--300 m, com a espessura variando de 30 a 70 m.

A base do segundo Iocaliza-se entre 280-300 m e0 tope entre 310-325 m, com espessura de 25 a 40 m.

a terceiro derrame mostra sua base entre as altitudes de 300-330 m e 0 topo entre 350-380 m, com espessura em torno de 50 m.

Por ultimo, a base do derrame superior esta compreendida entre 350-390 m, com 0 topo coincidindo com a atual topografia que, na regiao da encosta, varia entre 420-470 m.

(4)

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Drenagem CONVENCOES GEOLOGIC AS , /_..../ contcto ) / ; / Folho III N° do derrome llTOlOGIAS

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Roches Hipoobissois

I iSedimentos

Pre-Deere-L---.J

mes e gecentee

ESC ALA LOCALIZACAO GEOGRAF1CA

de S. Morio

o

,

2 krn.

(5)

Reoista Brasileira de Geoouncias Volume 5, 1975 145

A espessura

e

sempre superior a 50 m podendo, inclusive, ultrapassar os 100 m, especial-mente na porcao NE da area.

Na base dos derrames nao foram observados fen6menos de metamorfismo de contato propriamente ditos. Ocorrem, por outro lado, em certos locais, silicificacoes nos arenitos imediatamente subjacentes.

INTRUSOES Associadas as lavas, ocorrem algumas intrusoes em contato corn a facies fluvial da Formacao Botucatu, que podem ser vistas na BR-158 e na base do Cerrito.

Na subida da serra pela BR-158, logo ap6s0 viaduto sobre a estrada de ferro, aparece urn sill entre as cotas 140 e 190 m, tendo 0 contato basal inclinado para 0 suI de forma irregular, mas aproximadamente concord ante com a estratificacao das camadas sedimen-tares. Arocha sedimentar apresenta-se brechada na regiao de contato, numa faixa de aproximadamente urn metro, incluindo fragmentos das encaixantes vizinhas e, mais espo-radicamente, blocos de diabasio. Pr6ximoa base, encontrou-se uma cunha de rocha·se-· dimentar na intrusiva. A intrusiva exibe coloracao cinza-escura e, petrograficamente, guarda relacao com 0 primeiro derrame. Apresenta-se muito alterada, principalmente ao longo das diaclases, originando, assim, blocos de pedra circundados por uma matriz argi-losa escura que, a primeira vista, da 0 aspecto de dep6sito de talus. Em alguns lugares, foi possivel reconhecer-se urn diaclasamento paralelo horizontal e inclinado.

A outra intrusao ocorre ao norte da primeira e seu aspecto

e

semelhante a coluviao, sendo observados blocos irregulares e esparsos de diabasio imersos em massa argilosa, Ao sul dessa ocorrencia, foram observadas diversas apofises, mostrando uma dclas, no corte de estrada, a forma de lente, alem de dimensoes aproximadas de 8 x 3 m. No contato corn a encaixante, apresenta uma faixa de metamorfismo de aproximadamente 15 a 20 em, com a metade mais pr6xima cia intrusao exibindo coloracao cinza-clara e a mais afastada, ocre, seguida pela faixa de brecha. Esporadicamente aparecem fragmentos de arenito dentro da intrusao, que se encontra quase que totalmente aIterada em argila de cor parda escura, com fragmentos angulosos e esparsos pouco alterados.

Outra ocorrencia, talvez relacionada com as anteriores, aparece mais ao norte, encai-xada nas facies fluvial e eolica, perturbadas por falhamentos.

Finalmente, outro corpo intrusivo ocorre na base do Cerrito e adjacencias, Seu con-taro superior nao

e

facilmente observado, mas pode-se notar que esta dentro da facies fluvial da Formacao Botucatu. Arocha mostra-se tao fraturada quanto aquela da primeira intrusao e apresenta disjuncces colunares, inclinadas e em lages. Petrograficamente, esta relacionada ao segundo derrame.

GEOCRONOLOGIA A idade absoluta das rochas vulcanicas que ocorrem na regiao de Santa Maria foi estabeIecida a partir de seis analises realizadas, peIo geologo R. A. Dresh, no Centro de Pesquisas Geocronol6gicas da Universidade de Sao Paulo. 0 metodo usado foi 0 K-Ar, descrito por Amaral et

at.

(1966), sendo empregadas para os calculos as seguintes constantes :

,lK = 0,584 X 10-10anos-I; A.tot. = 0,530 X 10-9anos-1;

%

atom. K4 0 em Ktot. = 1,19 X 10~2.

Os resultados, obtidos ern rocha total, representam idades minimas para 0 resfria-mento final das lavas e estao contidos na Tab. 1. A descricao das amostras

e

feita no capitulo rcferente

a

petrografia dos derrames.

(6)

146 Revista Brasileira deGeocisncias Volume 5, 1975

Tabela I - Idades absolutaa K~Ar de rochas vulcanicas de Santa Maria, RS N.O

de

SPK Material

%K

Ar

4 0 rad. x 10 6

%

Ar4 0atm. Idade (m.a, )

Campo cm'(g STP

1·1 2370 Rocha total 2,2613 11,47 10,88 123 ± 8

1·6 2351 Rocha total 2,2654 11,04 86,04 118 ± 22

II·8 2350 Rocha total 0,9031 43,94 78,57 118±8

IY·l 2341 Rocha total 1,6123 12,91 31,79 191 ± 6

IY·4 2343 Rocha total 3,9729 19,94 7,86 122 ± 2

IY·\? 2338 Rocha total 1,9572 22,92 5,11 273

+

27

Os valores eneontrados para as amostras IV ..I e IV~17 parecem estar relaeionados a erros analiticos na determinacao de K, ja que as analises quimicas quantitativas dessas rochas forneceram valores bastante altos para K20.

Desta maneira, poder-sc-ia dizer que a idade de resfriamento final dos derrames de natureza basaltica, que ocorreram na regiao de Santa Maria, situa-se em torno de 120 m.a. ESTRUTURA DAS ROCHAS VULcANICAS Em linhas gerais, a padrao de fratu-ramen to, devido

a

contracao da lava durante 0 resfriamento, segue 0 modelo classico, isto e, disjuncao eolunar no meio do derrame assoeiada it disjuncao horizontal, pr6ximo

a

base e ao topo. Com excecao do quarto derrame, 0 topo dos demais e portador de ve-siculas e amigdalas. Par outro lado, algumas particularidades foram notadas em eada derrame.

No primeiro, observa-se uma predominancia da estrutura colunar, com grande perM centagem de prismas pentagonais. Na passagem do dominio colunar para0 de lages, pro-ximo ao tapa, nota-se a presenlSa de diaclases curvas nos locais onde a espessura do derrame

t:maior. Muitas fraturas verticais acham-se preenchidas por arenito silicificado verrnelho, calcita au mesmo argila. Estes minerais ocorrem tambern ao longo de pequenas zonas de falhamentos. A base do derrame apresenta geralmente uma camada de argila montmoril-lonltica, de 20 a 30 cm de espessura, proveniente da alteracao do vidro de natureza ba-saltica.

No segundo derrame, 0 padrao de fraturamento dominante e 0 horizontal, mas nos locais de maior espessura, salientam-se as fraturas verticais. Muitas, com largura de 2 a 5 ern, estao preenchidas par arenito silicificado vermelho. Per vezes, apresenta-se muito amigdal6ide na base.

°

terceiro e ocasionalmente amigdaloide e muito alterado em sua base.' Na zona central, ocorrem fraturas verticais, inclinadas e horizontais, com predominancia das pri-meiras. Em certos locais, a presenlSa de exfoliacao esferoidal e comum, originando blocos arredondados; em outros,0 aspecto macico domina. Na extremidade superior, a estrutura em lages

e

abundante,

°

mesmo sucedendo com as amigdalas e vesiculas, estando a roeha geralmente alterada e mostrando coloracao amarelo-esverdeada caracteristica. Veios de arenito silicificado preenchem fraturas de ate 80 em de largura.

o

derrame superior apresenta uma facies vitrea [preta e castanha) e uma facies mi-crocristalina (cinza-clara]. A primeira sempre esta associada a uma estrutura fluidal. Esta e determinada, seja pelo diaclasamento intenso, paralelo e curvo, seja pelo alongamento e ori-entacao das amigdalas e vesiculas, por vczes muito numerosas e/ou por urn fendilhamento semelhante

a

laminacao, que delineia a forma de canais ou tuneis por onde devia passar a lava. Esses canais ficam limitados par esse fendilhamento e por uma brusca ausencia de amigdalas.

°

fendilhamento coloca em contato, ainda, 0 vidro preto, geralmente muito

(7)

Revista Brasileira de Geocuncias Volume 5,1975 147

arnigdaloide, com 0 castanho, quase sem amigdalas. A melhor exposicao dessas estruturas

e

vista nos cortes da estrada de ferro Santa Maria - Pinhal.

Leinz (1949), medindo a direcao do eixo maior das vesiculas, com 0 intuito de inferir as direcoes de corrida de lavas determinou, para a zona de Pinhal, 0 valor de N 15°W. Em razao das irregularidades dos movimentos da lava dentro de urn mesmo derrame, a orientacao subparalela de amigdalas alongadas em certos niveis parece indicar mais os movimentos uniforrnes de carater local, de escoamento de lava, do que, propriamente, a direcao geral de deslocamento do derrame como urn todo,

o

diaclasamento mostra uma predominancia da disjuncao colunar na zona central, e horizontal nas partes inferior e superior, tornando-se, muitas vezes, inclinado au ondu-lado. Na zona da encosta da serra,

e

notavel 0 espacamento muito grande, de 1 a 2 m ou mais, entre as diaclases. Pela exfoliacao esferoidal, os blocos contidos entre elas trans-formam-se em matacoes, que podem formar "campos", como em Silveira Martins. Alguns blocos, por outro lado, sao angulosos e quase sem capas de alteracao, Em direcao ao norte predomina urn padrao de fraturamento horizontalizado que facilita a obtencao de lages. A facies preta e castanho nne exibe esse padrao regular, mas sim aquele diaclasamento ja mencionado.

As amigdalas existentes na facies cinza-clara nao sao tao frequentes e quando ocorrern estao situadas proximo

a

base. Como a atual superficie topografica situa-sc sobre esse derrame,

e

possivel que as amigdalas da sua porcao tenham sido erodidas. A facies vitrea apresenta amigdalas e vesiculas, por vezes muito numerosas.

MINERALOGIA Mineralogicamente, as rochas vulcanicas que ocorrem na regiao de Santa Maria contem plagioclasios, clinopiroxenios e magnetita como constituintes essen-dais. Alem desses minerais, verificou-se tam bern a presenca de urn intercrescimento mi-crografico de quartzo com feldspato alcalino, vidro vulcanico, quartzo e produtos de alteracao (anfib6lio e material argiloso).

Plaqioclasios 0 estudo 6ptico levado a efeito possibilitou a determinacao de 186 cristais

de plagioclasio, distribuidos em 51 amostras. Os resultados sao apresentados na Tab. II. De conformidade com os dados obtidos, foram lias diferentes tipos de geminacao encontrados, com uma grande predominancia (91%)dos tipos Carlsbad, Albita-Carlsbad e Albita sobre os demais, que sao Albita-Ala B, Baveno direita, Baveno esquerda, Pe-riclinio, Manebach, Adina, Ala A e Ala B.

Observou-se que, em todos os derrarnes, os cristais de plagioclasio mostram-se inva-riavelmente zonados, em funcao de pequena variacao na composicao quimica durante a cristalizacao, Mencione-se, por vezes, a presenc;a de uma zonacao inversa, com as valores coligidos indicando diferencas de ate 5,5

%

no teor de anortita, Segundo Jung (1963), o regime de cristalizacao dos piroxenios pode exercer influencia no processo, repercutindo na quantidade de calcic posta

a

disposicao dos plagioclasios,

Ao contrario dos piroxenios, os cristais apresentam-se em geral ltmpidos: 0 habito dominante

e

0 ripiforme.

Piroxinios Embora sendo, juntamente com os plagioclasios, urn dos principais

consti-tuintes mineral6gicos da maioria das amostras estudadas, os piroxenios tiveram sua deter-rninacao muito dificultada em virtude de varies fatores, tais como: pequeno tamanho dos cristais, formas irregulares, ausencia de geminacao e grau de alteracao. Desses, sali-enta-se a ausencia de geminacao, 0 que impossibilitou a utilizacao do metodo de Ruegg (1964), que usa 0 angulo entre 0 eixo 6ptico Al eo eixo cristalografico cna dererminacao

(8)

148 Revista Brasileira deGeocdncias Volume5, 1975

Tabela II - Caracteres dos plagioclasios

Amostra N." de Leis de Tipo estrutural Campo Composicao

deterrninacoes geminacao" predominante** devariacao media

1-1 5 C,A

V

50,0-60,0 55,3 1-2 5 A, AC, C

V

49,0-68,0 56,0 1-3 5 A, Bl,M,AHb

P, V

48,0-55,0 51,2 1-4 4 AC,A,C

V,T

37,5-50,0 44,7 1-5 5 C,AC

V,T

49,0-53,0 51,1 1-6 5 C,A,AC

V, T

52,0-57,0 54,0 1-7 5 AC,A

T,V

54,0-59,5 56,8 1-8 5 C, AC, A

V,T

51,0-55,0 52,4 1-9 5 AC,A

V,T

46,0-52,5 49,5 1-10 5 C,AC

V,T

25,0-52,0 42,2 1-11 5 AC,C,A

V

46,0-57,0 52,2 1-12 5 A,C

P,V

45,5-75,0 57,5 1-13 5 AC,C

T,V

40,0-57,0 50,6 1-14 2 C,AC

V

50,0-55,0 52,5 1-15 5 AC,C,A

V,P

44,0-59,0 53,0 1-16 2 C,A

V

39,0-60,0 II-I 2 A

P

65,0-65,0 65,0 11-2 5 C,AC

V,P

51,5-64,0 56,5 11-4 3 C,AHb,Ha

P, T

45,0-73,0 55,6 11-5 5 C,AC,A,AHb

V

15,5-77,0 51,5 11-6 2 A

V

30,0-65,0 11-7 4 A, AC, Ad

V

30,0-80,0 64,0 11-8 4 A,C,AHb

T

56,0-71,0 65,2 11-9 4 C,AC

P,T

53,0-74,0 67,0 11-10 5 A,C

P, V

60,0-76,5 69,5 "Leisde geminacao A

=

Albita Ha -eAla A AC ~ Albita-Carlsbad Hb ~ AlaB

Ad = Adina AHa ~ Albite-Ala A

Bl =Baveno esquerda AHb= Albita-Ala B

Br = Baveno direita M = Manebach

C =Carlsbad

P

=

Periclinio

da composicao da augita. Em virtude dessas dificuldades, a imprecisao das determinacoes teve de ser compensada por urn estudo estatistico, Para tanto, foi determinado, na medida

do posstvel, com a platina universal, 0 Angulo de extincao Z /\ c,em secoes segundo (010), bern como0 angulo 2V.Os resultados estao contidos na Tab. III. Conforme pode ser

obser-vada, em varies amostras foi possivel, tao somente, a medida do valor angular de Z AC.

Cansiderando os valares obtidos, augita parece ser a especie predominante, ocorrendo subordinadamente pigeonita.

Quanta a forma, os cristais de piroxenio sao granulares, arredondados e, menos co-mumente, prismaticos. Nos maiores, as vezes, estao presentes inclusoes de magnetita. Em certos casos, principalmente em amostras do primeiro e terceiro derrames, as graos de

piroxenio tendem a concentrar-se em torno de cristais maiores de magnetita.

Outros minerais Em todos as derrames, a magnetita

e

comumente euedrica, aparecendo

(9)

Revista Brasileira de Geocimcias Volume 5, 1975 149

Amostra N.o de Leis de Tipo estrutural Campo Cornposicao

determinacdes geminacfio" predominantev" de variacao media

IJI-I 7 C,A V, T 30,0-57,0 43,7 III-2 4 C,AHb V 45,0-57,0 52,5 I11-3 2 AC T 45,0-50,0 47,5 III-4 3 AC,C V,T 43,0-63,0 51,0 III-5 2 C,A V 58,0-80,0 III-6 2 AC V 46,0-53,0 49,5 III-7 3 AC, A, Br P,V 53,0-60,0 57,6 III-8 2 C,A V,P 45,0-60,0 III-9 9 C,AC,A,P V, T 33,0-59,0 49,2 III-IO 2 C,AC V,T 51,0-51,0 51,0 III-ll 5 AC,C,A V 55,0-60,0 58,0 111-12 2 A V 56,5-59,0 57,7 111-13 6 C,AC,A T 42,0-57,0 51,8 III-14 2 C V 61,0-69,0 65,0 111-15 2 C,A V 55,0-61,5 58,2 IV-I 6 AC,A,C V 20,0-60,0 50,1 IV-2 5 AC,C V 49,0-58,0 54,4 IV-3 2 C,AC V 56,0-56,5 56,2 IV-4 5 A, C,AC,BI V 45,0-60,0 54,2 IV-6 I Hb P 65,0 IV-9 2 AC, Br V 2,0-32,0 IV-IO 2 AC V 30,0-58,0 IV-12 I A 10,0 IV-16 I Br P 10,5 IV-17 I AHb P

-_

...9,5

_

-**Tipo estrutural predominante P = Plut6nico

T =Transicao V =Vulcanico

o

anfib6lio, de origem secundaria, com pleocroismo X = amarelo-esverdeado, Y = = castanho e Z = castanho-escuro, foi reconhecido apenas no derrame superior. Sua determinacao 6ptica tornou-se extremamente difIcil em virtude do pequeno tamariho dos cristais e, tambem, da pequena quantidade presente. Contudo, medidas realizadas com a platina universal forneceram valores entre 8° e 10° para Z 1\ C,0 que leva a supor tratar-se de urna hornblenda basaltica.

Os feldspatos alcalinos, quando presentes, possuem pequenas dimensoes e formas irregulares. Ocorrem intercrescidos com 0 quartzo, sendo, par isso, impossivel a realizacao de medidas 6pticas visando

a

deterrninacao da especie, A constatacao de sua presenc;:a, assim como a sua quantificacao na rocha, foi facilitada pelo emprego do metodo colo-rimetrico com 0 cobalto nitrito de s6dio.

Quartzo esta quase sempre presente, aparecendo isolado, quando exibe formas irre-gulares, ou entao em intercrescimento com 0 feldspato alcalino.

(10)

150 Revista Brasileira de Geocitncias Volume 5,1975

Tabela III - Medidas 6pticas de piroxenios

1.° derrame 2.° derrame 3.° derrame 4.° derrame

Amostra Z " c 2V Amostra Z " c 2V Amostra Z"C 2V Amostra Z " c 2V

I-I 38' 45' II-I 42' III-I 54' 38' IV-1 38°_45°

1-3 38' 50' II-2 24' III-2 46' 70' IV-2 40'

1-4 54' 60' II-4 40' III-3 58' IV-4 54'

1-5 40' II-7 47' III-4 47' 0' IV-7 39'

1-6 37' II-8 40' III-5 53' 60' IV-IO 42'

1-7 45' 11-9 36' III-6 42' IV-13 43' 1-8 46' 11-10 65' 66' III-7 45' 28' IV-14 35' 1-9 48' III-8 48' IV-16 44' 1-10 52' 48' III-9 49' I-II 42' IlI-1O 58' 70' 1-12 55' 36' III-ll 48' 1-13 50' III-12 30' 1-14 52' 43' III-13 60' 52' 1-15 50' III-14 40' 1-16 57' 61' III-15 64'

o

vidro, quando presente, con tern grande numero de cristalitos, geralmente na forma de triquitos.

Como minerais de amigdalas, foram reconhecidos a calcedonia, a quartzo, a calcita, os zeolites e as argilominerais.

PETROGRAFIA Macroscopicamente, todas as amostras examinadas sao afaniticas, uniformes, macicas, exceto nas porcoes amigdal6ides, e de coloracao variada. As texturas encontradas foram divididas em sete tipos para facilitar a descricao.

Primeiro derrame A rocha que constitui este derrame apresenta geralmente uma cor cinza

com tonalidades esverdeadas, avermelhadas e pardas quando alterada. Ao microsc6pio, salienta-se a textura do tipo intergranular. 0 tamanho das ripes de plagioclasio (0,60 a 0,27 mm)

e

sempre superior ao dos graos do piroxenio (0,35 a 0,15 mm), os quais estao distribuidos caoticamente entre os primeiros. A magnetita (0,55 a 0,30 mm)

e

invaria-velmente euedrica, ocorrendo na forma de octaedros e cubos.

A quantidade de plagioclasio varia entre 30 e 62

%

e0 histograma da Fig. 2 mostra uma predominancia do tipo labradorita com teores entre 50 e 55

%

de An. Quante ao estado estrutural, as maiores incidencias sao do tipo vulcanico. 0 piroxenio participa tambem da composicao da rocha, com uma percentagem entre 17 e 30

%,

enquanto que a magnetita aparece em menor escala, com teores geralmente entre 7 e 14%. 0 quartzo esta sempre presente numa proporcao inferior a 6

%

j por outro Iado, vidro de cor marrom

e

mais abundante, conquanto que nne tenha sido identificado em duas amostras. Inter-crescimento micrografico entre quartzo e feldspato alcalino pode constituir ate 8

%

da rocha. Minerais secundarios tam bern estao presentes, com teores de ate 6

%,

e comumente provem da alteracao do vidro e dos piroxenios, As amigdalas (de 1,14 mm) consistem essencialmente em quartzo e calcita, Os dados de cada amostra estao relacionados na Tab. IV.

Adotando-se a classificacao de Jung e Brousse (1959), a rocha constituinte desse der-rame seria um basalto normal(IOarnostras), passando, no en tanto, em alguns locais, face ao aumento do teor de maficos, a urn basalto melanocratico (3 amostras), em virtude do

(11)

20 30 40 50 60% An

Reoista Brasileira deGeociencias Volume 511975 151

10 20 30 40 50 60 70 80%An 22 DERRAME 42 DERRAME

o

60 70 % An 30 40 50 60 70 % An 12 DERRAME 32 DERRAME 30 26 22 ~ 0 -e :018

"

E ~14

"

c 10 6 2 14 ~ 0 -c :CIa

"

E

"

6

'"

"

c 2 30 40 50

Figura 2 - Histogramas representativos dos teores de anortita dos plagioclasios

aumento do tear de plagioclasios, com

%

An i~ferior a 50

%

a urn andesito (2 amostras) ou mesmo, pelo aumento do teor de quartzo, a urn quartzo basalto (1 amostra).

Segundo derrame A rocha, no geral, apresenta uma cor cinza-escura a castanho-escura e,

mais raramente, castanho-avermelhada. Na ferrovia que vai de Santa Maria a Pinhal,

ve-se uma pequena ocorrencia de brecha, junto ao topo, forrnada por fragmentos de

ba-salto e arenito. No morro de Caturrita, esse derrame aparece totalmente alterado em uma camada argilosa de cor verme1ha. Em relacao ao primeiro derrame, a granulacao

e

mais

fina [piroxenio entre 0,23 a 0,13 mm e plagioclasio entre 0,50 e 0,13 mm),predominando

o tipo finamente granular, e a textura porfiritica, com pequenos fenocristais de plagio-clasio (1,18 mm), superiores ao dos de piroxenio (0,52 mm); a magnetita (com 0,47 a 0,11 mm)

ocorre com formas octaedricas ou como graos irregulares,

Os teores de piroxenio sao os mais elevados (33 a 62

%),

podendo mesmo ultrapassar a quantidade de plagioclasio presente, que varia entre 28 e 50

%.

0 plagioclasio domi-nante

e

uma bytownita (Fig. 2), com teores entre 70 a 75

%

de An. 0 maior valor para0 teor de anortita (80%)foi determinado em urn cristal apresentando a geminacao do tipo

(12)

152

Revista Brasileira de Geocitncias Volume 5,1975

Adina. Com relacao ao estado estrutural, observa-se urn aumento significativo dos tipos

plutcnicos. Ocorre que muitas das medidas foram obtidas em pequenos fenocristais, cris-talizados, provavclmente, em condicoes de profundidade durante a ascensao do magma. A quantidade de magnetita varia entre 3 e 8

%,

enquanto que 0 quartzo, ausente apenas em duas amostras, entre 3 e 6

%.

Vidro

e

urn constituinte mais raro, aparecendo

Tabela IV - Textura e mineralogia de amostras dos quatro derrames de lavas

Amostra T Composicao minera16gica

PL PX MG

QZ

YO

1M MA 1-1 A 47,3 23,6 12,0 3,1 3,1 5,1 5,8 1-2 B 30,8 16,8 48,6 3,7 1-3 A 45,0 28,1 14,8 2,1 2,0 4,1 3,7 1-4 A 62,2 20,1 12,4 1,0 2,2 1,8 1-5 A 45,2 21,4 12,2 1,6 10,2 4,0 5,4 1-6 A 52,3 26,5 7,7 3,3 2,8 5,2 2,2 1-7 A 43,7 30,7 7,8 2,8 3,0 8,0 4,0 1-8 A 46,4 18,3 13,7 6,5 4,1 6,9 3,9 1-9 A 54,9 26,5 7,2 2,5 6,0 2,9 1-10 A 39,9 25,5 9,2 0,7 12,0 7,0 6,2 1-11 A 37,7 27,0 12,3 1,2 11,8 4,8 5,2 1-12 A 33,9 28,0 12,0 0,7 12,2 7,0 6,2 1-13 A 58,3 26,0 7,3 0,5 2,2 2,7 3,0 1-14 A 43,1 22,4 12,8 0,9 15,5 2,0 3,1 1-15 A 42,2 21,5 13,7 0,6 17,2 2,6 2,0 1-16 A 51,0 22,7 10,8 3,6 8,7 3,0 II-I A 50,0 33,2 7,9 3,4 5,3 11-2 C 49,0 41,0 6,9 3,1 11-3 0 41,9 46,3 2,9 5,1 2,9 0,7 11-4 0 47,3 41,3 2,9 3,9 1,9 2,5 11-5 B 40,0 47,1 6,7 3,2 2,8 11-6 B 47,4 41,7 3,6 5,1 1,9 11-7 B 42,0 45,3 3,8 6,0 2,6 11-8 B 40,9 56,0 3,0 11-9 B 40,3 56,0 3,7 11-10 B 28,2 61,8 6,4 3,6 III-I A 37,9 33,0 11,8 14,5 2,8 III-2 A 41,3 31,9 10,4 0,5 12,5 3,1 III-3 A 43,1 35,8 10,5 0,3 10,2 III-4 A 37,4 36,0 8,7 1,8 12,9 3,2 III-5 A 44,1 33,8 11,0 0,6 7,9 2,2 T =Textura

Tipo A - Intergranular. Agregados de piroxenio scm continuidade optica, entreripas de plagio-clasio, arranjados de maneira diversa. Grace de magnetita com tendencia euedrica e quartzo intersticial.

Tipo B - Microgranular com raros fenocristais de plagioclasio e piroxenio. Ausencia de vidro. Tipo C - Intergranular a subofitica. Hastes deplagioclasio emfreqtlentesagrupamentos com

ten-denciacruciforme. Bordas ocupadas por piroxenio.Gracede magnetita euedrica e quartzo intersticial.

TipoD - Microgranular com fenocristais de plagioclasio e menosfrequentemente de piroxenio.

(13)

Reoista BrasileiradeGeocitncias Volume 5, 1975

153

tao somente em duas amoatras, sendo 0 seu teor maximo da ordem de 3

%.

Quartzo,

cal-cedouia, calcita, ze6litos e argilominerais sao os minerais que aparecem nas amtgdalas. A descricao de cada amostra encontra-se na Tab. IV.

De conformidade com Jung e Brousse (1959), as rochas desse derrame estao clas-sificadas no grupo dos basaltos normais (5 amostras), passando, contudo, a andesito (2

amostras),ou mesmo a melabasalto (1 amostra], tendo em vista, respectivamente,0aumento

Amostra T PL

PX

Composicaomineralogica MG QZ VD 1M

AF

MA III-6 lIP III-8 III-9 III-IO III-11 III-12 III-13 III-14 III-I 5 IV-I IV-2 IV-3 IV-4 IV-5 IV-6 IV-7 IV-8 IV-9 IV-IO IV-11 IV-12 IV-13 IV-14 IV-15 IV-16 IV-17 IV-18 IV-19 IV-20 A A A C C C C A A A F F F F F F F F G G G G G G G G G G G G 40,1 35,9 45,4 44,1 55,7 53,2 52,6 57,4 52,1 45,3 18,7 14,5 23,9 20,2 12,0 18,5 14,1 6,0 25,8 25,0 10,5 27,5 17,9 12,2 13,9 28,1 11,5 27,8 28,3 12,6 33,6 43,8 30,1 27,2 33,9 32,4 32,7 36,4 30,3 29,6 8,8 8,0 4,4 1,7 0,2 0,8 0,6 2,6 4,1 3,7 4,3 4,8 1,7 2,3 2,8 1,9 2,0 1,8 1,7 1,9 9,7 9,4 7,6 10,1 9,0 9,5 7,4 3,8 13,9 4,3 4,8 4,3 0,4 5,0 12,7 6,3 5,7 16,6 20,3 10,5 6,0 12,1 11,7 20,4 19,9 17,1 10,4 20,6 19,2 18,2 0,3 0,1 1,8 1,0 2,0 2,3 1,7 0,6 0,7 2,5 3,0 6,8 3,9 10,8 8,1 6,0 12,1 3,5 7,2 7,4 8,3 4,0 5,8 7,5 14,2 14,1 7,6 12,3 13,2 0,4 2,9 14,4 67,7 73,2 71,1 72,9 72,4 71,2 72,6 70,7 32,8 42,2 63,2 33,2 60,0 50,4 48,8 40,1 68,0 42,3 40,7 49,9 6,0 10,3 9,8 10,1 5,1 7,3 7,1 4,3 4,0 1,6 2,5 3,0 2,0 3,0 5,0 3,0 1,1 2,5 2,1 0,7 2,9 5,4

Tipo E - Microgranular. Raros fenocristais de plagioclasio e piroxenio com tendencia glomero-porfirica.Ausencia de vidro.

Tipo F - Presence de microfenocristais com muito vidro marrom ou incolor entre micr6litos e cristais.

Tipo G - Microcristalina com cristais envolvidos por uma trama de intercrescimento micrografico de feldspato alcalino equartzo. Graos de magnetita com tendencia euedrica.

PL=Plagioclasio PX = Piroxenlo MG= Magnetita QZ =Quartzo

VD =Vidro 1M= Intercrescimentomicrografico AF =Anfib6lio MA= Material argiloso I-I = 1.° derrame II-I = 2.° derrame III-I =3.° derrame 1VMI

=

4,.°derrame

(14)

154 Reoisto Brasileira de Geocunoias Volume 5,1975

no teor de quartzo e a diminuicac da

%

An do plagioclasio, ou entao pelo aumento da quantidade de piroxenio.

Terceiro derrame As rochas deste derrame apresentam-se, geralmente, com cor cinza a

cinea-escura, e mais raramente castanho-avermelhada e preta. Quando totalmente alte-radas, principalmente pr6ximo

a

base e topo, mostram uma cor amarelo-esverdeada muito caracteristica. A textura

e

semelhante

a

da rocha do primeiro derrame, com pre-dorninancia do tipo intergranular, passando, em alguns casos, a subofitica. Em geral, 0 tamanho das ripas de plagioclasio (0,80 a 0,32 mm) Ie maior que 0 dos graos de piroxenio (0,45 a 0,16 mm); magnetita (0,59 a 0,35 mm) forma cristais euedricos disseminados na rocha.

A quantidade de plagioclasio varia entre 36 e 58

%

e mostra-se quase sempre superior

a

do piroxenio. 0 histograma da Fig. 2 evidencia urn predorninio do tipo labradorita, com teores entre 50 e 60

%

de An. Quante ao estado estrutural, a maior incidencla

e

do tipo vulcanico. a teor de magnerita varia entre 4 e14%, semelhante a quantidade pre-sente no primeiro derrame. A proporcao de quartzo

e

muito baixa, inferior a 2

%,

enquanto que 0 vidro, com cristalitos disseminados na forma de triquitos e, mais raramente, esco-pulitos, ocorre em teores de ate 14%. As amigdalas, quando presentes, sao formadas de calcedonia, quartzo e calcita. Nas proximidades, da BRw 1 5 8 , foi encontrado cobre nativo

disseminado ao longo de zonas de fraturas, nao chegando contudo a formar grandes con-centracoes. A Tab. IV. mostra as composicoes de cada amostra.

De acordo com a classificacao de lung e Brousse (1959), esse derrarne

e

constituido por urn hasalto normal (II amostras), com pequenas variacoes a melahasalto (2 amostras) e andesito (2 amostras),

Quarto derrame Este derrarne, ao Iongo de sua espessura, apresenta caracteristicas

tex-turais e minera16gicas que permitem dividi-Io, em certos locais, como foi mencionado anteriormente, em duas facies distintas; uma de carater vitreo que, quando presente, sempre

e

encontrada na base do derrame, e Dutra microcristalina.chornogenea, apresen-tando grande espessura e significativa distribuicao horizontal.

Na primeira facies, a rocha tern cor preta, brilho resinoso, passando bruscamente, em certos locais, a uma tonalidade de cor castanho-averrnelhada ; amigdalas sao comuns junto as duas variedades. 'I'exturalmente, contem pequenos cristais de plagioclasio (0,47 a 0,14 mm) e mais raramente piroxenio (0,23 a 0,10 mm], dispersos em uma rnatriz vitrea com grande numero de cristalitos disseminados. Quanto a composicao mineral6gica, as plagioclasios variam entre 14 e 24

%,

predominando 0 tipo labradorita com 55 a 60

%

de An (Fig. 2). as piroxenios aparecern em quantidade bern inferior, com a concentracao maxima nao indo alem de 9

%

j a magnetita varia de 0,5 a 17

%,

sendo 0 seu teor inferior a 10% na maioria das amostras. 0 quartzo pode estar ausente ou em quantidade inferior a 7

%.

Par outro lado, a matriz vitrea com cristalitos

e

muito abundante, com teores extremes de 68 e 73

%.

As amigdalas sao formadas de calcedonia, quartzo e calcita.

Na outra facies do derrame, a rocha possui cor cinza-clara uniforme e natureza mi-crocristalina, com pequenos cristais de plagioclasio (0,35 a 0,13 mm), piroxenio (0,44 a 0,27 mm), anfibolio e magnetita (0,55 a 0,17 mm) envolvidos por uma trama de inter-crescimento micrografico de quartzo e feldspato alcalino. Os teores de plagioclasio variam entre II e 28

%.

Nesta rocha constatou-se a presenc;a de plagioclasios mais sodicos, inclusive oligoclasio e mesmo albita (Fig. 2).0 valor menor encontrado, 2

%

de An, foi obtido num cristal exibindo geminacao Baveno direita. Quanto ao estado estrutural predomina, para todo 0 derrame, 0 tipo vulcanico. Piroxenio ocorre em concentracao muito baixa, inferior

(15)

Reoista Brasiieira de Geocitncias Volume 5,1975

155

a:5%, enquanto que magnetita pode atingtr ate 20%; quartzo, isolado alcanca ate 14% do volume da rocha. Anfib6lio apresenta-se comumente como pequenos graos (0,25 mm) e em proporczcs nao superiores a 10

%

(Tab. IV).

Schneider e Pires da Rocha (1968) descreveram uma amostra extratda de uma pe-dreira situada pr6ximo

a

cidade de Santa Maria, pertencente, pela descricao, provavel-mente a essa porcao do quarto derrame. Caracterizaram-na como sendo urn basalto sili-cificado, portador de elevado teor de quartzo secundario. Na realidade, as 0'iservacoes levadas a efeito evidenciararn a presen~a de urn intercrescimento micrografico e nao de uma silicificacao secundaria,

Pelas caracteristicas observadas, a rocha da facies vitrea pode ser classificada como urn vitr6firo. Arocha da outra facies, considerando-se a sua composicao rnineral6gica e o aspecto textural, com abundancia de intercrescimento micrografico, indica que a corn-posicao do magma seria a de urn Iiquido acido de comcorn-posicao granofirica. Rosembusch

inJohannsen (1933) classifica os ri6litos portadores de uma rnatriz holocristalina composta por q uartzo e feldspato intimamente intercrescidos como granofiros.

A rocha que constitui esse derrame superior, caracterizada neste trabalho, estende-se para norte abrangendo grande area da regiao do planalto, em sua porcao central, no Rio Grande do SuI.

Os estudos petrograficos realizados mostraram-se de grande importancia, no esta-belecimento da estratigrafia dos derrames. Embora fenomenos de diferenciacao nao fossem observados ao longo de urn mesmo derrame, diferencas na composicao e aspectos textu-rais, foram verificadas, evidenciando a natureza distinta da lava que originou cada urn deles.

Com base nesse estudo constatou-se que 0 segundo derrame recobre 0 Cerrito, em contato com a Formacao Botucatu, na cota de 257 m. 0 quarto derrame transgrediu sobre os inferiores, rumo ao sui, capeando 0 Cerro Mariano cia Rocha, em contato com os arenitos da Formacao Botucatu, na altitude de 225 m.

Relacdes plaqioclasio - piroxenio - magnetita Num confronto entre os quatro derrames,

usan-do-se teores de plagioclasio, piroxenio e magnetita nas amostras, verifica-se ser possivel distingui-los do ponto de vista mineral6gico (Fig. 3).

o

primeiro apresenta uma prcdominancia de plagioclasio sobre 0 piroxenio ; 0 se-gundo, teores mais pr6ximos entre esses dois minerais e pequena quantidade de magnetita. No terceiro, 0 plagioclasio predomina, porem a quantidade de piroxenio

e

maior do que aquela existente no primeiro derrame, enquanto a magnetita difere apenas ligeiramente. Finalmente, 0 quarto derrame apresenta uma quantidade muito pequena de piroxenio e teores variados de plagioclasio e magnetita.

PETROQUfMICA Cinco analises quimicas quantitativas das rochas vulcanicas da Bacia do Parana, que ocorrem na regiao de Santa Maria, foram realizadas, com os re-sultados obtidos constando da Tab. V.

A composicao normativa dessas amostras (Tab. VI) confirma0 carater supersaturado das rochas da provincia, estando 0 quartzo presente em todas elas.

Levando-se em conta 0 esquema de classificacao apresentado por Rittmann (1963), o primeiro derrame enquadra-se no grupo dos latitos e 0 terceiro nos traquibasaltos, en-quanta que a composicao modal de ambos, como vimos anteriorrnente, classifica-os como basaltos com variacoes e andesitos. Tal fato pode estar relacionado

a

presenca de vidro e de intercrescimentos micrograficos nesses derrames, e que nao foram computados na classificacao modal das amostras, em razao da impossibilidade de ser determinada a

(16)

na-156 Reoista Brasileira de Geocitncias Volume 5, 1975

50

Figura 3 - Diagrama triangular darelacao pircxenio - plagioclasio - magnetita 75 PIROXENIO 25 25

"

••

•••

,

PLAGIOCLASIO 25 50 75 L E G E N D A MAGNETITA

Amostras do I'DERRAME + Amostros do 3' DERRAME

..

Amostros do 2' DERRAME

Amostros do 4' DERRAME

Tabela V - Analiscs qulmicas das rochas efusivas de Santa Maria, RS

1-8 1-14 III-I IV-l IV-17

SiO, 55,72 54,48 51,75 66,89 67,39 Al,O, 14,01 14,34 16,00 13,45 11,68 FeZ0 3 7,18 9,39 8,89 3,65 4,28 FeO 5,92 4,01 5,32 1,90 0,96 MnO 0,25 0,31 0,16 0,06 0,06 MgO 2,69 2,37 2,94 0,82 0,61 CaO 5,68 5,71 6,92 2,73 2,29 NazO 2,20 2,33 2,97 2,46 2,93 K,O 3,01 3,32 2,79 4,69 6,24 TiO, 0,34 0,38 0,42 0,12 0,10 P,O, 0,Q7 0,Q7 0,08 0,05 0,Q7 HzO+ 0,79 1,01 1,03 1,82 1,83 H,O· 1,82 1,75 1,20 1,39 0,95 Total 99,68 99,47 100,47 100,03 99,39

tureza do vidro e a proporcao relativa dos constituintes desses intercrescimentos. Com

relacao ao quarto derrame, a norma evidencia uma cornposicao dellenitica para a porcao vitrea e riohtica para a parte cristalina com tear mais elevado em K20.

Segundo RUegg (1969)l "uma vez admitido que as basaltos, em virtude de seu rela-tivamente rapido processo de consolidacao devem exibir composicoes mais pr6ximas aos

(17)

Reoista Brasileira de Geocisncios Volume 5, 1975 157

Tabela VI - Normas das rochas efusivas de Santa Maria, RS

1-8 1-14 III-I IV-l IV-17

Quartzo 15,04 14,67 6,39 27,82 23,38 Ortoclasio 17,84 19,72 16,41 27,71 37,10 Albita 18,68 19,82 25,01 20,81 24,94 Anortita 19,52 18,96 21,98 11,80 0,29 Diopsidio 6,78 7,05 9,31 1,12 3,30 Hiperstenio 8,25 2,67 4,87 1,90 Wolastonita 2,69 Magnetita 10,44 12,90 12,83 5,29 3,02 Hematita 0,54 2,22 Ilmenita 0,65 0,73 0,79 0,23 0,19 Apatite 0,17 0,17 0,19 0,12 0,17

%

An 51,11 48,89 46,77 36,19 1,15

magmas de origem conclui-se que, entre as rochas basalticas da Bacia do Parana, nao se operaram apenas processos de diferenciacao in situ. As variedades de tipos de rochas ba~ salticas que podem ser observadas na provincial certamente em parte resultaram da con-solidacao a partir de urn Hquido magmatico que ao consolidarja se apresentava diferen-ciado". Isso parece corresponder ao caso da regiao. Os derrames estudados apresentam pequenas variacoes de cornposicao internamente, mas diferencas significativas entre eles, especial mente entre os tres primeiros e 0 quarto. Neste ultimo, a natureza do derrame leva a admitir a efusao de urn magma extremamente acido nessa porc;ao da Bacia do Parana. A analise comparativa reunindo os valores obtidos para a composlcao dos plagio-clasios, seja a partir de determinacoes opticas, seja da analise normativa das rochas, pos-sibilitou a obtencao de informacoes interessantes. Assim, por exemplo, para a amostra 1-8, a media encontrada (52,4

%

de An) aproximou-se muito do valor obtido a partir do calculo normativo (51)

%

de An). Isto tambern foi observado junto as demais amostrasdo pri-meiro e terceiro derrames. No quarto, entretanto, apareceram maiores diferencas, Na amostra IV-1, coletada pr6ximo a base, a media de 50,1

%

de An, obtida nas medidas 6pticas, esta urn pouco distante daquela referente

a

analise normativa, 36,2

%

de An. Essa diferenca, no caso, e urn fato normal, em razao do alto teor da matriz vltrea em que estao contidos os cristais de plagioclasio. Como os primeiros cristais formados sao mais calcicos (Bowen, 1928), a media do seu teor em anortita

e

maior do que seria se toda a parte vitrea se cristalizasse, quando cntao as teores seriam bern mais pr6ximos do valor normativo encontrado. Na amostraIV~16,coletada na parte superior do derrame, 0 valor 6ptico de uma determinacao (10,5

%

de An) guarda assim uma certa correspondencia com 0 valor normativo (l,2

%

de An). As deterrninacoes 6pticas dos plagioclasios nas amos-tras dessa parte do derrame sao extremamente diflceis, em razao do diminuto tamanho dos cristais e da trama de intercrescimento micrografico em que se acham envolvidos. Cantudo os resultados obtidos evidenciaram 0 carater mais s6dico dos plagioclasios dessa facies.

Finalmente, ve-se que as rochas que ocorrem na regiao de Santa Maria acompanham

o trend geral de diferenciacao na provincia basaltica da Bacia do Parana (Fig. 4),

esta-belecido por Ruegg (1969) a partir da variacao dos elementos principais relativamente ao indice de Nockolds e Allen (1953). Excecao marcante representa 0 Ti, gue apresenta valores muito baixos se comparados com aqueles obtidos por Ruegg (1969). A rocha, gue constitui a parte superior do quarto derrame, aparece como a termo mais diferenciado com teores elevados em Si eKe mais baixos em Mg, Fe, Ca e Ti.

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158 Renna Brasileira de Geocuncias Volume 5,1975 28 Si 24 10 AI 6 8 Mg 4 16 12

Fe

8 4 8 6 Co 4 2 4 No 2 4 K 2 Ti 2

.>

---

..

-

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-

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,

-

-iO -5

o

+ 5 +iO

(~Si+K)

- (Co+Mg) +15

Figura 4 - Grafico relacionando elementos principais e Indice de diferenciacao de Nockolds e Allen (1953). Curvas projetadas com os dados de RUegg (1969) para as rochas basalticas da Bacia do Pa-rana. Os pontoa referem-se as rochas de Santa Maria, RS

Dessa maneira, pode-se concluir que, ate 0 presente momento, os derrames mais acidos que ocorrern na Bacia do Parana apresentam grande distribuicao no topo do Pla-naltoMeridional Brasileiro no Estado do Rio Grande do Sui, nao estando somente COn-finados

a

regiao nordeste como admitia Schneider "(1964), mas aparecendo tam bern em sua porcao central.

(19)

Revista Brasileira de Geocitncias Volume 5,1975 159

Agradecimentos Os autores agradecem aos Professoree Dr. Umberto G. Cordani e Dr. Nabor R. RUegg pelo esttmulo e pelas sugestoes apresentadas ; ao Prof Dr. CeIso de Barros Gomes peIa completa revisao.

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Referências

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