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[Recensão a] Carreira, José Nunes - Por Terras de Jerusalém e do Próximo Oriente. URI:

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Academic year: 2021

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[Recensão a] Carreira, José Nunes - Por Terras de Jerusalém e do Próximo Oriente

Autor(es):

Araújo, Luís Manuel

Publicado por:

Instituto Oriental da Universidade de Lisboa

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/24128

Accessed :

2-Jun-2021 19:51:19

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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RECENSÕES

se patenteia bem nos textos e pinturas tumulares — mas em todo 0 caso 0 aviso fica feito: pensar apenas que 0 Egipto faraónico, com os seus activos aglomerados populacionais oferece «l'image d’une société immuable, bercée par la musique des cérémonies religieuses, par le chant des pleureuses lors des funérailles ou les appels des chasseurs que s’activent dans les fourées de papyrus, c’est oublier qu’il est aussi un monde de souffrance et de misère pour l’immense majorité de la population» (p. 267).

Seguem-se os anexos, que incluem uma cronologia do antigo Egipto (pp. 269-272), um pequeno léxico (pp. 273-277) que contempla diversos termos relacionados com o tema da obra, um mapa do Egíp- to na p. 280, fechando com os planos de aglomerados populacionais e de habitações (pp. 281-283).

A obra encorpa-se com oito páginas extra-texto que incluem di- versas gravuras a preto e branco relacionadas com 0 tema tratado, o qual permite transportar 0 leitor para um universo urbano concebido de acordo com a geografia e a vontade dos homens que o habitavam, um universo «onde o urbanismo era a expressão de um sistema poli- tico quase totalitário: ao controlar perfeitamente 0 espaço os faraós asseguravam também a sujeição total dos seus súbditos».

Luís Manuel de Araújo

JOSÉ NUNES CARREIRA, Por Terras de Jerusalém e do Próximo Oriente, Mem Martins, Publicações Europa-América, 2003, 400 pp., ISBN 972-1-05105-5

Eis uma nova obra de José Nunes Carreira, professor catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, onde dirige 0 Instituto Oriental e coordena a área de História e Cultura Pré-Clássica.

Armado de «fé, paciência e boa bolsa» (da Fundação Calouste Gulbenkian), 0 Autor jornadeia pelo Próximo Oriente num longo e di- versificado percurso que logo no Prefácio (pp. 9-10) sintetiza: «Percorri 0 Delta e o vale do Nilo até Edfu, subi à montanha do Sinai. Familiari- zei-me com a Cidade Santa e as serras da Palestina. Fiz o périplo de Israel. Cruzei várias vezes 0 Jordão, embrenhei-me no deserto siro- -arábico. Passei 0 desfiladeiro de Petra e maravilhei-me ante as rochas trabalhadas. Por Damasco fui a Palmira, Alepo e Kalaat Sime’an. Vi Mossul e o triângulo das capitais neo-assírias (Nínive, Kalah e Dur Sharrukin). Revivi confusão lendária e linguística em Babel, esplendor

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cassita em Aqarquf/Dur Kurigalzu, renascença suméria na velha Ur, epígonos sassânidas em Ctesifonte. Desci a Bassorá. À sombra de palmares em flor, aportei ao Xat el-Arab, e depois a Abadan. Contem- plei as ruínas de Susa enevoadas de areia, trepei à zigurate de Tjoga Zambil, meti de noite por serranias medonhas (Luristão e Cuzistão). Deleitei-me com rendilhados de azulejo nas mesquitas de Ispaão, va- gueei pelos bazares de Xiraz, evoquei Dario e Xerxes em Persépolis, respirei de alívio e ócio em Teerão e nas margens do mar Cáspio. Regressei à Cristandade pela estrada de Damasco e Beirute, monta- nhas dos cedros, portos do Líbano, Síria e Turquia...»

A I Parte é dedicada a Jerusalém, cidade onde o autor estudou na École Biblique et Archéologique Française (1963-1964), tendo por grande mestre o orientalista Roland de Vaux. O capítulo 1 recorda o percurso «De Lisboa a Jerusalém» (pp. 13-24), passando por Roma e Alexan- dria, e o capítulo 2 é já em Jerusalém, evocando-se a sua evolução «De burgo cananeu a cidade das religiões do Livro» (pp. 25-44), des- fiando historia milenar, arqueologia, teologia, mito e símbolo, aspectos robustecidos no capítulo 3 (pp. 45-86), com «Nove meses n”’A Santa”», isto é, em Jerusalém (El-Quds em árabe). Somos então guiados pela Jerusalém intra muros, passando várias portas e entrando pela vetusta cidadela, visitando o bairro muçulmano, o bairro cristão, o bairro armé- nio e o bairro judeu, cada um com as suas peculiaridades, até Haram es-Sherif. A visita continua por Jerusalém fora de portas com o famoso monte das Oliveiras, e indo do monte de Sião ao vale do Cedrom.

A II Parte espraia-se pela Terra Santa, começando, no capítulo 4, pelo «Vale do Jordão e Transjordânia» (pp. 89-120), que tem um su- gestivo subtítulo «Da surpresa ao deslumbramento». Depois de uma decepcionante incursão até ao mar Morto (mais tarde desfrutado com entusiasmo), passou-se ao Wadi Qelt e a Jericó, e os arredores desta vão propiciar evocações dos Omíadas a Jesus. Entramos a seguir na pista de Qumran, e daqui vamos rumo ao Norte, à descoberta da Transjordânia, por terras de Moab e Edom: monte Nebo, Madabá, Maqueronte e mar Morto, em passeio descontraído. O capítulo 5 é ainda a «Transjordânia: de Galaad ao deserto», com Irbid e 0 seu hotel manhoso, Umm Qeis, Jerash com passeio pela orla do deserto até divisar ao longe a magia de um ponto negro cravado no deserto (Umm el-Jimal), daqui para Amã e os palácios do deserto e, já no termo da expedição, de volta a Jerusalém pela ponte de Damiyah, seguindo as pisadas de Jacob por Siquém. «Palestina a contagotas» é 0 tema do capítulo 6 (pp. 147-173), metendo pelo Maciço Central, na senda de Josué e Saul, depois na órbita de Samaria e explorando

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RECENSÕES

o Sul, avultando aqui Belém, primeira meta das excursões arqueológi- cas meridionais. No capítulo 7 faz-se, em incursão de iniciativa pró- pria, o «Périplo de Israel» (pp. 175-203), começando por Bersabeia e Ascalon, depois Jafa, o Carmelo, Megiddo, Beiçan, Kefar Kana, Haçor, Cafarnaum, Tabga, Tiberíades, monte Tabor e Nazaré.

Na III Parte 0 Autor leva-nos pelas «Rotas do Crescente Fértil», encetando por uma aliciante «Viagem ao Egipto» no capítulo 8 (pp. 207-272). Apresenta-se a terra e os seus exploradores, vindo depois 0 Cairo e a visita às imensas necrópoles menfitas (Sakara e Guiza). Após uma incursão no Delta, com uma instrutiva jornada em Tânis, seguiu-se 0 Sinai («memória de “hebreus” e história de egípcios»), daí prosseguindo, em rija viagem de comboio, para o Alto Egipto com os seus templos e túmulos. O longo percurso deu para lembrar os tem- pios aos deuses (Lucsor e Karnak, depois os templos funerários da margem ocidental), a necrópole tebana, um autêntico museu de pin- tura, e respigar nas franjas da história egípcia (excursões arqueológi- cas a Abidos e Edfu). O capítulo 9 é «A aventura da Pérsia» (pp. 273-353), indo dos Nabateus aos cruéis Assírios, passando pelo in- contornável fascínio de Babilónia e por terras que foram sumérias (Ur) até à Pérsia e a famosa Persépolis, mais para norte Teerão, mar Cáspio e Qum, após o que seguimos directo a Jerusalém. O capítulo 10 leva-nos «De volta à cristandade» (pp. 355-400), pois era tempo de regressar. Mas «voar directamente para a Europa, via Amã ou Bei- rute, nem pensar» — era mais aliciante a jornada larga da Turquia, seguindo o rasto literário de S. Paulo e os restos arqueológicos de Grécia e Roma. E em derradeira jornada entrou-se pela Síria e Liba- no: dos Otomanos a Ugarit. Damasco, com a sua esplêndida mesqui- ta, foi visitada com interesse, despindo a roupa de arqueólogo para ser peregrino. Seguiu-se Beirute, de táxi, e aí, nessa Suíça do Próxi- mo Oriente, «vieram à lembrança memórias bíblicas de cedros gigan- tes, tratados de cooperação com Israel e casamentos dinásticos, não tanto as relações comerciais com 0 Egipto através de Biblos, ou as incursões guerreiras de Egípcios e Assírios.» Daqui foi um pulo a Baalbek, e depois a Gebail (a antiga Biblos ou Gubia), seguiu-se a visita aos famosos cedros do Líbano (em Becharreh), Lataquia e, 12 km para norte, Ugarit, opulenta metrópole do Mediterrâneo Oriental res- surgida das areias desde as escavações iniciadas em 1928-29. Para corolário da jornada percorreu-se a Turquia, indo de Antioquia para Adana, depois Tarso, Konya, Antalya, Aspendos, Perga, Esmirna (Izmir), Éfeso, Pérgamo, e finalmente Istambul, antes do regresso a Portugal, via Atenas e Frankfurt.

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Pelo número de páginas dedicadas à Terra Santa e a Jerusalém, entranhada «na memória, na saudade, na alma», se vê o peso descri- tivo dessa região em todo o livro - 186. O périplo pelo Egipto ocupa 65 páginas, a viagem pelo Iraque e pela Pérsia mereceu 80 e a jor- nada pelo Líbano, Síria e Turquia consta em 45 páginas. Em todas elas narra 0 Autor, com deleite e vivacidade, os seus aventurosos e instrutivos percursos, seduzindo o leitor e convidando-o também a via- jar e, desta forma, a impregnar-se de cultura. A sua experiência de viajante por terras do Próximo Oriente já aflorara em livros anteriores, mas é neste que avulta a grande riqueza de conhecimentos granjea- dos com a ânsia de saber e com a pertinácia de ultrapassar algumas dificuldades de jornadas mais ínvias e acidentadas, aqui narradas por vezes com humor contagiante.

Estas entusiasmantes e vivas reflexões das viagens por terras de Jerusalém e do Próximo Oriente, não sendo propriamente as me- mórias do Autor - são, aliás, «temporãs para “memórias” e serôdias para relato de viagem» - podem muito bem propiciar, como se dese- ja, um gratificante estímulo para peregrinos da Terra Santa, aonde to- dos os anos milhares de portugueses se deslocam ou deslocavam e potenciais turistas do Oriente Próximo. E são também em grande me- dida, substancial apoio para os estudantes universitários e 0 público em geral que pretenda familiarizar-se com 0 berço de antigas civiliza- ções.

O volume contém um pequeno caderno extra-texto de oito pági- nas não numeradas com fotografias do Autor que mereciam ser mais ampliadas (para tal teria valido a pena fazer um caderno de dezasseis páginas). O que se lamenta em tão útil obra são as muitas gralhas tipográficas, que se atribuem a uma deficiente revisão, descurando tão importante tarefa e maculando assim o trabalho proficiente do Autor e o seu português airoso e escorreito.

Luís Manuel de Araújo

ROBERT SOLÉ, DOMINIQUE VALBELLE, La pierre de Rosette, Pa- ris, Éditions du Seuil, 1999, 234 pp.

Julho de 1799. Borg Rachid, aliás «Fort Julien», em Roseta, a mais agradável cidade do Egipto segundo os europeus da época. Um lugar-tenete do exército napoleónico, Pierre François Xavier Bouchard,

Referências

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