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Análise comparativa entre dois sistemas digitais frente à radiopacidade de materiais dentários

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA. VANESSA MARIA FREIRE ABÍLIO. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS SISTEMAS DIGITAIS FRENTE À RADIOPACIDADE DE MATERIAIS DENTÁRIOS. CAMPINA GRANDE - PB 2013.

(2) VANESSA MARIA FREIRE ABÍLIO. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS SISTEMAS DIGITAIS FRENTE À RADIOPACIDADE DE MATERIAIS DENTÁRIOS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia. Orientadora: Prof.ª Drª Patrícia Meira Bento. CAMPINA GRANDE - PB 2013.

(3) Powered by TCPDF (www.tcpdf.org).

(4) VANESSA MARIA FREIRE ABÍLIO. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS SISTEMAS DIGITAIS FRENTE À RADIOPACIDADE DE MATERIAIS DENTÁRIOS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia. APROVADO EM: 15 / 07 / 2013. BANCA EXAMINADORA. ______________________________________________ Profª. Drª. Rosenês Lima dos Santos/UFPB Membro Titular (Examinador externo). ______________________________________________ Profª. Drª. Daniela Pita de Melo/UEPB Membro Titular (Examinador interno). _____________________________________________ Profª. Drª. Patrícia Meira Bento / UEPB Membro titular (Orientadora).

(5) Dedico este trabalho. À Deus, Por sempre guiar meu caminho e por me dar forças, sabedoria e humildade para pecorrê-lo.. Aos meus queridos Pais, Francisco Celson e Maria do Carmo, Pela confiança, amor e dedicação. Nunca medindo esforços para garantir meus estudos, sonhos e ideais. Vocês para mim são exemplos de vida a ser seguido, aos quais dedico todo o meu amor e gratidão pelo o que sou..

(6) AGRADECIMENTOS. Aos meus pais Francisco Celson e Maria do Carmo pelo apoio incondicional e compreensão em todos os momentos.. À Profa. Dra Patrícia Meira Bento pela orientação, confiança e pelo imenso aprendizado que tive ao longo deste trabalho.. À Universidade Estadual da Paraíba pelo suporte oferecido ao Programa de Pósgraduação em Odontologia- Mestrado em Clínica Odontológica.. Ao PROPESQ pelo apoio financeiro a pesquisa.. Aos meus queridos irmãos Gisely Maria e Gustavo pelo constante incentivo e paciência nos momentos mais adversos.. Ao meu cunhado Ricardo Dias de Castro por todo apoio ao longo de minha trajetória e por me fazer acreditar ser capaz de alcançar os meus objetivos.. À Profa. Dra. Daniela Pita de Melo pela disponibilidade e pelas valiosas informações.. Ao Prof. Dr. Marcelo Augusto Oliveira de Sales pelo auxílio na execução desta pesquisa.. À Profa. Dra. Andressa Feitosa Bezerra de Oliveira por toda disponibilidade e presteza.. Ao Departamento de Morfologia do Centro de Ciências da Saúde da UFPB por permitir meu acesso ao Laboratório de Técnicas Morfológicas Maria Selma Feitosa Ventura.. Ao Prof. Dr. Lucio Flávio da Cunha Félix por toda ajuda e por consentir meu acesso ao CEDRUL..

(7) Ao Dr. Eduardo Cunha Carneiro Braga pelo valioso auxílio e por permitir meu acesso a INTERFACE.. Aos amigos Fábio, Luana, Priscilla e Suéllen pela grande ajuda em determinados momentos da pesquisa.. À Banca examinadora pela disponibilidade em analisar esse trabalho.. Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia- Mestrado em Clínica Oodntológica pelo empenho e ensinamentos valiosos.. Aos colegas de turma, Armiliana, Betânia, Fábio, Leonardo, Lorena, Manuella, Marcela, Priscilla, Raulisson, Renally, Roniery e Yêska pela convivência agradável, experiências compartilhadas e pelo constante incentivo.. A todos meus amigos por compreender a minha ausência em alguns momentos e por todo apoio dedicado a mim.. Aos Professores da Radiologia pelos ensinamentos compartilhados durante meu estágio docência.. Aos funcionários do Departamento de Odontologia da UEPB, em especial à Márcia Leite, por toda dedicação e atenção.. A todos que de alguma forma ajudaram direta ou indiretamente na realização deste trabalho.. Muito Obrigada!.

(8) “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e Ele tudo fará”. Salmos 37:5.

(9) Análise comparativa entre dois sistemas digitais frente à radiopacidade de materiais dentários. RESUMO. A imagem digital representa um grande avanço na Radiologia Odontológica, uma vez que constitui um método rápido de obtenção de imagem e de fácil avaliação. O objetivo deste trabalho foi comparar o sistema digital semi-direto utilizando o Digora Optime® com o sistema digital indireto que utilizou câmera digital de CCD, frente à radiopacidade dos materiais dentários indicados para base ou forramento, bem como verificar a influência da variação de tempo de exposição e da distância focofilme no grau de radiopacidade apresentado por estes materiais. Foram confeccionados 10 corpos-de prova (4 X 2 mm) para cada marca de material dentário utilizada (KetacTM Molar Easymix, Vidrion F, GC Fugi LiningTM LC, VitrebondTM, tetricMR Z350 XT Flow e Tetric® N Flow), totalizando 60 espécimes, usando uma matriz acrílica. Os corpos-de-prova foram radiografados junto a uma escala de alumínio e secções transversais de dentes com 2mm, por ambos os sistemas digitais em quatro combinações de tempo de exposição/distância foco-filme diferentes(0,12s/20cm; 0,12s/40cm; 0,25s/20cm e 0,25s/40cm). A radiopacidade das estruturas radiografadas foram mensuradas utilizando a função analyse histogram do programa Image J. O dados foram analisados por meio da estatística descritiva e através dos testes não- paramétrico de Wilcoxon-Mann Whitney e teste T de Sudent. Apenas o Vidrion F apresentou radiopacidade inferior a dentina e ao degrau de 2mm do penetrômetro, sendo esta diferença significativa (p<0,05), para todas as situações utilizando o sistema digital semi-direto e, para algumas situações, utilizando o sistema digital indireto. As médias de radiopacidade para todos os materiais estudados foram significativamente maiores (p<0,05) quando foi utilizado o sistema digital semi-direto (Digora Optime®). Houve diferença significativa (p<0,05) na radiopacidade dos materiais, exceto para o Vidrion F, quando ocorreu variação no tempo de exposição, bem como quando ocorreu variação na distância foco-filme. Conclui-se que o sistema digital semi-direto (Digora optime®) mostrou ser mais preciso para as medições de radiopacidade quando comparado ao sistema digital indireto, sendo nesta situação mais indicado para ser utilizado clinicamente como método auxiliar de diagnóstico. Palavras-chave:. radiografia. dentária. digital;. dentários; cimentos de ionômeros de vidro.. radiografia. dentária;. materiais.

(10) Comparative analysis between two digital systems for analyzing radiopacity of restorative materials. ABSTRACT. Digital image is a breakthrough in dental radiology characterized by being a quick and easy method of obtaining and evaluating of images. The aim of this study was to compare the semi-direct digital system (Digora Optime®) with the indirect digital system (CCD digital camera) in relation to radiopacity of dental materials indicated as base or liner. In addition, it was proposed to verify the influence of different exposure times and focus-film distances on the degree of radiopacity shown by these materials. A total of 10 specimens (4 X 2 mm) were made for each brand of restorative material employed (KetacTM Molar Easymix, Vidrion F, GC Fugi LiningTM LC, VitrebondTM, FiltekMR Z350 XT Flow and Tetric® N Flow), total of 60 specimens, by using an acrylic matrix. The specimens were radiographed together with an aluminum scale and cross-sections of teeth with 2 mm by both digital systems in four combinations of exposure time / different focus-film distances (0.12 s / 20 cm; 0.12 s /40 cm, 0.25 s /20 cm, 0.25 s /40 cm). The radiopacity of radiographed structures was measured using the tool “analyze histogram” on the software Image J. Data were analyzed using descriptive statistics and non-parametric tests: Wilcoxon, MannWhitney and Student’s t test. Only Vidrion F showed radiopacity lower than that of dentin and 2-mm cross-sections with statistically significant difference (p < 0.05) for all cases using the semi-direct digital system and for some cases using the indirect digital system. The radiopacity means for all materials studied were significantly higher (p <0.05) when the semi-direct digital system (Digora Optime®) was used. There was significant difference (p <0.05) in the radiopacity of the materials – except for Vidrion F – when exposure time and focus-film distance changed. It was concluded that the semi-direct digital system (Digora optime®) was more precise for measuring radiopacity compared to the indirect digital system. Thus, the semi-direct procedure is indicated to be used clinically as an auxiliary diagnostic method. Keywords: radiography, dental, digital; radiography, dental; dental materials; glass ionomer cements.

(11) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. Al. Alumínio. Ba. Bário. bits. binary digits. CAD. Conversão análogico- digital. CCD. Charged Coupled Divice - Dispositivo de Carga Acoplada. CIV. Cimento de ionômero de vidro convencional. CIVRM. Cimento de ionômero de vidro resinoso modificado. Cm. Centímetros. CMOS-APS. Complementary Metal Oxide Semiconductor- Active Pixel ou Semicondutores de Óxido de Metal Complementar- Pixel Ativado. CONEP. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Image J. Imaging Processing and Analysis in Java. ISO. International Standards Organization. Mm. Milímetros. p. Valor de p. pixel. Picture elements. PSP. Photostimulable phosphor plates - Phorphor storage plates ou placas de armazenamento de fósforo. RCF. Resina composta Flow. S. Segundos. SPSS. Statistical PacKage for the Social Sciences. TIFF. Tagged Image File Format. UEPB. Universidade Estadual da Paraíba.

(12) UFPB. Universidade Federal da Paraíba. VMC. Valor médio de cinza. Yb. Itérbio.

(13) LISTA DE QUADROS. Quadro 1-. Grupos de materiais dentários.......................................... 39. Quadro 2-. Associação de distância foco-filme e tempo de exposição..... 40. ARTIGO 2 Quadro 1-. Combinações de tempo de exposição/ distância focofilme.......................................................................................... 73.

(14) LISTA DE FIGURAS. Figura 1-. Vista superior da matriz de acrílico de 2,19mm de espessura.................................................................................. 32. Figura 2-. Seringa e ponta aplicadora utilizada na inserção dos materiais.................................................................................... 32. Figura 3-. Mensuração dos corpos-de-prova utilizando o paquímetro digital.......................................................................................... 34. Figura 4-. Dentes incluídos na resina acrílica............................................ 35. Figura 5-. Bloco de dente adaptado a dispositivo da cortadeira automática. (A). cortadeira. automática. Labcut. 1010. (B).............................................................................................. 35 Figura 6-. Eliminação da superfície oclusal do terceiro molar (A) corte transversal. com. 2. mm. de. espessura. (B).............................................................................................. 36 Figura 7-. Vista superior dos espécimes (A) vista lateral(B)...................... Figura 8-. Penetrômetro de Alumínio vista superior (A) vista lateral. 36. (B).............................................................................................. 37 Figura 9-. Aparelho convencional de raios X periapical Timex 70E.......... Figura 10-. Sistema Digora Optime®(Soredex/Helsink)............................. 38. Figura 11-. Posicionamento das secções dentárias, dos corpos-de-prova e. do. penetrômeto. sobre. um. 38. filme. periapical.................................................................................... 40. Figura 12-. Plataforma de acrílico................................................................ 41. Figura 13-. Diferentes distâncias foco-filme: 20 cm (A) 40 cm (B)............... 41. Figura 14-. Imagem digital direta sendo analisada pelo programa Image J................................................................................................. 42.

(15) ARTIGO 1 Figura 1-. Imagem feita com o sistema digital semi-direto (Digora Optime ®).................................................................................. 51. Figura 2-. Comparação das médias da radiopacidade dos materiais analisados, em pixels, entre o sistema digital semi-direto (Digora Optime®) e o sistema digital indireto............................ 58.

(16) LISTA DE TABELAS. Tabela 1-. Marca, tipo de material, fabricante, lote e composição dos materiais utilizados.................................................................... 31. ARTIGO 1 Tabela 1-. Marca, tipo de material, fabricante e composição dos materiais utilizados.................................................................... 49. Tabela 2-. Médias da radiopacidade, em pixels, dos diferentes materiais estudados, das estruturas dentárias e de cada degrau do penetrômetro de acordo com os sistemas de raios X, nas quatro situações analisadas (A, B, C e D)................................. Tabela 3-. 54. Comparação dos materiais pesquisados em relação à dentina e ao degrau de 2mm do penetrômetro, utilizando o teste de Wilcoxon-Mann Whitney.............................................. 56. ARTIGO 2 Tabela 1-. Marca, tipo de material, fabricante e composição dos materiais utilizados.................................................................... 71. Tabela 2-. Médias. de. radiopacidade,. em. pixels,. dos. matérias. analisados, estruturas dentárias e degraus do penetrômetro de alumínio............................................................................. Tabela 3-. 75. Comparação da radiopacidade dos materiais nas quarto combinações tempo de exposição/distância foco-filme, para ambos os métodos, utilizando os testes de Wilcoxon e Mann Whitney..................................................................................... .. 76.

(17) SUMÁRIO. 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................... 18. 2. OBJETIVOS ................................................................................................. 28. 2.1. GERAL ......................................................................................................... 28. 2.2. ESPECÍFICOS ............................................................................................. 28. 3. METODOLOGIA .......................................................................................... 30. 3.1. TIPO DE ESTUDO ....................................................................................... 30. 3.2. LOCAL DA PESQUISA ................................................................................ 30. 3.3. MATERIAIS .................................................................................................. 30. 3.4. PREPARAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA............................................... 31. 3.4.1. Preparo do cimento de ionômero de vidro33. 3.4.2. Preparo da resina composta flow ............................................................ 33. 3.4.3. Mensuração e polimento dos corpos-de-prova ...................................... 33. 3.5. SECÇÃO DOS DENTES .............................................................................. 34. 3.6. PENETRÔMETRO DE ALUMÍNIO .............................................................. 37. 3.7. SISTEMA DE OBTENÇÃO DE IMAGENS .................................................. 37. 3.8. ESTUDO PILOTO ........................................................................................ 39. 3.9. PROCEDIMENTOS RADIOGRÁFICOS ...................................................... 39. 3.10. ANÁLISE DAS IMAGENS ............................................................................ 42. 3.11. PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .......................................... 42. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................... 45. 4.1. ARTIGO 1 – Análise comparativa de sistemas digitais na radiopaciade de materiais dentários .................................................................................. 46. 4.2. ARTIGO 2 – Influência do tempo de exposição e distância foco-filme na radiopaciade de materiais dentários ....................................................... 68. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 86. REFERÊNCIAS (Considerações Iniciais e Metodologia) ...................................... 88 APÊNDICES................................................................................................................ 93 APÊNDICE A – Termo de compromisso do responsável pelo projeto ...................... 94 APÊNDICE B– Declaração de concordância com Projeto de Pesquisa .................... 95 APÊNDICE C– Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................... 96 ANEXOS ..................................................................................................................... 97.

(18) ANEXO A - Normas para Submissão de Artigos – Dentomaxillofacial Radiogoly ..... 99 ANEXO B – Normas para Submissão de Artigos – Operative Dentistry .................. 103 ANEXO C – Normas para Submissão de Artigos – Operative Dentistry. 10.

(19) CONSIDERAÇÕES INICIAIS.

(20) 18. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS. O exame radiográfico é um método auxiliar essencial para um diagnóstico preciso e planejamento de tratamentos nos consultórios odontológicos (DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008), já que por meio das radiografias conseguimos visualizar estruturas não acessíveis durante a inspeção clínica (IZQUIERDO et al. 2006). Com o desenvolvimento da informática, a radiologia convencional começou a sofrer um processo de modernização que resultou no surgimento, em 1989, dos primeiros sistemas digitais produzidos para a área odontológica. Tendo em vista os problemas comumente relacionados ao uso das radiografias convencionais, tais como a necessidade de várias etapas para o seu processamento, que podem interferir na qualidade final da radiografia (WHITE, 2007; BORGES et al. 2011), e a difícil. manutenção. da. qualidade. das. substâncias. químicas. utilizadas. no. processamento (WHITE, 2007;HITIJ; FIDLER, 2012), os sistemas digitais estão sendo cada vez mais adotados pelos profissionais da odontologia, uma vez que eliminam tais inconvenientes (DUKIC et al. 2012a), constituindo um método rápido de obtenção de imagem e de fácil avaliação (SALZEDAS; LOUZADA; OLIVEIRA FILHO, 2006) . As imagens digitais apresentam um conteúdo numérico e são distintas de duas formas: 1) em termos de distribuição espacial dos pixels e 2) em termos dos diferentes tons de cinza de cada pixel. Uma imagem digital nada mais é do uma matriz composta por um arranjo de células individuais (pixels) dispostos de forma ordenada em linhas e colunas. O pixel (Picture elements) é o ponto de resolução gráfica que se traduz na menor unidade de informação da imagem, são eles que carregam valores numéricos que correspondem aos tons de cinzas visualizados no monitor (IANNUCCI; HOWERTON, 2010; WHITE, 2007). Nos sistemas digitais, todos os sinais elétricos que dão origem à imagem digital são convertidos em dígitos binários (bits). O bit (binary digits -bits) representa a unidade básica fundamental da linguagem digital, sendo composto pelos elementos 0 e 1, onde 0 corresponde à ausência e 1 significa a presença de corrente elétrica. Quando oito bits são agrupados formam uma unidade denominada Byte, que pode apresentar 256 possíveis combinações numéricas, que em relação à imagem digital corresponde a 256 nuanças de cinza variando do preto ao branco,.

(21) 19. onde o preto recebe o valor zero e o branco o valor 255 (HAITER NETO; MELO, 2009). Embora a imagem digital e imagem analógica se apresentem de forma similar, estas diferem quanto à natureza de formação. A formação da imagem pelo sistema digital começa com processos analógicos, onde cada pixel do detector eletrônico absorve uma quantidade de raios X que gera uma pequena voltagem. A produção da imagem digital ocorre através de um processo chamado de conversão análogico- digital (CAD), que se dá por meio da amostragem, que agrupa uma pequena faixa de valores de voltagem em um único sinal, e da quantificação, que atribui um valor para cada grupo de sinal. O computador organiza os pixels em sua localização apropriada na matriz e atribui um tom de cinza correspondente ao número que lhe foi atribuído durante a quantificação, o que permite que a imagem possa ser visualizada (HAITER NETO; MELO, 2009; WHITE, 2007). Desta maneira, a imagem digital possibilita uma abordagem quantitativa na visualização das imagens radiográficas, que até então eram avaliadas por parâmetros meramente qualitativos, oferecendo aos profissionais e pacientes uma série de vantagens em relação às radiografias convencionais (BAGATINI; HEHN; FONTANELLA, 2004). Dentre elas podemos citar: manipulação e ampliação de imagens, ajuste de contraste e brilho, possibilidade de colocá-las em alto relevo e inverter as áreas radiopacas para radiolúcidas, dispensa o uso de filmes radiográficos e de processamento químico, não causa danos ao meio ambiente, reduz o tempo de exposição do paciente e do operador às radiações ionizantes, bem como o tempo para obtenção das imagens, possibilitando seu armazenamento sem perda da qualidade (BAGATINI; HEHN; FONTANELLA, 2004; DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008; GU et al., 2006; HITIJ ; FIDLER, 2012; LACHOWSKI, 2011; SALZEDAS; LOUZADA; DE OLIVEIRA FILHO, 2006). Além dessas vantagens, o sistema digital ainda atribui valores numéricos para cada nuance de cinza, o que permite determinar a radiopacidade em áreas de imagem digitalizada, constituindo um importante recurso na determinação do grau de densidade das estruturas e dos materiais analisados (BAGATINI; HEHN; FONTANELLA, 2004; BISSOLI et al. 2008; BRAUN et al., 2008). Atualmente, existem vários sistemas digitais de uso odontológico. Para facilitar o entendimento Haiter Neto e Melo (2009) propôs dividir os métodos de.

(22) 20. aquisição de imagem de três maneiras diferentes: aquisição direta, aquisição semidireta e aquisição indireta. O método de aquisição direta da imagem digital utiliza, no lugar do filme radiográfico convencional, receptores de imagem do tipo sensor-sólido, que podem ser encontrados no mercado em dois tipos: os sensores que utilizam a tecnologia CCD (Charged Coupled Divice) - Dispositivo de Carga Acoplada, ou CMOS-APS (Complementary Metal Oxide Semiconductor- Active Pixel) – Semicondutores de Óxido de Metal Complementar – Pixel Ativado (HAITER NETO; MELO, 2009). Os sensores sólidos possuem uma fina superfície de silício acondicionada no interior do seu invólucro plástico onde se dá a captura da imagem radiográfica digital. A maioria desses sensores é conectada ao computador por um cabo de fibra óptica, que permite uma transferência dos dados quase que imediatamente para o computador após a exposição dos sensores aos raios-X, levando ao aparecimento da imagem no monitor em segundos. Essa característica destes sistemas oferece uma relevante vantagem em relação ao filme radiográfico convencional, uma vez que. reduz. o. tempo. clínico. para. obtenção. de. imagem,. possibilitando,. consequentemente, o atendimento de um maior número de pacientes (IANNUCCI; HOWERTON, 2010). Na aquisição semi-direta da imagem digital, são utilizadas as placas de armazenamento de fósforo ou placas de fósforo fotoestimuladas (PSP – Photostimulable phosphor plates - Phorphor storage plates) que possuem a capacidade de armazenar a energia absorvida dos fótons dos raios X e emiti-la na forma de luz quando é realizado o seu escaneamento pelo sistema de leitura (BISSOLI et al. 2008; DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008). Essas placas se caracterizam por não possuir fio acoplado e apresentar dimensões similares as do filme convencional intra-oral (BISSOLI et al. 2008; DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008). São constituídas por uma base de poliéster, coberta em uma de suas faces por um material de fósforo fotoestimulável correspondente ao flúor haleto de bário, acrescido de europium. O bário em combinação com o iodo, cloro ou bromo forma uma gelatina cristalina, que com a adição do europium (Eu+2) apresenta imperfeições. Quando exposta à radiação X, os elétrons de valência do europium contidos na placa de armazenamento de fósforo absorvem energia (Eu+3) e migram para os centros F dos haletos na gelatina, onde.

(23) 21. permanecem em estado de latência, formando a imagem latente (HAITER NETO; MELO, 2009; WHITE, 2007). Para que essa imagem latente possa ser visualizada no monitor do computador, ou seja, para que a energia armazenada na placa de armazenamento de fósforo seja convertida em imagem digital é necessário fazer a leitura desta placa por meio de um scanner a laser próprio para cada sistema digital semi-direto (BISSOLI et al. 2008; DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008). Durante a leitura, que é realizada por um feixe de luz vermelha de aproximadamente 600 nm, os elétrons do flúor haleto de bário são lançados para a faixa de condução, fazendo com que o europium volte ao estado Eu+2, liberando a energia armazenada em forma de luz do espectro verde ou azul, a depender do sistema utilizado (HAITER NETO; MELO, 2009; WHITE, 2007). Fibras óticas conduzem a luz emitida pelas placas de fósforo para um tubo fotomultiplicador que as converte em energia elétrica de voltagem variante. Esse sinal de voltagem é quantificado por um conversor analógico-digital que consegue transformar essa energia em dígitos binários, fazendo com que a imagem analógica seja convertida em imagem digital (DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008; WHAITES, 2009). Em alguns sistemas, após a leitura, se houver resíduos de imagens de exposições anteriores na placa, esta deve ser dessensibilizada através do brilho de uma luz intensa, que pode ser do tipo fluorescente ou incandescente (HAITER NETO; MELO, 2009; WHITE, 2007). Apesar das vantagens apresentadas por estes sistemas, essas placas apresentam o inconveniente de serem facilmente arranhadas, levando a fácil danificação da imagem radiográfica. Entre os vários sistemas digitais que utilizam a placa de armazenamento de fósforo, o Digora Optime® é um dos menos susceptíveis a arranhões. Estes sistemas, além do invólucro plástico, possuem um envelope de papel protetor, que permite a proteção da placa não só durante a exposição, mas também durante a inserção da placa no seu scanner. O fato deste sistema apresentar dessensibilização interna também diminui o contato da face ativa da placa com superfícies que podem manchá-las ou arranhá-las (HAITER NETO; MELO, 2009). No método indireto, a imagem radiográfica é obtida de forma convencional, com o uso do conjunto de películas e/ou écrans intensificadores, processadas.

(24) 22. quimicamente e submetidas a um processo de digitalização que pode se feita por meio de câmera CCD, scanners de laser de alta definição adaptados para transparência ou um scanner de mesa (FURTOS et al., 2012). Quando a imagem é digitalizada, a informação contida nos grãos de prata é capturada pelos scanners e transformada em dígitos binários através de uma placa de circuito anexa ao computador, que a converte em uma imagem digital (DUARTE; ARAÚJO; SANNOMIYA, 2008; HAITER NETO; MELO, 2009). Por sua vez, esta imagem que pode ser analisada ou modificada por meio de programas de manipulação de imagem dos sistemas digitais, ou programas como Photoshop, Image J e Emago (HAITER NETO; MELO, 2009). As vantagens comuns aos demais sistemas digitais como à menor contaminação do meio-ambiente, menor tempo de trabalho não se aplicam as imagens obtidas pela aquisição indireta, uma vez que ela esta sujeita a todos os inconvenientes relacionados à obtenção da imagem pelo método convencional (AKCAY; ILHAN; DUNDAR, 2012). Além disso, como as radiografias digitalizadas tendem a ter maior variação do nível de cinza, já que a leitura da imagem depende das características específicas do scanner (GRAZIOTTIN et al. 2002), é possível que as imagens obtidas por esse método possam apresentar uma qualidade inferior quando comparadas as imagens obtidas pelos sistemas digitais diretos (IANNUCCI & HOWERTON 2010). Devido a grande variedade de sistemas de obtenção de imagens, encontramos na literatura alguns estudos (WENZEL et al. 1998; TORRIANI; GONÇALVES; VIEIRA, 2000; TOVO et al., 2003; LAMBERT, 2004; SABBAGH et al., 2004; WESTPHALEN; MORAES; WESTPHALEN, 2004; PACE; HABITANTE, 2005; GRASSL; SCHULZE, 2007; BAKSI; ERMIS, 2007; PONTUAL et al., 2009; AKCAY; IHAN; DUNDAR, 2012) que comparam os diferentes sistemas com o objetivo de pesquisar a existência de superioridade de um sistema em relação a outro quanto à qualidade da imagem formada para diagnóstico. A imagem radiográfica é formada por um conjunto de áreas claras (radiopacas) e áreas escuras (radiolúcidas), na qual diferentes tons de cinza podem ser visualizados entre o branco e o preto (MAURIELLO; PLATIM, 2001). A radiopacidade pode ser definida como o inverso da densidade óptica de uma imagem radiográfica, que por sua vez fornece uma medida da quantidade do.

(25) 23. escuro que aparece no filme processado, percebido pelo olho humano (PIRES DE SOUZA et al., 2010). Para os materiais odontológicos, principalmente quando utilizados como primeiro incremento, a radiopacidade é considerada uma propriedade crucial, uma vez que possibilita um apropriado diagnóstico radiográfico (HITIJ; FIDLER, 2012), o que permite ao cirurgião dentista diferenciar tais materiais dos tecidos dentais circundantes (esmalte e dentina), além de detectar a presença de infiltrações e cárie secundária (SALZEDAS; LOUZADA; OLIVEIRA FILHO, 2006; BORGES et al., 2011; FURTOS et al., 2012; MOHN et al., 2010). Atualmente, vários materiais são indicados para serem utilizados como base ou forradores sob restaurações de amálgama ou de resina compostas, entre eles podemos destacar os cimentos de ionômero de vidro (convencional e resinoso modificado) e as resinas compostas flow (LACHOWSHI, 2011). Os cimentos de ionômero de vidro tem ampla indicação na odontologia devido as suas propriedades benéficas como liberação de flúor e adesão à estrutura dentária (MEDICI FILHO, et al., 2004). A utilização destes materiais, como base ou forramento, principalmente sob as resinas compostas, tem se constituído numa alternativa importante para a restauração de dentes posteriores, já que esta associação permite diminuir a quantidade de resina composta, minimizando a tensão da contração de polimerização, além de criar uma interface ácido-resistente pela liberação de íons flúor, que pode constituir em um mecanismo acessório no controle do processo da cárie secundária (GEGLER et al. 1999; HITIJ; FIDLER, 2012). Além dos materiais ionoméricos, as resinas compostas flow também são comumente utilizadas como primeiro incremento sob restaurações de resinas compostas, com o objetivo de compensar o estresse oriundo da contração de polimerização destas, o que favorece a união de material restaurador ao dente, minimizando as chances de ocorrer microinfiltração e sensibilidade pós-operatória (ATTAR; TAM; MCCOMB, 2003; IMPERIANO et al., 2007). Estes materiais foram criados mantendo o mesmo tamanho da partícula da resina composta híbrida tradicional, no entanto tiveram o teor de carga reduzido e a proporção de monómeros diluentes aumentado na sua composição, o que proporcionou uma maior fluidez ao material (ATTAR; TAM; MCCOMB, 2003; IMPERIANO et al., 2007). Embora apresentem características favoráveis, Baldea et.

(26) 24. al. (2007) afirmam que o baixo conteúdo de carga desses materiais pode proporcionar uma baixa radiopacidade ao material. Convém ressaltar, que materiais odontológicos quando usados como base e forradores devem apresentar valores de radiopacidade adequados (LACHOWSHI, 2011). Embora uma boa radiopacidade seja desejável em um material dentário, Curtis et al. (1990); Hara, Serra, Rodrigues (2001); Hitij, Fidler (2012); Imperiano et al. (2007) e Salzedas, Louzada, De Oliveira Filho (2006) defendem que valores de radiopacidade extremamente altos, como os das restaurações metálicas, também não são satisfatórios, pois podem encobrir áreas suspeitas, interferindo no diagnóstico de lesões de cáries, bem como na adaptação cervical das restaurações classe II. Com a finalidade de se estabelecer uma padronização para a radiopacidade de materiais odontológicos a International Standards Organization (ISO), criou as para os cimentos de ionômero de vidro a norma ISO 9917 e para resinas compostas a norma ISO 4049. De acordo com tais normas, quando um fabricante afirma que seu produto é radiopaco, esta radiopacidade deve ser no mínimo igual ou maior do que a radiopacidade apresentada pela mesma espessura de alumínio puro (Al). Sabe-se que o alumínio apresenta uma radiopacidade equivalente à radiopacidade da dentina, ou seja, a radiopacidade de 1 milímetro (mm) de alumínio equivale a radiopacidade de 1 mm de dentina. Diante desta situação, em estudos que se propõe mensurar a radiopacidade de materiais, a ISO recomendam o uso de uma escala de alumínio, com ao menos 98% de pureza, que deve ser adotada como padrão. Alguns autores como Sidhu et al. (1996), Hara, Serra e Rodrigues Jr. (2001), Turgut, Attar e Onen (2003) e Hitij e Fidler (2012) ainda sugerem que para um material ser utilizado como forrador ou base, sua radiopacidade deveria ser igual ou ligeiramente superior à radiopacidade do esmalte, de forma a vir facilitar sua detecção no exame radiográfico. Devido ao constante lançamento de produtos odontológicos no mercado e a falta de homogeneidade no padrão de radiopacidade destes, encontramos na literatura alguns estudos (SHAH et al. 1997; GEGLER et al. 1999; BAGATINI; HEHN; FONTANELLA, 2004; IMPERIANO et al., 2007; TSUGE, 2009; PIRES DE SOUZA et al., 2010; SALZEDAS; LOUZADA; DE OLIVEIRA FILHO, 2006; FONSECA et al.,.

(27) 25. 2006; HEHN et al., 2007; ERGUCU et al., 2010; HITIJ; FIDLER, 2012) que buscam analisar essa propriedade em diversos materiais odontológicos. Com o advento da tecnologia digital, os estudos mais recentes estão avaliando a radiopacidade de materiais empregando métodos digitais, que utilizam software específico para determinar valores de cinza para os pixels da imagem analisada (BORGES et al., 2011). Ergucu et al. (2010) utilizaram radiografias digitalizadas por scanner com adaptação para transparência, que tiveram os valores de cinza mensurados pelo método de análise de imagens digitais para investigar a radiopacidade de seis resinas compostas flow (Clearfil Majesty Flow, Estelite Flow Q, Tetric N Flow, Esthet X Flow, Filtek Supreme XT Flow and Gradia Direct LoFlo), na espessura de 1 mm , comparando com o esmalte, dentina (com a mesma espessura) e a uma escala de alumínio. Estes autores concluíram que todos os materias testados apresentaram a radiopacidade requerida pela ISO, no entanto, sugeriram que mais estudos seriam necessários para verificar os potenciais benefícios e limitações clínicas destes materiais, uma vez que houve diferença estatisticamente significativa entre eles quanto à radiopacidade. No estudo de Hitij & Fidler (2012) foi medido a radiopacidade de 33 resinas compostas convencionais, 16 resinas compostas flow e 7 cimentos de ionômero de vidro (convencionais e modificados por resina), comparando os valores achados com aqueles declarados pelos fabricantes. Os corpos-de-prova de cada material e espécimes de dentes, com 2 mm de espessura, foram radiografados junto a escala de alumínio utilizando o sistema digital Digora®. Os valores de cinza foram obtidos a partir da análise das imagens radiográficas, obtendo que todos os 56 materiais dentários analisados apresentaram valor de radiopacidade superior ao da dentina, que é considerada como referência. Estes autores puderam constatar também que quase metade dos fabricantes não fornecia os valores exatos de radiopacidade dos seus produtos, mesmo assim, quando comparado os valores achados neste estudo com os declarados pelos fabricantes havia concordância. Com o objetivo de determinar a influência do conteúdo de preenchimento inorgânico na radiopacidade de 18 cimentos resinosos, utilizando um sistema digital (XIOS Plus), Furtos et al. (2012) confeccionaram 4 discos de cada material com 1mm de espessura, que foram radiografados juntamente a uma escala de alumínio. Deste modo, constataram que, alguns cimentos odontológicos testados mostraram.

(28) 26. correlação direta entre a porcentagem de preenchimento e radiopacidade, mas não houve diferença estatisticamente significativa em relação as diferentes tonalidades do mesmo material. Dukic et al. (2013) avaliaram a radiopacidade de 19 resinas compostas flow utilizando um sistema digital com sensor CCD. Desta forma, foram feitos três corposde-prova de cada material com a espessura de 1mm, que foram radiografados junto a uma secção longitudinal de dente e uma escala de alumínio. Para cada corpo-deprova foram feitas três exposições utilizando cinco diferentes combinações de tempo/voltagem, mantendo a distância foco-filme constante em 30 cm. Sendo assim, observaram que todos os materiais apresentaram radiopacidades maior do que a dentina. Afirmando que as técnicas de análise digital da radiopacidade representam um método viável, rápido e preciso para caracterizar radiopacidade de resina composta flow. Considerando que os atuais sistemas digitais diretos apresentam a limitação de alto custo inicial para sua aquisição, o sistema digital indireto pode representar um método viável uma vez que associa o baixo custo dos sistemas convencionais a algumas vantagens dos sistemas digitais tais como armazenamento e manipulação das imagens. Apesar da importância dos estudos comparativos entre diferentes métodos de obtenção de imagens, poucos são os que propõem essa comparação em relação a radiopacidade de materiais utilizados como base ou forramento. Sendo assim, estudos desta natureza devem ser conduzidos de forma a fornecer ao cirurgiãodentista uma orientação baseada em evidências científicas de qual sistema pode ser melhor utilizado como auxiliar no diagnóstico..

(29) 27. OBJETIVOS.

(30) 28. 2 OBJETIVOS. 2.1 OBJETIVO GERAL. Comparar a imagem radiográfica digital semi-direta com imagem radiográfica digital indireta frente à radiopacidade dos materiais dentários utilizados para base ou forramento.. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS. Comparar a radiopacidade das diferentes marcas de materiais estudados entre si. Verificar a radiopacidade dos materiais em relação à dentina dos diferentes grupos de dentes (terceiro molar e pré-molar hígidos) e ao degrau de 2mm do penetrômetro. Avaliar a influência do tempo de exposição na radiopacidade dos materiais em ambos os métodos de obtenção de imagem, por meio da análise digital das imagens. Analisar a interferência da distância foco-filme na radiopacidade dos materiais em ambos os métodos de obtenção de imagem, por meio da análise digital das imagens..

(31) 29. METODOLOGIA.

(32) 30. 3 METODOLOGIA. 3.1 TIPO DE ESTUDO. Foi realizado um estudo laboratorial do tipo quantitativo.. 3.2 LOCAL DA PESQUISA. A confecção dos corpos-de-prova do estudo foi realizada no laboratório de dentística da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e os procedimentos radiográficos na clínica de Radiologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).. 3.3 MATERIAIS. Foram incluídas neste estudo seis diferentes marcas comerciais de materiais dentários, com indicação para serem utilizados como base ou forramento em cavidades profundas. Desta forma, foram avaliados três tipos de materiais diferentes: duas marcas de cimento de ionômero de vidro convencional (CIV), duas marcas de cimento de ionômero resinoso modificado (CIVRM) e duas marcas de resina composta Flow (RCF). Para uma melhor padronização, todos os materiais utilizados possuíam a cor A3. A seleção dos materiais foi realizada com base em uma revisão da literatura a cerca de quais marcas e fabricantes eram mais pesquisados em estudos publicados em periódicos com reconhecimento internacional. Os detalhes de marca, fabricante, composição e lote estão apresentados na Tabela 1..

(33) 31. Tabela 1- Marca, tipo de material, fabricante, lote e composição dos materiais utilizados. Produto KetacTM Molar Easymix. Tipo de Fabricante Lote material CIV 3M®,ESPE, 460726 Sumaré SP, Brasil. Vidrion F. CIV. GC Fuji CIVRM TM Lining LC. VitrebondTM CIVRM FiltekMR RCF Z350 XT Flow. Tretic® N- RCF Flow. Composição. Pó: vidro de fluorsilicato, estrôncio e lantânio. Líquido: ácidos policarbônico e tartárico, água (Lachowski, 2011). SS White, 0040711 Pó: fluorsilicato de sódio Rio de cálcio alumínio, sulfato de Janeiro- RJ bário, ácido poliacrílico, pigmento óxido ferroso Líquido: ácido tartárico, água destilada GC 1108061 Pó: aluminosilicato de vidro. America Líquido: água destilada, ácido acrílico, 2hidroxietilmetacrilato, urethanedimethacrylate, canforoquinona. 3M®,ESPE, N396100 Pó: fluoro-aluminosilicato Sumaré Líquido: ácido SP, Brasil polialcenoico/polialquenoico 3M®,ESPE, N329800 Resinas BIS-GMA, Sumaré TEGDMA e Procrylat K SP, Brasil (dimetacrilato substituto). A porção inorgânica é formada por uma combinação partículas de fluoreto de itérbio, partículas de sílica e aglomerado de sílica/zircônia. Ivoclar P20944 TEGDMA (dimetacrilato), Vivadent oxido de bário, trifluoreto de itérbio, sílica , óxidos mistos, pigmentos, catalisadores e estabilizadores.. Fonte: Programa de Pós-Graduação- Mestrado em Odontologia- UEPB.. 3.4 PREPARAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA. Utilizado uma matriz de acrílico, de forma semelhante ao trabalho de Tsuge (2009), foram feitos 10 corpos-de-prova de cada material, obtendo um total de 60.

(34) 32. corpos-de-prova. A matriz utilizada, medindo 15 cm x 7,5 cm, possuía orifícios padronizados com 4 mm de diâmetro e profundidade igual à espessura total da placa que era de 2,19mm. Esses orifícios serviram como sítios para a inserção dos materiais em análise.. Figura 1- Vista superior da matriz de acrílico de 2,19mm de espessura. Fonte: Autor da pesquisa. Sendo assim, a matriz de acrílico foi colocada sobre uma placa de vidro de 20 mm de espessura, previamente forrada por uma lâmina plástica, e fixada com fita adesiva. Todos os orifícios foram isolados com vaselina sólida, antes da inserção dos materiais.. 3.4.1 Preparo do cimento de ionômero de vidro. Cada marca comercial de CIV e CIVRM foram manipuladas de acordo com a proporção e especificações dos respectivos fabricantes sobre um bloco de papel para espatulação. Com a finalidade de minimizar a formação de bolhas, o material foi inserido em uma ponta dispensadora para seringa Centrix (DFL, Rio de Janeiro, Brasil) e colocado no interior dos orifícios da matriz acrílica.. Figura 2- Seringa e ponta aplicadora utilizada na inserção dos materiais. Fonte: Autor da pesquisa.

(35) 33. Os materiais foram pressionado por uma lâmina de vidro de 2 mm de espessura, intermediada por uma tira de poliéster transparente, com o objetivo de limitar a espessura do corpo-de-prova e nivelar sua superfície. Os corpos-de-prova dos CIVRMs foram fotopolimerizados, um a um, pelo tempo preconizado pelos respectivos fabricantes (30 segundos) utilizando o aparelho Optilight LD MAX (Gnatus, Ribeirão Preto, Brasil) de 600mW/cm², com comprimento de onda entre 440- 460nm. Essa fotopolimerização era feita encostando a ponta do aparelho sobre a lâmina de vidro de 2mm. Já para os corpos-de-prova dos CIVs, foram esperado o tempo de presa total recomendado pelo fabricante.. 3.4.2 Preparo da resina composta flow. As resinas compostas flow foram inseridas utilizando a ponta dispensadora que acompanha o produto. Após sua inserção no interior do orifício uma tira de poliéster transparente e uma lâmina de vidro de 2 mm foram colocados sobre o material, a fim de comprimir o material limitando a espessura dos corpos-de-prova. Os materiais foram fotoativados pelo tempo indicado pelo fabricante (20 segundos) com o aparelho Optilight LD MAX (Gnatus, Ribeirão Preto, Brasil) de 600mW/cm², com comprimento de onda entre 440- 460nm. Para isso, a ponta do aparelho era colocada encostada sobre a lâmina de vidro de 2mm.. 3.4.3 Mensuração e polimento dos corpos-de-prova. Após o período de presa específico para cada material, os corpos-de-prova foram removidos da matriz acrílica e tiveram suas espessuras mensuradas por um paquímetro digital (Figura 3). Os valores encontrados para as espessuras dos corpos-de-prova variam de 2,30 a 2,13 mm. Para garantir a padronização da espessura em 2mm com uma tolerância crítica de ±0,01, todos espécimes foram polidos utilizando lixas d’agua com granulação de 400, 600 e 1000, como realizado no estudo de Dukic et al. (2012a)..

(36) 34. Figura 3- Mensuração dos corpos-deprova utilizando o paquímetro digital. Fonte: Autor da pesquisa. Até que fosse realizado o procedimento radiográfico, os corpos-de-prova de CIV e CIVRM foram isolados com vaselina sólida e acondicionados a seco em frascos individualmente identificados, enquanto que os corpos-de-prova da RCF foram mantidos em frascos individualmente identificados contendo água destilada.. 3.5 SECÇÃO DOS DENTES. Após submissão e aprovação do projeto pelo Comissão Nacional de Ética em Pesquisa da UEPB, estando de acordo com resolução 196/96, foram utilizados um pré- molar e um terceiro molar humano hígidos, extraídos de um mesmo paciente por indicação ortodôntica, obtidos em consultório particular. O paciente ao ceder seus dentes para o estudo in vitro foi informado e esclarecido a respeito dos objetivos da pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice C). Os dentes foram seccionados seguindo a metodologia proposta por Ergucu et al. (2010) no Laboratório de Técnicas Morfológicas Maria Selma Feitosa Ventura, do Departamento de Morfologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Esses dentes tiveram suas raízes incluídas na resina acrílica, próxima à junção cemento-esmalte (Figura 4)..

(37) 35. Figura 4- Dentes incluídos na resina acrílica. Fonte: Autor da pesquisa. O bloco de cada dente foi adaptado a uma cortadeira automática (Labcut 1010), que inicialmente eliminava a superfície oclusal do dente, depois a máquina era graduada para fazer cortes com espessura precisa no sentido transversal (Figura 5 e 6).. (A). (B). Figura 5- Bloco de dente adaptado a dispositivo da cortadeira automática (A) cortadeira automática Labcut 1010 (B). Fonte: Autor da pesquisa.

(38) 36. (A). (B). Figura 6- Eliminação da superfície oclusal do terceiro molar (A) corte transversal com 2 mm de espessura (B). Fonte: Autor da pesquisa.. De cada coroa foram seccionados apenas um fragmento, no sentido transversal, com espessura de 2 mm. Desta maneira, os espécimes resultantes foram compostos por esmalte ao redor e dentina no centro (Figura 7).. (A). (B). Figura 7- Vista superior dos espécimes (A) vista lateral(B). Fonte: Autor da pesquisa. Para ajuste da espessura em 2 mm ± 0,01, os espécimes foram polidos, como realizado no estudo de Dukic et al. (2012a), sob água corrente com lixas d’agua com granulação de 600 até obter a espessura desejada, conferida através de um paquímetro digital. Os espécimes foram armazenados em água de torneira até o procedimento radiográfico ser conduzido..

(39) 37. 3.6 PENETRÔMETRO DE ALUMÍNIO. Foi utilizado, como padrão interno das radiografias, um penetrômetro de alumínio com 98% de pureza, em forma de escada, com 8 degraus, onde cada degrau apresentava 2mm, sendo assim, o primeiro tinha 2 mm e o último 16mm (Figura 8).. (A). (B). Figura 8- Penetrômetro de Alumínio vista superior (A) vista lateral (B). Fonte: Autor da pesquisa. 3.7 SISTEMAS DE OBTENÇÃO DE IMAGENS. Para a obtenção da imagem digitalizada, inicialmente foram utilizados filmes periapicais Insight® (Kodak, Rochester, New York, EUA) de sensibilidade E/F e o aparelho convencional de raios X periapical Timex 70E (Gnatus, Ribeirão Preto,-SP, Brasil), com 70kvp e 7mA (Figura 9). As radiografias obtidas, por esse aparelho, foram processadas manualmente, 2 horas após sua exposição, utilizando revelador e fixador, pronto para uso, da Kodak (Rochester, New York, EUA). Sendo assim, foi empregado o método tempo/temperatura, sob uma temperatura de 27ºC, que iniciou com 5 minutos de revelação, seguido de lavagem intermediária de 1 minuto, 5 minutos de fixação e uma lavagem final de 5 minutos. Em seguida, os filmes radiográficos foram digitalizados utilizando uma câmera digital de CCD (Canon PowerShot A2300 16 MP), com resolução de 300 dpi e profundidade de 8 bit. A digitalização foi realizada em ambiente escuro, com o filme radiográfico posicionado em um negatoscópio, sendo que as áreas que não foram cobertas pelo filme foram envoltas por máscaras pré-fabricadas. Com a finalidade de obter uma padronização da distância entre da câmera e a película foi utilizado um dispositivo padronizador..

(40) 38. Figura 9- Aparelho convencional de raios X periapical Timex 70E. Fonte: Autor da pesquisa. As imagens digitais semi-diretas foram obtidas utilizando o mesmo aparelho convencional de raios X periapical Timex 70E (Gnatus, Ribeirão Preto,-SP, Brasil), com 70kvp e 7mA, utilizando a placa de armazenamento de fósforo que eram lidas pelo Digora Optime® (Soeredex, Helsink- Finlândia) logo após a exposição (Figura 10).. Figura 10Sistema Digora Optime® (Soredex/Helsink). Fonte: Autor da pesquisa.

(41) 39. 3.8 ESTUDO PILOTO. Antes da realização do procedimento radiográfico propriamente dito foi realizado um estudo-piloto com a finalidade de avaliar a técnica de confecção dos corpos-de-prova, funcionamento dos aparelhos radiográficos, os tempos de exposição e distância foco-filme a serem utilizados, bem como a dinâmica da coleta dos dados. Para tal, foram confeccionados 2 corpos-de-prova de cada marca de material selecionado, que foram radiografados utilizando diferentes combinações de tempo de exposição/ distância foco-filme para ambos os métodos de obtenção de imagem. Foram selecionadas, de forma subjetiva por dois radiologistas, quatro combinações de tempo de exposição/distância foco-filme para realizar os procedimentos radiográficos: 0,12s/20cm, 0,12s/40cm, 0,25s/20cm e 0,25s/40cm. Por meio do estudo piloto conseguimos minimizar as possíveis dificuldades que poderiam ser encontradas durante a realização da pesquisa.. 3.9 PROCEDIMENTOS RADIOGRÁFICOS. Para facilitar a execução das radiográfias, os corpos-de-prova das seis marcas foram separados em dois grupos, como é mostrado no Quadro 1.. Quadro 1- Grupos de materiais dentários. Grupos Materiais dentários G1 G2. KetacTM Molar Easymix / GC Fuji LiningTM LC / FiltekMR Z350 XT Flow Vidrion F/ VitrebondTM / Tretic® N-Flow. Como para cada marca foram feitos 10 corpos-de-prova, cada grupo possuíam 10 conjuntos cada um com 3 corpos-de-prova diferentes. Por sua vez, todos os 10 conjuntos que formavam um grupo foram radiografados pelo sistema digital semi-direto e indireto em quatro situações diferentes. Foram analisados dois tempos de exposição (0,12s ou 0,25s) e duas distâncias foco-filme (20 cm ou 40 cm), para ambos os sistemas de obtenção de imagem. Para cada situação, ou seja, para cada combinação de tempo de.

(42) 40. exposição/distância foco-filme foram atribuídos letras de A a D, como mostra o Quadro 2.. Quadro 2 - Associação de distância foco-filme e tempo de exposição. Letras A. Tempo Exposição 0,12s. de Distância foco-filme. B. 0,12s. 40 cm. C. 0,25s. 20 cm. D. 0,25s. 40 cm. 20 cm. Desta forma, para cada grupo foram obtidas 40 imagens pelo sistema digital indireto e 40 imagens pelo sistema digital direto, fornecendo um total de 160 imagens a serem analisadas pelo estudo. Para cada irradiação foram posicionados sobre o filme periapical ou sobre a placa de armazenamento de fósforo as seguintes estruturas: uma secção do terceiro molar, uma secção do pré-molar, os corpos-de-prova de marcas diferentes correspondente a cada grupo e o penetrômetro de alumínio (Figura 11).. Figura 11- Posicionamento das secções dentárias, dos corpos-de-prova e do penetrômeto sobre um filme periapical. Fonte: Autor da pesquisa. Cada conjunto deste foi posicionado sobre uma plataforma de acrílico (Figura 12), criada para padronizar o posicionamento das estruturas a serem radiografadas.

(43) 41. e a distância foco-filme, em cada situação analisada. Este dispositivo mantinha o cabeçote e o cone da máquina de raios X na mesma posição, fazendo com que o raio central desta fosse dirigido para um ângulo de 90º em relação ao filme ou placa de armazenamento de fósforo (Figura 13). .. Figura 12- Plataforma de acrílico. Fonte: Autor da pesquisa. (A). (B). Figura 13- Diferentes distâncias foco-filme: 20 cm (A) 40 cm (B). Fonte: Autor da pesquisa.

(44) 42. 3.10 ANÁLISE DAS IMAGENS. Todas as imagens radiográficas (digitais e digitalizadas) foram exportadas para o programa Image J ( Imaging Processing and Analysis in Java, National Institute of Mental Health, Bethesda, Maryland, USA) no formato TIFF (Tagged Image File Format), onde tiveram a radiopacidade dos materiais bem como a radiopacidade das secções dentárias (esmalte e dentina) e de cada degrau do penetrômetro mensurada. A radiopacidade, em pixel, foi determinada utilizando a função analyse histogram do programa que mensurava o valor médio de cinza (VMC) para cada estrutura, em uma determinada área de interesse. O VMC foi representado dentro de uma escala que varia entre 0 (preto) a 255 (branco). Em seguida, três medidas foram realizadas, em posições diferentes, e as médias dos VMC das amostras foram calculadas.. Figura 14- Imagem digital direta sendo analisada pelo programa Image J. Fonte: Autor da pesquisa.. 3.11 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS. A análise estatística dos dados obtidos foi realizada através de percentuais e das medidas estatísticas: média, mediana, desvio padrão. Aplicando os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk, verificou-se que os dados não seguiram a distribuição normal (p<0,05). Sendo assim, foram utilizados os testes nãoparamétricos de Wilcoxon e Mann Whitney para verificar a associação entre variáveis categóricas, e o teste de T de Student para comparação de médias de duas amostras independentes. O programa utilizado para digitação dos dados e.

(45) 43. obtenção dos cálculos estatísticos foi o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 17. Sendo estabelecido o nível de significância de 5% (p< 0,05) para todos os testes estatísticos empregados..

(46) 44. RESULTADOS E DISCUSSÃO.

(47) 45. ARTIGO 1 Periódico: Dentomaxillofacial Radiology ISSN 1476-542X / Qualis Odontologia A1 Artigo formatado segundo as normas de publicação do periódico (ANEXO A)..

(48) 46. 4.1 Artigo 1: Dentomaxillofacial Radiology. Título: Análise comparativa de sistemas digitais na radiopacidade de materiais dentários VMF Abílio*1, DP de Melo2, DN Diniz3, MHCV Catão2 e PM Bento2 1. Mestranda em Odontologia pela Universidade Federal da Paraíba/ UEPB, Campina Grande- Paraíba- Brasil; Professor do Programa de Pós- Graduação em Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba/ UEPB, Campina Grande- Paraíba- Brasil; 3 Professor da Graduação em Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba/ UEPB, Campina Grande- Paraíba- Brasil 2. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi comparar o sistema digital semi-direto utilizando o Digora Optime® com o sistema digital indireto que utiliza câmera digital de CCD, frente à radiopacidade dos materiais dentários indicados para base ou forramento. Métodos: Foram confeccionados 10 corpos-de prova (4 X 2 mm) para cada marca de material dentário utilizada (KetacTM Molar Easymix, Vidrion F, GC Fugi Lining, VitrebondTM, FiltekMR Z350 XT Flow e Tetric N Flow). Os corpos-de-prova foram radiografados junto a uma escala de alumínio e secções transversais em um dente pré-molar e um dente molar com 2mm, por ambos os sistemas digitais em quatro combinações de tempo de exposição/distância foco-filme diferentes (0,12s/20cm; 0,12s/40cm; 0,25s/20cm e 0,25s/40cm). O valor médio de cinza das estruturas radiografadas foi mensurado utilizando o programa Image J. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e através dos testes não- paramétricos de Wilcoxon, Mann Whitney e T de Student. Resultados: Apenas o Vidrion F apresentou radiopacidade inferior a dentina e ao degrau de 2mm do penetrômetro, sendo esta diferença significativa (p<0,05), para todas as situações utilizando o sistema digital semi-direto e para as situações A (0,12s/20cm) e C (0,25s/20cm) utilizando o sistema digital indireto. As médias de radiopacidade para todos os matérias estudados foram significativamente maiores (p<0,05) quando foi utilizado o sistema digital semi-direto (Digora Optime®). Conclusão: Entre os seis materiais dentários analisados os resultados obtidos sugerem que a escolha do sistema radiográfico pode interferir na radiopacidade do material. Sendo assim, a utilização do sistema digital indireto para avaliar radiopacidade clinicamente de materiais dentários pode comprometer na qualidade diagnóstica.. Palavras-chave: radiografia dentária digital; radiografia dentária; materiais dentários; cimentos de ionômeros de vidro.

(49) 47. Introdução. A radiografia digital representa um método rápido de obtenção de imagem e de fácil avaliação1, como tal sistema pode proporcionar a mesma qualidade de diagnóstico da técnica que utiliza os filmes convencionais, sua adoção em clínicas odontológicas vem aumentando cada vez mais. Tecnicamente, os sistemas digitais podem ser divididos de três maneiras: 1) aquisição direta, 2) aquisição semi-direta e 3) aquisição indireta.2 No sistema de aquisição direta, que utiliza sensor sólido com tecnologia do tipo CCD (Charged Coupled Divice) ou CMOS (Complementary Metal Oxide Semicondutor- Active Pixel), os dados são transferidos para o computador de forma imediata o que favorece a rápida visualização da imagem.2 Já no sistema digital semi-direto é utilizado uma placa de armazenamento de fósforo que ao serem expostas pelos feixes de raios X armazena energia formando uma imagem latente. A energia absorvida dos fótons de raios X é emitida na forma de luz durante a digitalização com um fino feixe de laser hélio-neon colimado e capturando por scanner a laser.3 Sendo assim, esta luz é transformada em um sinal elétrico que será posterirormente quantificado e convertido numa imagem digital.4 Pelo método de aquisição indireto, a imagem obtida através do método convencional é digitalizada por meio de câmera digital ou câmera de vídeo, scanners de laser de alta definição adaptados para transparência ou scanner de mesa.5 Embora este sistema digital não ofereça todas as vantagens dos demais sistemas digitais, uma vez que perpetua algumas limitações oriundas do sistema convencional6 o fato de oferecer um melhor armazenamento das imagens e possibilitar a utilização de programas de manipulação de imagem como o Emago, Image J e Photoshop, faz com que este tipo de sistema represente uma alternativa viável ao uso da radiografia convencional.2 Um importante recurso comum a todos os sistemas digitais é a capacidade de medir o grau de densidade dos materiais odontológicos, ou seja, de determinar sua radiopacidade por meio da atribuição de um valor numérico a cada nuance de cinza.7 A. radiopacidade. dos. materiais. dentários. tem. sido. estabelecida como um requisito importante, principalmente para materias com indicação para base ou forramento de cavidade profunda. Esta propriedade permite um bom contraste entre o material e as estruturas circundantes o que facilita o diagnóstico radiográfico5,8,9 de cárie secundária ou de defeitos na restauração10,11, que ocorrem exatamente sob materiais colocados em contato direto com a estrutura do dente.12.

(50) 48. Considerando que são poucos os estudos que comparam diferentes sistemas de obtenção de imagem em relação à radiopacidade de materiais odontológicos, o presente estudo se propõe a comparar dois sistemas digitais, um semi-indireto e outro indireto, frente à radiopacidade de três tipos de materiais dentários utilizados para base e forramento de cavidades profundas.. Materiais e método. Foram testadas neste estudo seis diferentes marcas comerciais de materiais dentários, com indicação para serem utilizados como base ou forramento em cavidades profundas, como listadas na Tabela 1. Para uma melhor padronização, todos os materiais foram utilizados na cor A3..

(51) 49. Tabela 1 Marca, tipo de material, fabricante e composição dos materiais utilizados. Marca KetacTM Easymix. Tipo de material Molar CIV*. Fabricante. Composição. 3M®,ESPE, Pó: vidro de fluorsilicato, Sumaré SP, estrôncio e lantânio. Brasil Líquido: ácidos policarbônico e tartárico, água CIV* SS White, Rio Pó: fluorsilicato de sódio Vidrion F de Janeiro- RJ, cálcio alumínio, sulfato de Brasil bário, ácido poliacrílico, pigmento óxido ferroso Líquido: ácido tartárico, água destilada Pó: aluminosilicato de vidro. GC Fuji LiningTM CIVRM** GC America Líquido: água destilada, ácido LC acrílico, 2hidroxietilmetacrilato, urethanedimethacrylate, canforoquinona. TM CIVRM** 3M®,ESPE, Pó: fluoro-aluminosilicato Vitrebond Sumaré-SP, Líquido: ácido Brasil polialcenoico/polialquenoico 3M®,ESPE, Resinas BIS-GMA, TEGDMA FiltekMR Z350 XT RCF*** Sumaré-SP, e Procrylat K (dimetacrilato Flow Brasil substituto). A porção inorgânica é formada por uma combinação partículas de fluoreto de itérbio, partículas de sílica e aglomerado de sílica/zircônia. RCF*** Ivoclar TEGDMA (dimetacrilato), Tretic® N-Flow Vivadent óxido de bário, trifluoreto de itérbio, sílica, óxidos mistos, pigmentos, catalisadores e estabilizadores. Fonte: Programa de Pós-Graduação- Mestrado em Odontologia- UEPB. *Cimento de ionômero convencional ** Cimento de ionômero resinoso modificado ***Resina Composta Flow. Uma matriz de acrílico (15 cm x 7,5 cm x 2mm), contento orifícios padronizados mesurando 2 mm de profundidade e 4 mm de diâmetro, foi utilizada para confeccionar 10 corpos-de-prova de cada material. Esta matriz de acrílico foi colocada sobre uma placa de vidro de 20 mm de espessura, previamente forrada por uma lâmina plástica, e fixada com fita adesiva. Todos os orifícios foram isolados com vaselina sólida, antes da inserção dos materiais..

(52) 50. Cada marca comercial de CIV e CIVRM foram manipuladas de acordo com os respectivos fabricantes. Com a finalidade de minimizar a formação de bolhas, o material foi inserido em uma ponta dispensadora para seringa Centrix (DFL, Rio de Janeiro, Brasil) e colocado no interior dos orifícios da matriz acrílica. Já as resinas compostas Flow foram inseridas utilizando a ponta dispensadora que acompanha o produto. Após a inserção do material no interior do orifício, uma tira de poliéster transparente e uma lâmina de vidro de 2 mm foram colocados sobre o material, a fim de comprimi-lo limitando a espessura dos corpos-de-prova. Os corpos-de-prova dos CIVRMs e RCFs foram fotopolimerizados, um a um, pelo tempo preconizado pelos respectivos fabricantes utilizando o aparelho Optilight LD MAX (Gnatus, Ribeirão Preto, Brasil) de 600mW/cm², com comprimento de onda entre 440460nm. Para os corpos-de-prova dos CIVs, foram esperado o tempo de presa total recomendado pelo fabricante. Após o período de presa, os corpos-de-prova foram removidos da matriz acrílica, polidos utilizando lixas d’agua com granulação de 400, 600 e 1000, como realizado no estudo de Dukic et al.13 e mensuradas por um paquímetro digital para garantir a padronização da espessura em 2mm, com uma tolerância crítica de ±0,01. Os corpos-de-prova de CIV e CIVRM foram isolados com vaselina sólida e acondicionados em frascos individualmente identificados, enquanto que os corpos-de-prova da RCF foram armazenados em frascos individualizados contendo água destilada até que fossem realizadas as imagens radiográficas. A pesquisa propriamente dita só foi iniciada após a aprovação pelo CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) da UEPB, estando de acordo com a resolução 196/96 do Ministério da Saúde. Foram utilizados um pré- molar e um terceiro molar humano hígido, extraídos por indicação ortodôntica. Os dentes foram seccionados utilizando a cortadeira automática Labcut 1010, seguindo a metodologia proposta por Ergucu et al.14. De cada coroa foram seccionados apenas um fragmento, no sentido transversal, com espessura de 2 mm. Para ajuste da espessura em 2 mm ± 0,01, os espécimes foram polidos sob água corrente com lixas d’agua com granulação de 600 até obter a espessura desejada, conferida através de um paquímetro digital. Os espécimes foram armazenados em água destilada até a obtenção das imagens radiográficas. Foi utilizado para controle um penetrômetro de alumínio com 98% de pureza, com espessura de 2 a 16 mm, em degraus uniformes de 2mm cada. Para realizar as radiografias os corpos-de-prova das seis marcas foram separados em dois grupos: G1- KetacTM Molar Easymix / GC Fuji LiningTM LC / FiltekMR Z350 XT Flow e G2- Vidrion F/ VitrebondTM / Tretic® N-Flow..

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