• Nenhum resultado encontrado

Determinação dos índices anaeróbios alático e lático em esforços repetidos de alta intensidade utilizando ergômetro específico de tênis de mesa

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Determinação dos índices anaeróbios alático e lático em esforços repetidos de alta intensidade utilizando ergômetro específico de tênis de mesa"

Copied!
75
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

WILLIAN GABRIEL FELÍCIO DA SILVA

DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES ANAERÓBIOS ALÁTICO E

LÁTICO

EM

ESFORÇOS

REPETIDOS

DE

ALTA

INTENSIDADE UTILIZANDO ERGÔMETRO ESPECÍFICO

DE TÊNIS DE MESA

CAMPINAS

2015

(2)

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

WILLIAN GABRIEL FELÍCIO DA SILVA

DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES ANAERÓBIOS ALÁTICO E

LÁTICO

EM

ESFORÇOS

REPETIDOS

DE

ALTA

INTENSIDADE UTILIZANDO ERGÔMETRO ESPECÍFICO

DE TÊNIS DE MESA

Orientador: Prof. Dr. Claudio Alexandre Gobatto

_______________________________ Prof. Dr.Claudio Alexandre Gobatto

CAMPINAS

2015

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre, na área de Biodinâmica do Movimento e Esporte.

Este exemplar corresponde á versão final Da dissertação defendida pelo aluno Willian Gabriel Felício da Silva e orientada pelo Prof. Dr.Claudio Alexandre Gobatto

(3)
(4)
(5)

Dedicatória

Dedico a dissertação de mestrado aos meus pais, Isabel Cristina Felício e Fábio Tadeu Reina, que propiciaram condições indispensáveis para alcançar meus objetivos, educação, respeito e, acima de tudo, incentivo para continuar minha caminhada.

Dedico ao meu orientador, Prof. Dr.Claudio Alexandre Gobatto, que me concedeu a oportunidade de mostrar meu trabalho, sem ao menos saber no que estava investindo.

Dedico este trabalho também a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para concepção dele.

(6)

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por tudo que me concedeu e concede até o presente momento. Agradeço por ter iluminado e traçado meu caminho, dando luz, discernimento, competência e, acima de todos estes pontos, saúde para continuar minha caminhada. Agradeço por ter conhecido na minha vida grandes amigos e por ter colocado no meu caminho os professores, Lilian Teresa Bocken Gobbi e Claudio Gobatto, que promoveram uma oportunidade única e ajudaram meu sonho a torna-se realidade.

Agradeço aos meus familiares pelo apoio e incentivo dados nos anos de estudo desde a graduação até o presente momento, em especial, minha tia Benedita Felício.

Agradeço pelo apoio do amigo e Professor Dr. Luiz Fernando Paulino Ribeiro, que me incentivou a buscar o conhecimento cientifico e que é fonte contínua de incentivo para minha vida, pela sua incrível capacidade intelectual e honestidade.

Agradeço aos Amigos e Professores, Lucas Dantas, Filipe Antônio, Pedro Paulo Menezes Scariot, Leonardo Messias, Ivan Gustavo Masselli dos Reis, Luiz Fernando Paulino Ribeiro, Taisa Belli, Wladmir Rafael Beck, Maria Carolina Traina Gama, Adriano Alves de Lima, Priscila Faleiro de Biase, Homero Gustavo Ferrari e Fúlvia de Barros Manchado Gobatto que foram essenciais para meu desenvolvimento no LAFAE e me ajudaram em vários momentos dentro da Pós-graduação.

Agradeço aos técnicos e amigos, Adilson Toledo, Claudio Massad e Jorge Vieira, por ter confiança e acreditado no meu trabalho e a todos os atletas que participaram deste estudo.

Agradeço aos amigos, Rodrigo Della Noce, Marcel Bonzake e Cae Dias por terem sido grandes parceiros nos momentos do estudo.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

(7)

EPÍGRAFE

“Siga seus instintos sem medo de sofrer, tenha fé, lute pelo que acredita e se arrisque sem medos; é preciso determinação para chegar onde se deseja; nada vem com facilidade para

aqueles que não tem a capacidade de guiar suas próprias vontades.

Na vida, os caminhos são cheios de barreiras e muitas vezes difíceis de serem seguidos, mais desistir no início da caminhada é mostrar que na verdade você nunca teve forças o suficiente para passar por cima das provações. ”

(8)

O tênis de mesa é uma modalidade esportiva com pouco estudo investigativo de caráter científico, principalmente no que diz respeito a protocolos de treinamentos e avaliações, evidenciando desta maneira a necessidade da busca de testes confiáveis para mesatenistas com o intuito de monitorar os treinamentos tornando-os mais adequados a realidade do jogo. Assim os objetivos desse estudo foram o de verificar a reprodutibilidade dos índices anaeróbios determinados em ergômetro específico de tênis de mesa, a correlação dos índices anaeróbios com a velocidade da bola e o número de acertos área alvo demarcada na mesa e a precisão dos golpes de forehand durante a determinação dos índices anaeróbios. Participaram do estudo treze atletas pertencentes à categoria juvenil e adulto qualificados para disputarem torneios de nível nacional filiados à Confederação Brasileira de tênis de mesa. Os atletas foram submetidos a dois testes de velocidade de vai e vem (5 repetições de 10 seguidos de 60s e 30s esforço máximo) simulando golpes de Forehand (Fh) para calibrar frequência de disparo nos testes específicos. O teste para determinação do índice anaeróbio alático (IAA) consistiu em 5 repetições de 10s de golpes de Fh seguidos de 60s de recuperação e o índice anaeróbio lático (IAL) foi realizado em um esforço máximo de 30s de golpes de Fh. Foi aferida a frequência cardíaca e mensurada resposta da lactacidemia após, 3, 5, 7, 10 minutos. Os índices anaeróbios aláticos e láticos para o teste e reteste foram (2,35 e 2,46 mM.s/bolas; 6,42 e 6,22 mM.bolas/s, respectivamente). Análise do teste t student não mostraram diferença entre teste e reteste (p>0.05), apresentando coeficiente de variação de índices anaeróbios considerados aceitáveis. Além disso, análises de correlação intraclasse (0,72 e 0,66), e Bland Altman foram realizadas e apresentaram valores de correlação e concordância, exibindo apenas um (outliers) no IAA. As correlações dos índices anaeróbios com acertos na área alvo e velocidade da bola não apresentaram correlação significativas. A precisão não apresentou diferença significativa nos testes anaeróbios aláticos, porém diferenças significativas foram observadas nos testes anaeróbios láticos na área alvo em relação área livre, indicando assim, que os acertos e velocidade são mais dependentes de elementos técnicos da modalidade do que parâmetros fisiológicos. Podemos concluir que os índices anaeróbios mostraram ser possível e reprodutível, apresentando uma alternativa interessante para aplicação em mesatenistas, os acertos na área alvo e velocidade da bola nos golpes de nesse primeiro momento estão mais associados a elementos técnicos do que ao desgaste físico e a precisão parece ser dependente da habilidade técnica.

(9)

Table tennis is a sport that lacks scientific research devoted to its training methods and evaluation what makes essential the search of reliable tests for table tennis players in order to monitor the most adequate training methods. However, the specificity must be taken into account. Therefore, the objective of this work was to verify the reproducibility of anaerobic indexes determined in specific table tennis test, the correlation of anaerobic indexes with the speed of the ball and the number of hits target area demarcated on the table and the accuracy of forehand strokes for the determination of anaerobic indexes. Thirteen cadet and senior table tennis players with state, national and international experience participated on this study. All players were affiliated to the Table Tennis Brazilian Confederation. The athletes were submitted to two speed-movement tests to determine the frequency of ball shooting. The determination of the alactic anaerobic index consisted in 5 repetitions of 10 seconds forehand strokes and the lactic anaerobic index was conducted at 30 seconds forehand strokes, being test and re-test. It was measured the athletes heart rate during the test as well the lactacidemic response after 3, 5, 7 and 10 minutes. Anaerobic alactic and latic indexes test and re-test were (2,35 and 2,46 mM.s/ balls; 6,42 and 6,22/ mM.balls/s, respectively). Student t test analysis showed no difference between test and re-test (p> 0.05), obtaining a coefficient of variation with variation in acceptable limits. Additionally, intraclass correlation analyzes (0,72 and 0,66), Bland and Altman were performed and showed values of correlation and agreement with just a point outside the bounds acceptance (outliers) at the IAA. There was no significant correlation between the hit the target area and speed of the ball in the anaerobic indexes. The precision of the marked area on the table did not show significant difference in the alactic anaerobic tests, however; differences in the lactic anaerobic ones were seen, indicating that the precision hit the target area and speed are more dependent of technical elements than physiological parameters. In conclusion, it is possible to determine the anaerobic indexes, which were reproducible showing an interesting alternative to be evaluated in table tennis players. Moreover, the hit the target area speed and precision might be associated to technical skills.

(10)

Tabela 1. Média e desvio padrão (DP) correspondentes à idade, altura, massa

corporal total, percentual gordura (% gordura) e índice de massa corporal (IMC)... p.34

Tabela 2 Valores médios, desvio padrão, coeficiente de variação e intervalo de

confiança obtidos nos testes de velocidade deslocamento de 5 repetições de 10s e 30s... p.43

Tabela 3. Valores médios e desvio padrão do índice anaeróbio alático, índice de

correlação intraclasse intervalo de confiança e coeficiente de variação dos índices anaeróbios aláticos... p.43

Tabela 4. Valores médios e desvio padrão do índice anaeróbio lático, índice de

correlação intraclasse, intervalo de confiança e coeficiente de variação dos índices anaeróbios láticos... p.43

Tabela 5. Valores médios e desvio padrão das repostas lactacidêmicas e frequência

cardíaca em teste e reteste nos índices anaeróbios alático e lático... p.44

Tabela 6. Valores médios da velocidade, a percentagem de acertos e erros durante a

determinação dos índices anaeróbios alático e lático... p.46

Tabela 7. Correlação dos índices anaeróbios com a área alvo e a velocidade média

(11)

Figura 1. Esquema experimental...

p.33

Figura 2. Esquema representativo do teste de velocidade de deslocamento M= mini

cones ... p.35

Figura 3. Mesa, rede, acessórios do lançador automático de bolas espaços demarcados

na mesa que configuram área alvo =AA e área livre= AL... p.38

Figura 4. Esquema representativo do teste anaeróbio alático... p.39

Figura 5. Esquema representativo do teste anaeróbio lático 30 segundos... p.40

Figura 6. Cardiofrequencímetro utilizado para aquisição de dados durante a

determinação dos índices anaeróbios aláticos e láticos... p.41

Figura 7. Análise gráfica de Bland-Altman entre aos índices anaeróbios aláticos... p.45

Figura 8. Análise gráfica de Bland-Altman entre aos índices anaeróbios láticos... p.45

Figura 9. Precisão nos espaços demarcados durante a determinação dos índices

anaeróbios aláticos... p.46

Figura 10. Precisão nos espaços demarcados durante a determinação dos índices

(12)

ATP Trifosfato de adenosina

CP Creatina fosfato

FC Frequência Cardíaca

FH Forehand

IAA Índice anaeróbio alático IAL Índice anaeróbio lático

IMC Índice de massa corporal

ICC Índice de correlação intraclasse

MAOD Máximo déficit acumulado de oxigênio NM Número médio de bolas rebatidas

NR Número de rebatidas

VM Velocidade média

Lac Lactato

[Lac]PICO Concentrações pico de lactato

PM Potência Média PP Potência Pico

R ² Coeficiente de Determinação

R Radar

RAST Running anaerobic sprint test

TVD Teste de velocidade deslocamento

TW Teste de Wingate

W’ Parâmetro anaeróbio da potência critica

VO2 Consumo de oxigênio

(13)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 14

2 REVISÃO LITERATURA... 17

2.1 Características fisiológicas do tênis de mesa... 17

2.1.1 Respostas fisiológicas do tênis de mesa durante o jogo e treinamento... 18

2.2 Metabolismos anaeróbios nos esportes de raquetes... 19

2.3 Metabolismos anaeróbios no tênis de mesa... 20

2.4 Potência Anaeróbia no esporte... 21

2.5 Testes Anaeróbios no esporte... 22

2.6 Parâmetros de intensidade no exercício... 26

2.6.1 Lactato Sanguíneo durante o exercício... 26

2.6.2 Frequência Cardíaca... 27

2.6.2.1 Frequência Cardíaca no tênis de mesa... 28

3 OBJETIVO... 29 3.1 Objetivos Gerais... 29 3.2 Objetivos Específicos... 29 4 JUSTIFICATIVA... 30 5 HIPÓTESES... 31 6 MATERIAIS E MÉTODOS... 32 6.1 Seleção da Amostra... 32 6.2 Delineamento do Estudo... 32 6.2.1 Avaliação Antropométrica... 34

6.2.2 Testes de velocidade de deslocamento para mesatenistas... 34

6.2.3 Adaptação ao Ergômetro... 36

6.2.4 Aquecimento... 36

6.3 Testes Anaeróbios Específicos... 36

6.3.1 Teste anaeróbio alático... 39

6.3.2 Teste anaeróbio lático... 40

6.4 Mensuração e análise dos parâmetros de intensidade de esforço... 41

6.4.1 Lactato sanguíneo... 41 6.4.2 Frequência cardíaca... 41 7 ESTATÍSTICA... 42 8 RESULTADOS... 43 9 DISCUSSÃO... 48 10 CONCLUSÃO... 53 11 REFERÊNCIAS... 54 ANEXOS

ANEXO 2- PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ANEXO 3-ARTIGO

(14)

1

INTRODUÇÃO

A modalidade esportiva tênis de mesa mais a de squash, tênis de campo e badminton são considerados os principais esportes de raquetes e apresentam durante a realização do jogo características intermitentes com períodos de esforços de curta duração, seguidos de pausas (ZAGATTO et al., 2010; SPERLICH et al., 2011).

Evidencias em alguns estudos científicos voltados a estes esportes e especificamente ao tênis de mesa apontam que há uma correlação importante entre fatores técnicos, táticos e físicos, pois os esforços impregnados na execução dos golpes exigem uma grande necessidade de agilidade para os deslocamentos laterais, força, potência e velocidade de membros superiores e inferiores (ZAGATTO et al., 2008; ROETERT et al., 1996), acompanhados do refinamento dos gestos motores das mãos, para a realização de rebatidas eficientes.

Assim, embasados por estes apontamentos, podemos inferir que, as sessões de treinamentos desses esportes de raquetes, com destaque ao tênis de mesa necessitam da utilização dos sistemas bioenergéticos anaeróbio alático e lático para realização das habilidades motoras específicas exigidas e culturalmente determinadas para estes esportes, e no caso específico do tênis de mesa o gesto motor de forehand.

No tênis de mesa devido à especificidade na dinâmica do desenvolvimento do jogo, o principal sistema energético envolvido nos momentos de esforços é o sistema anaeróbio alático (ZAGATTO et al., 2010). Contudo, o sistema anaeróbio lático, que é responsável pela produção de lactato como produto final da via glicolítica, possui maior participação em momentos excepcionais do jogo, em ralis que apresentem mais que 20-30 segundos.

Além disso, durante o transcorrer da partida, o sistema aeróbio também possui uma participação significativa, pela duração total das partidas que varia entre 20 a 30 minutos, com rápida recuperação nas pausas dos ralis e na condição ideal para o atleta realizar diversos jogos durante uma competição (ZAGATTO et al., 2010; PRADAS et al.,2011).

Devido a isto, estudos sobre os sistemas bioenergéticos, são encontrados na literatura nos quais tem sido avaliado o sistema aeróbio em mesatenistas estimando a intensidade de máximo equilíbrio fisiológico em procedimentos específicos de tênis de mesa (ZAGATTO et al., 2008; ZAGATTO; MIRANDA; GOBATTO, 2011).

Desta maneira, os estudos contam com auxílios de parâmetros respiratórios, metabólicos e modelos matemáticos, alguns deles utilizando como ergômetro o lançador automático de bolas.

(15)

Já em relação ao sistema anaeróbio, são escassos os trabalhos presentes na literatura com tal ênfase nesse esporte.

Dos poucos trabalhos existentes, alguns determinaram a potência anaeróbia de mesatenistas utilizando o teste de Wingate (ALLEN,1991;ZAGATTO; PAPOTI; GOBATTO, 2008), para mensurar a carga externa de membros inferiores e superiores usando ergômetros específicos para esses membros (cicloergômetro e ergômetro de braço).

Apesar do teste de Wingate ser procedimento válido para estimar a aptidão anaeróbia, o mesmo não respeita a validade ecológica do tênis de mesa e isso representa elemento limitante a esses estudos.

Como a aplicação do teste de Wingate nesse esporte inclui esta limitação e pela grande dificuldade em padronizar testes anaeróbios para mesatenistas, recentemente foi avaliada a capacidade anaeróbia no tênis de mesa, por meio do máximo déficit acumulado de oxigênio (MAOD) e o parâmetro anaeróbio (W’) do modelo de frequência crítica para esse esporte (ZAGATTO E GOBATTO, 2012).

Nesse estudo os resultados obtidos não apresentaram correlação significativa entre os dois parâmetros, mas o grande ineditismo apresentado foi a possibilidade de adaptação para testes específicos, a qual mostrou ser, segundo os autores, um bom procedimento para medir a capacidade anaeróbia em mesatenistas.

Procurando lidar com essa problemática de testes anaeróbios para mesatenistas, Zagatto e Gobatto (2013), estimaram o sistema anaeróbio alático e a potência anaeróbia máxima, cujo parâmetro foi mensurado em corridas repetidas para determinar o índice anaeróbio alático e a potência anaeróbio máxima, em testes realizados em campo (SILVA et al., 2008).

Dessa maneira, por haver uma lacuna na literatura científica em padronizar testes anaeróbios no tênis de mesa, em especial de potências anaeróbias alática e lática estabelecendo conexões de intensidades baseadas em golpes específicos da modalidade, torna-se imprescindível o detorna-senvolvimento de métodos e técnicas de avaliação, que envolvam esforços intermitentes em mesatenistas respeitando a validade ecológica.

A otimização de protocolos de avaliação visando a melhor predição de intensidades anaeróbias durante treinamentos é um avanço importante ao tênis de mesa, tendo em vista que

(16)

os modelos aeróbios, da forma como foram desenvolvidos e apresentados, podem ser interpretados e aplicados diretamente aos atletas com muita segurança e especificidade. Contudo, a reprodutibilidade a partir de procedimentos teste e reteste é condição essencial para que os resultados sejam viáveis para aplicações e possibilite prescrição de intensidades nas sessões de treinamento.

(17)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Os esportes de raquetes têm evoluído muito durante os últimos anos. Juntamente com essa evolução está ocorrendo o avanço e desenvolvimento das ciências aplicadas ao esporte para proporcionar uma melhora nas metodologias de treinamento.

Uma das áreas que tem se destacado é a fisiologia aplicada ao esporte de alto rendimento que tem desenvolvido vários métodos e procedimentos de avaliações para atletas no âmbito do treinamento físico.

Isso é pertinente principalmente nos desportos em que suas ações específicas são provenientes dos metabolismos anaeróbios, como a modalidade do tênis de mesa e esportes de raquetes, pois o metabolismo anaeróbio que é exigido nas ações dos atletas é subdividido nos componentes alático e lático, os quais se referem à ressíntese de adenosina trifosfato (ATP), por meio de reações químicas que não exigem a presença de oxigênio (FOX, 1991).

2.1 Características fisiológicas do tênis de mesa

Com o objetivo de classificar as atividades esportivas baseadas em componentes (estático, dinâmico e bioenergético), Mittchel et al. (1994) classificaram o tênis de mesa no grupo de baixo-moderado, junto com o beisebol, softball, vôlei e o tênis.

A partir desse ponto de vista, o tênis de mesa requer energia significativa, tanto do sistema anaeróbio para realização dos esforços quanto do aeróbio para recuperação.

Cada sistema representa uma importante função no desempenho do jogador, por isso eles diferem em importância para diferentes atletas (KONDRIC et al.,2009).

Durante os momentos dos esforços, o sistema anaeróbio alático contribui muito para qualidade do trabalho de pernas e permite manter eficiência na execução de golpes (MALAGOLI et al., 2010), principalmente em top spin com elevado giro da bola e deslocamento lateral em alta velocidade (KONDRIC et al.,2009).

O sistema aeróbio atua como elemento fundamental para os treinamentos, que apresentam características de regularidade, e durante os jogos, em ralis longos (particularmente em confrontos com jogadores defensivos).

(18)

Esse sistema atua também na rápida recuperação entre os ralis, nos intervalos de cada set e durante os diversos jogos que o atleta disputa em uma competição (KATSIKADELIS;PILIANIDIS; MISICHRONIA, 2010; ZAGATTO et al., 2010).

Desse modo uma boa capacidade aeróbia é essencial durante treinamentos e competições longas para o desempenho de um atleta (ZAGATTO et al., 2008).

A maioria dos pesquisadores de esportes considera o consumo máximo de oxigênio (VO2max), representante da potência aeróbia, como a melhor medida objetiva de potência

aeróbia máxima.

O VO2max é definido como a maior quantidade de oxigênio que pode ser captada do

ar ambiente, transportada e utilizada pelas células durante exercício taxa de consumo de oxigênio atingido durante o exercício (HILL E LUPTON, 1923).

No tênis de mesa essas condições surgem apenas durante os treinos e, ocasionalmente, durante as trocas de bolas onde os ralis são longos, em especial, quando se joga contra jogadores “cateiros”.

DEVRIES (1986) apontou que a mensuração do VO2max tem alguns problemas

sérios. Embora a avaliação desse parâmetro tenha sido o critério mais utilizado, comparado aos outros métodos de desempenho físico, há alguns motivos para críticas, sendo as principais a necessidade do avaliado ser levado a um estado de exaustão durante o teste, requerer equipamentos sofisticados e caros e, o elevado tempo para a realização do teste.

Sendo assim, outros parâmetros têm sido utilizados como indicadores da capacidade física de mesatenistas, tais como a concentração do lactato sanguíneo e a frequência crítica, ambas determinadas em ergômetro específico de tênis de mesa ( ZAGATTO et al., 2008; ZAGATTO; MIRANDA; GOBATTO, 2011).

2.1.1 Repostas fisiológicas do tênis de mesa durante o jogo e treinamento

Existem poucos estudos que têm investigado as respostas fisiológicas do tênis de mesa em treinamentos e torneios oficiais da International Table Tennis Federation (ITTF). Dos trabalhos encontrados na literatura foram observadas baixas variações nas respostas

(19)

fisiológicas durante a realização de esforços nessa modalidade (ZAGATTO et al., 2010; SPERLICH et al., 2011).

Kasai et al. (1994), com objetivo de verificar a resposta cardiorrespiratória durante treinos e jogos de tênis de mesa, visando obter informações básicas sobre o melhor método de avaliação em mesatenistas, determinaram o consumo de oxigênio (VO2), a frequência

cardíaca (FC) e a concentração de lactato sanguíneo ([Lac]) nessas condições.

Nesse estudo, os pesquisadores observaram o VO2, a FC e o lactato sanguíneo nos

jogos menores do que durante os treinamentos.

Recentemente Sperlich et al. (2011) avaliaram as respostas cardiorrespiratória e metabólica em jogadores juvenis da seleção alemã também durante jogos e treinamentos e verificaram resultados similares ao observados por Kasai et al. (1994).

Os jogos apresentaram valores médios de VO2, FC e Lac de 25,6 (±10,1) ml/kg/min,

126 (±22) bpm e 1,1 (± 0,2) mmol/L e, no treinamento, os resultados foram inferiores (23,5±7,3 ml/kg/min, 135±18 bpm e 1,2± mmol/L).

Os autores justificaram tais diferenças em função, provavelmente, do modelo de treinamento adotado e realizado nas equipes.

De forma geral nessa modalidade, independente das diferenças observadas em jogos ou durante o treinamento, há baixa demanda energética evidente no tênis de mesa, o que pode ser decorrente pelo baixo número de golpes realizados durante o treinamento e pela pequena duração das disputas dos ralis e, consequentemente, dos jogos (DRIANOSKY E OTCHEVA,2002).

2.2 Metabolismos anaeróbios nos esportes de raquetes

A demanda fisiológica dos esportes de raquetes está diretamente associada com o desempenho (ROETERT et al.,1996).

O metabolismo anaeróbio alático é o principal responsável pela energia durante os esforços de curta duração e alta intensidade, sendo auxiliado pelo metabolismo anaeróbio lático quando os esforços têm uma duração maior que 10 a 15 segundos (s) e apresentam períodos variáveis de recuperação, em torno de 20s (FERRAUTI, 2003).

Entretanto, os esportes de raquetes têm característica de longa duração, como o tênis, que vem atingindo aproximadamente entre 1 a 5 horas de tempo total de jogo (LEES, 2003).

(20)

Desse modo, a demanda metabólica alternada entre as ações dos esforços de alta intensidade mostra depender dos metabolismos anaeróbios para suprir a demanda energética nesses momento e do metabolismo aeróbio durante o período de recuperação (BALSOM et al., 1992).

Com essas características, a exigência fisiológica dos esportes de raquetes, que estão diretamente associadas com o desempenho, tem uma interligação entre vias anaeróbias e aeróbias (ROETERT et al., 1996).

Durante uma partida de esportes de raquetes, os requisitos básicos para execução dos fundamentos podem ser tanto deslocamentos laterais, como corridas curtas de elevada potência muscular para alcançar a bola, exigindo nestas condições maior predominância do sistema anaeróbio na geração de energia (KOVACS, 2006).

Konig et al. (2001) analisaram alguns esportes de raquetes, dentre eles o tênis, o badminton e o squash e verificaram que estes esportes apresentam um caráter intermitente de esforços com movimentos acíclicos.

Além disso sugerem também que essas características da modalidade independem do nível técnico dos jogadores.

Os autores destacam desta forma que a contribuição das três vias de fornecimento de energia e o funcionamento integrado desses sistemas energéticos apresentam íntimos e intrínsecos ajustes durante as partidas, o que seguramente envolve o sucesso ou não dos atletas nessas atividades esportivas intermitentes (GROPPEL E ROETERT, 1992).

2.3 Metabolismos anaeróbios no tênis de mesa

As vias anaeróbias alática e lática são extremamente importantes para suprir a demanda fisiológica, quando um mesatenista realiza seus golpes técnicos com maior intensidade de esforço.

Estas vias estão presentes nos momentos principais do jogo durante ralis que apresentam média de ± 3s (KATSIKADELIS et al.,2007; KATSIKADELIS;PILIANIDIS; MISICHRONIA , 2010; ZAGATTO et al., 2010).

(21)

Baseando na duração média dos ralis e por ser um esporte que tem como características a curta duração de esforços seguidos de pausas, aponta-se que a energia exigida durante o rali é fornecida pelo sistema anaeróbio alático, auxiliado pelo sistema anaeróbio lático nos momentos excepcionais do jogo, especialmente quando a duração do rali é de 20-30s.

Pode ser também estabelecida contribuição de energia do sistema aeróbio no momento das pausas entre os esforços, as quais apresentam em média 7±4,5s para atletas de nível regional e 9,3±5,5s de nível nacional com experiência internacional (ZAGATTO et al., 2010). Essa estrutura temporal durante os ralis e pausas são apresentadas, porque em uma disputa do rali são realizados em torno 4 a 6 golpes e um total de 630 movimentos durante uma partida de tênis de mesa (DRIANOVSKI E OTCHEVA,2002; MARIN et al.,2015).

Desse modo, durante um jogo, ganhar ou perder um ponto é frequentemente decidido em momentos de curta duração, com períodos variáveis de recuperação, requerendo dessa forma, alta eficiência da produção de energia proveniente do metabolismo anaeróbio alático, garante movimentos rápidos que podem ser decisivos para vencer um jogo (ZAGATTO et al., 2010; SPERLICH et al., 2011).

2.4 Potência anaeróbia no esporte

Potência é o termo utilizado para descrever a quantidade de trabalho realizado por unidade de tempo (FOSS E KETEYIAN 2010).

A potência anaeróbia é o máximo de energia que pode ser gerada por unidade de tempo pelos sistemas anaeróbios e pode ser definida como a quantidade total energia disponível por esse sistema (FRANCHINI, 2002).

Essa característica está presente em diversos esportes, nas quais a força aplicada por um atleta em associação com movimentos rápidos representam um elemento decisivo para o rendimento (KOMI, 2007).

Os esportes que são representados por tarefas de curta duração exigem que o indivíduo seja capaz de produzir potência mecânica considerável.

(22)

O desenvolvimento dessa potência é relacionado à força muscular e em especial à quantidade de ATP produzidos através das vias bioenergéticas anaeróbias (sistema ATP-CP e glicólise anaeróbia).

Foss e Keteyan (2010) afirmaram que para obter uma ótima potência anaeróbia devem ser levadas em consideração algumas variáveis que são importantes para que se mantenha o princípio da sobrecarga, sendo elas a frequência, intensidade e duração do treinamento.

A frequência representa o número de sessões, a intensidade refere-se ao nível da sobrecarga do exercício e a duração, ao período de tempo ao qual o atleta esteve em treinamento.

2.5 Testes anaeróbios no esporte

Os testes anaeróbios mais utilizados para avaliar a condição anaeróbia são o teste de Wingate (TW), Running anaerobic sprint test (RAST), os índices anaeróbios aláticos e láticos e o teste de Máximo Déficit Acumulado de Oxigênio (MAOD).

O teste de Wingate foi desenvolvido durante a década de 1970 pelo Departamento de Pesquisa Medicina Esportiva do Instituto Wingate em Israel (BAR-OR, 1987).

Desde sua criação, o teste tem sido utilizado em diversos laboratórios de fisiologia de exercício para avaliar a potência anaeróbia, resistência e fadiga muscular (BARFIELD et al., 2002).

A elaboração desse teste surgiu da necessidade de se obterem mais informações sobre o desempenho anaeróbio por meio de um procedimento não invasivo, com baixo custo e de forma indireta, no qual seus parâmetros são válidos para mensurar a potência pico (PP), potência média (PM), medidas em unidades absolutas e relativas à massa corporal.

O teste consiste em um esforço máximo de 30 segundos em cicloergômetro, contra uma resistência constante (7,5% da massa corporal do avaliado) durante a qual o indivíduo deve pedalar o maior número possível de vezes, objetivando com isso gerar a maior potência durante os 30s.

(23)

Os parâmetros de desempenho do TW são obtidos a cada segundo, a PP fornecida pelo teste refere-se à mais alta produção de potência, a qual geralmente ocorre entre o 3º e 5º segundos do teste.

A PM é a média das potências geradas durante todo o período do teste, enquanto que o índice de fadiga é o percentual da diferença entre a PP e o menor valor de potência no final do período de 30s.

O RAST também tem como finalidade mensurar a potência anaeróbia como o teste de Wingate, sendo aplicado em exercícios de corridas repetidas (visando determinar potência mecânica).

O RAST foi desenvolvido na Universidade de Wolverhampton no Reino Unido para testar a potência anaeróbia dos atletas. Recentemente, ele tem sido utilizado como uma alternativa para o teste de Wingate na avaliação de corredores (ZACHAROGIANNIS et al., 2004).

Esse teste tem como objetivo avaliar diferentes parâmetros anaeróbios mecânicos e fisiológicos, como a potência pico e média, bem como o índice de fadiga.

O teste determina o desempenho de atletas por meio de corridas rápidas (sprints) repetidas.

A habilidade para desempenhar estes sprints repetidos na máxima velocidade é determinada de Repeated Sprint Ability (RSA)(AZIZ et al., 2008).

A sua realização consiste em seis corridas livres de trinta e cinco metros em intensidade máxima, onde ao término de cada corrida, o avaliado retorna após dez segundos de intervalo passivo, correndo no sentido oposto ao esforço anterior para continuação do teste.

O RAST propicia a avaliação de parâmetros anaeróbios como as potências máxima, média e mínima e o índice de fadiga, requer também a avaliação da massa corporal e o tempo de realização da corrida, sendo assim possível também determinar a potência relativa à massa corporal para cada esforço.

Alguns pesquisadores (ZACHAROGIANNIS et al., 2004; ZAGATTO et al.,2009) afirmam que os resultados obtidos do RAST podem estimar fatores neuromusculares e energéticos determinantes para o desempenho anaeróbio máximo.

(24)

Além disso, alguns autores (BALCIUNS et al., 2006; BISHOP E EDGE, 2006; PATON; HOPKINS; VOLLEBREGT, 2001; ZAGATTO et al., 2009) têm utilizado o RAST em seus estudos relacionando com modalidades esportivas, os quais vêm sugerindo tal aplicação como uma boa opção de protocolo de avaliação, especialmente para modalidades que possuem a corrida como principal meio de atividade motora, tal como observado no futebol, basquetebol, handebol, etc.

Os protocolos para determinar índices anaeróbios surgiram com uma alternativa de estimar parâmetros de potência anaeróbia alática e lática por meio das repostas do lactato sanguíneo e a velocidade média obtida durante os esforços intermitentes e esforço máximo de curta duração (ANANIAS et al.,2008).

A elaboração desses índices propicia informações sobre o desempenho anaeróbio alático e lático por meio de esforços máximos de curta duração. Os testes para determinar os índices consistem de protocolos proposto por Silva et al. (2008) e Silva et al. (2010).

O índice anaeróbio alático (IAA) é realizado em cinco esforços máximos de 30m, com 60 segundos de pausa passiva entre os esforços.

Coletas de sangue (25 microlitros) são realizadas após o primeiro, terceiro e quinto minutos do término do teste (após a quinta corrida).

A velocidade média obtida nas corridas e a razão entre a [Lac]pico e a Vmed são registrados como parâmetros de desempenho anaeróbio alático (IAA=[LAC]PICO/ Vmed) (SILVA et al., 2008).

O IAA baseia-se da ideia de que quanto maior for à aptidão alática do atleta, maior será a velocidade média e menor será a produção de lactato em uma sequência de exercício, de maneira que quanto maior for a capacidade do sistema alático mais lenta será a transição de predominância de geração de energia para o sistema glicolítico, resultado em uma menor resposta lactacidêmica e menor valor de IAA (ZAGATTO E GOBATTO, 2013) .

O protocolo para determinação do índice anaeróbio lático é realizado em um único esforço máximo de 250m com amostras de sangue para análise da lactacidemia imediatamente após, no terceiro, quinto e sétimo minuto do término do teste.

A velocidade média alcançada (Vm 250m; m.s-¹), a concentração pico de lactato sanguíneo ([Lac]250m; mM) e o produto entre a Vm 250m e a [Lac] 250m (m.s-¹.mM) são

(25)

registrados como parâmetros de desempenho anaeróbio lático [LAC]250m x Vm250m) (SILVA et al.,2010).

Desse modo, protocolos de testes anaeróbios específicos como este, de fácil aplicabilidade e baixo custo, são muito importantes pois podem ser aplicados em corrida em pista e sem o uso de equipamentos sofisticados.

Diferente dos protocolos acima que determinam a potência anaeróbia por meio de corridas repetidas o MAOD estima a capacidade anaeróbia em litros de oxigênio.

Em todos os testes, que mensuram a potência anaeróbia permitem caracterizar mecânica ou fisiologicamente a máxima energia liberada por unidade de tempo, ao passo que na avaliação da capacidade anaeróbia, é definida a quantidade total de energia pelas vias anaeróbias, fosfocreatina e glicose anaeróbia (FRANCHINI, 2002).

No entanto, outros testes têm sido propostos para avaliação da condição anaeróbia de atletas, mas não reportaremos nessa dissertação, por razões de especificidade com a modalidade a ser investigada, o máximo déficit acumulado de Oxigênio (MAOD) foi inicialmente introduzido por Schack August Steenberg Krogh (1874-1949). No final da década de 80 Medbo et al. (1988) reformularam o conceito do déficit de oxigênio com o intuito de usá-lo como uma medida indireta da capacidade anaeróbia, visando com isso quantificar o trabalho anaeróbio pela quantidade máxima de energia gerada por processos anaeróbios provenientes dos sistemas ATP-CP e glicolítico.

Segundo Gastin (1994) e Scott (1991), O MAOD tem sido considerado um parâmetro confiável para a quantificação da capacidade anaeróbia.

Para a determinação do MAOD é utilizada a relação linear entre a demanda de oxigênio (O2) e a intensidade de exercício, sendo necessárias cargas submáximas e máxima

que variam de 35 a 100% do consumo máximo de oxigênio (VO2max), em um total de 10 a

20 sessões com duração de 10 minutos cada.

A demanda de O2 para cada intensidade de exercício é calculada como a média dos

dois últimos minutos de esforço.

Dessa forma, a partir da determinação da função linear das demandas de oxigênio em função das diferentes cargas realizadas, é possível determinar a demanda de O2 para qualquer

(26)

O MAOD é determinado por ao menos uma carga retangular (até a exaustão) realizada entre 110 a 125% do VO2max. Assim, o MAOD será o equivalente à diferença entre

o consumo máximo necessário a esse esforço em relação à demanda estimada pela extrapolação linear.

Nos esforços retangulares, dependendo da escolha da intensidade supramáxima, cargas menores que dois minutos não possibilitam a manifestação completa do MAOD e as cargas maiores que dez minutos dependem diretamente da motivação do atleta, no qual pode ocasionar erros significativos na medida.

Desta forma o MAOD deve ser determinado em intensidades supramáximas com tempo até a exaustão variando de 3 a 10 minutos.

Para a demanda de O2, Medbo et al. (1988) estabeleceram o procedimento que adota a

fixação do intercepto y de 5 ml/kg/minpara o coeficiente linear da regressão obtida (VO2 vs intensidade) para todos os indivíduos, permitindo que seja realizada uma relação linear mais confiável entre a demanda e a intensidade de exercício como um número menor de cargas máxima, sendo próximas ao VO2max.

Assim, o método original tem sofrido alguns ajustes metodológicos com intuito de melhorar a aplicabilidade do MAOD, sendo que uma das alterações realizadas no protocolo é o número de testes submáximos e com isso também a duração dos testes (WOOLFORD et al., 1999).

2.6 Parâmetros de intensidade no exercício

2.6.1 Lactato sanguíneo durante o exercício

Durante o exercício de alta intensidade ocorrem alterações fisiológicas no organismo e um dos parâmetros fisiológicos utilizados para verificar esta resposta é o lactato sanguíneo, o qual é um marcador fisiológico que indica quanto a via glicolítica foi solicitada no exercício.

A quantificação das concentrações de lactato pós-exercício tem sido utilizada por pesquisadores como medida da taxa de liberação energia anaeróbia (GASTIN, 2001).

(27)

Assim, ao realizar um exercício de cargas progressivas onde a capitação de O2 é

suficiente para manutenção do sistema energético aeróbio, ocorre uma maior remoção deste metabólito do que a produção.

Em um determinado momento do exercício, onde se observa o equilíbrio máximo entre a taxa e liberação e remoção do lactato sanguíneo tem sido denominada máxima fase estável de lactato (BENEKE; VON DUVILLARD, 1996).

Quando a intensidade do exercício aumenta, ou seja, ultrapassa esse ponto de equilíbrio, a produção de lactato e dos íons hidrogênios é muita rápida, porém a liberação do musculo é lenta (GLADDEN, 2000), resultando no aumento intracelular da concentração sanguínea de lactato e dos íons hidrogênios tem sido considerado um dos marcadores fisiológicos responsáveis pela fadiga muscular (WESTERBLAD et al., 2002).

2.6.2 Frequência cardíaca

A frequência cardíaca (FC) pode ser definida como o número de contrações ventriculares por minuto (ACSM, 2005; ASTRAND E RODAHL, 1987; MEDICINE, 2005). A sua medição é realizada por diferentes técnicas que incluem a palpação arterial, a auscultação com estetoscópio, a realização de eletrocardiogramas e ainda a medição por sistemas de telemetria, ou seja, por cardiofrequencímetro (ACSM,1998;2005;2006; ASTRAND E RODAHL, 1987; MAGEL, 1970).

Pelo fato de ser um parâmetro fisiológico não invasivo, a FC surgiu como um dos indicadores mais utilizados e mais descritos, fato este que pode ser justificado pela facilidade e reduzido custo da sua medição, comparativamente com outros métodos e sua forte relação com outros parâmetros como consumo de oxigênio (BARBOSA; GARRIDO; BRAGADA, 2007). Segundo Acsm (2006), a FC tem sido utilizada como um indicador da intensidade do exercício devido à sua relativa relação de linearidade com o VO2max.

Desse modo, este parâmetro fisiológico tem sido utilizado como indicador de intensidade de esforço, porém sua aplicabilidade parece estar limitada pela sua sensibilidade a fatores como a idade, a posição corporal, o nível de aptidão cardiorrespiratória e estado emocional (SOARES, 1988).

(28)

2.6.2.1 Frequência Cardíaca no tênis de mesa

Os valores da FC durante o jogo de tênis de mesa variam de acordo com a demanda fisiológica exigida durante a partida. Djokic (2004) verificou a resposta da FC em seis jogos oficiais da temporada 2002/2003 na análise destes jogos a FC foi de 162-172 bpm.

Zagatto et. al (2010), na sua investigação, quando analisaram as respostas fisiológicas de mesatenistas em torneios oficiais em atletas de nível regional, nacional e internacional verificaram FC similares, o qual a FC média foi de 163,8±13,7 bpm que representou 81,2±7,4 % da frequência cardíaca máxima prevista para a idade.

Desse modo, não parece haver diferença nas respostas da FC durante a competição. Entretanto a FC apresenta respostas diferentes dependendo do tipo de treinamento realizado pelos atletas, pois os resultados obtidos em sessões mais intensa com exigência de trabalho de pernas específico renderam FC superior aqueles encontrados em treinamento básico (KASAI et al., 1994; YUZA et al., 1992).

Djokic (2004), analisou a FC durante treinamento e verificou que a FC é aproximadamente 142 bpm.

No treinamento puramente tático quando o estresse é colocado sobre a precisão de executar e devolver o saque, os valores médios da FC encontrados foram em média 152 ± 4,2 bpm. Esses achados sugerem que esse parâmetro é altamente sensível com o tipo de sessão de treinamento realizado.

(29)

3 OBJETIVO

3.1 Objetivos Gerais

O presente estudo teve como objetivo determinar e verificar a reprodutibilidade dos índices anaeróbios aláticos e láticos em mesatenistas utilizando ergômetro específico de tênis de mesa.

3.2 Objetivos Específicos

Buscando atingir os objetivos gerais citados acima constituíram objetivos específicos dessa investigação:

i) Correlacionar os índices anaeróbios aláticos e láticos com a área alvo demarcadas na mesa durante a realização dos golpes de forehand.

ii) Correlacionar os índices anaeróbios aláticos e láticos com a velocidade da bola durante a realização dos golpes de forehand.

iii) Verificar a precisão de acertos na área alvo (constituída de dois espaços), demarcadas na mesa durante a determinação dos índices anaeróbios aláticos e láticos.

(30)

4 Justificativa

O sistema anaeróbio é determinante nos esforços do tênis de mesa, admite-se que a determinação de potência anaeróbia e índices anaeróbios são constituintes fundamentais para melhor compreensão em desempenho esportivo e potencializar a preparação física.

Apesar disso existem uma lacuna na literatura sobre a determinação de índices anaeróbios associados a potência anaeróbia em mesatenistas, principalmente em ergômetro específico de tênis de mesa.

Assim, ao propor a determinação e a reprodutibilidade dos índices anaeróbios aláticos e láticos em ergômetro específico de tênis de mesa e análise da relação entre os índices anaeróbios aláticos e láticos com a área alvo e velocidade de golpes de forehand e precisão durante a determinação dos índices anaeróbios, certamente algumas informações serão ampliadas acerca desses parâmetros de performance que são elementos fundamentais para qualidade de um mesatenista e poderá ser um teste utilizado para prescrição de treino mais eficiente.

(31)

5 Hipóteses

De acordo com os objetivos mencionados nesta dissertação, as hipóteses do presente estudo são:

i) Reprodutibilidade dos índices anaeróbios aláticos e láticos determinados em ergômetro específico de tênis de mesa.

ii) Diferenças significativas da área alvo e área livre e presença de correlações significativas entre os índices anaeróbios aláticos e láticos com área alvo e velocidade da bola durante a realização dos golpes de forehand.

(32)

6 MATERIAIS E MÉTODOS

6.1 Seleção da amostra

Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, protocolo 669.475 de 27 de maio de 2014 (Anexo 1), participaram desse estudo 13 mesatenistas de 17 a 27 anos de idade do sexo masculino, com experiência de 4 a 5 anos em competições nacionais.

Como critério de inclusão, participaram da amostra, apenas atletas regularmente treinados, submetidos a sessões sistemáticas de treinamento com frequência de 4 a 5 vezes por semana.

Todos os atletas participantes são filiados à Federação Paulista de Tênis de Mesa, provindos de duas equipes sediadas numa cidade do interior de São Paulo.

Os objetivos, procedimentos e riscos envolvidos na realização dos testes foram previamente apresentados aos atletas, que assinaram, em duas vias, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), concordando em participar da investigação.

Para os atletas menores de 18 anos, o documento foi assinado por um responsável legal, conforme modelo anexado no final desta dissertação.

6.2 Delineamento do Estudo

Após assinarem o termo de consentimento livre esclarecido, foram agendados os horários e o local da pesquisa, aos quais cada atleta deveria comparecer. Nessa oportunidade, foram realizadas as medidas antropométricas e de composição corporal para caracterização da amostra.

Nas datas estabelecidas para as avaliações, os atletas realizaram 6 sessões de testes: Na primeira visita, os participantes executaram duas vezes o teste de velocidade de deslocamento, sendo que, em cada uma delas, eles realizavam 5 repetições de 10s seguidos de

(33)

60s de recuperação (TVD 5rep 10s) e também nesta mesma visita, foi realizada adaptação ao ergômetro específico para o tênis de mesa, previamente descrito por Zagatto et al. (2008).

Na segunda visita, os atletas ainda realizaram o teste de velocidade de deslocamento duas vezes com esforço máximo em 30 segundos (TVD 30s) e nova adaptação ao ergômetro específico.

Da terceira a sexta visita, os participantes realizaram as avaliações específicas ao ergômetro, para as determinações dos parâmetros anaeróbios.

Para todas as visitas, os participantes foram orientados a não realizarem atividades físicas vigorosas precedentes aos testes, visando evitar fatores intervenientes.

Informamos ainda que, todos os testes realizados estão descritos e detalhados a posteriori e que todos eles, foram realizados dentro do período de 1 semana separados por intervalo de 24 horas para propiciar uma adequada recuperação dos atletas.

Abaixo na figura 1, estão contidos de forma representativa, os procedimentos adotados e explicitados nas visitas sobre a realização dos testes realizados.

Figura 1. Esquema experimental.

1ª visita 111 3ª, 4ª, 5ª e 6ª visita Avaliação antropométrica 111 TVD30s com esforço máximo 111 Determinação dos índices anaeróbios snanaeróbiocolcs colc 111 TVD 5rep 10s 60s de recuperação Adaptação ao ergômetro 111 2ª visita 111 Procedimentos Experimentais Adaptação ao ergômetro 111

(34)

6.2.1 Avaliação Antropométrica

A Tabela 1 apresenta os valores médios de idade, estatura, massa corporal, percentual de gordura e índice de massa corporal.

A determinação do percentual de gordura foi realizada pela somatória das dobras cutâneas triciptal, subescapular, supraíliaca e bicipital conforme a equação abaixo, e o índice de massa corporal determinado pela razão entre a massa corporal pelo quadrado da estatura em metros.

Equação = 1,1765-0,0744 Log (TR+SE+SI+BI) (DURNIN E WOMERSLEY, 1974).

Tabela 1. Média e desvio padrão (DP) correspondentes à idade, altura, massa corporal total,

percentual gordura (% gordura) e índice de massa corporal (IMC).

Idade (anos) Massa Corporal (kg) Estatura (cm) % Gordura (%) IMC kg/m² Média 19 70,7 1,75 10,6 22,8 DP 4 8,4 0,05 2,8 1,9

6.2.2 Testes de velocidade de deslocamento para mesatenistas

Foram feitas simulações dos testes de velocidade de deslocamento, durante dez minutos anteriormente a aplicação dos testes propriamente ditos, com o intuito de familiarizar os participantes com os movimentos de deslocamentos laterais de vai e vem e simultaneamente com os golpes de Forehand (Fh).

Os testes de velocidade de deslocamento foram realizados em uma mesa específica de Tênis de Mesa, de maneira que os participantes deveriam, entre duas marcas distantes 1,10 cm, realizarem movimentos laterais de vai e vem (sem o cruzamento de membros inferiores), seguidos de golpes de forehand (Fh), todas as vezes que alcançavam dois minis- cones distantes 35 cm da linha central da mesa e a 60 cm à frente da rede (Figura 2).

Essas medidas de distância a percorrer, foram determinadas em função da programação do ergômetro específico para a determinação dos indices anaeróbios.

(35)

Para avaliar a máxima velocidade de deslocamento lateral, os participantes realizaram alongamento livre e aquecimento de 10 movimentos laterais depois de 1 minuto foram aplicados dois testes de velocidade de deslocamento.

No primeiro teste de velocidade de deslocamento foi realizado 5 esforços máximos de 10s, com pausas de 60s entre cada esforço como já mencionado anteriormente com intervalo de 5 minutos de recuperação entre um teste e outro, fez com que o melhor resultado encontrado nos testes, calibrou a frequência de disparo de bolas no ajuste Wait do ergômetro, sendo convertidos os movimentos laterais por minutos na medida (bolas/min) nos testes anaeróbios aláticos.

O segundo teste de velocidade consistiu em apenas um esforço máximo de 30s de duração, após 10 minutos foi realizado outro teste, o melhor resultado dos testes, calibrou a frequência de disparo de bolas no ajuste Wait do ergômetro, sendo convertidos os movimentos laterais por minutos na medida (bolas/min) nos testes anaeróbios láticos 30s.

Os atletas foram orientados a realizarem os esforços na maior velocidade possível.

(36)

6.2.3 Adaptação ao Ergômetro

Os atletas realizaram adaptação ao robô nos dois primeiros dias de testes de velocidade de deslocamento, com velocidade de bola e oscilação iguais ao que foi utilizado nos testes. As adaptações tiveram duração de 10 min/dia e as frequências de disparos de bolas foram similares aquelas utilizadas para o aquecimento (35 bolas/min) e nos testes anaeróbios alático e lático (84-90 bolas/min e 74-78 bolas/min, respectivamente).

Essas frequências de disparos de bolas dos testes específicos foram calibradas com o número de movimentos laterais obtidos nos testes de velocidade deslocamento de cada participante.

6.2.4 Aquecimento

Antes do início de cada teste os atletas realizaram alongamento livre e aquecimento com auxílio do robô com duração de 4 min e frequência de disparo de 35 bolas/min.

A velocidade de bola e a oscilação lateral foram mantidas iguais às aplicadas nos testes. Após o aquecimento os atletas ficaram 5 min de repouso para realização do teste.

6.3 Testes Anaeróbios Específicos

Os testes foram realizados em uma mesa oficial de tênis de mesa de 2,740 m de comprimento por 1,525 m de largura, marca Hobby Brasil 30 mm e por um ergômetro de tênis de mesa (Newgy Robo-Pong 2050), capaz de lançar bolas nas duas extremidades da mesa em diferentes velocidades (Figura 3).

Durante os testes foram utilizados os ajustes de oscilação 11 e 20, que fez o equipamento lançar bolas nas duas extremidades da mesa, com uma variação de 30 a 40 cm da linha central.

A velocidade atingida pela bola teve o ajuste 12 no equipamento, que foi equivalente a 35km/h, avaliado por um sistema de radar (Stalker Sports Radar) apontado frontalmente ao bico ejetor de bolas do lançador mecânico (ergômetro), exatamente como realizado em estudo anterior (ZAGATTO; MIRANDA; GOBATTO, 2011).

(37)

O robô também foi ajustado para lançar as bolas com quique ocorrendo de 50 a 60 cm da rede divisória da mesa oficial da modalidade, os ajustes foram efetuados para simular as respostas de um adversário em um jogo de tênis de mesa.

Os atletas foram submetidos a testes anaeróbios alático e lático, sendo que para ambos os parâmetros, foram realizados teste e reteste visando verificar a reprodutibilidade desses indicadores anaeróbios.

Todos os testes foram realizados no ergômetro específico (Newgy Robo-Pong 2050). Para o controle da frequência de disparo das bolas foi utilizado o ajuste Wait do equipamento, que representa o tempo de espera (em segundos) entre um disparo e outro, diante disto, o ajuste foi convertido de movimentos laterais por minuto dos testes de velocidade de deslocamento para a medida (bolas/min) no ergômetro específico de tênis de mesa.

Os sujeitos executaram durantes os testes golpes máximos de Fh. A velocidade da bola rebatida pelo atleta em cada golpe foi medida pelo radar Stalker Professional Sports (Stalker,TX, EUA). O radar foi posicionado atrás do ergômetro lançador de bolas, mensurando a velocidade dos golpes realizados durante o teste.

Foi utilizado como critério de validação do número de acertos das rebatidas, aquelas em que a bola teve trajetória em sentido oposto ao do disparo realizado pelo robô e com quiques tocados nesse espaço da mesa (bolas dentro, válidas).

A região da mesa foi demarcada em área alvo em dois locais, uma do lado direito e outra do lado esquerdo no canto fundo da mesa com dimensões de 60 cm de comprimento por 40 cm largura e a área livre representou os outros locais da mesa conforme demonstrado na figura 4.

Essas demarcações foram realizadas para análise de precisão dos golpes de Fh, onde cada participante foi antecipadamente orientado a acertar a área alvo demarcada na mesa.

Foi utilizada uma câmera de vídeo Handycam 5.3 megapixels para gravação dos golpes e posteriormente analisados no Kinovea, os acertos foram contados em um Hand Tally manual.

(38)

Os tempos estipulados para a realização dos testes foram programados pelo software Multi Timer, onde cada cronômetro determinou os tempos de esforço e pausa nos testes anaeróbios aláticos e o tempo de 30s no teste anaeróbio lático.

A FC foi mensurada durante todos os testes e após o término, os atletas foram mantidos em repouso durante 10 min, para as coletas de sangue (25 µl) do lóbulo da orelha após 3, 5, 7 e 10 minutos do final do teste.

Figura 3. Mesa, rede, acessórios do lançador automático de bolas espaços demarcados na

(39)

6.3.1 Teste Anaeróbio alático

Os sujeitos realizaram 5 repetições de 10s de golpes máximos de Fh seguidos de 60s de recuperação entre cada repetição em uma frequência de disparo de bolas na intensidade do número de deslocamentos laterais realizados pelos atletas no teste de velocidade de deslocamento que correspondeu a intensidades no ergômetro de 84-90 bolas/min (Figura 5).

O tempo do teste foi programado no Multi Timer em 5 cronômetros digitais programáveis no computador.

Após o teste os atletas foram mantidos em repouso durante 10 min para coletas de sangue (25µl) do lóbulo da orelha. As amostras foram obtidas após 3, 5, 7 e 10 minutos do final do teste, visando determinar a concentração do lactato sanguíneo.

O índice anaeróbio alático foi considerado a razão entre a concentração pico de lactato no teste [Lac]pico (mM) e o número médio de bolas rebatidas (Nm) nos esforços repetidos durante o teste, conforme equação abaixo.

Índice Anaeróbio Alático IAA=[LAC] pico (mM)/Nm (bolas/s) = mM.s/bolas

(40)

6.3.2 Teste anaeróbio lático

Os sujeitos realizaram esforço máximo 30s de duração de golpes Fh em uma frequência de disparo de bolas na intensidade do número de deslocamento laterais realizados pelos atletas no teste de velocidade de deslocamento de 30s que correspondeu a intensidades no ergômetro de 74-78 bolas/min (Figura 6).

O tempo foi programado no Multi Timer em 1 cronômetro digital no computador. Após o término do teste os atletas foram mantidos em repouso durante 10 min para as coletas de sangue (25µl) do lóbulo da orelha, as quais ocorreram após 3, 5, 7 e 10 minutos do final do teste.

O índice anaeróbio lático foi considerado como o produto da concentração pico de lactato sanguíneo [Lac]pico (mM) durante a realização do teste e o número de bolas rebatidas dividido pelo tempo (s), conforme equação abaixo.

IAL = [Lac]pico (mM) X nº bolas rebatidas = mM.bolas/s

tempo (s).

(41)

6.4 Mensuração e Análise dos parâmetros de intensidade de esforço

6.4.1 Lactato sanguíneo

Amostras sanguíneas de 25 µL foram coletadas do lóbulo da orelha dos participantes em tubos capilares heparinizados, sendo imediatamente transferidas a tubos Eppendorf de 1,5 ml contendo 400 µl de solução de ácido tricloroacético 4% (TCA) para sua desproteinização e armazenado a uma temperatura de 2 a 8 ºC.

Em seguida as amostras foram agitadas e centrifugadas, para posterior retirada de 100μl do sobrenadante da amostra, que foi transferida para tubos de ensaio, nos quais foram adicionados 500μl de reativo preparado a base de glicina/EDTA (estoque de glicina), Hidrazina Hidrato 33%, NAD (Beta-Nicotinamide Dinucleotide SIGMA) e LDH (L-Lactic Dehydrogenase bovine heart – 1000 units/mL SIGMA) a pH 8,85. A análise da lactacidemia foi medida à 340 nm em leitora de microplaca (Asys Expert Plus UV, Biochrom, UK) (ENGEL E JONES, 1978).

6.4.2 Frequência cardíaca

Para análise do registro da frequência cardíaca durante os testes foi utilizado um cardiofrequencimento da marca Polar, modelo RS800 (Figura 7). Os registros foram transferidos para um microcomputador com a utilização de uma interface da marca Polar.

Figura 6. Cardiofrequencimetro utilizado para aquisição de dados durante a determinação

(42)

7 ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada por meio dos softwares Microssoft Office Excel 2010 (Microsoft, USA), Estatística 7.0 (Statsoft, USA) e SPSS 17.0. Foi utilizada a estatística descritiva para apresentar a resposta da lactacidemia, frequência cardíaca e do número de acertos das rebatidas.

Os resultados são apresentados em média ± desvio padrão (DP) e coeficiente de variação. Em alguns casos também estão apresentados os intervalos de confiança de 95% (IC95%). A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Shapiro Wilk.

Foi utilizado teste t student para comparação entre as médias do teste e reteste.

Para reprodutibilidade dos índices anaeróbios utilizou o Índice de Correlação Intraclasse (ICC) e Bland Altman (1986), para verificar a correlação dos índices anaeróbios alático e lático com o número de acertos na área alvo e velocidade foi utilizado o teste de correlação Pearson, os coeficientes de correlação foram classificados em: muito fraco (0,0-0,2) fraco (0,2-0,4) moderado (0,4-0,7) forte (0,7- 0,9) e muito forte (0,9-1,0) (ROWNTREE,1991), e para a precisão nas áreas demarcadas na mesa no teste e reteste foi utilizada anova two-way, adotando nível de significância de 5% (p < 0,05).

(43)

8 RESULTADOS

A tabela 2 contém a média, o desvio padrão, o coeficiente de variação e o intervalo de confiança do número de deslocamento dos testes de velocidade de deslocamento para predição das intensidades na determinação dos índices anaeróbios.

Tabela 2. Valores médios, desvio padrão, coeficiente de variação e intervalo de confiança

obtidos nos testes de velocidade deslocamento de 5 repetições de 10s e 30s.

Número de deslocamento Média ± DP CV % IC 95%

NDP 10s 14,3±0,5 3,5 13,4 - 15,1

NDT 5 rep 10s 71,9±2,5 3,5 71,0 - 72,7

ND 30s 37,7±1,0 2,6 36,8 - 38,5

NDP= número de deslocamento por repetição 10s, NDT = número de deslocamento total das

5 repetições de 10s, ND 30s= número de deslocamento no teste de 30s.

As tabelas 3 e 4 apresentam a média e desvio padrão dos índices anaeróbios, índice de correlação intraclasse, intervalo de confiança e coeficiente de variação. A análise do teste t student não apresentou diferenças significativas nos índices anaeróbios aláticos e láticos p= 0,46 e 0,51). Os valores de ICC nos indices anaeróbios apresentaram valores significativos e o coeficiente de variação exibiu variações aceitáveis no teste e reteste dos índices anaeróbios.

Tabela 3. Valores médios e desvio padrão do índice anaeróbio alático, índice de correlação

intraclasse, intervalo de confiança e coeficiente de variação dos índices anaeróbios aláticos.

Testes IAA

(mM.s/bolas)

ICC (IC 95%) CV (%)

Teste 2,35 ± 0,7 0,72 (0,31-0,90) 35,6

Reteste 2,46 ± 0,6 28,5

IAA= índice anaeróbio alático; ICC= índice de correlação intraclasse; IC = intervalo de confiança; Coeficiente de variação.

Tabela 4. Valores médios e desvio padrão do índice anaeróbio lático, índice de correlação

intraclasse, intervalo de confiança e coeficiente de variação dos índices anaeróbios láticos.

Testes IAL

(mM.bolas/s)

ICC (IC 95%) CV (%)

Teste 6,42 ± 1,3 0,66 (0,21-0,88) 20,3

Reteste 6,22 ± 1,3 21,0

IAA= índice anaeróbio lático; ICC= índice de correlação intraclasse; IC = intervalo de confiança; Coeficiente de variação; diferença significativa.

(44)

A tabela 5 aponta os valores da lactacidemia e frequência cardíaca máxima (FCM) em teste e reteste dos índices anaeróbios aláticos e láticos.

Tabela 5. Valores médios e desvio padrão das repostas lactacidêmicas e frequência cardíaca

em teste e reteste nos índices anaeróbios aláticos e láticos. IAA LAC (mM) IAL LAC (mM) IAA FCM (bpm) IAL FCM (bpm) Teste 3,15 ± 1 5,38 ± 1 126 ± 8,9 167 ± 9,5 Reteste 3,40 ± 0,9 5,16 ± 1 125 ± 8,2 164 ± 8

IAA= Índice anaeróbio alático; IAL=Índice anaeróbio lático

As figuras 8 e 9 apresentam a análise gráfica de Bland Altman (1986), uma comparação entre o teste e reteste dos índices anaeróbios, com diferenças médias de -0,11± 0,86 mM.s/bolas para IAA e 0,14 ± 2.18 mM.bolas/s para IAL, com limites de concordância superior e inferior de 0,97 e -1,20 e intervalo de concordância 95% de Bland Altman (LOA) da diferença das médias de -0,44 e 0,21 com variação LOA 0,61 para (IAA) e limites de concordância superior e inferior 2,32 e -2,04, intervalo de concordância das médias de -0,51 e 0,80 e variação LOA 1,31 (para IAL).

Os resultados da análise Bland Altman exibiram variações aceitáveis dos limites de concordância dos índices anaeróbios, o que é indicativo de reprodutibilidade dos dados.

(45)

Figura 7. Análise gráfica de Bland-Altman entre aos índices anaeróbios aláticos obtidos em teste e reteste.

Figura 8. Análise gráfica de Bland-Altman entre aos índices anaeróbios láticos obtidos em

Referências

Documentos relacionados

Considerando a competência que lhe foi delegada no artigo 11, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 1º Exonerar a pedido, Ewerton Douglas Santos Morais, do cargo de

Em reconhecimento ao apoio de longa data nos Jogos Paralímpicos, apenas cartões Visa (débito, crédito ou pré-pago) e dinheiro são aceitos para compras nas instalações Rio

PING PONG TÊNIS DE MESA Associação de Tênis de Mesa de Campinas Federação Paulista de Tênis de Mesa Confederação Brasileira de Tênis de Mesa International Table

ADEMIR FORTES DE SOUZA, 44715.1, da Secretaria Municipal da Fazenda, com base na análise das áreas competentes e conforme o que dispõe o § 5º do artigo 2º da Emenda

Gottardo e Cestari Junior (2008) efetuaram análise de viabilidade econômica na implantação de silo de armazenagem de grãos utilizando os seguintes modelos VPL,

Disponível em: &lt;http://www.parquesepracasdecuritiba.com.br/destaques/florada-dos-ipes.html&gt;. Somente os Ipês continuavam sem flores. Os Ipês, cada vez mais se entristeciam

O paciente retornou após 15 dias de tratamento profilático até a espera dos resultados da biópsia, com relativa melhora da gengivoestomatite, mas apresentava as pústulas

JEB’s/2021.. 1º - A competição de tênis de mesa dos Jogos Escolares Brasileiros – JEB’s/2021 obedecerá às Regras Oficiais da International Table Tennis