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Desenvolvimento vegetativo do patchouli após a aplicação de diferentes níveis de nitrogênio em plantio e rebrota.

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Academic year: 2021

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S3433.

Desenvolvimento vegetativo do patchouli após a aplicação de diferentes níveis de nitrogênio em plantio e rebrota.

Andressa Giovannini Costa(1); Elza de Oliveira Ferraz(1);Cícero Deschamps(2); José Eduardo Brasil P. Pinto (1)

Universidade Federal de Lavras – UFLA – DAG – Pós-graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, Lavras – MG, 37200-000, (2) Programa de Pós-graduação em Agronomia - Produção Vegetal, Campus Agrárias, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Rua dos Funcionário s/n – Cabral – Curitiba, Paraná, 80035-050 dessagc@yahoo.com.br elza.o.ferraz@hotmail.com cícero@ufpr.br zeduardo@ufla.br

RESUMO

O patchouli (Pogostemon cablin Benth.) é uma planta arbustiva cuja principal importância comercial está no óleo essencial extraído das folhas. Tem uma vasta utilização na indústria moderna de perfumaria, cosmética e também fitoterápica. Neste trabalho avaliou-se diferentes níveis de adubação nitrogenada (30, 60, 90 e 120 kg.ha-1) aplicados em duas épocas (plantio e rebrota). O experimento foi conduzido no município de Joinville-SC, de agosto de 2006 a maio de 2007, com delineamento em blocos ao acaso em parcelas subdivididas no tempo, com cinco repetições. Foram realizados dois cortes, o primeiro aos 180 dias após o plantio e o segundo aos 90 dias após a rebrota. Foram avaliados dados de crescimento (biomassa seca foliar e de ramo, número e comprimento de ramos e área foliar da planta) e rendimento de óleo essencial. No plantio não houve diferença significativa entre os diferentes níveis de nitrogênio aplicados sendo recomendado o uso de 30 kg.ha-1. Houve interação significativa entre os níveis de nitrogênio e as adubações para a variável massa seca foliar, proporcionando maior produção após adubação de pós-colheita, aplicando-se 90 kg.ha-1 de nitrogênio. Maior massa seca de ramos e área foliar foram obtidas com aplicação de 90 kg.ha-1 de nitrogênio após colheita.

Palavras-chave: Pogostemon cablin,

adubação mineral, adubação de pós-colheita.

ABSTRACT

Vegetative development, essential oil yield and compositon of patchouli usind different levels of nitrogen at

planting time and after harvesting.

Patchouli (Pogostemon cablin Beth.) has as main commercial importance the essential oil extratecd from leaves used in perfumary and cosmetic industries. In this work it was evaluated different levels of nitrogen fertilization (30, 60, 90 and 120 kg.ha-1) at planting and after harvesting on patchouli development and essential oil yield. The experiment was carried out at Joinville-SC from August 2006 to May 2007, using a randomized blocks as the experimental design subdivided in time, each one with five repetitions. After the cuts, dry mass of leaves and branch, number and length of branches and leaf area were determined. At planting time, no significant difference was observed among the nitrogen levels, being recommended the use of 30 kg.ha-1. Both nitrogen levels and fertilization time affected dry mass accumulation of branches, applying 90 kg.ha-1 of nitrogen. Leaf area increasing significantly using 90 kg.ha-1 of nitrogen after harvesting.

Keywords: Pogostemon cablin, nitrogen,

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A espécie Pogostemon cablin Benth., pertencente à família Lamiaceae, é uma planta perene cultivada principalmente na Malásia, Singapura, China, Indonésia e Índia. Os dois últimos são atualmente os maiores produtores de óleo de patchouli no mundo, sendo a Indonésia responsável por 90% da produção mundial (BARATA et al., 2005).

O principal produto é o óleo essencial extraído de suas folhas que apresenta o patchoulol como componente majoritário. Este composto atribui ao óleo essencial do patchouli odor característico e aplicação na indústria de perfumaria e cosméticos (JOY et al., 2001).

A composição e rendimento dos óleos essenciais sofrem a influência de fatores genéticos, ambientais e de manejo. Dentre esses fatores está a nutrição, onde pode se destacar o nitrogênio. Apesar de estar em abundância na natureza, na forma de N

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, na maioria dos solos está presente em pequenas quantidades (FAQUIN, 1994). A importância deste elemento no desenvolvimento vegetativo e no rendimento de óleo essencial é citada por diversos autores. PUTTANA et al. (2005) e SINGH et al. (2002) estudaram o efeito de diferentes níveis de nitrogênio (0, 100, 200 kg.ha-1 por ano) no rendimento de óleo essencial de patchouli e demonstraram aumento na produção da espécie com crescentes níveis de nitrogênio aplicado, demonstrando a importância deste macronutriente tanto para o desenvolvimento como para a produção de óleo essencial.

Objetivou-se avaliar o desenvolvimento vegetativo e o rendimento de óleo essencial do patchouli sob diferentes níveis de nitrogênio na adubação de plantio e após a colheita nas condições climáticas de Joinville (SC).

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido com a espécie Pogostemon cablin Benth., em propriedade rural situada no distrito de Pirabeiraba, município de Joinville-SC, no período de agosto de 2006 a maio de 2007.

Para caracterização química da área experimental e definição dos níveis de nitrogênio a serem avaliados, amostra composta de solo foi coletada na profundidade de 0-20 cm e enviadas para análise no Laboratório de Fertilidade do Departamento de Solos da UFPR.

Devido à inexistência da recomendação de adubação para o patchouli, os tratamentos foram determinados de acordo com a recomendação de adubação mineral para a cultura da estévia (ROLAS et al., 2004), espécie que apresenta características morfológicas semelhantes. Assim consideramos 50, 100, 150 e 200% da recomendação de adubação nitrogenada para a cultura da estévia nas condições do solo descritas na análise. Os tratamentos consistiram, portanto da aplicação no plantio e na pós-colheita de 30, 60, 90 e 120 kg.ha-1 de nitrogênio, sendo a aplicação parcelada, em ambas as adubações, 50% no plantio e 50% de cobertura (20 dias após). Ainda foram aplicados, no plantio e após a colheita, 30 e 70 kg.ha-1 de P e K, respectivamente, ainda conforme recomendação para a estévia. Foram utilizadas como fontes de nutriente a uréia (45% de N), o superfosfato triplo (41% de P

2O5) e o cloreto de potássio (58% de K2O). O preparo do solo, plantio e a primeira parcela

da adubação nitrogenada (50%) e adubação de potássio e fósforo foram realizados no mês de agosto de 2006. A primeira colheita foi realizada seis meses (fevereiro de 2007) após o plantio. Após a colheita foi realizada a adubação seguindo parcelamento para nitrogênio e aplicação de fósforo e potássio. A segunda colheita foi realizada após três meses (2007). A

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segunda parcela (50%) da aplicação de nitrogênio ocorreu 30 dias após a primeira aplicação tanto no plantio como na rebrota.

O espaçamento utilizado foi de 1x1 m, com 1 m entre blocos. Entre 15 e 20 dias foram feitas as reposições das mudas perdidas.

Após cada corte, avaliou-se o desenvolvimento vegetativo da espécie a partir da determinação do comprimento e número de ramos, massa seca foliar e de ramos e área foliar. Para obtenção da massa seca dos ramos, o material foi seco em estufa de circulação de ar fechada, a 65°C, até atingir massa constante. Para determinação da área foliar foram cortados 100 discos de área conhecida (0,7854 cm2) por planta e, em seguida, determinado sua massa fresca. Pela massa fresca total de folhas por planta foi estimada a área foliar.

Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente pela análise de variância e as médias foram testadas quanto a sua homogeneidade pelo teste de Bartlett. e comparadas pela regressão da análise de variância e pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade pelo programa Assistat versão 7.4 beta (SILVA & AZEVEDO, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve interação significativa entre os níveis de nitrogênio e as adubações para a variável massa seca foliar. A adubação de pós-colheita proporcionou maior produção de massa seca foliar em relação à adubação de plantio. Além desta superioridade, a adubação de pós-colheita apresentou maior média de massa seca foliar com a aplicação de 90 kg.ha

-1

de nitrogênio (Tabela 1).

A adubação de plantio não apresentou diferença significativa entre as médias de massa seca, número e comprimento de ramos e área foliar, entre os níveis de nitrogênio aplicados (Tabela 2).

Entretanto, quando avaliamos a adubação de pós-colheita, verificou-se que, para as variáveis massa seca de ramo e área foliar, houve efeito quadrático dos níveis de nitrogênio aplicados. Sendo a máxima produção massa seca de ramos obtida com a aplicação de 90 kg.ha-1 de nitrogênio (Figura 1).

Em estévia, LIMA FILHO & MALAVOLTA (1997), ao estudarem sintomas de desordem nutricional na cultura, observaram que em plantas deficientes de nitrogênio parecia ocorrer a inibição das gemas axilares ocasionando a menor ramificação dos caules. Em patchouli, apesar de não ter sido observada nenhum sintoma de deficiência nutricional, houve maior ramificação com o aumento do nível de nitrogênio na adubação de pós-colheita, se comparado ao menor nível, o que poderia sugerir que baixos níveis ou a deficiência deste nutriente poderiam prejudicar seu desenvolvimento e manejo de corte.

SINGH et al. (2002), ao avaliarem a produção de biomassa, rendimento e qualidade do óleo essencial de patchouli submetido a diferentes dosagens de nitrogênio (0, 100 e 200 kg.ha-1), cultivado no clima tropical semi-árido do sul da Índia, verificaram que, tanto no primeiro como no segundo ano, houve aumento da produção de biomassa fresca com o aumento da dose de nitrogênio, sendo a fonte utilizada a uréia, atingindo máximo de produção (8,47 t.ha-1/ ano) com aplicação de 200 kg.ha-1.

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LIMA FILHO & MALAVOLTA (1997) ainda citam que a carência de nitrogênio pode diminuir o tamanho das células e aumentar a espessura de suas paredes. A expansão e a divisão celular diminuem, havendo redução no tamanho de todas as partes morfológicas da planta, principalmente flores e folhas. Fato que justificaria a maior área foliar em níveis superiores de nitrogênio, apresentando maior desenvolvimento com a aplicação de 90 kg.ha-1 (Figura 2).

As diferenças encontradas entre as variáveis analisadas no plantio e na pós-colheita da cultura podem ter sido ocasionadas pela idade em que as plantas se encontravam no momento da colheita. A primeira colheita foi realizado 6 meses após o plantio, enquanto a segunda foi realizada 3 meses após a rebrota, como indica a recomendação para a cultura da EPAGRI (2004). Plantas mais velhas apresentam menor número de folhas devido ao estádio de senescência, porém maior número de folhas totalmente expandidas, o que resultaria em uma maior área foliar, assim como maior número e comprimento de ramos.

Conclui-se que a aplicação de 30 kg.ha-1 de nitrogênio no plantio é suficiente para maior desenvolvimento vegetativo e produção de óleo essencial do patchouli. E a aplicação de aproximadamente 90 kg.ha-1 de nitrogênio na pós-colheita da cultura, é o suficiente para proporcionar maior área foliar e massa seca de ramos.

REFERÊNCIAS

BARATA, LES; VILHA, AM; CARVALHO, RQ. 2005. Mercado de perfumaria e cosmética no Brasil. IV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, Anais... Campinas-SP. EPAGRI. 2004. Normas técnicas para cultivo de capim-limão, citronela, palma-rosa e patchouli. Florianópolis,. 58p.

JOY, PP; THOMAS, J; MATHEW, S; JOSE, G; JOSEPH, J. 2001. Aromatic plants. Tropical

Horticulture 2,:633-733.

FAQUIN, V. 1994. Nutrição mineral de plantas. Lavras, ESAL/FAEPE. 226p.

LIMA FILHO, OF; MALAVOLTA, E. 1997. Sintomas de deordens nutricionas em estévia Stevia

reubadiana (Bert.) Bertoni. Scientia Agricola 54: 1-2.

PUTTANA, K; RAO, RVSP; GOPINATH, CT; RAMESH, S. 2005. Effect of shade and nitrogen on herb yield and longevity of patchouli (Pogostemon cablin). Journal of Medicinal and Aromatic

Plant Science 27: 297-300.

ROLAS. 2004. Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e

Santa Catarina (Rolas). Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Comissão de Química e

Fertilidade do Solo, 10ª ed Porto Alegre,. 400 p.

SILVA, FAS; AZEVEDO, CAV. 2006. A new version of the assistat-statistical assistance software. In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 4. ORLANDO-FL-USA: Orlando-FL-USA: Anais… Orlando: American Society of Agricultural Engineers, 393-396 p. SINGH, M; SHARMA, S; RAMESH, S. 2002. Herbage, oil yield and oil quality of patchouli [Pogostemon cablin (Blanco) Benth.] influeced by irrigation, organic mulch and nitrogen aplication in semi-arid tropical climate. Industrial Crops and Products 16: 101-107.

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AGRADECIMENTOS

À empresa Hérbia Beneficiamento de Plantas Ltda, pelo apoio financeiro na condução do trabalho.

À CAPES pela bolsa fornecida nos dois anos de mestrado. À FAPEMIG pelo auxílio financeiro.

Tabela 1. Massa seca foliar (g) de patchouli em função da interação das adubações (plantio

e rebrota) e dos diferentes níveis de nitrogênio (Dry mass of patchouli leaves using different levels of nitrogen at planting time and after harvesting). UFPR, Curitiba-PR, 2007.

Níveis de Nitrogênio Plantio Pós-colheita

30 kg.ha-1 167,4 aB 213,3 bA

60 kg.ha-1 145,3 aB 211,9 bA

90 kg.ha-1 186,6 aB 339,5 aA

120 kg.ha-1 175,2 aB 243,5 bA

Tabela 2 . Massa seca (MS) de ramos (g), número de ramos, comprimento de ramos (cm) e

área foliar (m2) de patchouli após adubação nitrogenada de plantio (Dry mass of branch, number and length of branches and leaf area of patchouli using different levels of nitrogen at planting time and after harvesting). UFPR, Curitiba-PR, 2007.

Níveis de Nitrogênio MS Ramos Número Ramos Comprimento Ramos Área foliar

30 kg.ha-1 204,7 * 142,4 * 71,6 * 2,87 *

60 kg.ha-1 206,6* 120,9 * 68,0 * 2,96 *

90 kg.ha-1 230,8* 114,4 * 67,3 * 3,39 *

120 kg.ha-1 212,0* 128,6 * 69,7 * 2,96 *

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Figura 2. Área foliar por planta para os diferentes níveis de nitrogênio aplicados na adubação de rebrota

do patchouli. (Leaf area of patchouli using different levels of nitrogen at planting time and after harvesting). UFPR, Curitiba-PR, 2007.

Figura 1. Massa seca de ramos por planta para os diferentes níveis de nitrogênio aplicados na adubação

de rebrota do patchouli (Dry mass of patchouli branch using different levels of nitrogen after harvesting). UFPR, Curitiba-PR, 2007.

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