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Academic year: 2021

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ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Biomedicina SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS -FMU

INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): CLEIDEANE DE SOUSA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): PAULA FERNANDA GONÇALVES ORIENTADOR(ES):

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Artigo de revisão

Aspectos emocionais de casais submetidos a fertilização in vitro

Emotional aspects of couples undergoing in vitro fertilization

Sousa, Ca e Gonçalves, PFa

a: Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas.

Av. Santo Amaro, 1239 - Vila Nova Conceição, São Paulo - SP, 04505-002

Resumo: A reprodução é uma função essencial para a perpetuação de qualquer espécie. Há muitos anos, a medicina trouxe uma nova luz aos casais diagnosticados como inférteis e que almejavam ter filhos. Progressos foram surgindo e hoje modernos procedimentos médicos ofertam uma gama variedade de tratamentos de concepção assistida. A Reprodução Humana Assistida (RHA) é, de maneira básica, a intervenção do ser humano na etapa de procriação natural, com a meta de tornar possível que pessoas com problemas de infertilidade e esterilidade realizem a vontade de alcançar a maternidade ou a paternidade.Com o objetivo de compreender os aspectos emocionais de casais submetidos à fertilização in vitro, esse trabalho foi desenvolvido com base em uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo exploratório e qualitativo. A fertilização in vitro quando bem-sucedida realiza nos casais o sonho da concepção de ter um filho, porém temos que trabalhar com a frustração de tentativas mal-sucedidas. O apoio psicológico para o casal é essencial, assim como os esclarecimentos de todos os membros da equipe de reprodução humana em relação a oferecer informações, esclarecer as dúvidas, dar apoio a todos para lidarem com essa situação.

Palavras-chave: Fertilização in vitro; aspectos emocionais; infertilidade; reprodução assistida.

Abstract: Reproduction is an essential function for the perpetuation of any species. Many years ago, medicine brought a new light to couples diagnosed as infertile and who wanted to have children. Progresses have been emerging and today modern medical procedures offer a wide range of assisted conception treatments. Assisted Human Reproduction (RHA) is, in a basic way, the intervention of the human being in the stage of natural procreation, with the goal of making it possible for people with infertility and sterility problems to have the dream to achieve motherhood or fatherhood come true. With the objective of understanding the emotional aspects of couples submitted to in vitro fertilization, this work was developed based on a descriptive and exploratory bibliographic research. In vitro fertilization, when successful, make couples' dream of having a child come true, but we have to work with the frustration of unsuccessful attempts. Psychological support for the couple is essential, as is the clarification of all members of the human reproduction team in providing information, clarifying doubts, and supporting everyone in dealing with this situation.

Keywords: In vitro fertilization; emotional aspects; infertility; assisted reproduction.

Introdução

A reprodução é uma função essencial para a perpetuação de qualquer espécie. Conceitos são enraizados desde a infância dando ênfase que ao homem cabe semear e à mulher gestar e dar à luz a um filho. Este é um ensinamento básico para a preservação da

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sociedade humana, e os que não se adequam neste protótipo, normalmente são vistos de certo maneira anormais.1

Há muitos anos, a medicina trouxe uma nova luz aos casais diagnosticados como inférteis e que almejavam ter filhos. Progressos foram surgindo e hoje modernos procedimentos médicos ofertam uma gama variedade de tratamentos de concepção assistida. Entretanto, antes de chegarem a uma assistência médica especializada, muitos casais que se deparam com a infertilidade podem ser surpreendidos por emoções negativas.1

Pressões podem ser sentidas dos companheiros e da família em referência a terem filhos; o casal pode recriminar um ao outro pelo insucesso em não conceber e tudo isto pode também criar situações de diminuição da espontaneidade, satisfação e intimidade entre o casal. Ao chegarem para um programa de reprodução assistida, as frustrações e desapontamentos de não conceber ao longo de um período de tentativas, geralmente já impuseram tensões emocionais em ambos ou em um dos parceiros.1

A Reprodução Humana Assistida (RHA) é, de maneira básica, a intervenção do ser humano na etapa de procriação natural, com a meta de tornar possível que pessoas com problemas de infertilidade e esterilidade realizem a vontade de alcançar a maternidade ou a paternidade.2

A RHA implica em um montante de processos: relação programada, inseminação artificial intra-uterina e fertilização extracorpórea que abrange a fertilização in-vitro clássica e a fertilização in-vitro através de injeção intracitoplasmática de espermatozoide. Um grupo multidisciplinar tem participação no seguimento do desenvolvimento folicular, detecção e indução da postura ovular ou até mesmo a realização do encontro dos gametas, assim como na otimização da fase lútea. As indicações desses processos estão de maneira direta ligadas às causas de infertilidade. O nível de êxito para a avaliação dos resultados dos processos de RHA implica na ocorrência de gravidez, seja ela bioquímica, gravidez clínica ou o nascimento de uma criança viva.2

Com o objetivo de compreender os aspectos emocionais de casais submetidos a fertilização in vitro, esse trabalho foi desenvolvido com base em uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo exploratório e qualitativo. Foram utilizadas fontes de pesquisa com padrões em publicações científicas, sendo acessados em sites como o Scielo, Google Acadêmico, Pubmed entre outros.

Considerações gerais Fertilização in vitro

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a infertilidade é vista como as tentativas de fertilizações normais realizadas no prazo de um ano consecutivo e sem a

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utilização de métodos que impeçam a gravidez e não se obtenha resultados positivos, ou seja, a gravidez. Fazendo a distinção que a esterilidade é a incapacidade de se gerar uma criança, e a infertilidade é o termo usado para as mulheres que não conseguem levar adiante uma gestação.3

A fertilização in vitro, é a aquela em que a fertilização e o desenvolvimento inicial dos embriões ocorrem fora do organismo, no laboratório, e os embriões resultantes são transferidos normalmente para o útero. O número de embriões transferidos pode alterar de um a quatro, dependendo da idade feminina. O índice médio de gravidez em laboratórios qualificados gira em torno de 20-50% por ciclo, de acordo com a idade feminina – quanto maior a idade, menor é a chance de gravidez.4

Em geral, a mulher produz um óvulo por ciclo. Quando se realiza Fertilização in vitro (FIV), para que se obtenha o número adequado de embriões, são necessários diversos óvulos. Para que se consiga, a mulher é submetida à aplicação diária de hormônios injetáveis, durante 10 a 20 dias. Nesse tempo, para monitorar a estimulação da ovulação, são feitas inúmeras ecografias e exames de sangue.4

A coleta dos óvulos é realizada por aspiração transvaginal, sob guia ecográfica, com a paciente analgesiada. É um procedimento ambulatorial cujos riscos, ainda que baixos, existem; o mais simples é a hiperestimulação ovariana, sendo rara a ocorrência de perfuração acidental de vasos, intestino ou bexiga, e infecção. Sendo assim, verifica-se que a obtenção de óvulos é uma etapa cara, que pode ocasionar desconforto e riscos.4

A fertilização in vitro concede a oportunidade de realização de um sonho, concretiza o desejo de maternidade e paternidade, ocasionando bem-estar sócio emocional. Porém, os procedimentos normalmente são praticados em casais com enorme comprometimento emocional. O sofrimento causado pela infertilidade, na maioria das vezes resultado de um longo período de frustrações, com certeza torna o casal suscetível diante da possibilidade de gestação. A situação comovente da infertilidade faz com que os casais se disponham a tudo para vencê-la, retirando a procriação do caráter particular e colocando-a cada vez mais nas mãos da medicina e suas novas revoluções.4

Dessa forma, deve haver plena explicação no que se refere ao processo, assim também como informação sobre alternativas de terapêutica. O casal deve compreender claramente como é o procedimento, incluindo a etapa laboratorial, da mesma maneira que é fundamental que tenha nítidas as possibilidades de êxito, sempre de acordo à idade da mulher, e os riscos intrínsecos ao procedimento. Assim é respeitada a liberdade do casal, que exercita a autonomia de procriação mediante o consentimento informado.5

Se compararmos a posição de homens e mulheres na reprodução biológica, não há dúvida de que as manipulações médico-cirúrgicas e os riscos caem muito mais ou quase de forma exclusiva sobre o corpo das mulheres.6

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O ciclo FIV tem início com a hiperestimulação hormonal da mulher, pela utilização de drogas injetáveis que tem como objetivo o amadurecimento de um grande número de ovócitos. Passa-se depois, para uma etapa de monitoração, ultrassonografias repetidas até serem coletados os ovócitos tidos maduros. A meta da hiperestimulação hormonal (etapa 1 da FIV) é tornar disponível grande número de células reprodutivas femininas (e não um folículo ovariano somente, como acontece naturalmente todo mês). A ideia é disponibilizar muitos ovócitos para elevar a porcentagem de se obter número maior de embriões passíveis de serem viáveis para serem fertilizados in vitro e depois transferidos. A FIV é, então, uma técnica que produz células reprodutivas femininas e embriões excedentes, em número muito mais elevado do que aquilo que demandariam as pessoas: um bebê.6

A esterilidade e a infertilidade são enfermidades devidamente relatadas na Classificação Internacional de Doenças - CID 10 (OMS) e, dessa forma, podem ser tratadas.7

Aspectos Obstétricos - A concepção por RHA é ligada a uma elevação da ocorrência de uma série de complicações obstétricas e perinatais como: perda espontânea de gravidez pré-clínica; aborto espontâneo com uma incidência de 15,5% nas gestações; gravidez ectópica variando de 0,7 % a 2,2% em função do tipo de procedimento usado. Nota-se ainda um risco mais elevado de placenta prévia, descolamento prematuro de placenta, além de um maior número de hipertensão arterial específica da gravidez e diabetes gestacional. Uma outra complicação, embora rara, é a síndrome de superestimulação ovariana que se desenvolve na fase pós-ovulatória de um ciclo induzido e envolve uma série de complicações potencialmente graves.8

Aspectos Perinatais - Dentre os diversos aspectos tem destaque o nascimento de mais uma criança, visto como um problema de saúde pública, pelos aos riscos ocasionados às mães, às crianças e pelo elevado valor proporcionado ao sistema público de saúde. O grande perigo para as crianças é o da prematuridade, especialmente a prematuridade extrema. Tais recém-nascidos apresentam problemas de termorregulação, respiratórios, de alimentação, icterícia, infecção e complicações neurológicas e restrição de crescimento intra-uterino. Em longo prazo, nota-se necessidade de educação especial, dificuldades de comportamento e de socialização. A mortalidade perinatal quadruplica para a gestação gemelar e eleva seis vezes para a trigemelar.9

Aspectos Epidemiológicos e Demográficos – depois de trinta anos de RHA, uma verdadeira "epidemia" de gestações múltiplas vem acontecendo, especialmente nos países desenvolvidos, devido à propagação dessa tecnologia.2

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A infertilidade barra um sonho de vida pessoal e do casal, causando dor psíquica. O desenvolvimento dos processos de reprodução assistida ofertou uma possível solução para casais que antes não teriam possibilidades de tratamento. Dessa maneira, a fertilização in vitro constitui uma nova luz de esperança para ter um filho, mas, ao mesmo tempo, pode ser acompanhada de muitas dificuldades.10

Homens e mulheres têm formas diversas de vivenciar e lidar com as dificuldades advindas da infertilidade e seu tratamento.11

Lembrando que a infertilidade é uma questão do casal a ser resolvida. Independente das causas, cada um tem seu grau de envolvimento. Dependendo da personalidade, experiências de vida e recursos emocionais para lidar com a frustração e dor associados ao problema.12

Depois de realizado o diagnóstico médico é observado na mulher (disfunções ovulatórias, alterações da tuba uterina, abortamento espontâneo de repetição, endometriose pélvica, alterações genéticas) como as causas mais conhecidas a infertilidade. No homem (alteração dos parâmetros seminais – concentração, morfologia, motilidade e vitalidade) podendo existir obstrução dos ductos ejaculatórios ou vasectomia.13

Ao dar início ao primeiro procedimento de Fertilização in vitro (FIV), os casais apresentam-se muito otimistas e superestimam suas possibilidades de êxito. Demonstram graus normais de ansiedade, depressão e autoestima, não se notando diferenças significativas entre homens e mulheres.10

Fazendo avaliações diárias de homens e mulheres durante o tratamento em cada estágio da FIV, nota-se que a infertilidade e o tratamento têm reação negativa mais elevada nas mulheres que nos homens.14

Depois da ausência de um primeiro ciclo, homens e mulheres demonstram aumento significativo de ansiedade e sintomas depressivos. Embora as médias dos escores não sejam clinicamente elevadas e a maioria lide adequadamente, a prevalência de depressão leve e moderada cresce substancialmente, principalmente entre as mulheres. Apesar das médias das pontuações não serem clinicamente altas e a maioria enfrentar de maneira adequada, a dominância de depressão leve e moderada cresce de maneira substancial, principalmente entre as mulheres. Pesquisas têm apresentado relação negativa entre stress e sucesso de FIV.15

A procura por um programa de reprodução assistida traz consigo uma expectativa muito elevada de êxito e, como demonstram as estatísticas, este êxito não tem garantias. Dessa maneira, outro tempo seria o de seguir este casal que não obteve um resultado positivo. Dar a possibilidade de falarem de suas frustrações e angústias pode auxiliar a diminuir o tamanho deste instante e ofertar ao casal refletir em perspectivas futuras. Além do trabalho com os casais, outro aspecto é essencial – a integração do grupo. A

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criação de um local para encontros é fundamental; neste momento, cada caso é debatido, abordando suas particularidades médicas e os aspectos psíquicos e emocionais mobilizados na situação.1

O almejo à reprodução é tido como uma meta essencial de vida, legítimo e incontestável. A infertilidade acarreta para muitas pessoas uma crise vital longa e o estresse resultante normalmente leva à morbidade emocional e a problemas interpessoais. Um entre cada seis casais apresenta infertilidade. Em nosso país, estima-se em 500 mil novos casais inférteis ao ano.4

Ainda se aponta a mulher como única culpada quando o casal não consegue ter filhos. Unido com a pressão familiar está o impacto social do problema. Esse tipo de pressão pode ocasionar na mulher um grande sofrimento emocional, levá‐la mesmo a fingir que não deseja ser mãe. Esse estado de aflição aparece muitas vezes unido a sentimentos de exclusão.16

A terapêutica da fertilização in vitro é por si só uma causa de estresse, unido a dura rotina de procedimentos e medicações, existe a cobrança por parte de parentes, amigos e a dificuldade de conciliar a carga horária entre emprego e a jornada de consultas. A cobrança, mesmo que não intencional, dos parentes e a falta de apoio dos locais de trabalho tem impacto direto na vida das pacientes durante os ciclos de tratamento. As repetidas negativas no decorrer do tratamento e a decepção com a quebra da expectativa pessoal e de terceiros produzem sentimentos e eventos negativos, principalmente a culpa pelo fracasso. Mas, mesmo após diversas negativas de gravidez, a vontade da maternidade não reduz e a persistência pela meta final ainda existe mesmo diante das tentativas negativas de gravidez, a vontade da maternidade não reduz e a persistência pela meta final ainda fica.16

O acompanhamento psicológico nessa fase da fertilização in vitro prevê ao casal um suporte para ajudá-lo a compreender essa nova experiência. Abre um espaço para que os casais possam de organizar de forma sistemática, suas dificuldades, dúvidas e decisões momentâneas e futuras, assim como descobrir novas formas de vida ou estratégias de lidar com a infertilidade e seu tratamento. Trabalhar com o fracasso das diversas repetições sem sucesso e se reorganizar em função da decisão de continuar tentando ou parar é mais fácil com a ajuda de um profissional, no caso, o psicólogo. Este colabora em clarear estilos de caráter e reestruturar mecanismos de defesa em todas as situações de stress e decepção.12

Pesquisas realizadas

Em estudos realizados internacionalmente sobre o conhecimento da FIV na população em geral, foram entrevistados 8.194 adultos com idade superior a 15 anos, em seis países europeus, USA e Austrália. Os resultados mostraram que as pessoas têm um

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alto conhecimento sobre a existência destas técnicas, porém uma grande parte não tem noção das probabilidades de êxito.17

Em todos os países pesquisados, os entrevistados demonstraram que achavam que as probabilidades de gerar um bebê utilizando estas técnicas eram menores quando comparadas às probabilidades de casais férteis de ter um bebê.17

Em pesquisas realizadas nota-se a importância do sinergismo do casal durante a fase de tratamento de infertilidade. Alguns pontos elencados foram às queixas de robotização do ato sexual, tornando-o como um ato obrigatório que gerava a perda do prazer desse momento especial. A frustração vivida pelos casais pela impossibilidade de gerar uma criança interfere em várias áreas de sua vida, tais como: pessoais, sociais, religiosas. Alterações frequentemente associadas a: emoção, ansiedade, depressão, raiva, desvalorização afeta o relacionamento do casal. A fertilização in vitro interfere na rotina dessa família causando ansiedade até o possível diagnostico, com isso se faz necessário o acompanhamento psicológico frequente.18

É visto três momentos após o casal receber o diagnóstico: o primeiro é definir e propor o tratamento a ser seguido. Nesse período percebe-se um aumento dos sintomas depressivos e do mal-estar emocional. Em casais com relacionamentos mais estáveis e satisfatórios, não se percebe alterações na vida do casal e estes continuam mantendo relações sexuais satisfatórias e sem modificações significativas.19,20

Na maioria das mulheres no começo de um ciclo de procedimentos de fertilização assistida apresentam otimismo e expressam seu desejo de engravidar durante os procedimentos do ciclo iniciado. Existe uma tendência de valorização positiva as possibilidades de gravidez.21

Porém entre as mulheres entrevistadas que passaram pelo FIV relata que uma vez completado o ciclo de procedimentos, independente de resultado positivo ou negativo, as duas semanas de espera para saber o resultado foram as mais difíceis.22,23,24

No segundo ano de esterilidade não se verifica grandes mudanças nos fatores emocionais, permanecendo o quadro anterior e incorporando esse diagnostico ao seu projeto de vida e ao cotidiano da família.19

Porém quando a expectativa favorável em relação ao tratamento começa a não ter resultados positivos, iniciam-se as queixas de insatisfação sexual e dificuldades de relacionamento do casal.20

No terceiro ano e assim por diante, tratamentos sem resultados favoráveis aumentam os sintomas depressivos, estresse, presença de ideias paranoides, hostilidade e ansiedade. Com isso, a estabilidade do casal se altera e a vida sexual se torna menos satisfatória.19

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A reprodução assistida e o avanço das tecnologias vêm compensar o declínio da fertilidade em decorrência da idade. A falta efetiva de números que comprovam resultados positivos ainda deixa claro o falto de conhecimento da população pela eficácia do procedimento. Com isso, o procedimento causa medo, pois a mulher se submete a um procedimento invasivo, que necessita de acompanhamento diário, causando mudanças na rotina da pessoa.

Nos casos de reprodução assistida o apoio psicológico para o casal é essencial, assim como os esclarecimentos de todos os membros da equipe de reprodução humana em relação a oferecer informações, esclarecer as dúvidas, dar apoio a todos para lidarem com essa situação.

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Referências

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