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Sistema de gestão ambiental, baseado na norma ISO 14001: proposição em uma indústria de embalagens

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOANI HERMANN DA ROSA

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, BASEADO NA NORMA ISO

14001: PROPOSIÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS.

IJUÍ (RS)

2017

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JOANI HERMANN DA ROSA

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, BASEADO NA NORMA ISO

14001: PROPOSIÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (Dacec) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Me Roselaine Filipin

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus que me permitiu chegar até aqui e concluir mais esta fase em minha vida. A toda minha família pelo incentivo e apoio, em principal a minha mãe Rosani.

A minha orientadora Roselaine Filipin pela ajuda e incentivo, por ter acreditado no meu potencial. Aos professores do Curso de Ciências Contábeis que me auxiliaram na minha jornada da graduação, me proporcionando um vasto conhecimento na área.

As minhas colegas pelo grande apoio e incentivo que me proporcionaram durante o percorrer destes quase 5 anos, e pelas contribuições para que este trabalho se concretizasse.

Ao meu noivo pela paciência, pelo incentivo que me proporcionou e auxílio para a conclusão deste trabalho. E, por fim, a toda a equipe da indústria de embalagens de madeira que presenciou estes meses de análise junto comigo, onde me auxiliaram com muitas dicas.

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RESUMO

A preocupação com o meio ambiente é um assunto que envolve o mundo todo. Buscando criar meios de preservação, pequenas atitudes no dia a dia contribuem para a melhoria das condições ambientais, e nas empresas, a preocupação torna-se ainda maior, devido ao grande uso de condicionantes que prejudicam o meio ambiente. Existem vários sistemas que buscam minimizar os impactos ambientais, como a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) nas empresas, que visa uma melhor execução na aplicação dos recursos ambientais, diminuindo a produção de resíduos gerados por eles, melhorando a imagem da empresa perante a sociedade. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar como a implantação do SGA, baseado na Norma ISO 14001, pode melhorar os fatores de impactos ambientais na empresa fabricante de embalagens de madeira da região Noroeste do Estado. A metodologia empregada foi uma pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva, bibliográfica, documental e um estudo de caso. A coleta de dados foi efetuada por entrevistas despadronizadas com o proprietário, participação sistemática, observação não participante, registros por meio de anotações e fotografias no setor de produção da empresa, análise e interpretação dos dados com vista nos impactos gerados ao meio ambiente. Com isso, foram abordados os resultados da pesquisa, fundamentado na implantação do Sistema de Gestão Ambiental baseado na ISO 140001 no setor produtivo da indústria, visando minimizar os impactos ambientais gerados, e uma melhor destinação dos descartes dos resíduos com a viabilização da compra de um picador, visando novas receitais ambientais para a indústria de embalagens.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma do primeiro processo de produção da indústria ... 37

Figura 2 - Fluxograma do segundo processo de produção da indústria ... 38

Figura 3 - Estoque de toras de pinus no pátio da empresa ... 39

Figura 4 - Transformação das toras de pinus em madeira na serraria da indústria ... 40

Figura 5 - Estoque de madeira no pátio da indústria ... 40

Figura 6 - Processo de desdobre das madeiras na indústria ... 41

Figura 7 - Processo de corte das chapas de compensado ... 42

Figura 8 - Processo final da montagem das embalagens ... 43

Figura 9 - Organograma Matéria-prima X Resíduos ... 44

Figura 10 - Armazenamento de serragem na indústria ... 45

Figura 11 - Costaneiras e Refilos ... 46

Figura 12 - Sistema de captação da maravalha localizado no setor 2 da indústria ... 47

Figura 13 - Silo de armazenamento da maravalha ... 48

Figura 14 - Armazenamento de retalhos de madeira ... 49

Figura 15 - Retalhos de compensados armazenados na indústria de embalagens ... 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Serragem produzida na indústria ... 45

Tabela 2 - Costaneiras e Refilos produzidos na indústria ... 47

Tabela 3 - Produção de Maravalha e receita gerada na indústria ... 48

Tabela 4 - Produção de resíduos retalhos de madeira na indústria ... 49

Tabela 5 - Produção de resíduos de compensado na indústria ... 51

Tabela 6 - Total de receitas ambientais recebidas pela indústria ... 51

Tabela 7 - Resíduos doados ... 57

Tabela 8 - Investimento fixo ... 59

Tabela 9 - Depreciação do investimento ... 59

Tabela 10 - M³ Cavacos produzidos ... 60

Tabela 11 - Receitas geradas no primeiro ano do investimento ... 60

Tabela 12 - Produção de cavacos ... 61

Tabela 13 - Estimativa de despesas operacionais ... 62

Tabela 14 - Fluxo de caixa referente a aquisição da máquina picadora ... 62

Tabela 15 - Valor presente líquido ... 63

Tabela 16 - PayBack simples... 63

Tabela 17 - PayBack descontado ... 64

Tabela 18 - Taxa interna de retorno... 64

Tabela 19 - Demonstração do Resultado do Exercício... 65

Tabela 20 - Receitas ambientais brutas geradas ... 66

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

GA Gestão Ambiental

ISO International Organization for Standardization

PDCA Plan-Do-Check-Act

RS Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA... 10

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 11 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA... 11 1.4 OBJETIVOS ... 13 1.4.1 Objetivo Geral ... 13 1.4.2 Objetivos Específicos ... 13 1.5 JUSTIFICATIVA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 CONTABILIDADE ... 15 2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL ... 16 2.3 CONTAS AMBIENTAIS ... 18 2.3.1 Ativos Ambientais... 18 2.3.2 Passivos Ambientais ... 20

2.3.3 Patrimônio Líquido Ambiental ... 21

2.3.4 Custos Ambientais ... 21

2.3.5 Despesas Ambientais ... 22

2.3.6 Receitas Ambientais ... 23

2.4 GESTÃO AMBIENTAL ... 24

2.4.1 Sistema de Gestão Ambiental ... 26

2.4.2 Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental em empresas de pequeno porte ... 28

2.4.3 Modelo do Sistema de Gestão Ambiental ... 29

3 METODOLOGIA DO TRABALHO... 32

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 32

3.1.1 Quanto à natureza ... 32

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema ... 32

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 33

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 33

3.2 COLETA DE DADOS ... 34

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 35

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4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA EM

ESTUDO ... 36

4.1.1 Primeiro processo de produção da Indústria... 38

4.1.2 Segundo processo de produção da Indústria ... 41

4.1.3 Identificação dos resíduos gerados pelas etapas de produção da Indústria ... 43

4.1.3.1 Serragem ... 45

4.1.3.2 Costaneiras e Refilos ... 46

4.1.3.3 Maravalha ... 47

4.1.3.4 Retalhos de Madeira ... 49

4.1.3.5 Retalhos de Compensado ... 50

4.1.4 Levantamento das Receitas Ambientais geradas pela Indústria ... 51

4.2 PROPOSTA DO SGA BASEADO NA NORMA ISO 14001 PARA A INDÚSTRIA .. 52

4.2.1 Proposta de adaptação do SGA baseado na norma ISO 14001 na Indústria ... 54

4.3 ALTERAÇÕES NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA PARA A PERFORMACE AMBIENTAL ... 56

4.3.1 Alterações no processo de produção ... 57

4.3.2 Viabilização da compra da máquina picadora de resíduos ... 58

4.3.3 Contabilização das receitas ambientais ... 65

CONCLUSÃO ... 67

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1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente tem se tornado um assunto que envolve o mundo todo. Para que se crie maneiras de sua preservação, pequenas atitudes no dia a dia contribuem para a melhoria das condições ambientais. Nas empresas não é diferente, a oferta de produtos sustentáveis para clientes consumidores se tornou uma alternativa comum entre as organizações, evitando prejuízos ao cenário ambiental do mundo atual (SCHLOTEFELD, 2016).

Em meio a esse cenário, a contabilidade, que tem como função fornecer informações econômicas e financeiras, passa também a ser gestora das questões ambientais nas organizações, haja vista sua importância (SILVA 2009).

A Contabilidade Ambiental tem como objetivo controlar informações nas entidades que afetam diretamente o meio ambiente. Tais resultados gerados na empresa são registrados no patrimônio ambiental da organização (CARVALHO, 2008).

O grande impacto gerado ao meio ambiente na busca de um melhor quadro econômico mundial, como a busca de maior lucratividade pelas entidades, tem como uma das maiores consequências à exploração de recursos naturais. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) preocupada com a questão, criou um Sistema da Gestão Ambiental (SGA) conhecido como ISO 14001, metodologia que auxilia neste processo de gestão ambiental nas organizações juntamente com a Contabilidade Ambiental (GONÇALVES; HELIODORO, 2005).

Também conhecido método estratégico, o SGA busca proporcionar não só apenas um sistema ecologicamente correto, mas o desenvolvimento sustentável para a empresa. Melhor execução na aplicação destes recursos ambientais, visando diminuir a produção de resíduos gerados por eles, tendo em vista uma melhoria na imagem da empresa perante a sociedade (OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).

O capítulo 1 descreve a exposição do tema abordado, juntamente com a caracterização da entidade examinada, seguido pelo problema mencionado, seus objetivos gerais e objetivos específicos apresentados, bem como a justificativa do estudo.

O capítulo 2 apresenta o referencial teórico, apresentando teorias e conceitos para que haja o desenvolvimento da pesquisa, uma compreensão sobre a Contabilidade Ambiental juntamente com o Sistema de Gestão Ambiental desenvolvido nas organizações.

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No capítulo 3 é abordada a metodologia da pesquisa, sua classificação e natureza, e os procedimentos. Explica a forma como os dados foram coletados, e sua interpretação a partir das informações obtidas.

O capítulo 4 descreve a aplicação do estudo de caso em que apresenta o funcionamento da indústria e a recomendação da adaptação do Sistema de Gestão Ambiental no setor produtivo da empresa, juntamente com a viabilização da compra da máquina picadora para a empresa com a utilização dos resíduos que hoje são destinados a doação. Finalizando com a conclusão e referências utilizadas.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

Gonçalves e Heliodoro (2005) verificam que a partir da preocupação das entidades perante o meio ambiente e das modificações ocorridas pela sociedade na década de 70, surgiu a Contabilidade Ambiental, uma adaptação a Contabilidade Geral, ciência que estuda a quantificação do patrimônio das organizações.

A Contabilidade Ambiental tem como objetivo demonstrar procedimentos e efeitos resultados pela utilização da natureza ambiental na entidade, e assim evidenciar as informações econômicas e financeiras geradas, demonstrar aos usuários os resultados no patrimônio da organização, gerando assim, um auxílio direto na contabilidade (SILVA; RIOS, 2014).

Schlotefeldt (2016) afirma sobre a importância do auxílio da Contabilidade Ambiental para as tomadas de decisões em uma entidade. Além de mutações patrimoniais, registra bens, direitos e obrigações ambientais. Serve de aviso aos stakeholders fornecendo informações sobre problemas ambientais, orientando atitudes a serem desenvolvidas para a prevenção destes impactos negativos gerados a natureza.

Com a finalidade de desenvolver atividades relacionadas à preservação do meio ambiente, criou-se o Sistema de Gestão Ambiental, que visa possibilidades de melhoria no descarte de resíduos e monitoramento nas atividades relacionadas aos recursos ambientais nas organizações, e a partir do cumprimento da legislação desenvolvida, colaborar com a responsabilidade social. Tem como objetivo gerar ações para a redução de impactos ambientais, envolvendo estratégias rentáveis a empresa, e orientando que os custos para a adequação nas entidades não excedam os lucros gerados referentes a estas novas implantações (OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).

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O tema de estudo é baseado na Contabilidade Ambiental e o Sistema de Gestão Ambiental, com a busca de uma implantação deste sistema em uma indústria de embalagens de madeira, visando o gerenciamento de resíduos gerados na produção, reduzindo assim, impactos gerados a natureza e, consequentemente, os custos e a evidenciação de receitas futuras.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização em estudo é uma indústria de embalagens de madeira, situada no Estado do Rio Grande do Sul, na região Noroeste. Atualmente, é administrada pela terceira geração, e tem como composição um empresário individual, ou seja, a empresa é composta apenas pelo proprietário. Atua a oito anos no mercado, exclusivamente na fabricação de embalagens industriais nas linhas agrícola, automotiva, da construção civil e também na linha alimentícia.

Antiga fábrica de móveis, atua a mais de sessenta anos no mercado no ramo de madeiras. Tem como diversidade uma serraria própria automatizada, onde produz sua matéria-prima principal, que é a produção de madeira de pinus e eucalipto, gerando assim, um menor custo para a fabricação de embalagens, além de qualidade no produto final, e um custo de seus produtos mais baixo que a concorrência.

A entidade é considerada uma empresa de pequeno porte, que tem como regime de tributação o Simples Nacional. Teve como média de faturamento mensal no último ano calendário encerrado de R$ 115.470,00 (cento e quinze mil quatrocentos e setenta reais). Composta por uma equipe de quinze funcionários, separadas em: uma secretária administrativa, um motorista, três colaboradores apenas para a serraria, e dez auxiliares de marceneiros atuando no corte de material e produção das embalagens.

A empresa possui apenas um proprietário que atua na empresa como gerente, retirando assim seu pró-labore mensalmente e uma participação do capital social no encerramento de cada ano.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Schlotefeldt (2016), destaca a importância da diminuição dos impactos negativos gerados pelos desgastes naturais, a busca por uma integração entre as entidades e o meio ambiente. A necessidade da inclusão do SGA na entidade, justifica-se para que assim a

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fabricante de embalagens tenha como preocupação não apenas produzir, mas a responsabilidade do bem-estar de seus colaboradores e clientes.

Frente à preocupação das empresas em atender questões voltadas ao meio ambiente, são utilizados Sistemas de Gestão Ambiental, que formalizam os procedimentos operacionais, monitoram e incentivam a melhoria continuada, possibilitando a redução do consumo dos recursos naturais e também a redução de resíduos (OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).

Oliveira e Pinheiro (2010) apresentaram as práticas sistematizadas utilizando a implantação Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001 em duas indústrias, considerando que o processo de gestão ambiental gera mudanças significativas na cultura e estrutura das empresas, com especial contribuição da área de gestão de pessoas, e trazem como recomendação a partir de seus resultados que em empresas industriais a realização de uma estreita parceria da equipe responsável pela implantação do SGA com o setor de recursos humanos, para que se potencializem os seus resultados a partir de melhor comunicação horizontal e vertical, instituição de liderança positiva, educação e treinamento, criação de programas de reconhecimento de esforços e resultados e intensivo combate de resistências à mudança.

Preocupação comum entre os gestores, além de cuidados com o meio ambiente, os aspectos econômicos operacionais e ambientais, a Contabilidade Ambiental integra auxílio na demonstração da responsabilidade ambiental, por relatórios contábeis enviando de forma clara os gastos e controle ambiental (GONÇALVES; HELIODORO, 2005).

Souza e Ribeiro (2004) analisaram os aspectos socioeconômicos – ambientais em uma indústria de madeira, e verificaram a necessidade das entidades em aderir a investimentos ambientais nos seus processos produtivos na questão do reaproveitamento de resíduos sólidos de madeira. Com isso, foi de suma importância a verificação dos custos ambientais desta organização a partir da identificação dos recursos ambientais gerados. Destacou-se também na análise as inúmeras variáveis fundamentais ao planejamento, controle e tomadas de decisão que não foram ponderadas.

Schlotefeldt (2016) verificou como a implantação do Sistema de Gestão Ambiental, baseado na norma ISO 14001, pode melhorar os indicadores de impactos ambientais em uma organização do segmento moveleiro da região Noroeste do RS. Os resultados mostraram que a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental baseado na ISO 14001 e adaptado conforme as necessidades da empresa, é capaz de melhorar os indicadores de desempenho ambiental e econômico, pois minimiza o consumo de itens que fazem parte das atividades

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inerentes ao processo produtivo e administrativo, assim como permite pensar alternativas para os destinos dos resíduos dessas atividades, possibilitando novas receitas.

O problema do estudo na área de gestão ambiental segundo Vellani e Ribeiro (2009) é de qual maneira categorizar atividades ecológicas na entidade e de que forma fornecer dados relacionados à eficiência do negócio na contabilidade. A necessidade de uma contabilidade estruturada nas organizações, acessos às informações dos fluxos (físicos e monetários) em relação aos efeitos gerados a empresa em função de manutenções de ações ecológicas, para que assim se consiga coordenar atividades ambientais na entidade, ações ecológicas na procura de negócios mais eco eficientes.

Nesse contexto, a questão problema é: Como a implantação do SGA, baseado na norma ISO 14001, pode melhorar os fatores de impactos ambientais em uma organização do segmento de fabricação de embalagens de madeira?

1.4 OBJETIVOS

A seguir são definidos o objetivo geral e os objetivos específicos do estudo.

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar como a implantação do SGA, baseado na norma ISO 14001, pode melhorar os fatores de impactos ambientais na empresa fabricante de embalagens de madeira da região Noroeste do Estado.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Revisar a literatura;

- Identificar os processos que envolvem questões ambientais;

- Determinar os passos para a implantação do SGA conforme a norma ISO 14001; - Descrever a proposição de um SGA;

- Identificar maneiras de aperfeiçoamento dos processos produtivos e desempenho ambiental da empresa.

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1.5 JUSTIFICATIVA

O sistema com base na norma ISO 14001 (ISO, 2004) é um dos modelos de gestão ambiental (GA) mais adotado em todo o mundo (OLIVIERA; PINHEIRO, 2010).

Em meio ao cenário atual, mudanças ambientais ocorridas em busca de um melhor desenvolvimento para as entidades em exercício, trazem consigo uma reflexão ampla das consequências prejudiciais ao meio ambiente que estão à tona (SCHLOTEFELD, 2016).

A mudança de hábitos da sociedade vem aumentando pela a busca de preservação ambiental, as pessoas estão adquirindo para o consumo produtos inovadores e ecologicamente sustentáveis. Com isso, as organizações estão mais preocupadas com o meio ambiente, além de estarem atuando estrategicamente na conquista de um mercado abrangente, integrando o Sistema da Gestão Ambiental.

A Contabilidade Ambiental engloba pontos positivos para as entidades, ocasiona uma boa imagem aos usuários externos e internos das empresas. Benefícios não apenas socioambientais, mas econômicos também, aderindo às organizações receitas não esperadas quando assim praticada.

A autora deste estudo, acadêmica no Curso de Ciências Contábeis, traz esta pesquisa como um desafio, em função do tema escolhido não ser tão visto no decorrer de sua graduação. Aprimora seus conhecimentos no tema definido, valorizando a importância deste aprendizado para a carreira profissional que está apenas iniciando.

Para a empresa, é de suma importância este estudo, pois a partir dele a forma de gerenciamento no setor de despache de resíduos abrange uma visão mais ampla, conduzindo melhorias e novas alternativas para este descarte, possibilidades que trazem novos ganhos a entidade, aumentando assim sua lucratividade perante um conhecimento mais amplo no que diz respeito a Contabilidade Ambiental. A partir das futuras adequações analisadas, com a implantação do SGA, poderá ser reconhecida não apenas na região, mas em todo o Estado com a imagem de uma organização preocupada com o meio ambiente, conquistando novas parcerias e assim aumentando a produtividade da entidade.

Para a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e para o Curso de Ciências Contábeis, o desenvolvimento de uma pesquisa com o tema Contabilidade Ambiental, e as atualizações de informações referentes à ISO 14001, são de grande importância por ser um assunto pouco explorado na instituição de ensino, trazendo novos conhecimentos a Biblioteca Virtual da Universidade.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem como objetivo demonstrar uma revisão dos conteúdos investigados no decorrer desta pesquisa. Esta etapa serviu de base para a análise de dados, gerando um maior conhecimento na área estudada para assim proporcionar recomendações adequadas a empresa estudada. Conceitos e finalidades sobre a Contabilidade Ambiental e o Sistema de Gestão Ambiental.

2.1 CONTABILIDADE

Segundo Basso (2005) a contabilidade tem como seu objeto o patrimônio das entidades, este composto por um conjunto de bens, direitos e obrigações. Elaborada no intuito de fornecer informações aos seus usuários, seu propósito fundamental é conceber informações de ordem física, financeira e econômica sobre o patrimônio, com ênfase para o planejamento e controle.

Iudícibus (2000) apresenta a contabilidade caracterizando seu principal objetivo em proporcionar aos seus usuários relevantes informações econômicas para que assim ocorra iniciativas referentes às decisões dentro das empresas com segurança. Para o autor, a contabilidade pode ser estabelecida aos seus usuários de duas abordagens diferentes: como um conjunto básico de informações independentemente de sua natureza ou como uma apresentação diferenciada de cadastros de informações para cada perfil de usuário.

A contabilidade é “[...] conceituada como método de identificar, mensurar e comunicar informação econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação” (IUDÍCIBUS, 2000, p. 26).

Para Iudícibus e Marion (2002, p. 23) a contabilidade objetiva em: “[...] avaliar a riqueza, medir a variação da riqueza e proporcionar dados para a tomada de decisão. O homem fez a Contabilidade e tornou-se seu próprio usuário”.

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimento, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente da natureza econômico-financeira (BASSO, 2005, p. 22).

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A partir do desenvolvimento econômico é que a contabilidade foi se tornando importante, e tem como ferramenta principal os métodos quantitativos (estatística e matemática), mas é uma ciência social por ser uma ação humana, que altera o fenômeno patrimonial. Mensura monetariamente, registra e emite em forma de relatórios, servindo de instrumento para a administração e contribuindo para as tomadas de decisões (IUDÍCIBUS; MARION, 2002).

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL

Conforme Silva (2009), a Contabilidade Ambiental nasceu no intuito de acompanhar as mudanças e assim registrar de forma correta os efeitos econômico-financeiros ocasionados na postura de preservar o meio ambiente. Não é obrigatória para as empresas, ela apenas existirá se ocorrer o interesse em demonstrar para a sociedade os compromissos que as entidades desenvolvem a favor do meio ambiente.

Segundo Kraemer (2001), a Contabilidade Ambiental surgiu no ano de 1970 pelo fato das entidades prestarem mais atenção aos problemas e impactos gerados ao meio ambiente, “é um conjunto de ações planejadas para desenvolver um projeto, levando em conta a preocupação com o meio ambiente” (KRAEMER, 2001, p. 11).

De acordo com Ribeiro (2006) é considerada como uma segmentação da tradicional ciência, a Contabilidade Ambiental tem como seu objetivo, além de identificar, esclarecer e mensurar acontecimentos ou transações econômico-financeiras ligadas à preservação, proteção e recuperação ambiental, assim relatando a condição patrimonial de uma organização em um período determinado. Servindo como um auxílio nas tomadas de decisões e subsídio aos seus usuários na condução de medidas para preservar o ambiente, desta forma contribuindo no processo de conformidade no desenvolvimento econômico sustentável.

“Contabilidade Ambiental pode ser definida como o destaque dado pela ciência aos registros e evidenciações da entidade referente aos fatos relacionados com o meio ambiente” (CARVALHO, 2008, p. 111).

Conhecida como atividade de registros de eventos e identificação de dados ambientais, com finalidade de auxiliar na elaboração do planejamento estratégico; proporcionar conhecimentos externos para a prestação de contas de atividades; servir de orientação no gerenciamento de atividades na geração de relatórios e registros designou-se o termo Contabilidade Ambiental (PAIVA, 2003).

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Para Carvalho (2008), existem vários fatores que levam as entidades a divulgarem suas ações ambientais, entre eles: a exigência de uma certificação de qualidade ambiental para a entrada de produtos em países importadores; a consciência de clientes na preservação ambiental; postura de fornecedores ambientalmente corretas e até mesmo a exposição na mídia no quesito da educação ambiental. Em consequência dos problemas ambientais algumas empresas condescendem à decisão por si só a aderir uma postura sustentável. A praticabilidade da legislação ambiental também é um motivo que faz com que as organizações pratiquem, evitando os riscos decorrentes de multas e indenizações pelo descumprimento das normas.

O termo Contabilidade Ambiental pode ser classificado em três tipos: Contabilidade Ambiental Nacional, Contabilidade Ambiental Gerencial e Contabilidade Ambiental Financeira, descritos abaixo.

Contabilidade Ambiental Nacional tem como foco principal a nação, e seu público-alvo é externo, contribuindo para a geração de fatores aplicados para o acompanhamento e avaliação de políticas macroeconômicas ambientais. A partir da geração de seus relatórios permite um planejamento para as tomadas de decisões políticas e estratégicas, tendo em conta o meio ambiente. Acompanha os recursos naturais renováveis ou não do País (PAIVA, 2003).

Quanto a Contabilidade Ambiental Gerencial, seu foco principal são as empresas, divisão, estabelecimentos, linha de produção ou até mesmo sistemas, com um público-alvo interno. Tem como uso o gerenciamento das atividades empresariais, sendo capaz de ter seus registros da maneira que satisfaça os gestores para a consecução de objetivos, destacando eles em: gerenciamento na emissão de resíduos poluentes em operações; evitar problemas para o futuro descarte já na composição de embalagens e produtos; apurar melhores formas no quesito de energias menos poluentes, diminuindo assim até mesmo os custos; coordenar na geração e destinação de resíduos, estes sólidos ou líquidos, obtendo dessa forma resultados positivos monetariamente (PAIVA 2003).

Ela está relacionada diretamente a parte gerencial, como um modelo desenvolvido no intuito de atender necessidades básicas de informações das atividades principais ligados a gestão ambiental, que são elas: atividade de prevenção, tem o objetivo de proteger o meio ambiente das ações que causam poluição e requerem gastos de insumos, trazem benefícios no momento de consumo; atividade de produção, que recebe os custos que são relacionados diretamente ao meio ambiente, entre eles o custo de reciclagem de material; atividade de recuperação, onde se dá a recuperação do meio ambiente perante a degradação ocorrida; e

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atividade de reciclagem, que objetiva permitir que resíduos de matéria-prima possam ser reutilizados (FERREIRA, 2003).

A Contabilidade Ambiental Financeira tem como seu principal foco as empresas com um público-alvo externo, tem como prática no auxílio à tomada de decisão aos seus usuários da contabilidade no sentido de empresa como um conjunto, registra transações da empresa que impactam no meio ambiente, auxilia na condução da preservação ambiental e no desenvolvimento econômico sustentável (PAIVA, 2003).

Tem como finalidade evidenciar as informações das entidades, para que assim sejam organizadas de modo que atendam os Princípios Contábeis, a contabilização de acontecimentos econômicos utilizando contas sugeridas em um plano de contas, que devem atender a um vocabulário usual dos gestores de meio ambiente, juntamente com uma linguagem contábil. Esse plano deve ser utilizado por empresas que tem no seu propósito o meio ambiente como uma variável estratégica em seus negócios (FERREIRA, 2003).

2.3 CONTAS AMBIENTAIS

Para Carvalho (2008) é de suma importância as contas, pois são elementos essenciais para os registros e demonstrações dos fatos contábeis ocorridos nas organizações. As contas ambientais estão vinculadas nas empresas juntamente com o meio ambiente, compostas por grupos e subgrupos destacando acontecimentos ambientais nos demonstrativos contábeis, representando de forma fracionada a posição patrimonial da empresa.

As empresas podem ter duas posturas diferentes frente ao meio ambiente: postura tradicional, que trata o sentido do uso da natureza pela empresa em degradar e após deixar que os custos sejam divididos com a sociedade, podendo assim, emitir multas a pagar para os órgãos públicos ambientais; ou pela nova postura, muito utilizada nos tempos de hoje, onde a empresa reconhece sua posição no sentido de preservar, reciclar, conversar ou até mesmo efetuar reparos perante a natureza, trazendo assim novas receitas ambientais para a entidade (CARVALHO, 2008).

2.3.1 Ativos Ambientais

Ribeiro (2006) descreve que os ativos ambientais são compostos pelos bens e direitos apresentados pela empresa, que desenvolvem benefícios econômicos futuros e tencionem a proteção, preservação ou até mesmo a recuperação ambiental. Basso (2005, p. 52) diz que “o

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ativo representa todos os valores positivos da entidade, isto é, compreende os seus bens e direitos, expressos em moeda”.

Para Tinoco e Kraemer (2004, p. 177): “são ativos ambientais todos os bens e direitos destinados ou provenientes de atividade de gerenciamento ambiental, podendo estar na forma de capital circulante ou capital fixo”.

Segundo Kraemer (2001), os ativos ambientais são decorrentes de investimentos, todos ligados diretamente na área do meio ambiente, estes devem ser classificados por títulos contábeis específicos, para que assim sejam identificados de maneira correta os estoques ambientais, ativo permanente imobilizado ambiental e o diferido ambiental. As características dos ativos ambientais alteram de uma entidade para outra, pelo fato de existirem diferentes processos operacionais das distintas atividades econômicas, sendo que estes devem compreender todos em processos ligados a proteção, conservação, controle e preservação do meio ambiente.

Conforme Silva (2009), os ativos ambientais se classificam como bens e direitos da organização que estão vinculados diretamente ou indiretamente a situações voltadas para o meio ambiente. No balanço patrimonial o ativo está dividido em três grupos principais: Ativo circulante ambiental, composto por disponibilidades relacionadas a recebimentos de receitas ambientais; Ativo realizável a longo prazo, que se classifica em direitos de recebimentos ambientais originados de uma receita ambiental, perante o prazo para recebimento seja superior a um ano; Ativo permanente ambiental, composto por três subgrupos: investimentos (participações em entidades ecologicamente responsáveis); imobilizado (bens que são designados à manutenção de gerenciamentos ambientais); diferido (este subgrupo está relacionado aos gastos para implantação de tecnologias que trarão benefícios as organizações tal como o Sistema de Gestão Ambiental).

Carvalho (2008), complementa que os ativos ambientais estão associados a proteção, preservação e a recuperação ambiental, capazes de fornecer futuros ganhos econômicos para as organizações. Ferreira (2003) demonstra em sua proposta do plano de contas vinculado a Contabilidade Ambiental, que aos ativos também podem ser classificados como: renováveis, que se caracterizam por ser um recurso natural, que podem continuar produzindo perante o uso; e os ativos não renováveis, caracterizados pelo fato de suas provisões, que a partir da utilização não poderão mais se recompor.

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2.3.2 Passivos Ambientais

Para Basso (2005), o passivo corresponde os valores negativos na empresa, incluem suas obrigações, dívidas que a entidade tem com outras empresas e pode ser caracterizado também como um capital de terceiros. Carvalho (2008) argumenta que os passivos ambientais são decorrentes das degradações ambientais ocorridas pela dificuldade na quantificação, assim como, relata sobre a valorização ambiental advindo de certas dificuldades para a identificação dos lançamentos no momento exato. Esses registros contábeis devem ser mencionados pelo menos em notas explicativas para cumprir assim, a obediência do princípio contábil da oportunidade. A partir de iniciativas positivas da empresa, para adequações decorrentes de ações de gestão, reparação ou até mesmo recuperação ambiental pode apurar contas do passivo ambiental.

Ribeiro (2006, p. 75), descreve que o termo Passivo Ambiental tem como significado: “[...] benefícios econômicos ou aos resultados que serão sacrificados em razão da necessidade de preservar, proteger e recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade entre estes e o desenvolvimento econômico [...]”. O autor complementa que a classificação do passivo ambiental é de responsabilidade da empresa, e está vinculada a problemática da natureza ambiental, que informam os gastos realizados pela entidade. Os passivos podem ser presentes, de acontecimentos passados ou até mesmo de obrigações futuras relacionadas diretamente na área ambiental.

Para Paiva (2003, p 34), “o fato gerador das obrigações ambientais ocorre quando o meio ambiente é degradado”. O autor aponta também que existem várias formas de surgimento desses passivos ambientais, a restauração em consequência ao não cumprimento de leis ambientais vigentes, problemas referentes à manutenção ou erros humanos cometidos na produção. Completa que os passivos ambientais podem ser compreendidos de duas maneiras: passivos ambientais normais, classificados por existirem decorrentes de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, que têm como possibilidade a prevenção e reaproveitamento; e os passivos ambientais anormais, apontados por decorrência de eventos que não podem ser controlados pela entidade, considerados fora do contexto de operações.

Conforme Carvalho (2008), o passivo tem como um de seus grupos o passivo circulante, onde constam as obrigações que a empresa tenha com o vencimento até o encerramento do ano seguinte. Pode ser classificado nos seguintes subgrupos: provisões ambientais, composto por exigibilidades que não estão totalmente definidas, resultantes de fatos contábeis já ocorridos; degradação ambiental, passivos causados pelas funções que

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geraram resultados negativos para o meio ambiente; obrigações fiscais ambientais a pagar, obrigações conhecidas como impostos verdes; e indenizações ambientais a pagar, onde se registra dívidas referentes indenizações devidas a terceiros.

Para Ferreira (2003), os passivos exigíveis a longo prazo, como um subgrupo que tem como destaque as provisões de contingências ambientais com vencimentos a partir de 360 dias do balanço patrimonial.

2.3.3 Patrimônio Líquido Ambiental

Segundo Basso (2005), o patrimônio líquido é conhecido como a situação líquida da empresa, representa a soma do ativo e passivo da empresa, composto por capital social, reservas e lucros acumulados. Ferreira (2003) menciona em sua proposta de modelo de contas ambientais, que o patrimônio líquido ambiental é composto por reservas de contingências esperadas, que se descrevem ao valor do potencial de poluição dos equipamentos utilizados pelas empresas restritos aos lucros futuros.

Carvalho (2008) considera que pelo fato de suportar prováveis danos gerados ao meio ambiente, a empresa deverá constituir Reservas de Contingências Ambientais para que os valores não abalem no resultado final da entidade, comprometendo lucros futuros. Para o autor, o lucro ambientalmente correto é o que a entidade internaliza os custos e despesas ambientais, apresentando assim um lucro real. Para que ocorra isso, é necessário que a empresa faça o registro e mensure todos os fatos contábeis ambientais ocorridos.

Kraemer (2001) relata que apesar do patrimônio ambiental existir, ele não é passível de segregação dos elementos que formam o patrimônio líquido na forma tradicional. Com ele há possibilidades de uma identificação de reserva de lucros para contingências ambientais, porém é decorrente de uma situação específica já prevista a existência de significativa e inevitável perda no futuro. O Patrimônio Ambiental é formado por um conjunto de ativos ambientais e passivos ambientais.

2.3.4 Custos Ambientais

Conforme Silva (2009, p. 219): “os custos são os gastos necessários para fabricar os produtos da empresa. São aqueles gastos efetuados para que os produtos possam ser fabricados. Salvos a exceções, custos são os gastos da empresa ligados à área industrial”. De acordo com Carvalho (2008), os custos ambientais são considerados os gastos efetuados com

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preservação e recuperação ambiental, materiais utilizados para a preservação ambiental, salários e encargos do pessoal da área ambiental da empresa, e gastos com depreciação e amortização dos ativos ambientais.

De acordo com Ferreira (2003), os custos podem ser diretos ou indiretos perante sua ligação com o meio ambiente. O autor explana que os custos diretos afetam ao meio ambiente causando repercussões que podem ser de uma operação poluidora ou recuperadora, ocorrido em local de responsabilidade da entidade contábil; já em relação aos custos indiretos, o autor descreve como impactos que afetam indiretamente o meio ambiente, estes não podem ser identificados de forma física de responsabilidade da empresa.

Conforme Ribeiro (2006), os custos ambientais são compreendidos por ter relações na preservação do meio ambiente, são considerados custos de produção e devem ser mencionados como custos dos produtos fabricados no período, tais como: amortização de valores relativos aos ativos de natureza ambiental; tratamentos de resíduos dos produtos, restauração ou recuperação de locais contaminados; mão de obra realizada na ação do controle, preservação ou recuperação do meio ambiente; entre outros.

Os Custos Ambientais são considerados um subconjunto de um conjunto amplo de custos necessários para a tomada de decisão, e constituem de um sistema integrado de fluxos materiais e monetários na empresa, e não são considerados custos distintos. Classificam também os custos ambientais de duas formas: Custos Externos, estes custos são difíceis de medir de maneira monetária e podem incorrer como consequência da produção ou existência da empresa; e Custos Internos, ligados de forma direta com a linha de frente da entidade, nele estão incluídos os custos de prevenção e manutenção que são mais fáceis de ocorrer sua identificação (TINOCO; KRAEMER, 2004).

2.3.5 Despesas Ambientais

As despesas são compreendidas por ser um custo da utilização de bens ou serviços, os quais necessitam produzir uma receita de forma direta ou indireta, consideradas também como gastos que consomem recursos conforme sua utilização, gastos esses não materializados (BASSO, 2005).

Ribeiro (2006, p. 49), define despesas como: “[...] o uso ou consumo de mercadorias e serviços no processo de obtenção de receitas, ou seja, a expiração dos fatores de produção, direta ou indiretamente, relacionados à produção e venda do produto da empresa”.

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Gastos esses, vistos como um consumo de ativos da organização que são aplicados de maneira direta ou indireta para o gerenciamento do Sistema de Gestão Ambiental, derivados de acontecimentos ecológicos na empresa. Despesas ambientais são aplicadas de forma indireta na produção, e podem ser conhecidas como recursos utilizados para a produção de receitas em um período determinado, podendo ser classificas como bens ou serviços (SILVA, 2009).

Carvalho (2008, p. 141), considera as despesas ambientais como: “[...] todos os gastos efetuados pela empresa que tenham relação com o meio ambiente, ocorridos no período, e que não estejam diretamente relacionados com a atividade produtiva da entidade”. O autor complementa exemplificando essas despesas como: gastos relativos com as políticas internas de preservação ambiental, encargos de salários do pessoal desta mesma área, treinamentos ligados à área ambiental, depreciação de material, despesas tanto para a auditoria como para a recuperação, compensação, dano e consultoria ambiental.

Para Ribeiro (2006), as despesas ambientais são caracterizadas por serem gastos compreendidos pelo gerenciamento ambiental, estas despesas podem estar relacionadas no departamento de gerenciamento ambiental, departamento de recursos humanos, departamento de compras ou departamento financeiro, sendo que os mesmos devem estar relacionados a gastos ligados diretamente na proteção ao meio ambiente.

Ferreira (2003), em sua proposta de modelo de plano de contas, considera que as despesas ambientais são ligadas diretamente a: prevenção; treinamento; indenização a terceiros que tenham relação com o meio ambiente. Consideradas também como recuperação de áreas degradadas, essa degradação pode estar relacionada com o ar, solo ou água. Do mesmo modo, relata que podem ser despesas ambientais as depreciações de equipamentos que incluem tecnologia relacionada à prevenção na emissão de resíduos e outras tecnologias relacionadas.

Para Schlotefeld (2016, p. 19): “a diferença entre custo ambiental e despesa ambiental é que o primeiro está diretamente ligado ao setor de produção, e o segundo está ligado de forma indireta ao setor de produção, pois dá suporte ao processo de gestão e venda dos produtos na organização”.

2.3.6 Receitas Ambientais

Receita se caracteriza pela modificação que ocasiona uma entrada de ativos no formato de direitos a receber ou dinheiro que são consequências das atividades principais ou

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secundárias da organização. Pode ser classificada como vendas de mercadorias ou até mesmo prestação de serviços feitos pela entidade. Pode ser também considerada receita as rendas referentes a títulos ou juros recebidos de poupanças, qualquer ganho eventual (BASSO, 2005).

Segundo Tinoco e Kraemer (2004), as receitas ambientais podem ser decorrentes de: prestação de serviços ligados a gestão ambiental; venda de produtos referentes as sobras de insumos no processo produtivo da indústria; a venda de produtos reciclados; receita referente ao aproveitamento de calor e gases; redução do consumo de matérias-primas, energia ou água; participação no faturamento total de uma entidade, o qual é reconhecido por ter uma atuação responsável com o meio ambiente.

Silva (2009, p. 163) explica que “toda receita deve ser associada a ela um custo ou uma despesa, já que despesa é consumo de bens ou serviços que deverá produzir uma receita, portanto, não existe uma despesa que não esteja associada a uma receita”.

Para Carvalho (2008), as receitas ambientais são consideradas recursos obtidos pela empresa, estes recursos podem ser de decorrências de vendas de subprodutos ou na venda de materiais reciclados, que poderão ser vendidos como matérias-primas para outras atividades e também poderão ser reutilizados pela empresa em sua própria produção.

2.4 GESTÃO AMBIENTAL

Gestão Ambiental é conhecido como um sistema utilizado pelas entidades para minimizar ou extinguir os impactos negativos provocados no ambiente por atividades praticadas pelas empresas, composto por uma estrutura organizacional, responsabilidades, atividades ligadas ao planejamento, práticas, procedimentos, processos e recursos, para assim desenvolver, analisar criticamente e manter a política ambiental (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Conforme Vellani (2011), a contabilidade da gestão ambiental visa gerenciar todos os gastos e os resultados incorridos em suas ações ecológicas ambientais empresariais, e assim, com o fornecimento dessas informações, contribuir nas tomadas de decisões da entidade. A poluição é considerada um desperdício, uma ineficiência do processo produtivo. Para as indústrias, os resíduos gerados por consequências de materiais desperdiçados, ou não aproveitados totalmente, podem significar uma perda monetária, no sentido de que esse material desperdiçado consumiu recursos na compra e processamento da empresa e, além disso, não resultou em nenhum beneficiamento para a indústria.

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Donaire (1995, p. 50), considera sobre a questão ambiental nas empresas: “a experiência das empresas pioneiras permite identificar resultados econômicos e resultados estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental”. Complementa que a adequação das empresas na gestão ambiental traz além de proteção ao meio ambiente, uma série de benefícios, entre eles: reciclagem de materiais, gerando uma economia de recursos; o reaproveitamento dos resíduos, tanto para o uso interno como para a venda; um melhor desenvolvimento em processos produtivos a partir do uso da tecnologia mais limpa ao meio ambiente; entre outros benefícios, transformando em vantagens competitivas para a entidade.

Tinoco e Kraemer (2004) relatam que a gestão ambiental se configurou como uma importante atividade relacionada com qualquer empreendimento, uma maneira que estimula a organização, internamente e externamente, na busca de uma qualidade ambiental. Consiste em um conjunto de ações com o objetivo de controlar os impactos ambientais gerados. Empresas que desejam incluir a gestão ambiental devem passar por mudanças relacionadas à cultura organizacional e empresarial, por uma verificação dos paradigmas da entidade.

De acordo com Bebbington e Walters (1993) apud Vellani (2011, p. 56):

Afirmam que para gerenciar a relação da empresa com seu meio ambiente exige-se um novo subsistema na contabilidade da companhia. Esse subsistema pode ser chamado de Contabilidade Ambiental (Environmental Accounting) ou Contabilidade da Gestão Ambiental (Environmental Management Accounting). Muitos autores utilizam a expressão contabilidade ambiental para se referirem à contabilidade da gestão ambiental.

Conforme Dias (2011), nas empresas, em termos de competitividade, a gestão ambiental vem se destacando em função dos benefícios que oferece ao processo produtivo e outros fatores que são potencializados. Além da redução do impacto ambiental conhecido como modificação do ambiente, ocasionada pelas atividades humanas, há outras razões que incentivam as empresas a aderirem aos métodos de gestão ambiental reconhecidos por estímulos internos e externos.

Os estímulos internos como: a necessidade de redução de custos; incremento na qualidade do produto; melhoria da imagem do produto da empresa; a necessidade de inovação; aumento da responsabilidade social; sensibilização do pessoal interno. Já os estímulos externos são definidos pelo autor como: demanda no mercado; concorrência; o poder público e a legislação ambiental; o meio sociocultural; as certificações ambientais e por fim os fornecedores (DIAS, 2011).

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Para Bernardo (2013), a gestão ambiental é um processo interativo e contínuo, considerada pelo autor uma parte integrada a estrutura da gestão global da organização. Compreende a estrutura, práticas, procedimentos, responsabilidades, processos e recursos para uma implementação de política e objetivos ambientais. Relata que os três pilares da gestão ambiental são: atender aos requisitos legais e outros requisitos; prevenção da poluição; e melhoria contínua do desempenho ambiental.

Donaire (1995) relata a importância da análise dos dezesseis princípios de gestão ambiental para a organização atingir o desenvolvimento sustentável, que são eles: Prioridade Organizacional; Gestão Integrada; Processo de melhoria; Educação do pessoal; Prioridade de enfoque; Produtos e serviços; Orientação ao consumidor; Equipamentos e operacionalização; Pesquisa; Enfoque preventivo; Fornecedores e subcontratados; Planos de emergência; Transferência de tecnologia; Contribuição ao esforço comum; Transparência de atitude; Atendimento e divulgação.

2.4.1 Sistema de Gestão Ambiental

Para Tinoco e Kraemer (2004) o Sistema de Gestão Ambiental surgiu a partir do desenvolvimento de sistemas de qualidade, conhecido como instrumento para gestão, proporcionando a entidade controlar os impactos gerados ao meio ambiente em função das atividades efetuadas pela empresa. Fornece procedimentos, instruções de trabalho e controles, no intuito de transformar em realidade a execução da política e da realização dos alvos. Por mediação de normas internacionais e normas de grandes conglomerados, por exigências de clientes ou até mesmo por outras partes interessadas é que acontece o SGA.

A norma está aplicada as seguintes definições: melhoria contínua relacionada ao processo de aprimoramento do SGA; meio ambiente, incluindo ar, água, solo e recursos naturais; aspecto ambiental no sentido que a entidade possa interagir com o meio ambiente em suas atividades, produtos e serviços; impacto ambiental relacionado a qualquer modificação gerada no meio ambiente por parte das atividades, produtos e serviços da organização; Sistema de Gestão Ambiental de maneira que inclua uma estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, procedimentos, práticas, recursos e processos visando a implantação da política ambiental; auditoria do SGA no intuito de verificação e avaliação; objetivo ambiental no propósito global ambiental; desempenho ambiental para atingir resultados mensuráveis ao SGA; política ambiental expondo as intenções e princípios relacionados ao desempenho ambiental global; meta ambiental na busca de atingir seus

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objetivos; parte interessada afetada ao desempenho ambiental da entidade; organização; e pôr fim a prevenção da poluição no uso dos processos (ISO 14001, 2015).

Bernardo (2013), relata que os benefícios relacionados a implementação do Sistema de Gestão Ambiental são: ato de proteção à saúde humana e do meio ambiente; melhoramento dos processos ambientais; melhorar a relação da organização com o público em geral; limitar a exposição a processos legais; diminuir prêmios de seguros; melhorar a imagem e credibilidade da entidade; obter uma vantagem competitiva; antecipar as demandas presentes e futuras de clientes; reduzir e controlar os custos ambientais.

Segundo Oliveira e Pinheiro (2010), o SGA tem sido uma das propostas mais aplicadas pelas entidades para atingirem seus objetivos ligados a redução de custos e adequações de produtos e processos, perante necessidades de mercado, gerando assim, melhor qualidade em seus produtos, um desenvolvimento sustentável e maior lucratividade para a organização. Este sistema tem como exigência uma formalização de procedimentos operacionais, estabelecendo um monitoramento para que assim ocorra uma redução de emissão de resíduos e um baixo consumo de recursos naturais.

Conforme Tinoco e Kraemer (2004, p. 121): “um sistema de gestão ambiental pode ser definido como um conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente”. Complementam que o sistema se baseia no planejamento das atividades com o propósito da eliminação ou minimização dos impactos gerados ao meio ambiente.

O sistema tem como objetivo sistematizar todos os processos e etapas ligadas ao desenvolvimento relacionados nas atividades corporativas, desta maneira abrange desde a contratação de recursos humanos até a distribuição dos bens e produtos. A partir disso, é possível tornar de maneira mais eficiente as etapas, mediante a priorização de prazos e metas e uma melhor aplicação dos recursos disponíveis. Em forma de uma análise crítica é verificado o funcionamento deste sistema, sendo assim, caso ocorra um funcionamento insatisfatório, são feitas modificações periódicas para a adoção de novas medidas na busca de uma melhoria contínua. Para que o SGA seja estabelecido de forma eficiente, é necessário que seja identificado todos os fatos de forma favorável as atividades, produtos e serviços da empresa e os efeitos que poderão provocar ao meio ambiente (KRAEMER, 2001).

Para Oliveira e Pinheiro (2010), o SGA tem como base a norma 14001, se destaca em promover auxílio para as entidades com o intuito que elas possam atingir objetivos ambientais econômicos. Para a implantação do Sistema de Gestão Ambiental as organizações

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enfrentam dificuldades, entre elas se destaca um baixo envolvimento da alta direção ou até mesmo alguns obstáculos na interpretação dos procedimentos escritos.

Segundo Cagnin (2000), a integração da ISO 14001 nas empresas está ligada a redução de custos em razão da prevenção da poluição que é determinada pela norma, assim reduzindo os desperdícios e os poluentes gerados pelo processo de produção. Nos últimos tempos o interesse das entidades em aderirem responsabilidades ambientais vem aumentando em razão da modernidade, práticas liberais vinculadas na economia e o impulso para inserção internacional por consequência da globalização.

Conforme Nicolella et al (2004), as entidades têm defrontado perante cobranças para que haja uma postura mais responsável e com comprometimentos em relação ao meio ambiente, pressionados por órgãos reguladores e fiscalizadores, das organizações não governamentais, do próprio mercado e, em principal, dos próprios consumidores. A cobrança tem influenciado a legislação, a política, a ciência, e as formas de planejamento e gestão. Para a implementação do Sistema de Gestão Ambiental, num primeiro momento é necessário que as organizações estejam formalizadas por parte da direção da empresa, deixando claro suas intenções e enfatizando os benefícios a serem obtidos com a adoção deste sistema, mostrando um comprometimento da empresa perante a conscientização e esclarecimentos pretendidos, a realização de diagnósticos ambientais, a definição de coordenação e cronograma para a implantação e, por fim, o lançamento oficial da implantação do SGA.

2.4.2 Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental em empresas de pequeno porte

Conforme Seiffert (2002), a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001) é um recurso que poderá ser indispensável de acordo com as orientações de mercado ou até mesmo por influência de órgãos responsáveis pelo controle ambiental, uma tendência pelo fato de que a implantação representa para a organização uma resposta a um conjunto de determinantes externos. Para as empresas consideradas de pequeno a médio porte, ocorrem grandes desafios na implantação do SGA pelos determinantes externos, ocorrendo assim, a importância de uma estratégia bem formalizada proporcionando a entidade maior estabilidade. A ISO 14001 apresenta resultados concretos e abrangentes na busca da melhoria e da qualidade ambiental, sendo a melhor alternativa proposta das inúmeras já apresentadas nesse contexto. Proporcionando as entidades uma sistemática direcionada para aplicação de práticas controladoras e que minimizem os impactos ambientais, em razão da instabilidade econômica

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no cenário nacional que afeta as empresas de menor porte, representado assim um acervo de desafios a serem vencidos (SEIFFERT, 2002).

A Norma ISO 14001, tem como objetivo especificar os requisitos relativos a um Sistema de Gestão Ambiental, concedendo a organização formular políticas e objetivos considerando aos requisitos legais e as informações ligadas aos impactos ambientais significativos. Esta Norma pode ser aplicada em qualquer organização que deseje implementar, aprimorar e manter um SGA; certificar-se de sua conformidade com a política ambiental definida, demonstrar a sua conformidade aos terceiros; buscar o registro de seu SGA por uma entidade externa; e por fim, realizar uma autoavaliação e também emitir auto declaração de conformidade com a Norma. (ISO 14001, 2015).

O SGA implantado em empresas de pequeno e médio porte, proporciona a estas entidades não apenas um melhor desempenho no quesito de preservação ambiental e cumprimento da legislação. Vai muito além disso, pois gera um aumento na competitividade no mercado globalizado, que já vem sendo afetado perante outras inúmeras necessidades derivadas de seu advento. A importância do cadastro das atividades potencialmente poluidoras destas empresas, juntamente com o banco de dados nos órgãos de fiscalização ambiental estadual perante a certificação da ISO 14001, diminuirá a necessidade de monitoramento destas, considerando a demanda em função de ocorrer um maior número deste porte de empresas em relação as de grande porte (SEIFFERT, 2002).

A implantação de maneira sistemática de um complexo de técnicas relacionadas a gestão ambiental pode contribuir de forma a gerar ótimos resultados para as partes interessadas, porém apenas a adoção desta norma não garantirá sozinha resultados ambientais ótimos. O SGA serve de estímulo para as organizações terem uma implementação de tecnologia de maneira apropriada e economicamente exequível, também é recomendado as organizações a consideração do custo/benefício na integração destas tecnologias (ISO 14001, 2015).

2.4.3 Modelo do Sistema de Gestão Ambiental

Fundamentada pela Norma ISO 14001 na busca de uma melhoria contínua, a proposta de modelo do Sistema de Gestão Ambiental de forma simplificada tem como propósito o cumprimento quanto aos requisitos: política ambiental; planejamento; implementação e operação; verificação; análise pela administração.

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Tinoco e Kraemer (2004), relatam que o primeiro passo a ser adotado pela entidade para a implementação de um SGA é a definição da Política Ambiental transpassando um comprometimento da organização com o meio ambiente. Conforme Ribeiro (2006), a Política Ambiental designa à administração o compromisso de respeitar à normalização legal e obter assim uma melhoria contínua.

A Política Ambiental deve proporcionar os seguintes quesitos: seja adequada à natureza, escalas e impactos ambientais das atividades, produtos ou até mesmo serviços; se comprometa a uma melhoria contínua, a prevenção da poluição, atenda a legislação e normas ambientais e demais premissas subscritas pela organização; forneça estrutura ao estabelecimento e uma revisão de objetivos e metas ambientais; seja documentada, implementada, mantida e informada aos colaboradores da entidade; esteja disponível para a população (ISO 14001, 2015).

Dias (2011), define a Política Ambiental de dois modos: Política Ambiental Reativa, tem como método corretivos e é seguida pela maior parte das empresas; Política Ambiental Proativa, tem como método preventivos, que implica em um planejamento prévio perante os efeitos ambientais, na busca de evitar estes impactos assim reestruturando os produtos e processos da empresa. Para que seja atingido o desenvolvimento sustentável é necessário que as entidades substituam as medidas corretivas por políticas preventivas atuando na origem dos problemas ambientais.

O segundo passo será o planejamento, que almeja a definição antecipada dos objetivos que deverão ser seguidos e os recursos que serão aplicados tendo em vista a priorização dos aspectos ambientais (RIBEIRO, 2006). Para Tinoco e Kraemer (2004), o planejamento se inicia identificando os aspectos ambientais e uma avaliação dos impactos causados ao meio ambiente, impactos provocados, sejam eles considerados pela política ambiental que a entidade controla e os quais exercem alguma influência.

Conforme prevê a Norma o planejamento deve ser realizado pela entidade da maneira que demonstra os aspectos ambientais; requisitos legais e outros requisitos; objetivos e metas; programas de gestão ambiental, todos relacionados, para controlar os impactos gerados ao meio ambiente em função das atividades, produtos e serviços da organização (ISO 14001, 2015).

Após o planejamento, será feita a implantação e operação, que conforme Ribeiro (2006), refere-se a conscientização e treinamento da equipe de colaboradores, a comunicação, documentação do Sistema de Gestão Ambiental, preparação e controle operacional e de documentos. É importante ressaltar que todos os colaboradores serão comunicados desta

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implantação da Gestão Ambiental na indústria, ocorrendo assim um compromisso nas atividades efetuadas por eles, para que exerçam de forma consciente e exerçam suas ações de acordo com o as exigências da Norma.

Conforme relata a Norma, a implantação e operação devem ser realizadas na organização da maneira que traga estrutura, responsabilidades; treinamento, conscientização e competência; comunicação; documentação do Sistema de Gestão Ambiental; controle operacional; preparação e atendimento a emergências (ISO 14001, 2015).

Feita a implantação, a próxima etapa a ser realizada é a verificação e ação corretiva. Ribeiro (2006), considera que a verificação e ação corretiva se relacionam ao acompanhamento feito antes, durante e depois do processo produtivo. Dias (2011), recomenda para a verificação uma abordagem baseada nos seguintes pontos: monitoramento e medição; não conformidade e ações corretivas e preventivas; registros; e auditoria do Sistema de Gestão Ambiental.

A Norma prevê a verificação e ação corretiva na entidade para que ocorra um monitoramento e medição dos impactos gerados ao meio ambiente; tratar e investigar a não conformidade e as ações corretiva e preventiva para assim eliminar as consequências decorrentes a não conformidade; registros que estabeleçam a identificação, manutenção e descarte de registros ambientais; auditoria do Sistema de Gestão Ambiental para determinar se está ocorrendo em conformidade com a Norma e fornecer a administração informações referentes aos resultados das auditorias (ISO 14001, 2015).

O modelo de Sistema de Gestão Ambiental se finaliza com a análise feita pela administração, de modo que a análise deverá ser crítica em relação ao SGA para proporcionar uma conveniência, adequação e eficácia contínua, e assim poderá abordar eventuais alterações na política, caso ocorra a necessidade, com o objetivo de uma melhoria contínua do sistema (ISO 14001, 2015).

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3 METODOLOGIA DO TRABALHO

A metodologia envolve a classificação da pesquisa, a coleta e a análise dos dados pesquisados. Para Silva (2003, p. 25) “entende-se por metodologia o estudo do método na busca de determinado conhecimento”.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação da pesquisa é feita quanto à sua natureza, quanto à forma de abordagem ao problema, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos. Nesse sentido, a pesquisa se retrata do seguinte aspecto:

3.1.1 Quanto à natureza

Vergara (2004), relata que a pesquisa aplicada tem como objetivo a necessidade de solucionar problemas concretos sendo imediatos ou não. Gil (2010, p. 26) afirma que “[...] as pesquisas aplicadas podem contribuir para a ampliação do conhecimento científico e sugerir novas questões a serem investigadas”.

Conforme Collis e Hussey (2005, p. 27) “a pesquisa aplicada é aquela que foi projetada para aplicar suas descobertas a um problema específico existente”. Quanto à natureza, a pesquisa é aplicada, pois o estudo tem como propósito a aplicação prática do estudo, visa buscar soluções no que tange os problemas ambientais a partir dos conhecimentos adquiridos na busca de uma melhoria econômica e social de uma indústria.

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema

Quanto à abordagem do problema, pode ser classificada como qualitativa ou quantitativa. Segundo Collis e Hussey (2005) a diferenciação dos métodos adotados refere-se ao método quantitativo e método qualitativo.

Para Collis e Hussey (2005) o método qualitativo abrange analisar as percepções e assim obter um conhecimento nas atividades sociais e humanas. Sendo assim, o presente estudo classifica-se como uma pesquisa qualitativa, em virtude de que após os dados coletados, estes serão analisados, interpretados e descritos.

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