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Jorge de Sena novas perspectivas, 30 anos depois

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Academic year: 2021

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Centro de Estudos de Comunicação e Cultura

organização

Francisco Cota Fagundes

Jorge Fazenda Lourenço

Jorge de Sena

novas perspectivas, 30 anos depois

(2)

5 Jorge de Sena – novas perspectivas, 30 anos depois

Índice

Introdução 7

Francisco Cota Fagundes e Jorge Fazenda Lourenço

Som e cor, gesto e imagem na poesia de Jorge de Sena.

O fascínio dos impossíveis: do oxímoro às convergências sinestésicas. 11

Barbara Aniello

No atelier literário de Jorge de Sena: (auto)retratos do envelhecer

e antecipação da morte (subsídios para o seu estudo) 53

Francisco Cota Fagundes

Literariedade e intencionalidade na poesia de Jorge de Sena 93

José Francisco Costa

Metamorfoses: contingências de historicidade poética 109

António M. A. Igrejas

Metamorfoses a través de la Noche Oscura: El sueño de un despertar 127

Marta del Pozo

Aspectos da dialéctica crítico-poética na obra de Jorge de Sena 143

Danilo Bueno

Ferir pela palavra: catarse e contrafactum nas Dedicácias,

de Jorge de Sena 157

Paulo Alexandre Pereira

Variações sobre o mesmo tema: o Portugal de Jorge de Sena

e Mário-Henrique Leiria à luz (ou à sombra) de Camões e Pessoa 187

Tania Martuscelli

Como vingar-se de antologias (segundo Jorge de Sena) 199

Ricardo Vasconcelos

Incipit vita nova: romance de formação em Dante Alighieri

e Jorge de Sena 249

(3)

Sinais de cinza: derivas homoeróticas na obra de Jorge de Sena 263

António Manuel Ferreira

Mitologias e alegorias da masculinidade

em “Homenagem ao Papagaio Verde” 281

António Ladeira

Jorge de Sena in 1972: The Case for Camões 295

George Monteiro

O discurso da Guarda – a lição de Sena 311

Inês Espada Vieira

Jorge de Sena estrangeirado – ou era-lhe apertada a camisa da pátria? 323

Onésimo Teotónio Almeida

Jorge de Sena e o Portugal disperso 331

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7 Jorge de Sena – novas perspectivas, 30 anos depois

Introdução

Com uma excepção, adiante referida, este volume é constituído por uma escolha das comunicações (tendo algumas evoluído para longos ensaios) apre-sentadas ao colóquio internacional Jorge de Sena Cá e Lá: Novas Perspectivas,

30 Anos Depois, realizado na Universidade de Massachusetts, em Amherst, e

organizado por Francisco Cota Fagundes e Jorge Fazenda Lourenço, com a colaboração de António M. A. Igrejas e Inês Espada Vieira. Trata-se do ter-ceiro colóquio internacional sobre o autor de Metamorfoses organizado por Francisco Cota Fagundes e realizado na terra natal de Emily Dickinson, de quem Jorge de Sena foi exímio tradutor e estudioso. Proposta a ideia inicial-mente por Jorge Fazenda Lourenço de um encontro dividido entre a Univer-sidade de Massachusetts e a UniverUniver-sidade Católica Portuguesa, em Lisboa, esse plano viu-se limitado a Amherst, devido a circunstâncias diversas.

O grupo que esteve em Amherst, entre 25 e 26 de Abril de 2008, era formado por convidados de ambos os organizadores, sendo a ideia princi-pal que presidiu a esses convites a de reunir, lado a lado com “senianos” já conhecidos (embora não tenha havido meios financeiros para convidar todos os que teria sido do nosso agrado ter presentes), estudiosos que da obra de Jorge de Sena, pelo menos sob a forma escrita, nunca se tivessem ocupado. E essa decisão, se nos é permitido dizê-lo, não só foi excelente como se traduziu numa efectiva abertura de novas perspectivas sobre a obra de Jorge de Sena.

O volume abre com um vasto conjunto de ensaios dedicado à poesia de Jorge de Sena. Barbara Aniello, em “Som e cor, gesto e imagem na poesia de Jorge de Sena. O fascínio dos impossíveis: do oxímoro às conver-gências sinestésicas”, proporciona-nos a perspectiva até hoje mais profunda e informada, do ponto de vista musicológico, de Arte de Música, a partir do seu poema de abertura, “La Cathédrale engloutie de Debussy”. Francisco Cota Fagundes estuda a questão do auto-retrato poético seniano, que não tem recebido a atenção que merece, e José Francisco Costa, depois de pre-liminares considerações teóricas, faz uma abordagem a dois textos líricos senianos, um dos quais tem atraído muitos leitores: o poema “Conheço o Sal”, da colectânea Conheço o Sal... e Outros Poemas.

Metamorfoses, seguidas de Quatro Sonetos a Afrodite Anadiómena, um dos

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obras mais influentes na poesia portuguesa, é o foco principal de António M. A. Igrejas, cujo trabalho, “Metamorfoses: contingências de historicidade poética”, sonda e avalia a perspectiva histórica explícita e implícita nas lei-turas que os poemas proporcionam de momentos históricos condensados nas obras de arte que constituíram as suas fontes de inspiração. O ensaio de Marta del Pozo, “Metamorfoses a través de la Noche Oscura: el sueño de un despertar”, evoca titularmente um célebre texto de Frei Luis de León, mas apropria-se de conceitos propostos por Joseph Campbell, inspirados por sua vez em Carl Jung, para propor uma leitura dos poemas assente na ideia da viagem mítica. Por sua vez, Danilo Bueno, em “Aspectos da dialética crítico-poética na obra de Jorge de Sena”, vai fazer incidir a sua análise da relação entre crítica e poesia sobre os Quatro Sonetos a Afrodite

Anadiómena.

A poesia satírica de Jorge de Sena – mais especificamente, aquela que está contida no volume póstumo Dedicácias – recebe uma pormenorizada e incisiva análise no ensaio “Ferir pela palavra: catarse e contrafactum nas

Dedicácias, de Jorge de Sena”, de Paulo Alexandre Pereira. Em “Variações

sobre o mesmo tema: o Portugal de Jorge de Sena e Mário-Henrique Leiria à luz (ou à sombra) de Camões e Pessoa”, Tania Martuscelli recorre, em parte, ao conceito bloomiano de “ansiedade de influência” para propor leituras que reúnem, por vezes em inesperadas ligações, os poetas Camões, Pessoa, Jorge de Sena e Mário-Henrique Leiria.

Ao trabalho de Jorge de Sena como antólogo é dedicado um estudo muito interessante de Ricardo Vasconcelos: “Como vingar-se de antologias (segundo Jorge de Sena)”. Embora se debruce com especial atenção e minúcia sobre a antologia Líricas Portuguesas, não deixa de fazer incursões em outras obras do género, incluindo a sua auto-antologia, Trinta Anos de Poesia, e as colectâneas de tradução, Poesia de 26 Séculos (De Bashô a Nietzsche) e Poesia

do Século XX (De Thomas Hardy a C. V. Cattaneo).

A obra de ficção de Jorge de Sena é objecto de cinco ensaios. O primeiro, de Jorge Vaz de Carvalho, faz um confronto original entre a Vita Nuova de Dante, um dos poetas mais admirados por Jorge de Sena, e o romance

Sinais de Fogo, da perspectiva do Bildungsroman, sobre o qual prepara uma

tese de doutoramento na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. António Manuel Ferreira, em “Sinais de cinza: derivas homoeróticas na obra de Jorge de Sena”, foca o tema em passos da lírica, da narrativa e da ensaística senianas, com pertinentes referências à tradução e ao estudo que Jorge de Sena fez da poesia de Constantino Cavafy. O estudo

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9 Jorge de Sena – novas perspectivas, 30 anos depois

de António Ladeira, complementar do anterior, numa análise que passa por Sinais de Fogo, mas que se concentra sobretudo no conto “Homenagem ao Papagaio Verde”, põe em relevo, na obra de Jorge de Sena, “Mitologias e alegorias da masculinidade”.

No que diz respeito ao ensaio, “Jorge de Sena in 1972: The Case for Camões”, de George Monteiro, é um pormenorizado estudo das activi-dades senianas sobre Camões, tendo esse ano de 1972 como foco temporal específico. Cinco anos depois, Jorge de Sena viria a proferir um dos seus discursos mais célebres, o Discurso da Guarda, que merece a Inês Espada Vieira o estudo mais atento até agora dedicado a uma intervenção pública do poeta.

“Jorge de Sena estrangeirado” é o tema da intervenção de Onésimo Teo-tónio Almeida, que faz um balanço de muito do que se tem escrito sobre o termo “estrangeirado”, aspecto importante para uma visão da obra seniana da perspectiva do exílio. O volume encerra, justamente, com um texto de Jorge Fazenda Lourenço que procura situar Jorge de Sena no contexto da diáspora portuguesa: “Jorge de Sena e o Portugal disperso”, comunicação que, por razões de força maior, não pôde ser levada a Amherst.

Resta-nos agradecer a todos os participantes e patrocinadores do co-lóquio Jorge de Sena Cá e Lá: Novas Perspectivas, 30 Anos Depois: Dean of the Graduate School, University of Massachusetts Amherst; College of Humanities and Fine Arts, University of Massachusetts Amherst; e à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, na pessoa de Mário Mesquita, pelas subvenções que tornaram possível a realização deste en-contro e a edição do presente volume.

O Centro de Estudos de Comunicação e Cultura é uma unidade de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Francisco Cota Fagundes

Department of Languages, Literatures and Cultures University of Massachusetts, Amherst

Jorge Fazenda Lourenço

Centro de Estudos de Comunicação e Cultura Universidade Católica Portuguesa, Lisboa

Referências

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