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A relação entre física e arte: o ensino de astronomia na Educação Infantil

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Academic year: 2021

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A relação entre física e arte: o ensino de

astronomia na Educação Infantil

BORBA , Karoline1;

DESTEFANI Lucélia2;

LOOSE, Roberta3;

VOSS, Grasiela4

INTRODUÇÃO

A astronomia está presente na história da humanidade há muito tempo, exercendo grande influência em importantes áreas do conhecimento como a física e a geografia. A observação do céu sempre esteve na base do conhecimento de todas as sociedades do passado. Através dela, o homem pôde entender a terra e organizar o tempo, possibilitando assim a compreensão de fatores essenciais para a sobrevivência humana, como a previsão das estações do ano, por exemplo, que permite saber a melhor época do plantio e da colheita. Foi também através da obervação e do entendimento do céu, que o homem pôde realizar viagens marítimas e conhecer novos continentes. Também a cultura indígena brasileira possui uma astronomia própria, que permite prever o tempo de colheita, contagem de dias meses e anos, duração das marés e chegada da época chuvosa.

Pode-se dizer que os conhecimentos astronômicos são igualmente importantes para desmistificar a origem dos fenômenos relacionados ao céu e alterar as concepções humanas espontâneas, ou, incorretamente orientadas, que muitas vezes geram interpretações de alguns fenômenos, apenas com base no que se pode ver através das sensações.

Tendo em vista essa importância da astronomia para a humanidade, desenvolveu-se este projeto, cujo principal objetivo é construir conhecimentos sobre a astronomia,

1 Bolsista do Projeto e aluna do Curso Técnico em Informática do IFC – Instituto Federal Catarinense – Câmpus Araquari

2 Docente do IFC – Instituto Federal Catarinense – Câmpus São Francisco do Sul 3 Docente do IFC – Instituto Federal Catarinense – Câmpus Araquari

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através da arte com crianças da Educação Infantil, na intenção de aproximar alunos e comunidade do conhecimento científico e artístico, além de contribuir para a melhoria na qualidade do ensino, a democratização da ciência e o contato com as tecnologias apropriadas ao estudo do tema. Para tal fim, buscou-se unir a astronomia, através da observação dos fenômenos naturais, à arte, por meio da apreciação de obras e da biografia de grandes artistas, além do fazer artístico de cada aluno.

Segundo Morett et al. (2010):”[...]no Brasil existe uma defasa dificuldade no ensino da ciência nas séries iniciais diminuindo o número de pessoas que se interessem por esta área do conhecimento”. Por esse motivo, a inclusão da astronomia nas séries iniciais pode auxiliar os alunos a criarem uma base teórica sobre o assunto, a qual pode vir a despertar curiosidade pelo tema nos primeiros anos escolares. É, portanto, de grande valor usar a Astronomia como ferramenta na alfabetização, pois, nesta etapa, podem-se utilizar métodos de aprendizagem diferenciados, que conseguem agregar a física e a arte no mesmo contexto.

Essa abordagem educacional busca contribuir com a interdisciplinaridade na educação, pois, segundo Bartelmebs et al. (2012): “[...]na escola não ocorre de fato a interdisciplinaridade o que ocorre é o encontro entre duas ou mais disciplinas que não se dialogam e pouco auxiliam na alfabetização científica”. Assim, buscou-se apresentar aos alunos que participaram do projeto, o real caráter da interdisciplinaridade, com atividades diferenciadas que saíram do contexto utilizado em sala de aula, tornando a aprendizagem mais significativa.

MATERIAL E MÉTODOS

Este projeto de extensão foi aplicado com alunos da Educação Infantil da Escola Municipal Amaro Coelho e do CEI Lindolpho José da Silva, localizados no Município de Araquari, com visitas semanais iniciadas em março desde ano. Aliando a física e a arte para o estudo da astronomia, com as crianças da Educação Infantil. Utilizou-se inicialmente a arte através das obras de artista Vincent Van Gogh na qual observou-se: linhas, texturas, cores e imagens retratando o dia e a noite, na obra

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“Anoitecer”. Na sequência, com o auxílio de músicas e histórias contadas e vídeos, foi introduzido o tema dia e noite, e com o uso de materiais lúdicos, como bola de isopor/globo representando a terra e a lanterna/lâmpada representando o sol, foi dada a explicação científica do fenômeno. Para fixação e discussão do tema, os alunos realizaram técnicas artísticas para representar as estrelas, o sol, a lua, o dia e a noite através da pintura, do recorte e da colagem. Finalizando o tema trabalhou-se a rotina de cada criança inserida no projeto. A partir da história “Qual o sabor da Lua”, deu-se início ao estudo da lua e suas fases. A partir da história, explorou-se o comportamento das crianças através do companheirismo, da amizade e das regras de boa convivência. Com o auxilio audiovisual, foi oportunizado o momento de audição, visão e entendimento da lua e de suas fases. Para fixação, discussão e aprofundamento utilizou-se brinquedos confeccionados em papel colorido e palito, os quais as crianças manusearam para reconhecer as fases da lua. Outro recurso utilizado foi uma caixa de papelão preta, construída com cones, bola e lanterna, em que as crianças observaram através de orifícios, os diferentes modos de observação da lua durante o mês. Com a chegada do inverno e a mudança de temperatura, iniciou-se o estudo das estações do ano. A pintura impressionista contribuiu para a exploração do tema. Trabalhou-se as técnicas de pinturas, cores, formas e hábitos que grandes mestres da pintura como: Claude Monet, Vincent Van Gogh, Camille Pissarro, Pierre – Auguste Renoi, Alfred Sisley, Henri Le Sidaner, Gustave Caillebotte e Gustave Loiseau que retrataram as estações do ano, conforme bibliografia: Os Impressionistas e as Estações do Ano da editora Melhoramentos. A explicação científica deste fenômeno foi feita utilizando-se práticas de simulações virtuais e lúdicas (globo terrestre, lanterna) com o uso do filme “A cigarra e a formiga”. A fixação e discussão do tema foi feita através de um jogo das estações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através do projeto inseriu-se conhecimentos astronômicos interligando a arte e a física nas séries iniciais de alfabetização infantil. Assim, por meio de uma

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linguagem apropriada para a faixa etária e materiais de apoio, como maquetes, simulações, histórias, desenhos e brincadeiras, o projeto proporcionou atividades interativas, de forma dinâmica e educativa, que fogem do padrão escolar. Enfatizou-se a produção, o desenvolvimento e a difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos. O projeto teve grande aceitação por parte da escola e os alunos demonstraram interesse e animação, fazendo perguntas, criando fantasias e expondo suas curiosidades com relação aos futuros temas.

Antes da aplicação do projeto, os alunos pouco ou nada compreendiam dos fenômenos relacionados à astronomia. Após sua aplicação, observou-se a extrapolação dos conhecimentos adquiridos em sala para seu cotidiano, confirmando pelos relatos das crianças que passaram a observar a lua e suas transições de fases.

Outro ponto importante foi o envolvimento dos professores de sala de aula da Educação Infantil que auxiliaram na aplicação do projeto, motivaram e relataram a importância das atividades propostas para o desenvolvimento das crianças.

Utilizando o trabalho desenvolvido, foi ministrada uma oficina para professores da Educação Infantil e Básica, que se mostraram bastante satisfeitos e interessados na possibilidade de aplicar o projeto em suas escolas.

A pesquisa foi exposta na primeira semana da Educação Infantil de Araquari algo muito importante, pois proporcionou a divulgação do conhecimento científico. Pôde-se perceber que o desenvolvimento do projeto foi de grande importância para a comunidade, já que a astronomia instiga a curiosidade dos alunos em relação ao universo em que vivem, tornando-as mais ativas nos seus processos de ensino e aprendizagem.

CONCLUSÕES

Com o projeto em andamento desde março de 2014, começou-se a perceber seus impactos positivos na comunidade. Os alunos mostraram o despertar de sua curiosidade e mostrar interesse sobre a ciência astronômica, além de ter a concepção básica em diversos fenômenos como as estações do ano, as fases lunares, dia e noite,

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rotação e translação da terra, entre outros. Outro fator muito interessante foi o uso da arte para introdução e fixação dos fenômenos, o que motivou ainda mais as crianças para o despertar do conhecimento. Isso só foi possível devido à relação interdisciplinar, termo bastante discutido durante o processo de pesquisa para a realização do projeto.

Assim, por meio de uma linguagem apropriada para a faixa etária e materiais de apoio, como maquetes, simulações, histórias, desenhos e brincadeiras, o projeto levou atividades interativas, de forma dinâmica e educativa, que fogem do padrão escolar. Logo as crianças começaram a ter concepções básicas, a observar o céu, perceber e entender as variações climáticas de uma estação para a outra, criando uma base teórica no assunto e se interessando por eles. Portanto, pôde-se concluir que o projeto conseguiu atingir seu objetivo principal: o despertar científico e a educação científica nos alunos da Educação Infantil do município de Araquari.

REFERÊNCIAS

BARTELMEBS, C. R.; MORAES, R. ASTROMONIA NOS ANOS INICIAIS POSSIBILIDADES E REFLEXÕES Passo Fundo, Revista REP-Revista Espaço

Pegagógico, v.19, n.2, p.341-352, 2012.

MORETT S. S.; Souz M. O., DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS PEDAGÓGICOS PARA INSERIR O ENSINO DE ASTRONOMIA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, São Paulo, Revista Latino-Americana

de Educação em Astronomia-RELEA, n.9, p.33-45, 2010.

SOUZA, V. F. M.; Sasseron, L. H. AS INTERAÇÕES DISCURSIVAS NO ENSINO DE FÍSICA: A PROMOÇÃO DA DISCUSSÃO PELO PROFESSOR E A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA DOS ALUNOS São Paulo, Revista Ciência e

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