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TST regulamenta uso do recurso repetitivo

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Boletim 623/14 – Ano VI – 08/10/2014

TST regulamenta uso do recurso repetitivo

Por Adriana Aguiar | De Brasília

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) está preparado para julgar recursos repetitivos. Em sessão ocorrida na segunda-feira, o Órgão Especial da Corte aprovou regulamentação para uso da ferramenta. A principal novidade é que os temas levados à Subseção I

Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1) poderão ficar sobrestados somente por um ano. Se o prazo de julgamento não for cumprido, os demais processos poderão voltar a ser analisados pela Justiça do Trabalho.

Para o vice-presidente do TST, ministro Ives Gandra Martins Filho, que participou da

comissão formada para elaborar a regulamentação, a ferramenta em um primeiro momento deve desafogar a Justiça do Trabalho, como ocorreu no Supremo Tribunal Federal com a repercussão geral. De acordo com o ministro, o prazo para liberar os processos foi dado para que não se inviabilize os trabalhos, como tem ocorrido algumas vezes no TST.

Somente na Corte superior trabalhista há mais de 45 mil processos parados de temas que serão resolvidos no STF.

Chegam ao TST, por ano, entre 260 mil e 300 mil processos, número que representa uma pequena porcentagem do total que ingressa todos os anos na Justiça do Trabalho.

Conforme o relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013 foram protocoladas 3,95 milhões novas ações. Para Ives Gandra, o uso do recurso repetitivo deve conter essa avalanche de processos num primeiro momento. Mas no longo prazo, será inevitável que haja uma reforma que deixe apenas os casos de grande

amplitude para o TST.

O recurso repetitivo na Justiça do Trabalho foi instituído pela Lei nº 13.015. Pela nova norma, os ministros poderão negar seguimento a embargos de declaração se a decisão recorrida não estiver de acordo com súmula do TST ou do Supremo Tribunal Federal (STF). A existência de jurisprudência pacífica do TST também permitirá ao relator negar pedido de embargos, por exemplo.

Os ministros poderão ainda determinar a devolução de recursos que envolvam decisões opostas de um mesmo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Na prática, a segunda instância deverá uniformizar sua jurisprudência. Nesse ponto, Ives Gandra afirma que foi voto vencido quando a proposta da nova lei foi encaminhada ao Congresso. "Os TRTs analisam prova de fato e a uniformização de entendimentos deveria ocorrer somente no TST. Mas fui voto vencido", diz.

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Destaques

Ofensas de superior

A 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reduziu para R$ 50 mil o valor de indenização por dano moral a ser paga pela Total E&P do Brasil a uma gerente que conseguiu provar tratamento desrespeitoso por seus superiores hierárquicos. A indenização fixada anteriormente pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro era de R$ 100 mil. Na ação trabalhista, a gerente descreveu que era

constantemente criticada e chamada de idiota e incompetente por dois diretores da empresa. Relatou que as conversas com eles ocorriam sempre em tom agressivo e que, após se afastar do trabalho com diagnóstico de transtorno do pânico, o tratamento piorou. A trabalhadora pediu indenização no valor de R$ 950 mil, equivalente a dez vezes o salário que recebia na época. Em defesa, a empresa alegou que nenhum empregado ou diretor cometeu qualquer ato que pudesse sugerir algum tipo de perseguição pessoal, e que os diretores apenas cobravam da gerente o bom cumprimento de suas tarefas, "como é lícito supor ser o direito de qualquer chefe em relação aos seus subordinados". Algumas

testemunhas, porém, confirmaram a versão da trabalhadora.

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Desaposentação será julgada hoje pelo STF

Decisão afeta perspectiva de 700 mil aposentados que continuam trabalhando. Na Justiça, há 123 mil ações sobre o tema. Expectativa é que Corte permita a troca de benefício

previdenciário Roberto Dumke

São Paulo - O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para hoje o julgamento da desaposentação. A Corte vai avaliar se os aposentados que continuam trabalhando - há 703 mil deles no Brasil - podem trocar o benefício. Para especialistas, a troca tende a ser liberada.

Neste ano, essa é a segunda tentativa de julgar o caso. Em agosto, o tema chegou a ser incluído na pauta do STF, mas foi retirado na última hora, a pedido do ministro Luis Roberto Barroso. Ele é o relator dos dois recursos sobre o tema na pauta de hoje.

Em 2010, a desaposentação também começou a ser discutida, mas o processo foi travado pelo pedido de vistas do ministro Dias Toffoli. Na ocasião, o ministro Marco Aurélio chegou a se posicionar de maneira favorável à troca de benefícios.

Segundo Angela von Mühlen, sócia do escritório Renato Von Mühlen Advogados, a expectativa é que o STF mantenha a interpretação, no sentido de permitir a troca.

No recurso que o Supremo julga hoje, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recorre de decisões do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) e Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Enquanto um tribunal permitiu a desaposentação, o outro liberou o beneficiário de devolver os valores recebidos até então para efetuar a troca.

A advogada diz que o STF deve seguir as decisões dos dois tribunais. "É interessante observar que o STJ já está tranquilo quanto à possibilidade da desaposentação. Já tem entendimento há bastante tempo. Mas nenhuma decisão pode ser implantada, porque tudo trava no STF."

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Até 1995, quem se aposentava e seguia trabalhando conseguia pedir a devolução. Mas uma lei acabou com a possibilidade.

A controvérsia da desaposentação teria surgido a partir de 1999, com a criação do Fator Previdenciário, que procura desestimular aposentadorias precoces.

Restrições

O sócio da área trabalhista do Siqueira Castro, Flávio Luis dos Reis Pires, também apoia a tese de que o aposentado que volta a contribuir deve ter o direito de usufruir de novo benefício - mesmo raciocínio do ministro Marco Aurélio.

Mas para ele, devido à importância do caso, é de se esperar que o julgamento não seja concluído na sessão de hoje.

Ele também diz acreditar que o STF pode limitar os efeitos do julgamento. "Certamente uma decisão sobre esse caso precisa de tempo de maturação e de modulação para que não produza rombo astronômico na Previdência", acrescenta ele.

Ele ainda acrescenta que mesmo que o STF chegue a uma decisão hoje, cabe recurso. "Ainda que o julgamento ocorra, o tema não se esgota. Haverá um prazo para que a decisão traga efeitos", afirma Pires.

Processos

De acordo com o advogado Theodoro Vicente Agostinho, especialista em desaposentação, há no Brasil 123.088 ações de segurados que tentam obter o direito a trocar a

aposentadoria desde 2009.

Destas, 63.224 estão no Estado de São Paulo, 51,36% do total.

Ele cita levantamento da Advocacia-Geral da União (AGU), segundo o qual 1.828 ações sobre desaposentação foram ajuizadas em 2009.

No ano passado, o número saltou para 39.738. E neste ano, até agosto, outras 34.284 ações foram ajuizadas.

Segundo o governo, a desaposentação geraria um custo de mais de R$ 50 bilhões aos cofres públicos.

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Para as montadoras, recuperação será lenta

O ESTADO DE S.PAULO

A aceleração das demissões nos últimos meses sugere que as montadoras não acreditam numa recuperação expressiva da produção e das vendas no último trimestre, apesar dos resultados melhores de setembro. O desempenho da indústria automobilística em 2014 é fraco. A produção mensal média de veículos caiu 14,3% nos primeiros nove meses do ano, em relação a igual período do ano passado (de 318,4 mil para 264,8 mil unidades),

segundo a Carta Mensal da associação das montadoras (Anfavea). O emprego no setor diminuiu 6,6%, ou 10.361 vagas, em 12 meses, mas mais de 10% das demissões

ocorreram entre agosto e setembro.

No mês passado, a produção cresceu 13,7% em relação a agosto, de 264,6 mil para 300,8 mil unidades, mas caiu 6,7% em relação a setembro do ano passado. Entre os primeiros nove meses de 2013 e de 2014, o recuo foi de 16,8%, ou 490 mil unidades, de 2,87

milhões para 2,38 milhões. O comportamento das vendas foi semelhante: aumento mensal de 8,7% e quedas de 9,1%, em nove meses, e de 7,4%, em 12 meses.

O mercado externo, que já absorve uma fração menor da produção local (26,7 mil unidades em setembro), explica parte do mau desempenho do setor neste ano: as exportações de setembro caíram 35,3% ou mais de meio bilhão de dólares em relação a setembro de 2013 (de US$ 1,433 bilhão para US$ 927 milhões) e, nos primeiros nove meses, cederam

28,2%, ou US$ 3 bilhões.

Os fracos resultados externos se devem, em primeiro lugar, à deterioração do comércio com a Argentina. Bastaria repetir, neste ano, os números de 2013 do comércio de veículos com a Argentina para que a balança comercial brasileira tivesse saído do déficit para o superávit. Mas isso não ocorrerá e, para compensar a queda das vendas para a Argentina, a Anfavea quer ampliar as exportações para Colômbia, México, Uruguai, Equador e países da África, o que, no entanto, depende das matrizes das montadoras.

Como foram fracos os números do setor no último trimestre de 2013, é possível que os últimos três meses deste ano apresentem crescimento na comparação com igual período de 2013. Em novembro do ano passado foram produzidas 293,2 mil unidades e, em dezembro, 268,3 mil.

Assim, basta que o setor mantenha o baixo ritmo neste trimestre para que os resultados do ano sejam melhores do que os de 2013. Não será nada animador para as empresas, pois há 400 mil veículos em estoque nas montadoras e revendedoras.

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Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para cassind@fiesp.org.br, solicitando exclusão.

Referências

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