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Ocorrência, distribuição espaço-temporal e flutuação da população de percevejos pentatomídeos em sucessões culturais sob pivô central e áreas adjacentes

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA. OCORRÊNCIA, DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Marcos Arturo Ferreira Agüero. Santa Maria, RS, Brasil 2010.

(2) OCORRÊNCIA, DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES. por. Marcos Arturo Ferreira Agüero. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Agronomia.. Orientador: Prof. Dr. Jerson Vanderlei Carús Guedes. Santa Maria, RS, Brasil 2010.

(3) Agüero, Marcos Arturo Ferreira, 1982A282c. Ocorrência, distribuição espaço-temporal e flutuação da população de percevejos pentatomídeos em sucessões culturais sob pivô central e áreas adjacentes / Marcos Arturo Ferreira Agüero. - 2010. 83 f. ; il. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, 2010. “Orientador: Prof. Dr. Jerson Vanderlei Carús Guedes” 1. Agronomia 2. Ecologia populacional 3. Hemípteros 4. Rotação de cultivos 5. Percevejos pentatomídeos I. Guedes, Jerson Vanderlei Carús II. Título CDU: 595.754. Ficha catalográfica elaborada por Patrícia da Rosa Corrêa – CRB 10/1652 Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM. ___________________________________________________________________________ © 2010 Todos os direitos autorais reservados a Marcos Arturo Ferreira Agüero. A reprodução de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita com autorização por escrito do autor. Endereço: Avenida Roraima, Prédio 42, Sala 3225. Cidade Universitária, Bairro Camobi, Santa Maria, RS, 97105-900 Fone (55) 32208015; Endereço eletrônico: markferre_6@hotmail.com ___________________________________________________________________________.

(4) Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-Graduação em Agronomia. A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado. OCORRÊNCIA, DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES elaborada por Marcos Arturo Ferreira Agüero. como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Agronomia COMISSÃO EXAMINADORA:. Jerson Vanderlei Carús Guedes, Dr. (Orientador/Presidente). Sônia Thereza Bastos Dequech, Dra. (UFSM). Fernando Felisberto da Silva, Dr. (UNIPAMPA). Santa Maria, 31 de maio de 2010.

(5) AGRADECIMENTOS. Ao criador do universo, por todas as oportunidades concedidas. À Universidade Federal de Santa Maria, ao Programa de Pós Graduação em Agronomia, e a todo o plantel de professores pelos ensinamentos. À Universidad Nacional de Asunción, Facultad de Ciencias Agrárias (UNA-FCA) sede Pedro Juan Caballero (Paraguai), através dos representantes diretivos: Prof. MSc. Lorenzo Mesa López (Decano), Prof. MSc. Miguel Angel Ruiz Díaz (Vice-decano), Prof. MSc. José Quinto Paredes (Diretor) e Prof. MSc. Héctor Ruíz (Diretor acadêmico), pelo incentivo para a realização do curso de pós-graduação. Ao Programa Estudante-Convênio de Pós Graduação (PEC-PG) pela confiança depositada em mim e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de estudo. Ao Prof. Dr. Jerson Guedes pela orientação. Aos meus co-orientadores: Prof. Dr. Ervandil Corrêa Costa, Prof. Ênio Giotto, ao coordenador Dr. Jerônimo Andriollo e a Profa Nerinéia Dalfollo, pelo apoio. À Dra Sônia Dequech e Dr. Felisberto da Silva, pelas contribuições científicas. Ao Prof. Dr. Alberto Cargnelutti e ao Pedro do Departamento de Geomática pelas indicações estatísticas. À Dra Jocelia Grazia da UFGRS pela identificação das espécies de percevejos. Ao Dr. Roberto Mascarenhas de Souza, proprietário da empresa Sementes Guabijú, local de realização da pesquisa, ao Eng. Agr. Bernardo Zanardo, responsável do gerenciamento, ao técnico agrícola Glenio Schu e toda a equipe de trabalho, que sempre me brindaram o maior apoio e amizade. Aos meus pais: Zully M. Agüero Degiovanni e Mario Ferreira Montanía, pelos conselhos e incentivo permanente, ao meu irmão Mario Aquiles pela força e contribuição durante todos esses anos. Ao meu colega de trabalho, Federico Barreto pelo companheirismo para minha estada na cidade de Santa Maria. Aos colegas do laboratório LabMIP, a Rejane Kuss, pelo auxílio na elaboração do projeto de pesquisa. Aos amigos Clérison, Elder, Jonas e Armando pela cooperação nas amostragens. Aos meus amigos Enrique León, Benito Solís, André Guareschi, Fernando Casagrande e Jerônimo Prado que contribuíram na execução dos trabalhos de campo. Aos colegas Juliano Farias, Mariana Cherman, Tânia Bayer, Elder e Sandro Possebon pela amizade. À Marizete Rossato pela cooperação. Enfim, a todos os colegas, amigos e funcionários do Departamento de Defesa Fitossanitária, do PPGA e PPEA..

(6) RESUMO Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Agronomia Universidade Federal de Santa Maria OCORRÊNCIA, DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES AUTOR: Marcos Arturo Ferreira Agüero ORIENTADOR: Jerson Vanderlei Carús Guedes Data e local da defesa: Santa Maria, 31 de maio de 2010. Os percevejos pentatomídeos são pragas de soja, milho, trigo e outras culturas. Economicamente, seu manejo é fundamental e o conhecimento do comportamento de suas populações é necessário para planejar medidas de ação eficientes. O objetivo desta pesquisa foi verificar a ocorrência, distribuição espaço-temporal e flutuação da população de espécies de percevejos, nas sucessões de cultivos e áreas adjacentes. O estudo foi realizado entre 12/2007 e 11/2009 no município de Jóia, RS, Brasil, em uma área agrícola comercial de 162ha com sistema de plantio direto e irrigação via pivô central (92ha) e áreas adjacentes (70ha). No primeiro ano de estudo, safra 2007/08, 41ha do pivô foi cultivado com soja [Glycine max (L.) Merril] e 51ha, com milho (Zea mays L.); já na entressafra de 2008, 41ha com aveia preta (Avena strigosa Schreb) associada com nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) em sucessão à cultura de soja e 51ha com aveia preta na palhada do milho. No segundo ano, safra 2008/09, foi cultivada soja na totalidade da área do pivô (92ha) e áreas adjacentes (70ha). Já na entressafra 2009, foi cultivada aveia branca (Avena sativa L.) e preta em sucessão à soja e trigo (Triticum aestivum L.) nas áreas adjacentes do pivô. Através do programa CR-Campeiro 6® foi gerado um mapa temático da área de pesquisa e dividida em grade regular de 63 células de 2,5ha e seus centros constituíram-se nos pontos amostrais. Os pontos foram localizados com sistema de posicionamento global (GPS). Foram realizadas amostragens quinzenalmente em 2m², nas culturas, vegetação, palhada, restos de culturas e superfície do solo. Em planilha de campo anotou-se o número de percevejos adultos e ninfas a partir do segundo ínstar. As espécies foram confirmadas no laboratório de Manejo Integrado de Pragas (LabMIP). Para analisar a ocorrência populacional foram utilizadas séries estatísticas do tipo geográfica-temporal, elaborando-se tabelas de distribuição de frequências da população para cada cultura do pivô, áreas adjacentes e locais de refúgio. Os dados foram submetidos à análise estatística através do programa BioEstat 5®. Aplicou-se o teste binomial de probabilidade entre as populações de percevejos nas culturas e áreas adjacentes para verificar diferenças em nível de 5% de significância. Para analisar distribuição espaço-temporal utilizou-se o programa geoestatístico CR-Campeiro6® gerando mapas digitais de distribuição da população de percevejos. Para analisar a flutuação populacional, foram elaborados gráficos através do programa Excel®. Foram estudadas as populações de Euschistus heros (Fabricius, 1798), Dichelops furcatus (Fabricius, 1775), Piezodorus guildinii (Westwood, 1837), Nezara viridula (Linnaeus, 1758) e Edessa meditabunda (Fabricius, 1794). As espécies de maior ocorrência na safra foram E. heros e D. furcatus, concentrando-se na soja. D. furcatus é mais frequente nas culturas de milho, trigo e aveia. P. guildinii, ocorre com maior frequência na soja. Populações de N. viridula e E. meditabunda são menos freqüentes. Na entressafra, os percevejos abrigam-se na palhada, plantas espontâneas, trigo, aveia, nabo forrageiro e migram para vegetações de borda de mato e banhado. As populações de pentatomídeos ocorrem com maior frequência na cultura de soja nos estádios R7.1 e R9, no milho no verão e em gramíneas no inverno. O local de início do plantio determina a distribuição da população de percevejos. Áreas semeadas tardiamente apresentam elevadas populações de percevejos emigrantes de cultivos mais desenvolvidos ou já colhidos. A ocorrência, distribuição espaço-temporal e flutuação populacional de percevejos variam anualmente, influenciadas pelas sucessões de culturas de soja, milho, trigo, aveia, nabo forrageiro, cultura adjacente, vegetação de refúgio, palhada, plantas daninhas e operações de manejo. Palavras-chave: ecologia populacional, hemípteros, rotação de cultivos, locais de refúgio..

(7) ABSTRACT Master Disertation Programa de Pós-Graduação em Agronomia Universidade Federal de Santa Maria OCURRENCE, SPATIAL AND TEMPORAL DISTRIBUTION OF STINK BUGS (PENTATOMIDAE) POPULATION IN CROPS SUCCESSIONS UNDER CENTER PIVOT AND ADJACENT AREAS AUTHOR: Marcos Arturo Ferreira Agüero ADVISER: Jerson Vanderlei Carús Guedes Date and place of defense: Santa Maria, May 31th, 2010.. The stink bugs are pests of soybean, corn, wheat and other crops. Economically, its management and key knowledge and behavior of their populations are needed to plan effective of action. The objective of this research was to investigate the occurrence, spatial-temporal distribution and population fluctuations of species of stink bugs in the succession of crops. The study was conduced during 12/2007 to 11/2009 on Jóia, RS, Brazil, in a commercial farming area of 162ha with no-tillage system, and center pivot irrigation (92ha) and adjacent areas (70ha). In the first year of study, 2007/08, 41ha pivot was planted with soybean [Glycine max (L.) Merrill] and 51ha, with corn (Zea mays L.), while in the offseason of 2008, with 41ha oat (Avena strigosa Schreb) associated with wild radish (Raphanus sativus L.) in succession to soybean and 51ha with oat in corn stubble. In the second year, the 2008/09 crop was planted soybeans in the entire pivot area (92ha) and adjacent areas (70ha). Already in the 2009 offseason, was season black oat (Avena sativa L.) in succession to soybean and wheat (Triticum aestivum L.) in the areas adjacent. Through the Campeiro CR-6® Software was generated a thematic map of the research and divided into regular grid of 63 cells 2.5 ha and their centers constituted the sampling points. The points were located with GPS. Samplings were made fortnightly in 2m², surveying vegetation, straw, crop residues and soil surface. Was noted the number of bugs nymphs from second instars and adults. The species were confirmed in the laboratory of Integrated Pest Management (LabMIP).To analyze the occurrence of population were used statistical series of geographical and temporal, is drawing up tables of frequency distribution of the population for each culture of the pivot, surrounding areas and places of refuge. The data were statistically analyzed by software BioEstat5®. We applied the binomial probability test between the populations of stink bugs on crops and surrounding areas to verify the differences in α 0.05 level of significance. To analyze spatial and temporal distribution, we used the CR-Campeiro6 ® generating digital maps of population distribution of stink bugs. To analyze the fluctuation, graphics were elaborated through the Excel® Software. Was quantified the populations of Euschistus heros (Fabricius, 1798), Dichelops furcatus (Fabricius, 1775), Piezodorus guildinii (Westwood, 1837), Nezara viridula (Linnaeus, 1758) and Edessa meditabunda (Fabricius, 1794). During the two years of study, E. heros and D. furcatus was the species most frequent in soybeans. D. furcatus is more common in corn, wheat and oats. P. guildinii occurs frequently in soybeans. Populations of N. viridula and E. meditabunda are less frequent. In the offseason, the bugs shelter in the trash, weeds, wheat, oats, turnip and migrate to the edge of forest vegetation and wetland. Populations of stink occur more frequently in soybean at stage R7.1 and R9, corn in summer and winter grasses. The location of the beginning of planting determines the distribution of the population. Areas sown late have high immigrant populations of bugs crop more developed or already picked. The occurrence, spatial-temporal distribution and population dynamics of stink bugs vary each year, influenced by soybeans, corn, wheat, oat, turnip, the crop successions, culture adjacent, alternative host plant, trash, weeds and management operations. Key-words: population ecology, hemiptera, crop rotation, overwintering areas..

(8) LISTA DE TABELAS. CAPITULO I TABELA 1 – Espécies de pentatomídeos em sucessão de culturas sob pivô entre 2007 e 2009, Jóia, RS, Brasil ................................................................................... 32 TABELA 2 – Espécies de pentatomídeos em sucessões culturais sob pivô central e áreas adjacentes entre 2007 e 2009, Jóia, RS, Brasil ............................................... 44.

(9) LISTA DE FIGURAS. CAPÍTULO II FIGURA 1 – Vegetação da área de estudo e distribuição espaço-temporal de populações de pentatomídeos nas culturas de soja e milho sob pivô central e áreas adjacentes, safra 2007/08, Jóia, RS, Brasil ............................................................... 53 FIGURA 2 – Proporção de espécies e flutuação populacional de pentatomídeos na cultura de soja sob pivô central com aplicações de inseticidas, safra 2007/08, Jóia, RS, Brasil .................................................................................................................. 55 FIGURA 3 – Vegetação da área de estudo e distribuição espaço-temporal de populações de pentatomídeos nas culturas de aveia consorciada com nabo forrageiro sob pivô central e áreas adjacentes, entressafra 2008, Jóia, RS, Brasil... 57 FIGURA 4 – Proporção de espécies e flutuação populacional de pentatomídeos nas culturas de aveia e nabo forrageiro sob pivô central com aplicações de inseticidas, entressafra 2008, Jóia, RS, Brasil ............................................................................ 59 FIGURA 5 – Vegetação da área de estudo e distribuição espaço-temporal de populações de pentatomídeos na cultura de soja sob pivô central e áreas adjacentes, safra 2008/09, Jóia, RS, Brasil ............................................................... 61 FIGURA 6 – Proporção de espécies e flutuação populacional de pentatomídeos na cultura de soja sob pivô central com aplicações de inseticidas, safra 2008/09, Jóia, RS, Brasil .................................................................................................................. 62 FIGURA 7 – Vegetação da área de estudo e distribuição espaço-temporal de populações de pentatomídeos na cultura de aveia sob pivô central e áreas adjacentes, entressafra 2009, Jóia, Brasil ................................................................. 64 FIGURA 8 – Proporção de espécies e flutuação populacional de pentatomídeos na cultura de aveia sob pivô central com aplicações de inseticidas, entressafra 2009, Jóia, RS, Brasil .......................................................................................................... 67 FIGURA 9 – Proporção de espécies e flutuação populacional de pentatomídeos em sucessões culturais sob pivô central e áreas adjacentes com aplicações de inseticidas entre dezembro de 2007 e novembro de 2009, Jóia, RS, Brasil ............. 69.

(10) LISTA DE ANEXOS. ANEXO 1 – Estádios fenológicos da soja ................................................................. 82 ANEXO 2 – Imagem satelital da área de estudo, Jóia, RS ...................................... 83.

(11) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................... 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13 2.1 Espécies de percevejos em estudo ................................................................ 13 2.1.1 Percevejo-marrom-neotropical, Euschistus heros (Fabricius, 1798)............. 14 2.1.2 Percevejo-barriga-verde, Dichelops furcatus (Fabricius, 1775) ..................... 14 2.1.3 Percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) ............... 15 2.1.4 Percevejo-verde-grande, Nezara viridula (Linnaeus, 1758) ........................... 15 2.1.5 Percevejo-asa-preta, Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) ........................ 16 2.2 Fatores que influenciam na ocorrência de percevejos .................................. 16 2.2.1 Sucessão de culturas: soja, milho, trigo, aveia, nabo forrageiro ...................... 16 2.2.2 Sistema de Plantio Direto (SPD) e a palhada ................................................... 17 2.2.3 Culturas adjacentes, locais de refúgio e hospedeiros alternativos ................... 18 2.2.4 Operações de manejo e irrigação .................................................................... 19 2.3 Distribuição espaço-temporal e flutuação populacional ............................... 20 3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 21 3.1 Localização da pesquisa .................................................................................. 21 3.2 Solo..................................................................................................................... 21 3.3 Clima................................................................................................................... 21 3.4 Georreferenciamento da área de pesquisa ..................................................... 22 3.5 Amostragem de percevejos e operações de manejo ..................................... 22 3.5.1 Amostragem na cultura de soja ........................................................................ 23 3.5.2 Amostragem na cultura de milho ...................................................................... 24 3.5.3 Amostragem nas culturas de trigo, aveia e nabo forrageiro ............................. 24 3.5.4 Amostragens nas vegetações de banhado, mato, açude e estrada ................. 25 3.6 Primeiro ano de pesquisa ................................................................................. 25 3.6.1 Safra 2007/08: Soja-milho ................................................................................ 25 3.6.2 Entressafra 2008: Aveia, aveia preta-nabo forrageiro ...................................... 25 3.7 Segundo ano de pesquisa ................................................................................ 26 3.7.1 Safra 2008/09: Soja .......................................................................................... 26 3.7.2 Entressafra 2009: Aveia branca, aveia preta e trigo ......................................... 27.

(12) 3.8 Análises dos dados ........................................................................................... 27 4 CAPÍTULO I OCORRÊNCIA DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES ....... 29 Resumo .................................................................................................................... 29 Abstract .................................................................................................................... 30 Introdução................................................................................................................ . 31 Resultados e discussão ......................................................................................... 32 Conclusões .............................................................................................................. 48 5 CAPÍTULO II DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES ....................................................................... 49 Resumo ................................................................................................................... 49 Abstract .................................................................................................................... 50 Introdução ................................................................................................................ 51 Resultados e discussão ......................................................................................... 52 Conclusões .... ......................................................................................................... 72 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 73 ANEXOS ................................................................................................................... 81.

(13) 1 INTRODUÇÃO GERAL. Em áreas agrícolas com sistema de plantio direto, rotação de culturas e cultivos sucessivos durante todo o ano, têm se observado populações elevadas de percevejos, dificuldades de controle, reinfestações frequentes e alteração da composição de percevejos. Além disso, verifica-se a adaptação dos percevejos fitófagos a culturas pouco preferidas anteriormente e a ocorrência desses insetos, tanto nos períodos de safra e entressafra, tornando-os uma preocupação para os produtores e um desafio na busca de estratégias de manejo eficientes. As populações de insetos experimentam variações no espaço e tempo. As sucessões de culturas interferem na imigração e emigração dos insetos entre as diversas partes da área. A análise da dinâmica populacional de percevejos e suas interelações no ecossistema agrícola, influenciados por fatores bióticos e abióticos, permitem detectar áreas com culturas ou hospedeiras de maior preferência e determinar os fatores envolvidos. O monitoramento da população de pragas, através da amostragem e do georreferenciamento, ajuda no conhecimento da ocorrência, localização e distribuição da população em uma área determinada. Dessa forma, os agricultores podem ter um melhor acompanhamento das variações da população, auxiliando no processo de tomada de decisão e adoção da estratégia de manejo mais eficiente. Programas geoestatísticos geram mapas de ocorrência e distribuição dos insetos, com seus níveis de infestação em uma área determinada e contribuem para entender as variações das populações no espaço-tempo, deslocamento, dispersão, migração, crescimentos e declínios populacionais. Em uma área de produção agrícola de paisagem bastante heterogênea, com banhados, matas, açudes, estradas, vegetações nas suas bordas, a população é muito variável. Além disso, o sistema de irrigação via pivô central permite o cultivo sucessivo de diferentes culturas, proporcionando abrigo e alimento contínuo para os insetos, e esses fatores interferem na ocorrência e distribuição de espécies. Nesse cenário, visando elucidar o comportamento das populações no espaçotempo e suas variações, foi desenvolvida esta pesquisa, com o objetivo de verificar a.

(14) 12. ocorrência de espécies e analisar a distribuição espaço-temporal e flutuação da população de percevejos nas culturas sob pivô central e áreas adjacentes..

(15) 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2.1 Espécies de percevejos em estudo. Os percevejos da família Pentatomidae, são as pragas mais importantes da soja em várias partes do mundo. Do complexo de 25 espécies encontrados no Brasil, três. são. economicamente importantes:. percevejo-marrom-neotropical,. Euschistus heros (Fabricius, 1798), percevejo-verde-da-soja Nezara viridula (L.,1758) e percevejo-verde-pequeno Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) (PANIZZI; SLANSKY, 1985). No entanto, segundo Gassen (2002), algumas espécies vêm ganhando destaque e estão ocorrendo em populações mais elevadas, entre as espécies encontradas com maior frequência, destacam-se: E. heros, P. guildinii, N. viridula, os percevejos-barriga-verde Dichelops furcatus (Fabricius,1775) e D. melacanthus (Dallas,1851). Segundo McPherson; McPherson (2000), adultos e ninfas a partir do segundo ínstar obtêm seu alimento perfurando tecidos de plantas com seus estiletes mandibulares e maxilares extraindo o fluído das plantas. Os maiores danos são observados na soja, atacando ramos, pecíolos, folhas, flores e sementes, embora os danos estejam comumente relacionados a estruturas de frutificação. Segundo Aragón; Vázquez (2002), os percevejos-barriga-verde sugam a base de plântulas, penetram os estiletes e injetam saliva para facilitar a solubilização das substâncias a serem extraídas. Devido a importantes reduções no rendimento de grãos ocasionado pelos percevejos, o conhecimento da proporção e frequência de ocorrência de cada espécie, evidencia a necessidade de manejo diferenciado na lavoura, uma vez que existem variações na intensidade de dano que cada espécie causa aos grãos de soja e outras culturas (PEREIRA; SALVADORI, 2008)..

(16) 14. 2.1.1 Percevejo-marrom-neotropical, Euschistus heros (Fabricius, 1798). Segundo Corrêa-Ferreira et al. (2002), a espécie E. heros, além da soja pode colonizar várias culturas e plantas daninhas. Para Panizzi et al. (1980), E. heros incrementou sua ocorrência na cultura de soja e é a espécie mais abundante e predominante desde o Norte do Paraná até a Região Central do Brasil. De acordo com Mourão; Panizzi (2000), esse percevejo entra em hibernação no período de entressafra, onde permanece sem se alimentar por cerca de sete meses, fugindo da ação dos parasitóides e predadores.. 2.1.2 Percevejo-barriga-verde, Dichelops furcatus (Fabricius, 1775). O percevejo-barriga-verde é de grande importância nas culturas de soja, milho e trigo. No Paraná, aumentou sua incidência nas lavouras de soja e, em alguns locais, chega a ser predominante no período reprodutivo (CORRÊAFERREIRA et al., 2009). No Rio Grande do Sul, D. furcatus é a espécie mais frequente em milho e soja (GASSEN, 2000). Tem ocorrido na fase de desenvolvimento de plântulas em lavouras de milho e na fase reprodutiva da soja e do trigo (ROZA-GOMES et al. 2008). Embora a ocorrência seja facilmente observada, o ataque de D. furcatus em plantas jovens é mais difícil, pois pode ser provocado desde baixas densidades do inseto, o que requer uma cuidadosa observação das plantas nas primeiras semanas posteriores à emergência da cultura (ARAGÓN, 2005). Segundo Gassen (2002), Dichelops sp. ataca esporadicamente milho, trigo, milheto e outras culturas de inverno. Nos meses de frio, essa espécie pode ser encontrada em leguminosas, brassicáceas e em plantas daninhas de folhas largas, nas quais encontram ambiente mais favorável do que em azevém, aveia ou outras gramíneas. Adultos de D. furcatus danificam espigas, pela injeção de toxinas e contaminação com fungos patogênicos. A praga tem maior densidade nas bordas.

(17) 15. das culturas, fenômeno que deve ser avaliado. É comum, onde existem culturas separadas por ruas, que o ataque apresente maior intensidade nas bordas que no centro das áreas cultivadas (ARAGÓN, 2005). Os percevejos adultos voam curtas distâncias ou até alguns quilômetros, em busca de hospedeiros adequados. Ocorrem em milho semeado sobre leguminosas infestadas ou em cultivo de safrinha após a soja. Durante a germinação do milho, praticamente, não há planta verde na lavoura e o ambiente é desfavorável para os percevejos. Para migrar, necessitam alimentar-se e armazenar energia para viabilizar o vôo até outras áreas (GASSEN, 2000).. 2.1.3 Percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii (Westwood, 1837). O pentatomídeo P. guildinii constitui-se no mais importante percevejo da soja, pois é a espécie que mais prejudica a qualidade de sementes e a que causa maior retenção foliar à cultura (CORRÊA-FERREIRA; AZEVEDO, 2002). O dano ocasionado pelo percevejo-verde-pequeno é duas vezes maior em comparação ao dano causado pelo percevejo-marron-neotropical (CORRÊAFERREIRA, 2005). Esse percevejo alimenta-se de um menor número de plantas no período de entressafra do que N. viridula, geralmente associado a espécies arbustivas e herbáceas nativas (PANIZZI, 1997).. 2.1.4 Percevejo-verde-grande, Nezara viridula (Linnaeus, 1758). De acordo com Panizzi (1997), o percevejo N. viridula, é o mais polífago, alimenta-se de inúmeras espécies de plantas e tem a capacidade de reproduzir na entressafra. Aloja-se em espécies hospedeiras como leguminosas, brassicáceas, gramíneas, várias espécies de plantas daninhas e culturas. N. viridula, se alimenta na espiga do trigo na fase de emborrachamento, causando branqueamento de parte ou de toda a espiga (GASSEN, 2005). Segundo.

(18) 16. Tood (1989), essa espécie prefere frutos ou legumes em formação e hospedeiros alternativos suculentos.. 2.1.5 Percevejo-asa-preta, Edessa meditabunda (Fabricius, 1794). E. meditabunda pode atacar com menor intensidade a soja, porém dependendo do local, pode tornar-se importante, já que se alimenta em hastes da soja (PANIZZI; MACHADO-NETO, 1992; CORRÊA-FERREIRA et al., 2003). Segundo Aragón (2005), E. meditabunda geralmente busca refúgio no mesmo local onde viveu, como a palhada, beiras de estradas ou pastagens.. 2.2 Fatores que influenciam na ocorrência de percevejos. 2.2.1 Sucessão de culturas. A sucessão de culturas soja-milho ou soja-trigo repetidamente favorece o desenvolvimento dos percevejos, pela disponibilidade contínua de alimento e abrigo (BIANCO, 2005). Os percevejos naturalmente alimentam-se da soja no período reprodutivo, e também as plântulas de milho e no período reprodutivo e no estabelecimento do trigo, causando tombamento de plântulas jovens e redução na população de plantas. Essas alterações são devidas às mudanças ocorridas no sistema de cultivo e às variações climáticas nos últimos anos (GASSEN, 2002). No Rio Grande do Sul, a soja serve de alimento e de abrigo para diversas espécies de insetos-praga. Pela abrangência geográfica e pela frequência em que ocorrem, os percevejos pentatomídeos são considerados pragas-chaves da cultura (SALVADORI et al., 2007)..

(19) 17. Em soja, quando os percevejos atingem populações superiores a quatro percevejos/2m de fileira, no período de desenvolvimento de vagens e enchimento de grãos, são realmente um problema (CORRÊA-FERREIRA et al., 2003). O milho é atacado com frequência durante a emergência por D. furcatus. Posteriormente, nas folhas aparecem perfurações de formas assimétricas com auréolas amareladas, crescimento anormal e alta freqüência de perfilhamento (ARAGÓN; VÁZQUEZ, 2002). A plântula é muito sensível à saliva do percevejo, as folhas que crescem após o dano deformam-se, reduzem o crescimento e morrem. Quanto menor o tamanho da planta atacada, maior é o potencial de dano do percevejo (GASSEN, 2000). Segundo Duarte (2009), o nível de dano do percevejo-barriga-verde para a cultura do milho é de 0,58 percevejos/m2. Em cereais de inverno, os percevejos causam danos na fase inicial de desenvolvimento, quando os percevejos-barriga-verde sugam a base da planta, causando perfilhamento e deformação nas mesmas (GASSEN, 2005). Segundo Manzoni (2003), os pentatomídeos associados a culturas de inverno em Sistema de Plantio Direto (SPD), têm preferência por ervilhaca comum, nabo forrageiro e aveia branca. No. trigo,. espigas/plantas. segundo é. Manfredi-Coimbra. significativamente. et. reduzida,. al.. (2005),. quando. o. número. infestadas. com. de 4. 2. percevejos/m . De acordo com Panizzi; Chocorosqui (1999), o ataque de Dichelops sp. em plântulas de trigo pode ocasionar redução na produção em torno de 30% na produção de grãos.. 2.2.2 Sistema de Plantio Direto. Um fator que influência qualitativa e quantitativamente na produção de grãos e sementes é o SPD. Propicia a ocorrência de populações de percevejos durante todo o ano. Inúmeras vantagens desse sistema já foram demonstradas, tanto é que sua adoção tem se generalizado. No entanto, os percevejos passam parte do seu ciclo biológico em repouso sob as palhadas ou restos culturais. O SPD oferece condições favoráveis para a sua biologia (PANIZZI; CHOCOROSQUI, 1999)..

(20) 18. Pentatomídeos fitófagos têm sido constatados frequentemente em lavouras com culturas de inverno, utilizadas no SPD para cobertura, adubação verde ou produção de grãos no Rio Grande do Sul. Essas pragas são responsáveis por danos, que resultam em elevados prejuízos no rendimento final de culturas como soja e milho, sucessoras das espécies de inverno no sistema de rotação (MANZONI, 2003). Segundo Corrêa-Ferreira et al. (2003), percevejos encontrados sob a palhada de restos de culturas no SPD devem ser examinados, enquanto que o manejo sugerido para eliminar a população da palhada é o enterro e queima da palhada, porém, podem ser feitas em áreas restritas e monitoradas, apresentam limitações quando pretende-se aplicar em grandes áreas agrícolas, pela demanda de mão de obra necessária. Naturalmente, as áreas com palhada de soja apresentam maior potencial de dano de percevejo-marróm-neotropical, que passa os meses de inverno embaixo da palhada. Em caso de infestação de percevejo-barriga-verde, os ataques podem originar-se de áreas vizinhas já que os adultos têm grande capacidade de vôo (ARAGÓN, 2005). As culturas de milho safrinha, trigo e cobertura vegetal morta, comum no SPD, contribuem para a manutenção e desenvolvimento populacional do percevejobarriga-verde (CARVALHO, 2007). Segundo Bianco (2005), durante a colheita da soja, os grãos caídos ao solo, associado à presença de plantas daninhas, favorecem o aumento da população na entressafra.. 2.2.3 Culturas adjacentes, locais de refúgio e hospedeiros alternativos. De acordo com Altieri; Nicholls (2009), o componente vegetal no agroecossistema pode ser considerado um mosaico de cultivos, manchas florestais, pastagens, plantações de espécies perenes, áreas de pousio, entre outras. As plantas daninhas são componentes importantes no agroecossistema, pois influem na biologia e na dinâmica populacional dos insetos. Os cultivos do entorno influenciam na migração e na abundância das espécies de percevejos na soja (PANIZZI et al., 1980; SALVADORI et al., 2007). Os.

(21) 19. cultivos da entressafra contribuem para a sobrevivência e permanência de percevejos na área ou no seu entorno e, principalmente, influenciam no número de percevejos colonizadores da soja. Os percevejos passam a maior parte do ano em plantas hospedeiras ou em abrigos, e apenas dois a três meses sobre as plantas de soja (PANIZZI, 1997). Segundo Aragón (2005), os percevejos sobrevivem ao inverno refugiados em lugares protegidos como árvores, construções e bordas de estradas na área rural. A partir de abril e maio, as populações de adultos voam no campo ou até locais de refúgio, próximos as lavouras. Algumas espécies de percevejos geralmente buscam refúgio no mesmo local onde viveram, como a palhada, beiras de estradas ou pastagens. Com a chegada da primavera, a diapausa invernal dos pentatomídeos acaba e reiniciam sua atividade para se alimentar e se reproduzir (ARAGÓN, 2005). No inverno são encontrados em leguminosas, em brassicáceas, em buva e em outras dicotiledôneas, nas quais encontram ambiente mais favorável do que em azevém, aveia e outras gramíneas (GASSEN, 2002). Segundo Costa et al. (1995), na ausência de culturas, algumas espécies florestais. servem. de. hospedeiros. alternativos. para. abrigo,. reprodução. e. sobrevivência de espécies de pentatomídeos. Para Bertolin (2007), conhecer os pentatomídeos associados a plantas nativas fornece informações sobre as associações entre percevejo e planta hospedeira. Segundo Garlet et al., (2010), espécies nativas são utilizadas como abrigo e alimento. Mostram preferência por pitangueira (Eugenia uniflora Berg) e fumo-bravo (Solanum mauritianum Scop).. 2.2.4 Operações de manejo e irrigação. As alterações no manejo da cultura e/ou do solo tais como, adoção do sistema plantio direto, rotação, sucessões culturais e preservação de cobertura morta no solo (palha), influenciam na dinâmica de pragas (SALVADORI et al., 2007). A diversificação das épocas de plantio, a rotação e sucessão de culturas, a irrigação e o SPD têm modificado os agroecossistemas e o manejo fitossanitário, o.

(22) 20. que tem provocado alterações na composição de espécies-praga (WAQUIL et al., 2004). O manejo de restos de culturas com a finalidade de mitigar o impacto das pragas está crescendo em importância à medida que os sistemas de semeadura direta estão aumentando em diversas regiões agrícolas do Brasil e do mundo. Esses sistemas fornecem condições favoráveis para insetos que habitam o solo ou que vivem sob restos das culturas (PANIZZI; PARRA, 2009).. 2.3 Distribuição espaço-temporal e flutuação populacional. Entender o comportamento ecológico de percevejos no tempo e no espaço é estrategicamente. necessário. para. desenvolver. estratégias. de. manejo. fundamentadas em filosofias biologicamente corretas, conservando os inimigos naturais e o ambiente, reduzindo os custos da atividade agrícola (TILLMAN et al., 2009). Programar o manejo integrado de pragas, monitorar as populações de percevejos nas entressafras e plantas hospedeiras é importante para determinar a abundância de pragas e o provável tempo de invasão nas culturas. Esse passo inicial é, geralmente, desconsiderado ou subestimado (PANIZZI; PARRA, 2009). A distribuição espacial e temporal dos percevejos na soja pode ser influenciada pelos cultivos que entram em sucessão de culturas, pela presença de plantas daninhas e pelos cultivos do entorno da área (KUSS-ROGGIA, 2009). A dispersão dos pentatomídeos ocorre naturalmente em cultivos de soja, em fase de maturação. Sobre isso, Corrêa-Ferreira; Panizzi (1999) explicam que a população cresce até o final do enchimento de grãos (estádio R6), decrescendo a partir desta época, através da dispersão em busca de plantas hospedeiras ou nichos de diapausa, onde permanecem até o próximo cultivo de soja..

(23) 3 MATERIAL E MÉTODOS. 3.1 Localização da pesquisa. A pesquisa foi realizada na região do planalto médio do Estado de Rio Grande do Sul, no município de Jóia. As coordenadas geográficas são 28050’47’’ latitude Sul e 54003’39’’ longitude Oeste, altitude média de 400m. O trabalho foi desenvolvido de dezembro de 2007 a novembro de 2009, em área agrícola comercial com sistema de plantio direto sob sistema de irrigação via pivô central.. 3.2 Solo. O solo da área em estudo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico, com textura argilosa, relevo ondulado (STRECK et al., 2002).. 3.3 Clima. O clima do município de Jóia, segundo a classificação de Köeppen é temperado quente Cfa2. Nessa região, a precipitação média anual é de 1730mm, com chuvas bem distribuídas. A temperatura média mensal varia de 13,3 a 23,6°C e a umidade relativa do ar de 66 a 80% (CPTEC, 2010)..

(24) 22. 3.4 Georreferenciamento da área de pesquisa. Inicialmente, a área em estudo abrangendo o pivô, entorno, mata, açude e banhados foi georreferenciada com demarcação do seu perímetro com o dispositivo de navegação com sistema de posicionamento global (GPS) Garmim Etrex Legend®. Foi gerado um mapa digital temático da área de pesquisa (Mapa 1), através do programa CR-Campeiro6®, posteriormente dividida em uma grade regular de 63 células e seus centros constituíram-se nos pontos amostrais, indicados por uma coordenada, cada célula da grade representou 2,5ha (158x158m).. Mapa 1- Representação geográfica da área de pesquisa com grade regular, Jóia, RS, Brasil.. 3.5 Amostragem de percevejos e operações de manejo. Os pontos amostrais foram localizados através do GPS. As amostragens da população de percevejos foram realizadas quinzenalmente em 2m² de superfície,.

(25) 23. independentemente do tipo de cultura. Foram realizadas observações visuais, inspecionando a vegetação, a palhada, os restos de culturas e a superfície do solo, anotando-se, em planilha de campo, o número de percevejos adultos e de ninfas a partir do segundo ínstar, que foram contados e identificados por espécie. Posteriormente, para confirmar as espécies, foram encaminhados para o Laboratório de Manejo Integrado de Pragas (LabMIP) do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria. As amostragens foram realizadas nas seguintes culturas: soja, milho, trigo aveia branca e aveia preta consorciada com nabo forrageiro. Todas as técnicas de manejo foram realizadas seguindo o critério do produtor, sem intervenção alguma da pesquisa no sistema de produção.. 3.5.1 Amostragem na cultura de soja. Na cultura da soja, da emergência até o estádio V3, as avaliações foram visuais. Buscou-se a presença de percevejos nas plantas e na palhada sobre o solo em 2m², em duas entrelinhas de 0,45m de largura e 1,15m de comprimento (0,90x1,15m), em dois pontos. A superfície foi demarcada com régua de madeira. A partir do estádio V4, foi utilizado pano-de-batida, constituído por duas hastes de madeira de 1,15m de comprimento, ligadas entre si por um tecido branco com largura ajustável ao espaçamento da soja de 0,45m. As coletas foram feitas sacudindo-se as plantas da soja sobre o pano-debatida em cada fileira. No mesmo lugar da batida de pano, foi verificado visualmente a presença de percevejos que não caíram no pano, verificando nas plantas de soja e palhada sobre o solo em cada ponto com quatro sub amostras para totalizar 2m2 de superfície. Em cada amostragem foi registrado o estádio fenológico da soja, segundo a escala de Ritchie (1982) adaptada por Yorinori (1996). Os pontos amostrais utilizados para análise, na soja sob pivô safra 2007/08, foram: 10, 17, 18, 19, 25, 26, 27, 33, 34, 35, 41, 42, 43, 44, 50, 59 (Mapa 1). Na soja localizada na adjacência na safra 2007/08 e na safra 2008/09, foram utilizados os seguintes pontos: 3, 5, 8, 9, 14, 15, 16, 23, 24, 32, 40, 47, 48, 49, 56, 58. Já na soja cultivada sob pivô na safra 2008/09 de estudo foram 10, 11, 13, 17,.

(26) 24. 18, 19, 21, 22, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 35, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 50, 59, 60 (Mapa 1).. 3.5.2 Amostragem na cultura de milho. Na cultura do milho, a amostragem foi realizada em 2m2 de superfície, em duas entrelinhas de 0,45m de largura e 1,15m de comprimento (0,90x1,15m) em dois pontos, vistoriando as plantas e palha sobre o solo. Não foi registrado o estádio fenológico, devido à amostragem ter iniciado no estádio reprodutivo da cultura. Os pontos utilizados para o cálculos foram: 11, 13, 21, 22, 28, 29, 30, 31, 36, 37, 38, 39, 45, 46, 52, 53, 44 (Mapa 1).. 3.5.3 Amostragem nas culturas de trigo, aveia e nabo forrageiro. No trigo, aveia, e aveia consociada com nabo forrageiro, as avaliações foram visuais a partir da emergência até a fase reprodutiva numa superfície de 2m2 demarcados com régua de madeira, sendo que foram realizados duas sub amostras de 1m2 por ponto. Em cada data de amostragem foi registrado o estádio fenológico da aveia e do trigo. Os pontos amostrais no trigo entressafra 2008 foram: 3, 5, 8, 9, 14, 15, 16, 23, 24, 32, 40, 47, 48, 49, 56, 58. Para a cultura de aveia/nabo sob pivô na entressafra de 2008, foram utilizados os seguintes pontos amostrais: 10, 17, 18, 19, 25, 26, 27, 33, 34, 35, 41, 42, 43, 44, 50, 59. Na cultura da aveia sob pivô, foram utilizados os pontos amostrais: 11, 13, 21, 22, 28, 29, 30, 31, 36, 37, 38, 39, 45, 46, 52, 53, 44. Na aveia adjacente ao pivô, os pontos amostrais utilizados foram: 3, 5, 8, 9, 14, 15, 16, 23, 24, 32, 40, 47, 48, 49, 56, 58 (Mapa 1)..

(27) 25. 3.5.4 Amostragens nas vegetações de banhado, mato, açude e estrada. Nas vegetações de banhado, mato, açude e estrada, foram realizadas amostragens visuais em 2m² de área, com duas amostras de 1m2 (1x1m) em cada ponto, demarcados com régua de madeira. Os pontos amostrais utilizados foram: 1, 2, 4, 6, 7, 12, 51, 56, 57, 61, 62, 63 (Mapa 1).. 3.6 Primeiro ano de pesquisa. 3.6.1 Safra 2007/08: Soja-milho. No primeiro ano de estudo, na safra de verão, 2007/08 (Figura 1), a área do pivô foi cultivada com soja (41ha) e com milho (51ha). A semeadura do milho foi realizada nos dias 02/10/07 e 03/10/07, utilizando os híbridos 30F53 e 32R48 da Pioneer. A semeadura da soja realizou-se em 30/10/07, utilizando a cultivar A6001 no pivô, e na região adjacente (fora do pivô) foi semeada soja da cultivar Dom Mario, em 15/10/07. As amostragens foram realizadas em 09/12/07, 19/12/09, 03/01/08, 20/01/09, 03/02/08, 16/02/08, 03/03/08, 17/03/08, 30/03/08, 18/04/08 e 26/04/08. Durante a safra 2007/08, foram realizadas quatro aplicações de inseticidas na cultura da soja: Nexide® (gama-cialotrina) 0,05l/ha em 18/12/07, Talstar® (bifentrina) 0,04l/ha em 10/01/08, Dimilim® (diflubenzurom) 0,013kg/ha + Mentox® (paration metílico) 0,5l/ha em 24/01/08 e Dinafós® (metamidofós) 1l/ha em 19/02/08.. 3.6.2 Entressafra 2008: Aveia, aveia preta e nabo forrageiro. No período de entressafra de 2008 (Figura 3), na área do pivô foram cultivados aveia e nabo forrageiro (41ha) na região oeste do pivô sobre a palhada da soja e somente aveia (51ha) na região leste do pivô sobre a palhada de milho. A.

(28) 26. semeadura da aveia e do nabo forrageiro foi realizada no dia 31/04/09 e a aveia no lado leste do pivô o dia 15/05/09. A área adjacente do pivô também foi cultivada com aveia. As amostragens foram realizadas em 17/05/08, 31/05/08, 14/06/08, 05/07/08, 20/07/08, 04/08/08, 29/08/09, 12/09/09, 28/09/09, 11/10/08 e 07/11/08. Durante a entressafra 2008 foram aplicados o inseticida Pirinex® (clorpirifós) 1 l/ha junto ao herbicida Roundup ultra® (glifosato) 1kg/ha em 02/09/08. A dessecação da massa verde foi feita com o propósito de utilizar a palha para cobertura do solo, posteriormente realizou-se a passagem do rolo compactador preparando a área para a próxima safra de soja.. 3.7 Segundo ano de pesquisa. 3.7.1 Safra 2008/09: Soja. No segundo ano de estudo, na safra de verão 2008/09 (Figura 5), a área do pivô foi cultivada em sua totalidade com soja (92ha). A semeadura da soja iniciou em 04/11/08, com a cultivar NK 9058 de ciclo precoce e outras partes da área foram cultivadas experimentalmente com linhagens precoces em pequenas faixas. As amostragens foram realizadas em 07/11/08, 22/11/08, 06/12/08, 17/12/08, 08/01/09, 22/01/09, 12/02/09, 04/03/09, 21/03/09, 04/04/09 e 18/04/09. Durante a safra 2008/09, na cultura da soja foram realizadas quatro aplicações de inseticidas: Pirinex® (clorpirifós) 1l/ha em 14/11/08, Metafós® (metamidofós) 1l/ha e Dimilin® (diflubenzurom) 0,04kg/ha em 31/12/08, (bifentrina) 0,05l/ha. e. Dimilin®. (diflubenzurom). (metamidofós) 1l/ha em 17/02/09.. 0,04kg/ha. em. 05/02/09. e. Metafós®.

(29) 27. 3.7.2 Entressafra 2009: Aveia branca, aveia preta e trigo. Na entressafra de 2009 (Figura 7), a área do pivô foi cultivada com aveia branca e preta (92ha) e nas áreas laterais ao pivô foi cultivado trigo. A semeadura da aveia URS 24 foi realizada em 25/05/2009 e do trigo em 20/06/2009 utilizando as cultivares OR Vaqueano e OR Abalone. As amostragens foram realizadas em 04/05/09, 18/05/09, 06/06/09, 25/06/09, 11/07/09, 25/07/09, 21/08/09, 05/09/09, 26/09/09, 17/10/09 e 31/10/09. Durante a entressafra de 2009, na aveia e no trigo, foram realizadas as seguintes aplicações de inseticidas: Dimilim® (diflubenzurom) 0,05kg/ha em 29/09/09 e Pounce 384 EC® (permetrina) em 23/10/09 0,04l/ha.. 3.8 Análises dos dados. Para o estudo, foram selecionadas cinco espécies de maior importância econômica: E. heros, D. furcatus, P. guildinii, E. meditabunda e N. viridula. Para analisar a ocorrência de espécies na população de percevejos, foram utilizadas séries estatísticas do tipo geográfica-temporal, elaborando-se tabelas de distribuição de frequências da população, nas culturas, áreas adjacentes e locais de refúgio, para o capítulo I. A frequência (F) foi calculada através da soma dos dados coletados quinzenalmente, obtendo a percentagem de indivíduos amostrados. A análise de frequência foi realizada através da fórmula proposta por (SILVEIRA NETO et al., 1976).. .   100 . Onde: F = Frequência; N = Total de indivíduos de cada espécie estudada; T = Total de indivíduos de todas as espécies estudadas..

(30) 28. Os dados foram submetidos a análise estatística não paramétrica aplicando o teste binomial de probabilidade do programa BioEstat 5® para constatar diferenças entre as populações de percevejos em cada cultura, local de refúgio e entre as espécies de pentatomídeos, em nível de 5% de significância. Para analisar a variabilidade espaço-temporal foram gerados mapas de distribuição populacional de percevejos Os dados foram submetidos a análise geoestatística através do programa CR-Campeiro 6®, utilizando o método de interpolação de dados por krigagem (semivariograma linear), interpolado pela média da malha, com raio de pesquisa máximo de 200m e espaço entre linhas e colunas de 10m, para o capítulo II. Para a visualização da distribuição populacional percevejos nos mapas utilizaram-se quatro classes de níveis populacionais, seguindo os níveis de ação (EMBRAPA, 1999). Foram atribuídos cores para indicar cada nível populacional em 2m²: 0: branca, 1: azul claro, de 2 a 3: verde e valores a partir de 4 para mais: vermelha. Para analisar a flutuação populacional, foram elaborados gráficos analíticos do tipo barras e curvas através do programa Excel® 2007 que representaram a população através da frequência de espécies de percevejos em cada data de amostragem verificados nos pontos localizados nas culturas. Para as culturas de soja, trigo e aveia foram elaborados gráficos de barras representando a população em função ao estádio fenológico..

(31) 4 CAPITULO I OCORRÊNCIA DA POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM SUCESSÕES CULTURAIS SOB PIVÔ CENTRAL E ÁREAS ADJACENTES Resumo Visando entender a presença de espécies na população de percevejos em áreas com sistema de plantio direto influenciado pelas sucessões de culturas e vegetações do entorno, realizou-se a presente pesquisa com o objetivo de verificar a ocorrência da população de espécies de percevejos, nas sucessões de cultivos entre 12/2007 e 11/2009. O estudo foi realizado no município de Jóia, RS, Brasil, em uma área agrícola comercial de 162ha com sistema de plantio direto e irrigação sob pivô central (92ha) e áreas adjacentes (70ha). Foram realizadas amostragens quinzenalmente em 2m² nas culturas de soja [Glycine max (L.) Merril], milho (Zea mays L.), trigo (Triticum aestivum L.), aveia preta (Avena strigosa Schreb), aveia branca (A. sativa L.) e nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), verificando-se a vegetação, palhada, restos de culturas e superfície do solo. Em planilha de campo anotou-se o numero de percevejos adultos e ninfas a partir do segundo ínstar, que foram identificados. As espécies foram confirmadas no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas (LabMIP) da UFSM. Para analisar a ocorrência populacional de percevejos foram utilizadas séries estatísticas do tipo geográfica-temporal, elaborando-se tabelas de distribuição de frequências da população para cada cultura do pivô, das áreas adjacentes e dos locais de refúgio. Os dados foram submetidos à análise estatística aplicando-se o teste binomial de probabilidade através do programa BioEstat 5® para constatar diferenças em nível de 5% de significância entre as populações de percevejos nas culturas e áreas adjacentes. Foram quantificadas as populações de Euschistus heros (Fabricius, 1798), Dichelops furcatus (Fabricius, 1775), Piezodorus guildinii (Westwood, 1837), Nezara viridula (Linnaeus, 1758) e Edessa meditabunda (Fabricius, 1794). Durante os dois anos de estudo, E. heros foi a espécie de maior ocorrência com D. furcatus no período de safra, concentram-se na cultura da soja. D. furcatus é mais frequente nas culturas de milho, trigo e aveia. P. guildinii, ocorre com maior frequência na soja. Populações de N. viridula e E. meditabunda são menos frequentes nas safras e entressafras. Na entressafra, os percevejos abrigam-se na palhada, em plantas espontâneas, permanecem em culturas de inverno como trigo, aveia, nabo forrageiro e migram para locais de refúgio, preferencialmente em vegetações de borda de mato e banhado. As populações de pentatomídeos ocorrem com maior frequência nas culturas de soja e milho no verão e em gramíneas no inverno. A ocorrência de espécies de percevejos na população varia anualmente, influenciada pelas sucessões de culturas de soja, milho, trigo, aveia, nabo forrageiro, cultura adjacente, vegetação de refúgio, palhada, plantas daninhas e operações de manejo. Palavras-chave: ecologia populacional, hemípteros, rotação de cultivos, locais de refúgio..

(32) 30. CAPITULO I OCURRENCE OF STINK BUGS (PENTATOMIDAE) POPULATION AND CULTURAL SUCCESSION BASED ON A CENTRAL PIVOT AND ADJACENT AREAS Abstract In order to understand the presence of species in the population of stink bugs in areas with no-tillage system influenced by crop sequences and the surrounding vegetation, the objective was to evaluate the occurrence of the population of species of stink bugs in the succession of crops from 12/2007 and 11/2009. The study was conducted at Jóia, RS, Brazil, in a commercial farming area of 162ha with no-tillage system and irrigation under center pivot (92ha) and adjacent areas (70ha). Samplings were made fortnightly in 2m² in soybean [Glycine max (L.) Merrill], maize (Zea mays L.), wheat (Triticum aestivum L.), oats (Avena strigosa Schreb), oat (A. sativa L.) and radish (Raphanus sativus L.), verifying the vegetation, straw, crop residues and soil surface. In Field spreadsheet was noted the number of bugs adults and nymphs from the second instar, which were identified. The species were confirmed in the laboratory of Integrated Pest Management (LabMIP) UFSM. To analyze the occurrence of bugs were used population statistics series of geographical and temporal, is drawing up tables of frequency distribution of the population for each culture of the pivot of the adjacent areas and places of refuge. The data Software were statistically analyzed by applying the binomial probability test through the BioEstat 5 ® to finds differences between populations of stink bugs on crops and adjacent areas, using the 0.05 α level of significance. Was quantified the populations of Euschistus heros (Fabricius, 1798), Dichelops furcatus (Fabricius, 1775), Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) Nezara viridula (Linnaeus, 1758), and Edessa meditabunda (Fabricius, 1794). During the two years of study, E. heros was the species most frequent in D. furcatus during the harvest period, focus on soybeans. D. furcatus is more common in corn, wheat and oats. P. guildinii, occurs more frequently in soybean. Populations of N. viridula and E. meditabunda are less likely in crops and dry season. In the offseason, the stink bugs shelter in the trash, in weeds, remain in winter crops like wheat, oats, turnip and migrate to places of refuge, preferably on the edge of forest vegetation and wetland. Populations of stink bug occur more frequently in soybean and corn in summer and winter grasses. The occurrence of species of bugs in the population varies annually, influenced by the crop successions of soybeans, corn, wheat, oats, turnip, culture adjacent, alternative host plant, trash, weeds and management operations. Keywords: population ecology, hemiptera, crop rotation, overwintering areas.

(33) 31. Introdução. Atualmente, nas áreas agrícolas, é possível observar a ocorrência de percevejos com maior frequência, pela capacidade de alimentação em culturas pouco preferidas anteriormente, causando danos significativos, favorecidos pelo sistema de plantio direto e pela sucessão contínua de cultivos tais como, soja, milho, trigo, aveia, entre outras. Os percevejos pentatomídeos são geralmente polífagos, alimentam-se de uma ampla variedade de plantas cultivadas de importância econômica e de plantas hospedeiras alternativas não cultivadas. Dentre essas plantas, fontes nutricionais menos preferidas também são exploradas como alimento e abrigo por esses insetos (PANIZZI, 2000). O sistema agrícola exige, cada vez mais, a utilização de táticas e tecnologias precisas no gerenciamento dos recursos, neste sentido, o tratamento de áreas de forma diferenciada e localizada, permite economia de insumos, reduções de custos operacionais e diminuição de impactos negativos ao homem e ambiente. Com a amostragem da população de pragas e o monitoramento e possível estimar o nível populacional, conhecer as espécies mais frequentes, delimitar regiões com maior potencial de ocorrência de percevejos e planejar estratégias de manejo diferenciado em momentos oportunos. No intuito de entender a presença de espécies na população de percevejos em áreas com sistema de plantio direto influenciado pelas sucessões de culturas e vegetações do entorno, realizou-se a presente pesquisa com o objetivo de verificar a ocorrência da população de espécies de percevejos, nas sucessões de cultivos sob pivô central e áreas adjacentes..

(34) 32. Resultados e discussão. As espécies de percevejos observadas na área de pesquisa foram E. heros (Fabricius, 1798), D. furcatus (Fabricius, 1775), P. guildinii (Westwood, 1837), N. viridula (Linnaeus, 1758) e E. meditabunda (Fabricius, 1794) (Tabela 1). Outras espécies de pentatomídeos encontradas ocasionalmente, tais como Thyanta perditor (Fabricius, 1794), Oebalus poecilus (Dallas, 1851), Oebalus ypsilongriseus (De Geer, 1773), Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773), Euschistus cornutus (Dallas, 1851), Mormidea v-luteum (Lichtenstein, 1796) e Edessa rufomarginata (De Geer, 1773) não foram incluídas nas análises.. Tabela 1 – Espécies de pentatomídeos em sucessão de culturas sob pivô entre 2007 e 2009, Jóia, RS, Brasil. ESPÉCIES. Euchistus heros Piezodorus guildinii Dichelops furcatus Nezara viridula Edessa meditabunda TOTAL. TOTAL E FREQUÊNCIA DE PERCEVEJOS Safra Entressafra Safra Entressafra TOTAL 2007/08 2008 2008/09 2009 GERAL N¹ F(%)² N F(%) N F(%) N F(%) N F(%) 308 32,46 259 53,29 143 68,75 73 49,66 783 43,74 A 202 21,29 31 6,38 16 7,69 4 2,72 253 14,13 C 301 31,72 121 24,90 35 16,83 57 38,78 514 28,72 B 107 11,28 27 5,56 3 1,44 1 0,68 138 7,71 D 31 3,27 48 9,88 11 5,29 12 8,16 102 5,70 E 949 100 486 100 208 100 147 100 1790 100. % TOTAL 53,02 a 27,15 b 11,62 c 8,21 d 100,00 ¹ número de pentatomídeos, ² frequência relativa, valores seguidos da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúscula, na linha, não diferem entre si pelo teste de probabilidade P=0,05.. Durante os dois anos de pesquisa, a espécie mais frequênte foi E. heros, com 43,74% de participação na composição da população de percevejos (Tabela 1). Foi possível verificar diferenças entre as populações de D. furcatus (28,72%) P. guildinii (14,13%) N. viridula (7,71%) e E. meditabunda (5,70%). A maior ocorrência do percevejo-marrom-neotropical na população de pentatomídeos deve estar relacionada a fatores bióticos e abióticos. A extensão da área cultivada com soja e disponibilidade de alimento, tanto na área do pivô quanto no entorno, durante o estudo, pode ter contribuído para isso, pois o percevejo-.

(35) 33. marrom-neotropical alimenta-se preferencialmente em soja (PANIZZI; PARRA, 2009). A cultura de soja e o sistema de plantio direto oferecem condições ideais para sobrevivência. de. E.. heros.. Segundo. Panizzi. (1991),. esse. percevejo. é. nutricionalmente menos exigente do que P. guildinii. Outras razões que explicam a maior ocorrência de E. heros, são os fatores abióticos, favoráveis nos períodos de safra, tais como, temperatura, fotoperíodo e umidade relativa ideais para seu desenvolvimento e reprodução, o que acontece principalmente durante a primaveraverão no período de desenvolvimento da soja. Características biológicas, tais como maior longevidade: E. heros (117 dias) em comparação a P. guildinii (54 dias) e N. viridula (53 dias) (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999), podem influenciar sua maior ocorrência em relação as outras espécies, embora Panizzi; Parra (2009), afirmam que o tempo e desenvolvimento, longevidade e desempenho dos hemípteros sugadores de sementes/frutos, varia de acordo com a qualidade nutricional do alimento, o sexo e a atividade sexual. E. heros é nativo da região neotropical, seu hospedeiro principal é a soja no qual apresenta maior taxa de fecundidade (167 ovos) comparando com N. viridula (150 ovos) e P. guildinii (123 ovos), segundo relatos de Corrêa-Ferreira; Panizzi (1999). Também as espécies E. heros e P. guildinii são mais tolerantes à ação dos inseticidas, segundo Silva et al. (2006), o que lhes permite sobreviver frente a doses de inseticidas que são fatais para outras espécies. Os resultados mostram que houve mudanças na ocorrência de espécies em comparação ao registrado por Costa; Link (1974). Nessa época, em alguns municípios do Rio Grande do Sul, N. viridula, E. meditabunda e P. guildinii eram as espécies mais frequêntes, embora Link (1979), tenha verificado que E. heros estava adaptando-se à cultura da soja. Mais tarde, Corrêa-Ferreira; Panizzi (1999) e Mourão; Panizzi (2000), afirmaram que E. heros era rara no Paraná e, atualmente é a mais frequente. Esta modificação na composição da população de espécies coincide com os resultados de Kuss-Roggia (2009), que estudando a distribuição espacial e temporal de percevejos da soja em Santa Maria, RS, concluiu que a abundância de espécies e seus picos populacionais, variam de uma safra para outra; também foi afirmado por Gamundi; Sosa (2007) para a Argentina. Segundo Panizzi (2000) a população da espécie N. viridula é de ocorrência generalizada no Brasil. Por outro lado, de acordo com recentes estudos realizados.

(36) 34. no Japão, a população desta espécie pode migrar para regiões mais elevadas e frias, e essas mudanças se devem ao aquecimento global, de acordo com Musolin; Numata (2003) e Tougou et al., (2009). A segunda espécie de maior frequência foi D. furcatus, cuja população diferiu das populações de P. guildinii, N. viridula e E. meditabunda (Tabela 1). A ocorrência do percevejo-barriga-verde deve estar associada ao cultivo de poáceas. Por outro lado foi possível verificar diferenças entre a população de P. guildinii das populações de E. meditabunda e N. viridula, enquanto que entre as duas últimas espécies, também houve diferença nas populações (Tabela 1). Durante os dois anos de estudo, a maior da população de percevejos foi registrada no primeiro ano, na safra 2007/08 com 53,02% de participação do total de percevejos (Tabela 1). Foi possível verificar diferença da população da safra 2008/09 (11,62%), embora, no primeiro ano foi cultivada soja, apenas 45% da área do pivô. Esse fato pode ser explicado pela alta população remanescente na área após dois cultivos seguidos com soja, no pivô na safra 2006/07, o que dificultou a redução da população de percevejos, mesmo com diversas aplicações de inseticidas visando o controle, pois populações de percevejos das áreas colhidas migraram para a área do pivô. Foi verificada diferença entre a população de percevejos registrados na safra 2007/08 e a população observada na entressafra de 2008 (27,15%), Também diferiu da população da entressafra 2009 (8,21%), na qual a população de percevejos ocorreu em menor frequência durante os dois anos (Tabela 1). A população de percevejos experimentou um decréscimo no segundo ano e somente 11,62% da população correspondeu a safra 2008/09, na qual a totalidade da área do pivô foi cultivada com soja. Mesmo com o aumento da área cultivada com soja, a população mostrou-se reduzida e a diferença populacional entre ambas as safras foi significativa (Tabela 1). Já no período de entressafra 2008 registrou-se maior população de insetos em comparação à safra 2008/09 e à entressafra 2009, subsequente, diferindo significativamente pelo teste de probabilidade (P˂0,05). Comparando as safras 2007/08 e 2008/09, a população de E. heros com 32,46% teve um incremento e atingiu 68,75% na composição de percevejos. Isso deveu-se ao cultivo da soja, que abrangeu a totalidade da área do pivô, ou seja, a área cultivada com soja aumentou 55% no segundo ano de pesquisa. Isso explica.

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