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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL Autarquia Federal Lei nº 5.905/73

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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL

Autarquia Federal – Lei nº 5.905/73

PARECER CTUE Nº 03/2014 Porto Alegre, 12 de agosto de 2014.

“Regras para Transporte Neonatal”.

I - Relatório

Parecer sobre “regras para transporte neonatal”.

II - Análise Fundamentada

O transporte inter-institucional refere-se à transferência de pacientes entre unidades hospitalares ou não, de caráter público ou privado, que funcionem como base para a estabilização de pacientes graves. A avaliação de conformidade de transporte neonatal representa um importante aspecto da assistência perinatal, considerando elementos essenciais para o sistema de transferência neonatal tais como: organização, comunicação, pessoal, equipamentos e unidade de transporte, bem como o sistema regionalizado e hierarquizado de atenção perinatal. A capacidade de manejo clínico, adequação da assistência ao recém-nascido durante o nascimento e seu transporte contribuem para o alcance de desfechos positivos em unidades neonatais de referência.

As deficiências nos serviços de transporte neonatal têm sido descritas em todo mundo. Nos paises desenvolvidos inclusive, a qualidade do transporte neonatal é objeto de estudo de avaliação de serviços de saúde e entre aqueles em desenvolvimento. O interesse pelo transporte neonatal é recente, porém crescente. Ainda, no Brasil, a mortalidade neonatal, em especial na primeira semana de vida, é

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responsável por cerca de 60 a 70% da mortalidade infantil. As afecções perinatais, que representam a principal causa de morte no primeiro ano de vida, dependem de fatores evitáveis associados às condições da criança no nascimento e à qualidade da assistência durante a gravidez e o parto.

Logo, para redução da mortalidade neonatal por causas evitáveis e das seqüelas que podem comprometer o recém-nascido, é importante que o mesmo receba atenção adequada e resolutiva. Nesse sentido, a garantia de acesso a transporte neonatal adequado e oportuno, quando necessário, pode ser fundamental para a sobrevivência do recém-nascido com as melhores condições possíveis.

A avaliação da conformidade do sistema de transporte neonatal e, por conseguinte, o conhecimento de suas deficiências se constituem em uma ferramenta importante para o aprimoramento dos serviços de neonatologia, propiciando a otimização dos recursos e determinando impactos na morbilidade e mortalidade neonatal. Apesar da relevância do tema ainda existem poucos estudos no Brasil.

Considerando que o período neonatal envolve doenças de curso rapidamente progressivo, a organização do sistema assistencial com Centros de Tratamento Especializado é necessária e benéfica e, ainda, o transporte neonatal deve ser realizado da forma mais planejada e segura possível. Sabendo-se que o transporte envolve riscos ao paciente, é necessário sempre analisar se os benefícios potenciais superam estes riscos e, cientes de que deve-se dar preferência ao transporte INTRA-ÚTERO, sugere-se a normatização mínima para a execução destes transportes.

O adequado transporte do RN visa garantir a sua segurança proporcionando-lhe uma assistência de enfermagem de qualidade e livre de danos pois, de acordo com o evidenciado em estudo realizado, na admissão dos neonatos constatou-se

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que 48% dos recém-nascidos apresentavam-se distérmicos, sendo mais comum a presença de hipotermia (45,3%). Os valores de Dextrostix (avaliando a glicemia) variam entre 25 e 328, com média de 101 mg/dl e, em cerca de 30% dos pacientes, estavam alterados no momento da admissão hospitalar. Apenas 28% dos pacientes apresentaram saturação de oxigênio dentro dos limites considerados ideiais (entre 89 e 95%). A necessidade de progressão do suporte respiratório para ventilação mecânica e pressão positiva contínua (CPAP) na primeira hora após a admissão na unidade neonatal ocorreu em 32% dos transportes realizados.

Normatizar os transportes neonatais no Estado do Rio Grande do Sul, garantindo a conformidade com a legislação vigente baseado na Portaria MS 824/99, Resolução CFM nº 1672 de 2003, Resolução COFEN 311 de 2007, Resolução ANVISA nº 7/2010, Portaria GM nº 3432/98 e Nota Técnica nº 2 Secretaria da Saúde – RS.

Assim sugere-se que, após a estabilização do paciente, a equipe de transporte deve explicar aos pais as condições clinicas do recém-nascido, o risco da patologia e o local para onde o mesmo será transferido. Deve-se pedir autorização escrita para o procedimento. A mãe é a legitima responsável pelo recém-nascido, exceto em situações de doença psíquica. Em caso de risco iminente de vida, o médico está autorizado a transferir o neonato sem a autorização do responsável.

Apesar de em outros países o transporte de recém-nascidos possa ser realizado por enfermeiros devidamente capacitados, por terapeutas respiratórios ou por paramédicos, no Brasil, o transporte neonatal só pode ser feito por um médico apto a realizar os procedimentos necessários para a assistência ao neonato gravemente enfermo. O referido médico deve ser, de preferência, um pediatra ou neonatalogista e estar acompanhado por um(a) enfermeiro(a) que tenha

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conhecimento e prática no cuidado de recém-nascidos, preferencialmente nesta área.

O veículo selecionado para o transporte do recém-nascido depende de diversos fatores, incluindo o estado clinico do paciente, a distância a ser percorrida, as condições do tempo, o número e o tipo de funcionários necessários, o equipamento exigido para a estabilização do neonato e a disponibilidade no momento do transporte. De maneira geral, os veículos usados são as ambulâncias para o transporte terrestre e os helicópteros e aeronaves para o transporte aéreo, que devem obrigatoriamente, estar equipados de incubadora e bomba de infusão com seringa.

Os veículos utilizados para o transporte dos RN são:

Ambulâncias: eficazes para transportar pacientes graves ou instáveis num raio de até 50 quilômetros e pacientes estáveis num raio de até 160 quilômetros.

Os pré-requisitos mínimos para a adoção do transporte terrestre com ambulâncias no transporte neonatal são:

- Altura do compartimento de pacientes suficientes para a acomodação da incubadora de transporte, componente obrigatório, com local seguro para sua fixação.

- Presença de fonte de energia, luz e controle de temperatura.

- Fonte de oxigênio e ar comprimido, com estoque de ambos os gases.

- Espaço interno mínimo para a manipulação do recém-nascido em situação de emergência.

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Helicópteros: eficientes para transportar pacientes graves num raio de 160 a 24 quilômetros. Entretanto, a cabine não é pressurizada fato que poderá gerar modificações fisiológicas e alterações dos equipamentos durante o transporte, portanto:

- A pressão barométrica e a temperatura diminuem com o aumento da altitude. - O ruído e a vibração podem afetar as respostas fisiológicas, o funcionamento dos equipamentos e o tratamento do paciente.

Aeronaves: ideal para longas distâncias pela rapidez, pouca vibração e ruído, iluminação e espaço adequados para monitorização e a manipulação do recém-nascido. As desvantagens incluem o custo operacional elevado, ser inadequado para o transporte urbano e necessitar da ajuda de ambulância ou de helicópteros para o transporte do paciente ao aeroporto e vice-versa. As distâncias de referência tratam-se das mesmas dos helicópteros.

III. Conclusão

Esta Câmara Técnica conclui que o transporte dos recém-nascidos deve ser realizado por equipe especializada, tendo como responsável um profissional médico(a) presente também durante o transporte e por enfermeiro(a) que tenha conhecimento e prática no cuidado aos recém-nascidos preferencialmente especialista nesta área.

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Parecer elaborado na reunião da CTUE por:

Abelardo Gomes – COREN-RS 269.157

Adriana Roloff – COREN-RS 80.148

Flavia Beatriz Lange Hentschel – COREN-RS 6.693

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REFERÊNCIAS

1. ALBUQUERQUE, Ana Marita Araújo de et al. Avaliação da conformidade do transporte neonatal para hospital de referência do Ceará. Rev. Bras. Saúde Mater. Infantil, Recife, v. 12, n. 1, Mar. 2012. Available from <http//www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-38292012000100006&script=sci_arttext> acesso em 28 julho 2014.

2. Leslie A, Stephenson T. Neonatal transfers by advanced neonatal nurse practitioners and paediatric registrars. Arch Dis Child Fetal neonatal Ed. 2003; 88:509-12. Disponível em: http://Fn.bmj.com/content/88/6/FS09.Short acessado em 28 julho 2014.

3. BRASIL, Ministério da Saúde, Manual de Orientações sobre o Transporte

Neonatal, Brasília DF, 2010. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_orientacoes_transporte_neonatal .pdf

4. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria 824/GM de 1999. Disponível em:

http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/8539-824.html

5. Conselho Federal de Medicina, Resolução CFM nº 1.672 de 2003. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2003/1672_2003.htm

6. AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA, Resolujção ANVISA nº 7 de

2010. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegisl/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html 7. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, Resolução COFEN nº 311de 2007.

Disponível em:

http://www.huwc.ufc.br/arquivos/biblioteca_cientifica/1188236444_910.pdf

8. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria 3.432/MS/GM de 1998. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/4do2b9004745871490c4d43Fbc4c6735/ PORTARIA+n%C2%BA+3432-1998.pdf?MOD=AJPERES

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