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Pedagogia Hospitalar: uma proposta de educação não formal na Casa da Gestante do Hospital Universitário São Francisco de Paula-Pelotas/RS

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ANAIS - Volume. 01, ed. 01, 2016 | eventos.claec.org | ISBN: 978-85-93548-01-7

Pedagogia Hospitalar: uma proposta de educação não formal na

Casa da Gestante do Hospital Universitário São Francisco de

Paula-Pelotas/RS

Pedagogía Hospitalaria: propuesta de educación no formal en Casa de

Maternidad del Hospital Universitario São Francisco de Paula - Pelotas /

RS

Nívia Celoí Barragan Ferreira 1

Daniel Moraes Botelho2

Resumo

A pedagogia hospitalar pode ser considerada, como o conjunto de metodologias e procedimentos necessários para proporcionar um atendimento lúdico, sócio interativo, educativo e terapêutico para os diversos públicos da comunidade hospitalar. O estudo aborda um dos espaços de atendimento do Projeto de Extensão Universitária do Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas, a Casa da Gestante do Hospital Universitário São Francisco de Paula. Que a partir da análise teórica reflexiva evidencia o papel do pedagogo, no campo da educação não formal, a partir das estratégias pedagógicas ludo terapêuticas para promover um elo entre o espaço hospitalar e a ressignificação do mesmo. Assim, encontram-se indícios para construir uma nova perspectiva da internação, bem como se ressalta este espaço para a ação educativa na realidade de hospitalar.

Palavras-Chave: educação; não formal; hospital; gestante. Resumen

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Palabras claves: Aproximadamente cinco palabras claves o frases en orden alfabético, separados por punto y coma.

1. Introdução

A respectiva comunicação visa apresentar uma das ações do projeto de Extensão Pedagogia Hospitalar, desenvolvido pelo curso de Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas. Este projeto procura proporcionar estratégias de ensino e aprendizagem às gestantes e

1 Graduanda em Pedagogia pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), bolsista de Extensão do Projeto em

Pedagogia Hospitalar/Universidade Católica de Pelotas; niviamaia2012@hotmail.com

2 Doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Docente do curso de

Graduação em Pedagogia. Coordenador do Projeto de Extensão Pedagogia Hospitalar/Universidade Católica de Pelotas; daniel.botelho@ucpel.edu.br

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ANAIS - Volume. 01, ed. 01, 2016 | eventos.claec.org | ISBN: 978-85-93548-01-7 seus familiares, bem como acolher as internas ao ambiente da Casa da Gestante (Hospital Escola São Francisco de Paula-UCPEL), por meio deste espaço de convivência, o público-alvo pode participar de rodas de conversa e estratégias ludo terapêuticas, mediadas e orientadas por acadêmicos da educação e profissionais da área da saúde, conforme as demandas.

Este projeto adota como meta o atendimento humanizado, a partir do princípio de que “o ambiente pré-natal é o corpo da própria mãe, praticamente tudo que afeta o bem-estar dela, desde sua dieta a seu humor, pode alterar o ambiente da criança e afetar seu crescimento” (PAPALIA, 2006, p.?). Nesta perspectiva, vislumbra-se a necessidade de promover, no ambiente hospitalar, momentos para ressignificar3 a gestação, por meio da mediação de temas relacionados ao universo das parturientes.

Neste contexto, a proposta de intervenção, na Casa da Gestante, assume o viés da chamada educação não formal caracterizada pelas aprendizagens e saberes compartilhados a partir de intencionalidades e propostas desenvolvidas por instituições, associações e movimentos sociais. Esta intervenção não segue a sistematização curricular, comumente encontrado na educação formal, ela prevê o desenvolvimento de uma mediação educativa através da troca de saberes entre os envolvidos.

Tomam-se como referência sobre a educação não formal os estudos de Gohan (2013, p. 11), os quais apontam:

[...] são espaços educativos ocorrem em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos de indivíduos onde há processos interativos e intencionais [...] construídos coletivamente, segundo diretrizes de dados grupos, usualmente a participação dos envolvidos é optativa, mas poderão ocorrer por certas circunstâncias de vivências históricas de cada um, em seu processo de experiência e socialização, pertencimentos adquiridos pelo ato de escolha em dados processos ou ações coletivas.

Assim, evidencia-se nas propostas deste projeto de extensão o escopo não formal, na medida em que se busca a inserção dos sujeitos por meio de atividades ludo pedagógicas e de socialização, dos enfermos e seus familiares, para compreender os contextos culturais e aqueles relacionados a internação. A partir disso, é possível desenvolver propostas de intervenção, por meio de rodas de conversas, que buscam tratar de assuntos que esclarecem

3 Modificar o molde pelo qual uma pessoa percebe os acontecimentos, a fim de alterar o significado. Quando o

significado se modifica, as respostas e comportamento das pessoas também se modificam (BLANDER e GRINDER, 1986, p.9)

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ANAIS - Volume. 01, ed. 01, 2016 | eventos.claec.org | ISBN: 978-85-93548-01-7 dúvidas, auxiliam no processo permanência das gestantes e promovem a mediação entre o ambiente encontrado e a realidade das internas.

Ao encontro desta perspectiva não formal de educação, verifica-se a necessidade de uma práxis pedagógica nos hospitais, isso é, um saber voltado as circunstâncias dos indivíduos no contexto hospitalar, instaurando-se aí um corpo de conhecimento de apoio que justifica a presença dos profissionais da educação no processo de envolvimento, organização e gestão dos projetos educativos em ambientes hospitalares (MATOS e MUGIATTI, 2006).

A partir dos argumentos, referente ao atendimento qualificado e humanizado, apresentados pelo Manual Técnico Pré-natal e Puerpério do Ministério da Saúde (2012) as atividades do projeto na casa da Gestante tem por objetivo contribuírem com o desenvolvimento de uma gestação promotora da saúde da mulher e fetal através de atividades lúdicas, sócio interativas, educativas e preventivas.

Desenvolvimento

Tomando como fundamentação teórico-metodológico os pressupostos da educação não formal, a pedagogia hospitalar a organização das intervenções levam em consideração os aspectos relacionados a frequência das internações do público-alvo, as demandas apresentadas pelos profissionais da área da saúde e as sondagens de campo semanais, a fim de promover a aproximação com as gestantes.

Estas sondagens ocorrem uma vez por semana, por meio de oficinas ludo terapêuticas com atividades de artesanato, sessões audiovisuais e promoção de eventos para gestantes e familiares. Durante a atividade desenvolvida o acadêmico mediador procura identificar as angústias, dúvidas e insseguranças das internas, além de orientar os assuntos que surgem a cada momento, elenca os temas geradores para o próximo encontro.

Nestas rodas de conversa é apresentado um tema, previamente direcionado, indicado pela médica obstetra responsável pelas pacientes, que orienta o mediador da atividade (acadêmico de pedagogia). Assim, caracteriza-se uma estratégia educativa não formal, na medida em que “forma o indivíduo para a vida e suas adversidades [...] resgata o sentimento de valorização de si próprio” (COHN, 1996, p.43).

Assim, a metodologia assume uma característica didática, através dos temas geradores o assunto se desenvolve e proporciona a continuidade do trabalho, como destaca Libâneo (2005) na Educação de Jovens e Adultos, em um espaço não escolar, apresenta-se com o

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ANAIS - Volume. 01, ed. 01, 2016 | eventos.claec.org | ISBN: 978-85-93548-01-7 propósito de construir novos conhecimentos acerca das realidades compartilhadas, devido os objetivos da ação estão implícitas as relações pedagógicas não formais, embora sua intenção seja clara, não se caracteriza uma relação professor - aluno.

Diante disso, as ações buscam ouvir as gestantes, discutir temas relacionados ao estágio pré-natal, orientar as gestantes e familiares sobre aspectos relacionados a internação, bem como, apresentar informações sobre o desenvolvimento infantil. Além destas estratégias, o projeto assume critérios de socialização e desperta para o processo de construção e reconstrução da concepção(ões) da gestação.

Considerações finais

Este projeto de extensão se encontra em desenvolvimento, suas atividades iniciaram em setembro de 2015, na Sala de Recreação Terapêutica da Pediatria do Hospital Universitário São Francisco de Paula. Na medida em que o campo de conhecimento da pedagogia ressignifica o ambiente hospitalar, o surgimento de novas demandas e aprendizados proporciona repensar as ações do projeto, a fim de atingir outros espaços diretamente relacionados à infância.

A partir desta perspectiva as ações do projeto visaram atender o público da Casa da Gestante, em março de 2016. Além de proporcionar momentos de lúdicos e terapêuticos para as internas, esta estratégia passou a assumir um novo espaço de aprendizagem e construção de conhecimentos para o futuro pedagogo. Tendo em vista o caráter extensionista do projeto, acredita-se que os objetivos estão sendo alcançados devido à adesão de gestantes e familiares, nas propostas apresentadas, bem como o posicionamento positivo da equipe de saúde desta ala hospitalar. Com relação a ação pedagógica do projeto, considera-se ser relevante por contribuir para a construção de novos conhecimentos, proporcionar o bem-estar físico e emocional das gestantes e seus familiares.

Assim, evidencia-se o projeto como estratégia articuladora para aproximação e formação de pedagogos na área hospitalar. Tendo em vista ser uma proposta de inserir o estudante como observador/protagonista/mediador no ambiente hospitalar reintegra o saber acadêmico ao compartilhar vivências e reflexões com outros profissionais, em especial da área da saúde. Reitera-se serem os projetos de extensão universitária uma experiência importante para a formação acadêmica, tanto por beneficiar a atendimento as populações em vulnerabilidade, quanto ser uma possibilidade de construir novos conhecimentos a partir das

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ANAIS - Volume. 01, ed. 01, 2016 | eventos.claec.org | ISBN: 978-85-93548-01-7 trocas com acadêmicos e profissionais de outras áreas de formação, as quais geram análises e estimula a revisão de ambas as práticas, bem como, discussões e avaliações sobre os rumos do projeto.

Referências

BANDLER, Richard e GRINDER Jonh. Resignificado: programação neurolinguística e transformação do significado. ed.5. São Paulo: Summus, 1986

BRASIL. Manual Técnico Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

GOHAN, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2013.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? São Paulo, Cortez, 2005. MATOS, Elizete Lúcia M. e MUGIATTI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Pedagogia

Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento

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