BOLETIM PAULISTADEGEOGRAFIA
-
N°
73EXCURS
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DESERT
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DE
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TH VALLEY
LylianCOLTR1NAR1
In the near future, all (or at least most ) geomorphologists will be Computerliterate; the
laboratoty will occupy increasing amounts of each researcherys time. Nonetheless, in most
oreas of geomorphology the collection of fteld data, no maiter the degree of development of remotesensing, willbe essential.
H. JesseWalker [1993]
In DeathVolley, there is a great potential for
understandingthelinkbetweenprocessand forni by correlating in time the fóssil landforms with
the paleoclimatesthat produced them. R. L Dom&D.Meek [1993]
Em 1993 teve lugar
em
Hamilton (Canadá)a III
InternationalGeomorphology Conference. Foi precedida e sucedida por excursõ
es
a áreas que, porsuas
características, dariamaos
participantes oportu-nidade deconfrontar teoria e realidade noâmbitoadequado:ocampo
.
Minha escolhainicialfoi a
excurs
ão que desceriaovaledo Mississipi,desde Wisconsin,próximo
ao
limitecom
oCanadá, atéNew Orleans, na costa do golfo de México. Aexcursãofoicancelada, outras alterna -tivas oferecidas e sucessivamente também canceladasatéa
excursãodosdesertosficar como
ú
nica possibilidade. Porobra do acaso, tivea
oportunidade singular de conhecer paisagens que obrigama
rever
epassar a limpodúvidas
e
mal-entendidos correntes na geomorfologia,em particular
as
relações entreprocessose formas resultantes.
A chegadaaLos Angeles, ponto de partida do trabalho decampo,
ocorreu
em 15 deagosto.Da
organizaçãoe coordenaçãoforam
responsá -veis Ronald I. Dorn, do Departamento de Geografia da Arizona State University,Tempe(AZ),e NormanMeek,do DepartamentodeGeogra -fia da CalifórniaState University, San Bernardino(CA),escolhidospelaInternational Associationof Geomorphologists
.
São também autores dolivro
-
guia,quecontoucomcontribuições de alunos dedoutorado do De-partamento deGeografia daArizona State University. Essedocumentoé uma verdadeirageografia dosdesertosda CalifórniaeNevada,quereúneinformaçõ
es
-textoeilustrações-relativas àhistoria daspaisagens,desde a tectônicadeplacasresponsável pela evolução
dorelevoatéasdisputas atuaisentreosrespons
áveis por empreendimentosimobiliáriosque insta-lam
-
ou
pretendem instalar-
loteamentos sobre falhas ativas,as autorida-des,easorganizaçõesambientalistas, alémde incluirbibliografiaextensae
atualizada. Juntocomoguia, cada participante recebeu umjogode 20slides ilustrativos dos sítios visitados durante
a
excursão
. O grupo departicipantesreuniupesquisadoresdaFrança (4), Alemanha(4),Japã
o
(9), Austrália (1), Itália (8), Bélgica(1), Reino Unido (1), Brasil (2)
e
Holanda (I),alémdosorganizadores.
Como co
-organizadores
, os pós-graduandosresponsabilizaram-setambé
m
pelacondução
dosveículosepelainfra-estrutura de
alimenta-ção e
alojamento. Énecess
ário destacar o cuidadocom
que também esses aspectos da excursão
foram considerados,jáque trata-
se
deáreas onde inexistem recursos de qualquer tipo,no
caso os requeridos por um grupode 40 pessoas que percorreria em torno de1.500km em 4 diase meio.
Emdecorrência
detodosos cuidados queprecederam sua realização e, especialmente, onível das discussões
mantidas duranteo percurso, a travessiadosdesertosfoi uma experiênciarara
.
BOLETIMPAULISTADEGEOGRAFIA
-
N°
731
Dia 1: Los Angeles
-
Crestline
A
excurs
ão partiu de Los Angeles no dia 17de agosto [Fig.lj.
De início
foi
realizadoo
reconhecimento da geomorfologiaurbana deá
reas pr
óximas à falha de San Andreas(Santo André) no vale deSanGabriel, formado na interseçãodediversas falhas transcorrentesefre
-qiientemente afetado porterremotos
. Nas proximidades da Califórnia State University em San Bernardino, em local atravessado por doisramos
da falha deSan Andreas-
portantocom
altopotencialpara um grandeterremotocom
amplitude topográfica de 350m
,submetido a
incêndiosflorestais e escorregamentos, será instalado um loteamento para504
casas
em 163ha.
A vegetação naturalestá sendo velozmente destruída , e com ela, o precário equilíbrio dos materiaisde vertente,sobretudo asmais íngremes,que serã
o
loteadascom
préviaconstruçãode degraus.
AsmontanhasSan Bernardino, antiga áreadeexploraçã
o
flores -tal, são hoje local de lazer paraos
habitantes de Los Angeleso
ano inteiro.
Crestline,ondepernoitamos,é uma vila-dormitórioondeo
bai-xo riscosísmico
-
acadeiaé formada por rochas mesozoicas epaleo-zoicas
-
compensaoperigodas condições meteorológicasno invernoeos
numerosos
dias deneblina por ano.
Estascondiçõesmeteorológicas sãoprovocadas pelas massasde arque chocam-se com acadeia, que separa a bacia de Los Angeles e o deserto Mojave, criando a maior"sombradechuva" no sulda Califórnia. Como consequência,do lado SWdacadeia pode
-
seidentificar a transiçãode vegetação entreo
cha-parral(bioma mediterrâneo) e a florestadeconíferas. Para perpetuar
-se
,ochaparral requerqueimada,pr
ática ancestral quelevou os índiosa chamar o vale de San Gabriel de "vale das fumaças". Apesar do
relativo sucesso das tentativas de contenção dos fogos,
os
riscos au -mentaram por causa do material solto nas vertentes, transportadodu -ranteas
chuvastorrenciais.205
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Deserto do MojaveeDeath Valley(DORN&MEEK,
1993)BOLETIMPAULISTA DEGEOGRAFIA-N
°
73Dia 2
:
Crestline
-
Barstow
No dia 18 começou
a passagem em
direção ao
deserto Mojavecom o
ascensode mais de500m
entreCrestlineeBigBear,antigaárea
deexploração deouro, hojeinabitada
.
A posterior exploração
dama
-deira transformou-aprimeiro em reserva florestal edepois noParque
Nacional de San Bernardino
.
Os lagos Baldwin (originalmenteuma
playa)e Big Bear ocupamdepressões fechadas naturais no fundo de um
graben, utilizadas de início para
armazenar
água para uso agrícola, hoje transformadas em áreas de recreação. Sequências sedimentares com 3kmdeprofundidadeocupam
ofundo dadepressão tectônica,sem
que, até hoje, tenham sido pesquisadas detalhadamente em busca de tefrasou
de registros de eventos climáticosou
tectono-estratigráficos pleistocênicos.
A atual ocupação eo
aumentodas áreas
de proteção ambiental provavelmente impedirão
queessas
investigaçõesvenhama
ser
realizadasnofuturo.Um dos aspectos mais interessantes deste trecho da excursão foi a observação da província florística desértica
.
Ao suldos 36°
N,nos
bolsones formadospor bajadas
e
pedimentosabaixo dos 500ms.n.m.,aparecea desert scrub vegetation
,
enquantoao
Ndesseparalelo,nos
fundos dasbacias
a
mais de lOOOme
nos
toposdas montanhasamais de 2000m
, a maior altitude e o aumentoda latitude traduzem-
seem
maior umidade
no
solo.
Consequentemente, ao desert scrubjuntam-se
plantasde maior porte equetoleramtemperaturas
menores
.
A palino-logia possibilitou reconstruçõ
es
da paleodistribuição da vegetação no tempoena
altitudenão muitoconfiáveis.
Osindicadores maisprecisosprov
êm
dos ninhos de ratos selvagens, onde foram encontradasevi -da creosota-
planta dominante na área
-
já em dências da presençatornode 10kaBP i | : i ! !
1 10kaBP
=
10.000anosantesdopresente!
A preservaçãodo desertoMojave estásendo rediscutida pelogo
-verno
federal,depoisdo impasse ocorrido duranteos
governos Reagan eBush por causadoslobbies dasmineradoras, terratenentes, militarese
usuá
riosde veículos off-road.
Aleiatualmente emdiscussãocriaumaá
rea
de600.000hapara oMojave National Monument(Mojave Orien -tal), que passaria a ser administrado peloServiçode Parques Nacio -nais;essa
lei aumenta a áreado Death Valley Park em 526.000ha eem
81.000haa do JoshuaTreePark.
Umaáreaadicional de1.600.
000hapassariaa serconsideradafederalwilderness
area
,
onde rodoviaseveí
culosa
motor seriam proibidos.
Uma feição de grande interesse geomorfológico , o Blackhawk
Landslide,umdos maiores do inundo(300.000
.
000m
3)foi visitadoa
seguir
.
Sua idade é,
aproximadamente a doúltimom
áximo glacial e está formado por fragmentos dem
á rmore branco que alcançam
, na partedistai,altitude maior que a daárea
-
fonte. Nestetrecho,a
vegeta-ção torna-
se
novamenteelemento de interesse:ocorrem aqui as plantasdecreosotamais antigas daAméricadoNorte,quecrescem emforma de anéis clonais, onde todasas plantas tê
m
o mesmo códigogenético.
O maisantigo deles, o King Clone, tem idadeaproximada de 10 ka
.
Junto com a flora do deserto convive o tamarindo, introduzido pelos
chineses
na
Califórniano
final do século passadocomo
plantaorna
-mentale posteriormentedispersadopelos pássaros
.
No Apple Valley observamos pela primeira vez os pedimentos graníticosdo deserto Mojave
.
Nocaso,
essa denominaçãoéatribuídaaos
pedimentos rochosos, cuja litologiafrequentementen
ão muda napassagem
inselberg-pedimento, formados por granodioritosemonzo -nitaquartzo.
Asdiscussõesrelativasà origem eevoluçãodospedimen -tos-
ou, se quisermos, sobre a origem e evolução das vertentes nasáreas secas-proliferam nabibliografia, a começar por Davis, que ba
-seou
-
se
no
deserto Mojave paraa
dedução
do "cicloá
rido deeros
ão
".
Pontosde vista diversos sãosustentadosporestudiosos do deserto des -deos anos 70,emparticular noquerefere
-
se àevolução paleoambienBOLETIM PAULISTADEGEOGRAFIA-N
°
73sequ
ências deformasnos perfisdospedimentos ea
granulometriadpsmateriais de recobrimento, entre outrasquestões
.
A seguir a excursã
o
chegou à bacia do lago Manix através doAfton Canyon
.
Asapresentações e discussõesfocalizaramquestões
di -versas, entre elas, a origem dos pavimentos e vernizes desérticos (rock coatings )e dosdust coatings
,
material fino depositadonas
solu-çõesde continuidade das rochas.
Na área
percorridaconsidera-
se
queos
dust coatings são formados por uma combinação de produtos dointemperismo
in situ e
deposição
de pó transportado pelovento.A extensã
o
da bacia do Lago Manix é de aproximadamente 236km2; no Pleistoceno Médio/Superior estava ocupada por um lago pluvial,e apresentauma
dasmelhores colunas sedimentares pleistoc ê-nicas da América doNorte,foraadoRancho La Brea . No sítiopaleon-tológicode Camp Cady
os
fósseis,as
datas radiométricas eos tefraspermitiramlocalizar
a
sequência estratigráfica dasargilas verdes lacus-tres entre 350 ka e 19 ka.
O estágiom
áximo do Lago Manix está materializadonuma
beach ridge cuja idade radiométricalocaliza-se em tornode14.000B.
P.
Dia
3
:
Barstow
-
Bishop
Nodiaseguinte,19de agosto,opercursofoi iniciadocoma visita à
s
Calico Mountains,
acome
çar
pelo Yermo Fan,uma
acumulação
aluvial separada das montanhas pelo deslocamento da falha Calicoeposteriormente entalhada pelo escoamento, que deu origem
a
colinasalongadas,asballenas
.
Osítioarqueológico do "proto-
homemde Ca-lico" foi escavado
nesse
depósito.
O Prof.
Louis Leakey teve papel importante no desenvolvimentodaspesquisasnos anos
60,quandovi-sitou
o sí
tioa
convite daarqueó
loga Ruth Simpson e incentivouos
trabalhos,que continuam a desenvolver-
se
depoisdequase
40anos
.
O verniz das lascaseartefatos da"ManixLake Lithic Industry"foiestu-dado em seis sítios edeterminou
-
se
que a
maioria dos artefatoss
ão
holoc
ê
nicos, mas existemoutras dataçõesatribuindo-lhes idade pleis -tocênica superior.
Nestelocalforam novamentelevantadas questõessobreos pavi
-mentosdes
é
rticos, istoé, aconcentração doselementosgrosseiros na superfície de setores abandonados de lequesaluviais
. Sãov
áriasas
hipóteses,
e
édifícilescolher umsó agente(deflação, fluxosuperficial, etc.)como únicoresponsável pelaorigem dasacumulaçõesgrosseiras.
No
caso em
análise, entretanto, é provável que a deflação
não tenhaagido, por
causa
da ocorrência de vernizese
a ausência de sinais de abrasãonos seixose
artefatos.
A seguir a
excurs
ão
percorreu a parte ocidental doMojave pas -sandoaosul dasIronMountains.
Em
KramerJunctiontoma-seadire -çãoN
, passando entre Saddleback Mountain eFreemont
Peak , chegandoàs
cadeiasmontanhosasRande Lava. As lavas mais antigastêm idade
de
20 Ma2no
topo do planalto ena
parte imediatamente inferior,entre11-
12Ma.Depois deatravessara
faixadafalhaGarlock,paralela às montanhas
EI
Paso, entramos nosistemade drenagem doRio Owens/Death Valley pela baciado China Lake
.
Ao longodaestra-daavistamos
as
instalaçõesda planta experimentaldeenergiasolar doDepartamentodeEnergiadosEUA
que
deverágerar 10MWaté 1998.
Oprojeto recebeudopresidente Clinton as verbasretiradas
das
pesqui -saspara
produçãode energia nuclear.
OvaleOwens localiza-seentreos blocosmontanhososInyo/Whi
-tea lesteeSierraNevadaa oeste,deonde extensospiemontesformados por leques aluviais coalescentesdescememdireção aovale. Os topos
das
montanhas localizam-se entre 3.000 e 4.200m
s.n.m
.
e ofundo do vale emtorno de1.200m.
De acordo comosdadosdeanomaliasgra
-vimétricas,
o
embasamentodo vale jaz a l.
lOOm abaixodo nível domar, portanto, há aproximadamente 2.300
m
de sedimentos aluviaisBOLETIMPAULISTADE GEOGRAFIA-N
°
73acumulados. Oclima é de estepe,com verõ
es
secose quentes,e inver -nos frioscom
fortes ventos.
A precipitação média anual de 140mm,entrechuva
e
neve,ocorre entre novembroe abril.
A bacia do China Lake faz parte da cadeia de lagos do sistema fluvial do rio Owens. Quando apresentava extensão máxima,
o
lagoChina juntava
-
se aolago Searles,numa
cadeiaque
terminavano DeathValley
.
Osistema
Owensde paleolagoserao terceiroem
áreana Amé -rica doNorte
ocidental, depois do lago Bonneville e o Lahontan.
Ahistória das
flutua
ções dos lagos foi reconstruída a partir de isótoposdeoxigénio,sedimentologiaeteoresdecloro,apartirde1,3Ma,sendo que o lagoSearlessecou completamente somenteduas vezes
nos
últi-mos
600 ka: emtorno de290ka, edesde10 ka atéhoje. Entra-
se
novale Owens através do canal de cheia pleistocênico entre
os
lagosOwenseChina. As Fóssil Falis formaram-sequando o rioOwens foi
barrado
por
um
fluxode lavaa
leste das cataratas.
A erupção
ocorreu
entre 62 e 57 ka eo
basalto foi profundamente entalhadopor
águaacumulada
num
lago raso quedepois transbordou, formandoum ca
-nyon
-
hoje abandonado-
com
30 m de larguraque
, na parte mais profunda, alcança 12m. Alarga-se a seguirnum canalde fundochato;a jusante, aprofunda-se novamente até lOm,
numa
gargantacom
for-masespetaculares marmitas [a maior delascomprofundidade de 4
m
ediâmetro entre 0,6e lm],
incis
ões, colunas. Além
do modelado, que lembra aarquitetura escultural de Gaudí,o
preto de basalto contrastacom ostonsbege-acinzentados do solo e
o
azultransparente eprofundodo
c
éu
, acentuando arara beleza da paisagem.No trajeto até LonePine,
a
estradapassa
pelo lagoOwens, atual-mente
seco por causa
da transferência da águapara
Los Angeles. Nos
éculo XIX apresentavaprofundidadeemtorno de lOmmas
hoje 280 km2do fundo estã
o
expostosàdeflação. O livro-guiainclui
depoimentospres-tados, nocomeçodeagostodeste ano,por umantigo criador de
ovelhas
e pelowater chie
/
de InyoCounty,que denunciam,com raivae tristeza,a degradação dapaisagem ea perdadeautonomia dasautoridades
e
dos habitanteslocais
faceàsimposições
dacidadedeLos
Angeles.Doponto devistageomorfoiógico
o
vale Owensé umaáreaclás-sicapara o estudodos leques aluviais
,
existindo diversos modelos quetentam explicarseu desenvolvimento eestado atual
.
No final datarde visitamos a escarpa de falha criada pelo terremoto de 1872 no vale Owens, local onde omovimento verticalfoiaproximadamentede6m
.
Aan
álise morfológicaindica que possivelmenteelafoigeradapor trêsepis
ó
dios tectônicos, dois deles pré-hist
óricos. A falha,por
suavez
, cortouosetor distai(pleistoceno)dolequealuvial de LongPineCreek.A idadedo vernizdos matacões do bloco soerguido indicamentre 17
a 14 ka, correspondendocom a deglaciaçã
o
daSerra Nevada. Outro setor da Serra Nevada,o
Movie FiatPediment, apresentaoutrotipodeinteresse, já quedesde
os anos
50 tem sidoutilizado comocen
áriode filmes "western".
Faz
partedobatólitodaSierra Nevada,queno setoratinge 4.418
m
no monte Whitney; o pedimento apoia-
se nas Alabama Hills, mais de 3.000mabaixo, numclaro exemploda importância daatividade tectônica
.
Dia
4
:
Bishop
-
Furnac
@Creek
Nodia seguinte, 20 deagosto, foi realizadoo percursoentre
as
White Mountains eFurnaceCreek,
no
DeathValley.Subindoas
WhiteMountains,
a
primeira paradaocorreu numa
floresta deBristlecone
Pine, Antes disso,foipossível observaras
mudanças davegetação
com
a
altitude ecom as
diversas litologias.
Adendrocronologia eecologiadafloresta de Pinuslongaeva
-
oBristlecone Pine-
é oaspectomelhorconhecido dahistó
ria
quaternáriadas
WhiteMountains
.
A árvore viva mais antiga tem maisde 4.000anos mas a
cronologia dosan
éis dasárvoresestende
-
se
quaseao longo detodooHoloceno mediante cruza -mento de dados.
Importantes nesse sentido foram a identificação da largura dosan
éis nos limites inferior e superior da floresta,
ea dos
ané
isde congelamento, quecoincidem
comas
maioreserupções vul -cânicas.
No limite inferior inferem-
se
as anomalias de precipitação, e no superior,as
de temperatura, com base nos desvios na largurados
an
éisexpressa
pelam
édia móvelde20
anos.BOLETIMPAULISTA DE GEOGRAFIA-N
°
73A estrada
em
direção
ao verdadeirodeserto,
deacordocomRonDorn (o Mojaveé, na realidade, uma zonasubdesértica, do pontode vista ecológico)atravessa, desde
o
vale Owens,PaysonCanyon, DeepSprings Valley-ondeobservamoso lago
seco
, emcujasmargenscres
-cem plantas halófitas e os lequesaluviais-
,a zonade falha Furnace Creek-
Death Valley e contorna as montanhas Sylvaniae
Gold (noestado deNevada)eretornaàCalifórniaonde acompanha
o
traçadodazonadefalha NW
-
SE. Nestepontoforamdiscutidosos leques aluviaisde Crater Fiat, onde têm sido realizados estudos de correlaçãoentre
diversassuperfíciesgeomórficas
.
Tivemosa primeiravisão dodesertoapartirda barra de praia Beatty Road do lagoManly[Fig.2],O livro
-
guia oferece informações
detalhadasdetodos osaspectospaleogeográficos. Dorn &Meek [1993] mencionam
os trê
s
temasclá
ssicosda geomorfologia dos desertos,que foram retoma -dos ao longo do percurso pelo Death Valley: primeiro éodaa
ção
deprocessos queagiramemescalasespaço
-
temporaisdiferentes eorganiza-ram, porcombinação, os padrões diferenciadosde relevodo Death Val
-ley. O segundo éodastaxasgraduais de mudançasgeomorfológicasque
caracterizamas
zonas
úmidas, que contrastamcom aextrema dicotomia das taxasde mudançadas paisagensdo DeathValley: formasque perma -neceram intocadaspor
centenasdemilharesde anosaparecemaoladodeoutras, remodeladas diariamente, e,
em
terceiro lugar, a dificuldade de integrar processos eformas em geomorfologia, clara no Death Valley,onde o clima árido atual não pôde ter originado as numerosas fonnas úmidasfossilizadas
.
Conformeos
autorescitados, oVale da Morteofe-rececondições excepcionaispara compreenderos
v
ínculosentreproces-sose formas medianteacorrelação,
no
tempo,das formasfósseiscomos
paleoclimas queas produziram
.
Outra questão relevantediz respeitoà história doslagos pluviais
doDeath Valley. Dorn &Meek [
1993
]chamamaatenção
para
a mag -nitudeda mudança
climáticaque
originou uma barrade praia, hojea 47msobreonível domar
,que atualmenteestá situada132m
acima
do-lescência dossistemas dedrenagempaleo-Owens
,
Amargosa erioMo -jave era, de acordocomBlackwelder,o lago Manly noDeath Valley,ní
vel de base geral dosoutros sistemas.
Reconstru
ções paleogeográfi-cas
registram lagos históricos durante curtos períodos, inclusive em 1993;no
Holocenom
édio pode ter existido um lago,
de acordo com evidênciasarqueológicas. NoPleistocenoSuperiorexistiuumlago des-de antes de
25
ka e lOka.
Este dado é consistentecom
registros depaleovegetaçãodeumsemi
-
deserto deYuccaaolongo dasmargensdopaleolago
e
flora compatível nas cadeias PanaminteBlack... V I|N 1>N I A .. *
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Dia 5: Furnace Creek
-
las Vegas
O último diada
excurs
ão
começou
às 5 da manhã,em
Zabriskie Point, no belvederelocalizado sobre depósitos lacustressiltosos ear
-gilosos da formação Furnace Creek(6-4 Ma). A descida aolongo da Gower Gulch, por onde corre atualmente a drenagem do Furnace Creekatéo
Death Valley, foi uma daspassagens
mais emocionantes do trabalho de campo.
É praticamente impossível traduzir o impacto combinadodecorese formas antes da saída dosol,ojogo das sombrasnas
vertentes, ressaltando os entalhes nosestratos inclinados decores diversas,o
silêncio. Depois, com o amanhecer,a descoberta deoutrasnuan
ças decores
,a
sucessãode litologias, os traços
doescoamento,fossilizados
nas
vertentese
ativosno fundoda garganta,os degraus doleitonos sucessivos níveisde base, efinalmente, depoisdequasetrês
horas
demarcha, avisão do Death Valley.
Mais adiante, em contrastecom
a
paisagem fluvial, visitamos oDevil
’
s Golf Cottrse,
para
conhecer o saltpan-sal
limpo com pouco silte que aflora napartecentraldadepressão,comespessura
de0
,7-2m,resultante da dessecaçã
o
do lago do Holoceno Médio. O Campo de Golfedo Diabo éformado por sal grosseiro,siltoso; essa mistura demateriais
-
formadapelaincorporação da lama aossaisquecristalizam -acumulou-seem
volta do sal limpo.
Na estação seca, esse materialcristaliza formandopolígonossemelhantesaospatterned soils perigla
-ciais
. Aparentemente, as fendas formam-se enquanto
as
lamasresse
-cam
e trincam;o
cloreto de sódio sobe periodicamente ao longodas fendaseprecipita-se
formando uma cunha que cresce para cimae alar -gaas fendas. Aetapa posterior ocorre por causadas
cunhas de sal que isolamos
polígonos, criandoarmadilhaspara
a águadas cheias, que dissolvee precipita os sais em formade lâminas.
Apareceassim uma topografia de "pires desal
" entreas
cunhas.
Além
disso, os materiais sofremacompress
ão
gerada pelaexpansãodascunhas de sal,criandouma
microtopografiaainda mais complexa.
A parada seguinte
ocorreu
nas diversas superfíciesdo HanaupahCanyon Fan, um dos mais estudados, talvez,
na
América do Norte.
Distinguem-
se nele 4 superfíciesgeomórficas,a mais recente de idade holocênica. A última paradada manhãocorreu
em Badwater, o local mais baixodo hemisfério ocidental, a 85m
abaixodonível domar.O nomederiva daágua que surge na poçapermanenteem Badwater,com
abundantes cloretos
e
sulfatos, mas poucoscarbonatos.
Aviagem fina -lizoucomo
percursoentreo
Death Valley e Las Vegas,
coma
impres-são de ter deixado para trás um lugar ú nico na Terra, pela riqueza e
complexidadede sua história tectônica eclimática
.
Aomesmo tempopermanece
a
emoção deterpassadoporelejuntocom
ospesquisadoresque ovisitamcom frequênciae conhecem quase todos
seus
segredos, efizeramo
possível para traduzi-los de forma fidedigna.
BIBLIOGRAFIA CITADA
DORN,R
.
I.
&MEEK, N.
-1993-Geomorphology;MojaveDesert toDeath Valley.
International AssociationofGeomorphologists,3rd.Internatio-nal GeomorphologyConference, Guide to Field Excursion A3,13 ip