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Universitas: Revista De Cultura Da Universidade Federal Da Bahia, 1968-1991

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, 1968-1991

FLÁVIA GARCIA ROSA1

(flaviagr46@hotmail.com) SÔNIA C. VIEIRA2 (svieira@ufba.br) KÁTIA DE CARVALHO3 (katia-carvalho@uol.com.br) NANCI ODDONE4 (neoddone@ufba.br)

Vai-se à universidade estudar cultura, estudar o mundo. Darcy Ribeiro

Resumo

O trabalho propõe um resgate histórico da revista Universitas, publicada entre 1968 e 1991 pelo Depar-tamento Cultural da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com o objetivo de veicular o ensino e a pesquisa realizados na UFBA. Inicialmente são traçadas as linhas gerais do contexto histórico que dá origem às universidades na Europa e no Brasil, seguindo-se um breve comentário acerca da atividade editorial na UFBA. Em seguida são analisadas as características editoriais e bibliográficas do periódi-co, segundo os critérios do Latindex – Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Cientí-ficas de América Latina, el Caribe, España y Portugal. Discute-se o conceito de “divulgação científi-ca”, partindo-se do princípio de que a revista, conforme esclarece no seu primeiro número, deveria publicar artigos mais abrangentes. Cita a contribuição de alguns de seus autores, a exemplo de Thales de Azevedo, Machado Neto, Carlos Ott, Valentin Calderón, Florestan Fernandes, Milton Santos, Luís Henrique Dias Tavares e José Calasans. Reflete-se ainda sobre a importância da preservação da me-mória da instituição, sobretudo no que diz respeito ao conhecimento produzido, sendo possível resga-tá-lo e disseminá-lo em outros suportes. Conclui-se que a revista foi um marco na trajetória da UFBA, uma vez que retrata o pensamento humanístico e cultural da época de sua fundação.

Palavras-chave: revista Universitas; periódico científico; Universidade Federal da Bahia.

1 Mestranda em Ciência da Informação pelo ICI/UFBA, diretora da EDUFBA.

2 Mestranda em Ciência da Informação pelo ICI/UFBA, bibliotecária da Faculdade de Educação da UFBA. 3 Doutora em Comunicação pela ECO/UFRJ, diretora do ICI/UFBA.

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INTRODUÇÃO

Em artigo publicado na edição de 20 de abril deste ano, a revista Veja noticiou o su-cesso da Casa do Saber, entidade criada em São Paulo em 2004 para suprir o anseio de uma elite ávida por ampliar sua bagagem cultural e aprimorar sua formação. A Casa do Saber ofe-rece “[…] aulas de filosofia, literatura, história e arte, ministradas por acadêmicos […] como o filósofo Renato Janine Ribeiro e o crítico José Miguel Wisnik” (TEIXEIRA; VALLADA-RES, 2005, p. 122). No final dos anos 1960, em Salvador, também orientada para as artes, as letras e as humanidades e fortemente influenciada pelos ideais humanistas legados por Edgar Santos5, primeiro reitor da instituição, surgia a Universitas: revista de cultura da

Universida-de FeUniversida-deral da Bahia.

Ocorridos em séculos diferentes, estes dois eventos convergem para um ponto comum: a necessidade que o ser humano sente de ampliar seu conhecimento e sua formação cultural. A universidade da Idade Média privilegiava a formação humanística. Na atualidade, porém, como ressaltou Otto Maria Carpeaux, o que resta da concepção harmônica do saber que aque-las instituições produziam e disseminavam? “O nome. [As universidades] já não formam let-trés, nem gentlemen […]; formam médicos, advogados, professores. As universidades torna-ram-se lugares de investigações científicas” (CARPEAUX, 1999). Sobre esta “nova espécie de intelectuais”, Ortega y Gasset teceu um ácido comentário:

[…] Novo bárbaro, atrasado em relação à sua época, arcaico e primitivo em comparação com a terrível atualidade de seus problemas. Este novo bárbaro é principalmente o profissional mais sábio que já houve, porém mais inculto também – o engenheiro, o médico, o advogado, o cientista. […] (ORTEGA Y GASSET apud CARPEAUX, 1999).

5 Edgar Rego Santos nasceu em Salvador, no dia 8 de janeiro de 1894. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em

1917, onde mais tarde obteve a cátedra de patologia e cirurgia. Fez cursos de aperfeiçoamento na França e na Alemanha. A partir de 1936 assumiu a direção da Faculdade e em 1946, com o fim do Estado Novo, organizou a Universidade da Bahia, tornando-se seu primeiro reitor. Reeleito sucessivamente, permaneceu no cargo até 1952. Enquanto reitor incentivou a reali-zação de seminários de música, a criação de escolas de teatro e dança, promoveu a recuperação do Convento de Santa Teresa e dos prédios do teatro universitário e da reitoria, além de construir a cidade universitária. Em julho de 1954 foi nomeado ministro da Educação e Cultura. Em setembro do mesmo ano, após o suicídio de Vargas, deixou o Ministério e retornou à Universidade da Bahia. Em 1961 foi nomeado presidente do Conselho Federal de Educação. Faleceu no dia 3 de junho de 1962, no Rio de Janeiro (FUNDAÇÃO, 2005).

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CONTEXTO HISTÓRICO

O conceito de universitas designava originalmente a corporação de ofício ou agremia-ção formada pelos professores e alunos de uma determinada cidade (LAUAND, 1995). Con-tudo, como o termo universitas – cujo sentido é ‘totalidade’ – se aplicava a corporações de di-ferentes tipos, era preciso especificar o ofício que se pretendia designar (VERGER, 1990). A expressão que passou a ser empregada – universitas magistrorum et scholarium – atesta, por-tanto, que a universidade medieval era um tipo especial de corporação: uma comunidade de mestres e estudantes “envolvidos na elaboração e na transmissão de um bem muito peculiar: o conhecimento” (GEUNA, 1996). A cultura medieval cujos princípios as universidades parti-lhavam alcançou sua perfeição no século XIII, com a doutrina de São Tomás de Aquino.

[…] A Universidade de Paris, então “capital da cristandade”, considerava-se mesmo herdeira da Academia de Atenas. Na época de Tomás, era ela que do-minava o panorama intelectual do Ocidente. É lá que se encontram os profes-sores mais importantes, as oposições mais radicais e os estudantes mais turbu-lentos, vindos de todos os cantos da cristandade. Por isso mesmo, todas as no-vidades e todas as questões que lá se discutiam encontravam ressonância uni-versal. Foi nesse ambiente privilegiado da Universidade de Paris que Tomás [de Aquino] desenvolveu o melhor de sua obra e de sua docência e enfrentou as mais duras batalhas intelectuais. […] (LUAND, 1995)

Sempre com o decidido apoio da Igreja, as universidades surgiram em decorrência do renascimento intelectual iniciado no século XI em torno da Teologia e da Filosofia. Os estu-dantes, migrando por toda a Europa em busca de uma escola de seu interesse, eram acolhidos em colégios que funcionavam como albergues. Antes de surgirem os modernos Estados euro-peus, as universidades se caracterizavam pelo afã de aprender, a vontade de ensinar e o espíri-to de universalidade no cultivo e na transmissão do saber. Por várias centenas de anos foi pos-sível aos estudiosos abraçar todas as disciplinas acadêmicas. A idéia de uma universitas litte-rarum, ou seja, de uma instituição que abrangia todo o saber, ganhara corpo. Embora litterae significasse ‘conhecimento’,

[…] na universitas litterarum o sentido do saber reunido não residia na soma dos conhecimentos, mas em sua integração ao todo coerente que era a ordem medieval […]. Mais tarde, quando a palavra litterae passou a designar as dis-ciplinas humanísticas, a expressão universitas litterarum et scientiarum come-çou a ser utilizada para indicar, explicitamente, a inclusão das ciências. […] (JAHIATT, 2005).

Nos séculos seguintes, contudo, essa síntese do saber permaneceu inalterada, deixando de representar as transformações pelas quais passava a cultura humana. A emergência de uma

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mentalidade nova, inclinada a validar os conhecimentos produzidos pela ciência, não encon-trou amparo na cultura religiosa. Assim, a universidade medieval não participou da gestação do Renascimento. Em poucas dessas universidades o conhecimento científico era prontamente assimilado. A maioria se dedicava apenas ao ensino, relegando a investigação a segundo pla-no. Os jovens começaram então a buscar outros espaços de convivência intelectual: as acade-mias. Na Itália, França, Inglaterra e Alemanha elas começaram a ser criadas no século XVII (JAHIATT, 2005).

Se em sua origem a universidade esteve dedicada principalmente à transmissão da cul-tura de sua época, isto é, à reprodução de um sistema completo e integrado de idéias, com a crise da Idade Média essa síntese foi perdendo força, enquanto a sociedade pedia profissionais e cientistas. A noção da universitas scientiarum, isto é, de uma universidade detentora, produ-tora e transmissora do saber científico, só aparecerá com o Estado nacional absolutista, quan-do são fundadas as primeiras universidades leigas, estatais (MOROSINI, 2005). O desprestí-gio da universidade tradicional provocou a extensão do modelo napoleônico a outros países da Europa. A partir do século XVIII, também por influência do Iluminismo, todo o sistema uni-versitário medieval seria desacreditado.

Foi nesse cenário que começou a ocorrer o fenômeno da explosão informacional, so-bretudo após a invenção da imprensa por Gutenberg. Esta, por sua vez, produziu novos avan-ços tecnológicos, contribuindo para aperfeiçoar as características dos processos de edição e distribuição de documentos (ODDONE, 2004). O incremento da produção intelectual e, em conseqüência, da produção de impressos, ampliou o intercâmbio de idéias, ensejando a conso-lidação da prática científica (EISENSTEIN, 1998). As primeiras revistas científicas surgiram no final do século XVII – no mesmo ano de 1665 foram lançados os periódicos Journal de

Sçavans, produzido na França, e o Philosophical Transactions, publicado pela Royal Society

de Londres – dando origem ao sistema de revisão de pares, hoje tão importante para a ativida-de científica (STUMPF, 1996; MEADOWS, 1999). Os primeiros periódicos científicos brasi-leiros só foram criados dois séculos depois dos europeus: a Gazeta Médica da Bahia, fundado em 1866, e o Brazil Médico, de 1887.

Ao lado da revolução desencadeada pela imprensa sobre o registro e a disseminação da informação, consolidavam-se as universidades européias, em especial aquelas que haviam sur-gido depois da Idade Média. Ao longo da história, essas universidades foram responsáveis por grande parte do conhecimento produzido no mundo. No Brasil, ao contrário de outros países sul-americanos nos quais o ensino superior se tornou realidade desde o século XVI, a criação

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das universidades foi marcada pela resistência de Portugal, como reflexo da política de colo-nização (SCHWARTZMANN, 2001).

Só entre as décadas de 1920 e 1930, graças ao esforço de intelectuais esclarecidos, as primeiras iniciativas universitárias ganham fôlego. Em 1920 surge a Universidade do Rio de Janeiro, em 1927 a reunião das quatro escolas de nível superior existentes em Belo Horizonte permitiu a criação da Universidade de Minas Gerais e em 1928, a Universidade do Rio Gran-de do Sul. A ela se seguiram a UniversidaGran-de Gran-de São Paulo, em 1934, e a UniversidaGran-de do Dis-trito Federal, criada em 1935 e fechada pelo Estado Novo em 1939. A Universidade da Bahia foi criada em abril de 1946, pelo Decreto-Lei nº 9155, assinado pelo Presidente da República Eurico Gaspar Dutra e pelo Ministro da Educação Ernesto Souza Campos. Em julho do mes-mo ano, reunido para eleger o Reitor, o Conselho Universitário, por votação unânime, indica o Professor Edgar Rego Santos para ocupar o cargo. A posse ocorreu no mesmo ano, em ce-rimônia solene no dia 2 de julho, data magna da Bahia. (UNIVERSIDADE, 1967)

O reitorado de Edgar Santos foi marcado por ações de incentivo ao ensino universitá-rio, de modo geral, mas, principalmente, pela implantação de estudos superiores em áreas que, na época, eram consideradas ‘supérfluas’. Através da criação de escolas de artes e de institu-tos de extensão cultural, a Universidade passou a participar dos movimeninstitu-tos culturais da Ba-hia. Assim, em 1955 foi criado o Seminário de Música e, no ano seguinte, as escolas de Tea-tro e Dança. Em 1959 foi inaugurado o Museu de Arte Sacra.

[…] os institutos de extensão cultural passam a influir no aperfeiçoamento dos universitários baianos, no propósito de não os enclausurar a uma educação do específico, ou seja, apenas ao curso profissional […], mas com a intenção de dar uma mentalidade nova à participação universitária […]. (UNIVERSIDA-DE, 1967, p. 69).

Entre as iniciativas culturais postas em prática por Edgar Santos na Universidade havia um programa editorial: Publicações da Universidade da Bahia, responsável pela “[...] difusão da cultura, […] edição de trabalhos originais, científicos e literários, nacionais e estrangeiros e […] de autores baianos” (UNIVERSIDADE, 1967, p. 72).

Após as cinco gestões6 consecutivas de Edgar Santos (1946-1961), Albérico Fraga,

es-colhido pelo Presidente Jânio Quadros através de uma lista tríplice, assume a reitoria em julho de 1961. Marcado pela crise política nacional e por sérias dificuldades financeiras, esse reito-rado teve conseqüências graves para a Universidade.

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Tomando posse em julho de 1964, o ex-Ministro da Fazenda do Presidente João Gou-lart, Professor Miguel Calmon, de reconhecida experiência econômica e administrativa, suce-deu Albérico Fraga. Em seu reitorado o Departamento Cultural voltou a cumprir funções mais importantes, funcionando como um elo de ligação entre o Reitor e as várias comissões encar-regadas das reformas didática e administrativa da Universidade. Na coordenação desse Depar-tamento o Professor Roberto Santos recriou a Comissão de Publicações, que havia sido inter-rompida em 1962. É então que se começa a pensar na publicação de uma revista de cultura para a Universidade.

REVISTA UNIVERSITAS: PENSAMENTO E CULTURA DE UMA ÉPOCA

A criação da Universitas como veículo de divulgação cultural em 1968, durante o Rei-torado do Professor Roberto Santos, confirmou a noção de que “[...] a função da universidade não deve ser resumida às expectativas e exigências do mercado de trabalho ou ao cientismo. [...] A preparação nas universidades deve e tem de ser cultural e científica” (PINHEIRO, 1992, p. 3). Segundo Fernando da Rocha Peres, Diretor do Centro de Estudos Baianos da UFBA e membro da Comissão Editorial da revista quando de sua criação, “o objetivo era divulgar tra-balhos de docentes em todas as áreas do conhecimento, mas especialmente nas áreas das Le-tras e Ciências Humanas. [...] A Universitas foi pensada como coroamento do longo reitorado de Edgar Santos, que imprimiu à nossa Universidade uma orientação para as artes, as letras e as humanidades”7.

Ao esclarecer em seu primeiro número que pretendia evitar “[...] a idéia de uma publi-cação aberta a matérias por demais específicas [...]”, a revista Universitas – cujo subtítulo,

re-vista de cultura da Universidade da Federal da Bahia, já enfatizava sua vocação – reforça o

pensamento de Roqueplo, para quem a ‘divulgação científica’ seria

[…] toda atividade de explicação e de difusão dos conhecimentos, da cultura e do pensamento científico e técnico, sob duas condições. A primeira delas é que essas explicações e essa difusão […] sejam feitas fora do ensino oficial […]. A segunda […] é que tais explicações […] não devem ter como objetivo formar especialistas, nem mesmo aperfeiçoá-los em sua própria especialidade. […] [A] divulgação científica deve se dirigir ao maior público possível sem, no entanto, excluir o cientista ou o homem culto […]. (MASSARANI, 1998, p. 19).

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Em artigo publicado na revista Comciência, Carlos Vogt traça a dinâmica da chamada cultura científica: uma espiral em duas dimensões, evoluindo sobre dois eixos, um horizontal, relativo ao tempo, e um vertical, relativo ao espaço (Figura 1). O autor apresenta quatro cate-gorias constitutivas para a sua espiral: 1) a difusão científica (produção e circulação do co-nhecimento científico); 2) o ensino da ciência e a formação de cientistas; 3) o ensino para

a ciência; 4) a divulgação científica. A idéia do autor é que, cumprido o ciclo de evolução da

espiral não se regressa ao mesmo ponto de início, mas a um ponto ampliado de conhecimento. Em termos gerais, a espiral da cultura científica pretende representar “[...] a dinâmica consti-tutiva das relações inerentes e necessárias entre ciência e cultura” (VOGT, 2003).

Figura 1 – Espiral de Cultura Científica (VOGT, 2003)

Vogt argumenta ainda que a expressão ‘cultura científica’ contém

[…] a idéia de que o processo que envolve o desenvolvimento científico é um processo cultural, quer seja ele considerado do ponto de vista de sua produção, de sua difusão entre pares ou na dinâmica social do ensino e da educação, ou ainda do ponto de vista da divulgação na sociedade como um todo, para o es-tabelecimento das relações críticas necessárias entre o cidadão e os valores culturais, de seu tempo e de sua história […]. (VOGT, 2003).

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CARACTERÍSTAS EDITORIAIS DA REVISTA UNIVERSITAS

A análise das características editoriais da Universitas foi baseada nos parâmetros utili-zados pelo Latindex – Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas da América Latina, el Caribe, España y Portugal (2005), que considera os seguintes aspectos:

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

01. Corpo editorial – existência de um Conselho Editorial ou de um responsável científico 02. Identificação dos autores – identificação do autor individual ou de autoria institucional 03. Diretor – nome de Diretor ou Responsável Editorial ou equivalente

04. Endereço – endereço da administração da revista para efeito de solicitação de

04. assinaturas, permuta e envio de trabalhos

CARACTERÍSTICAS DE APRESENTAÇÃO DA REVISTA 05. Folha-de Rosto – título completo, ISSN, volume, número, data e legenda 06. Periodicidade – números de fascículos que foram editados no ano 07. Sumário – título, autor e página inicial

08. Legenda bibliográfica no início de cada artigo 09. Legenda bibliográfica em cada página

10. Membros do Conselho Editorial – nomes dos membros do Conselho Editorial 11. Afiliação dos membros do Conselho Editorial

12. Afiliação dos autores

13. Recepção e aceitação dos originais – indica as datas de recebimento e aceitação do

13. artigo para publicação

CARACTERÍSTICAS DE GESTÃO E POLÍTICA EDITORIAL 14. ISSN – Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas

15. Descrição da revista – Objetivo e cobertura temática e o público ao qual a revista é

15. dirigida

16. Sistema de arbitragem – Procedimento empregado para a seleção dos artigos 17. Avaliadores externos – se o sistema de arbitragem recorre a avaliadores externos a

17. entidade ou a Editora da revista

18. Autores externos – 50% dos artigos publicados devem proceder de autores externos a

18. Entidade editora

19. Serviços de informação – se a revista está incluída em algum serviço de indexação,

19. resumo ou diretório

20. Cumprimento de periodicidade – se a revista edita durante o ano o número de

20. fascículos correspondentes com a periodicidade expressada

CARACTERÍSTICAS DO CONTEÚDO 21. Instruções aos autores – refere-se ao envio dos originais e resumos 22. Elaboração de Referências Bibliográficas nas instruções aos autores

23. Resumo – todos os artigos devem ser acompanhados de um resumo no idioma original

23. do trabalho

24. Resumo em dois idiomas – no idioma original do artigo e em outro idioma 25. Palavras-chave – no idioma original do artigo e em outro idioma

Elaborado pela pintora, desenhista e professora baiana Jacyra Oswald, o projeto gráfi-co da Universitas foi mantido durante todo período de publicação da revista.

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Quanto às características básicas, no seu primeiro número a Universitas contava com uma Comissão Editorial específica, com a seguinte composição: Hélio Simões (Professor do Instituto de Letras), José Romélio Aquino (Professor da Faculdade de Filosofia e Ciência Hu-manas), Fernando da Rocha Peres (Professor da Faculdade de Filosofia e Ciência HuHu-manas), Mário Cravo (artista plástico) Walter Bautista Vidal (Instituto de Física) e, como

Responsá-vel Científico assinava Valentin Calderón (Professor da Faculdade de Filosofia e Ciência

Hu-manas). No verso da folha de rosto o endereço da administração, para efeito de solicitação de assinaturas, permuta e envio de trabalhos, era mencionado. No final de cada fascículo consta-va relação com a identificação dos autores e o colofão.

No que se refere às características de apresentação da revista, à medida que novos nú-meros iam sendo publicados, os demais itens também iam sendo incorporados. Com relação à legenda bibliográfica, ela passa a ser empregada no número 25, de 1979. Quanto ao ISSN seu registro ocorreu a partir do número 27, também de 1979, quatro anos após a implantação do sistema no Brasil. Sua periodicidade foi irregular, passando de semestral a quadrimestral, e apresentando interrupções durante os seguintes períodos: 1974 a 1976, 1980 a 1984 e 1988 a 1990, quando de sua suspensão definitiva. Não indicava as datas de recebimento e aceitação de cada artigo.

No que tange às características de gestão e política editorial a Universitas não apre-sentava uma política editorial consistente, que pudesse de fato se traduzir em um projeto inse-rido no contexto da instituição.

Quanto ao último parâmetro, referente às características do conteúdo, a revista atende a alguns requisitos: referências bibliográficas e resumos, este último aparecendo pela primeira vez no número 25, de 1979. As instruções aos autores eram divulgadas sob a forma de folder pelo Centro Editorial e Didático, órgão responsável pela sua publicação a partir de 1977.

Além dos parâmetros acima mencionados, algumas peculiaridades foram levantadas: • a ficha catalográfica aparece a partir do número 2, de 1969, junto ao colofão; somente no número 25, de 1979, a ficha aparece no verso da folha-de-rosto;

• até o número 18, de 1977, a autoria aparecia no final do texto; somente a partir do número 19, de 1978, o nome do autor passa a constar logo após o título do artigo; • dos números 19, de 1978, ao 27, de 1979, passa a haver subdivisões por áreas do conhecimento, assim distribuídas: número 19 – Letras, 20 – Ciências da Saúde, 23 – Ciências Exatas, 25 – Artes, 26 – Ciências Humanas e 27 – Letras. A partir do nú-mero 28 a revista retorna ao padrão anterior. Nos núnú-meros 21, 22 e 24 não foi adotado o sistema por áreas;

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• houve alteração no nome da revista: no número 33, de 1985, passa a denomi-nar-se Universitas: Revista da Universidade Federal da Bahia, com subdivisão em duas áreas – ‘Ciência’ e ‘Cultura’ – em substituição a Universitas: Revista de Cultura

da Universidade Federal da Bahia;

• os temas abordados durante a existência da revista foram organizados e publi-cados em índices pelas bibliotecárias Isnaia Veiga Santana e Marly Magalhães de Frei-tas, em comemoração aos 50 anos de fundação da UFBA (SANTANA; FREITAS, 1996).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante três séculos não houve grandes alterações na estrutura dos periódicos científi-cos (ZIMAN, 1979). Só no século passado é que avanços tecnológicientífi-cos significativos trouxe-ram novos padrões à comunicação entre cientistas. Graças inicialmente à máquina de escrever e, depois, aos computadores e aos softwares específicos de edição, o processo de editoração científica, que se iniciou manualmente com a tipografia, tornou-se ágil. Na década de 90, com o surgimento das redes de telecomunicações, começa por fim a verdadeira e mais revolucio-nária das transformações: a migração do papel para o suporte eletrônico.

Ao longo de seus 23 anos de existência, a revista Universitas recebeu pouca influência das novas tecnologias de comunicação e informação, seja no que diz respeito ao seu processo produtivo, seja no que se refere à disseminação de seu conteúdo. Seus artigos não se encon-tram indexados em nenhuma base de dados referencial, constituindo uma barreira para o aces-so ao seu conteúdo – os 364 artigos e 23 recensões de todas as áreas do conhecimento que tão bem retratam um período efervescente da cultura da UFBA.

A coleção completa da Universitas encontra-se disponível para consulta apenas em su-porte papel, na Seção Memória da Biblioteca Central da Universidade. Seu registro no

Catá-logo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), disponível pela Internet (http://www.

ct.ibict.br/ccn/owa/ccn_consulta), indica ocorrências de exemplares da revista em nove biblio-tecas setoriais da UFBA e em bibliobiblio-tecas de onze outros estados brasileiros: Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, porém as coleções estão incompletas.

A produção intelectual contida nos fascículos da revista, com contribuições de autores como Thales de Azevedo (6), Luís Henrique Dias Tavares (5), Luiz Navarro de Britto (4),

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Car-los Ott (7), Frederico Edelweiss (6), Nelson de Sousa Sampaio (7), Fernando da Rocha Peres (5), Américo Simas Filho (4) e Antonio Luis Machado Neto (6), entre outros, está a merecer um projeto de resgate de forma a permitir que as novas gerações tenham acesso a esse conhe-cimento. Uma iniciativa da Universidade voltada para a digitalização desse acervo intelectual e para a sua disponibilização em formato eletrônico seria a forma mais justa e democrática de inserir a Universitas nas políticas universitárias de divulgação científica e de preservação da memória institucional.

As análises editorial e bibliográfica empreendidas neste estudo permitem concluir que a Universitas foi um marco na trajetória da Universidade Federal da Bahia, uma vez que ela

retratava o pensamento humanístico e cultural da época de sua fundação. Pode-se afirmar com segurança que um dos fatores que contribuiu para a sua fragilidade e instabilidade foi a inexis-tência de um projeto editorial mais consistente, inserido na política de comunicação da institui-ção. Os resultados da ausência de tal projeto estão refletidos no caráter irregular de sua perio-dicidade, na incoerência das alterações estruturais efetuadas, na negligência com que os pa-drões normativos eram seguidos e, por fim, na própria extinção do periódico.

REFERÊNCIAS

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