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Academic year: 2021

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CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ÁREA:

SUBÁREA: Engenharias SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA - CEUN-IMT INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): MURILO HENRIQUES MOSCATO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): VOLNEY APARECIDO DE GOUVEIA ORIENTADOR(ES):

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MURILO HENRIQUES MOSCATO

ESTRUTURAÇÃO DE CUSTOS DA PRODUÇÃO DE LEITE NA FAZENDA FIGUEIRA

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SÃO CAETANO DO SUL 2018

MURILO HENRIQUES MOSCATO

ESTRUTURAÇÃO DE CUSTOS DA PRODUÇÃO DE LEITE NA FAZENDA FIGUEIRA

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia pela disciplina EPM805 – Trabalho de Conclusão de Curso, na Graduação para Engenharia de Produção.

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SÃO CAETANO DO SUL 2018

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1. INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO

Estruturar o custo de produção de leite em uma propriedade rural em Guaratinguetá, visando analisar a rentabilidade da atividade para assim tomar decisões e propor melhorias, através de:

- Analisar a rentabilidade da atividade;

- Mapear todo o processo do ciclo de vida do produto; - Medir o volume total de leite;

- Identificar os custos fixos e variáveis da produção leiteira, encontrar seu ponto de equilíbrio;

- Modelo de gestão de negócio. - Matriz de Investimento

O proposito desse trabalho e de dar inicio ao processo de estruturação de um gerenciamento profissional da produção leiteira na Fazenda Figueira, baseando-nos na avaliação dos custos e da rentabilidade da atividade. Em suma, queremos ver como a empresa está e aonde ela quer chegar, trazendo uma visão AS-IS para TO-BE para o empreendimento.

1.1.2 Objetivos secundários

Conforme o atingido no objetivo primário, entende-se que serão realizados os objetivos secundários:

- Elaborar uma ferramenta que seja um sistema de controle de custos adequado à atividade e aplicá-la;

- Plano de melhoria contínua.

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O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da pecuária no Brasil, o que demonstra a produção em larga escala desse alimento e o quão benéfico o mesmo é para a saúde dos brasileiros.

O Brasil é o quinto maior produtor de leite do mundo e cresce a uma taxa anual de 3%, superior à da maioria dos países que ocupam os primeiros lugares. Respondemos por mais de 60% do volume total de leite produzido nos países que compõem o Mercosul. Pelo faturamento de alguns produtos da indústria brasileira de alimentos na última década, pode-se avaliar a importância relativa do produto lácteo no contexto do agronegócio nacional, registrando 248% de aumento contra 78% de todos os segmentos. (EMBRAPA, 2002)1

Na mesma linha dos indicadores da Embrapa (2002), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture – USDA), afirma que o Brasil ocupou a quinta posição no ranking mundial de produção de leite, em 2014, estando atrás da União Europeia, Índia, Estados Unidos e China. Em 2014, a produção de leite foi de 35,17 bilhões de litros, representando um aumento de 2,7% em relação à registrada no ano anterior (IBGE, 2015).

Além de sua importância nutritiva e econômica, dados do Embrapa (2002) nos mostram que o leite tem um papel social relevante, especialmente na geração de empregos, pois contamos com mais de um milhão e cem mil propriedades que exploram leite, ocupando diretamente 3,6 milhões de pessoas. O agronegócio do leite tem sido responsável por 40% dos postos de trabalho no meio rural, e seu impacto na economia brasileira é tal que a elevação da demanda final por laticínios em um milhão de reais gera 195 empregos permanentes. Alguns

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Disponível em:

<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/importa ncia.html>. Acesso em: 04/04/2018.

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estudiosos observam que esse impacto supera outros setores tradicionalmente importantes, como a indústria de automóveis, a construção civil, a siderurgia e os têxteis.

O agronegócio do leite ocupa, portanto, posição de destaque na economia brasileira, fazendo com que o mercado fique mais competitivo e exigindo maior qualidade na entrega do produto pelo seu fornecedor, o que envolve o aprimoramento dos processos produtivos, especialmente através de investimentos em tecnologia, com impacto direto em ganhos de produtividade.

Os ganhos de produtividade advêm, basicamente, da adoção de novas tecnologias que melhoram a eficiência do uso dos fatores de produção, que vêm em crescente evolução, tendo em vista diversos incrementos. Entre esses incrementos, há os melhoramentos na genética dos rebanhos leiteiros, a inseminação artificial, melhorias na alimentação e na saúde animal, que acirram a competitividade desse mercado, tendo importantes participações nesta evolução.

O Agronegócio do leite e seus derivados desempenha um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população. Para cada real de aumento na produção no sistema agroindustrial do leite, há um crescimento de, aproximadamente, cinco reais no aumento do Produto Interno Bruto – PIB, o que coloca o agronegócio do leite à frente de setores importantes como o da siderurgia e o da indústria têxtil. (EMBRAPA, 2002)2

A atividade do leite tem grande impacto na vida social das pessoas, pois, além de oferecer emprego a uma mão de obra de baixa qualificação, oferece meios de vida a essas pessoas e, em alguns casos, moradias e educação, podendo contribuir para uma mudança qualitativa na vida delas. Entretanto, o ambiente no qual as empresas estão inseridas é muito instável devido à globalização, ocasionando mudanças e ameaças pelas variações

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Disponível em:

<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/importancia.html>. Acesso em: 04/04/2018.

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do mercado, por instabilidade política e mesmo pela mudança tecnológica que acontece de uma forma muito rápida. Sabe-se que a constante evolução da tecnologia, hoje presente na transição da terceira para a quarta revolução industrial, nomeada de revolução digital, permite a integração dos diversos centros de conhecimento de uma empresa e a articulação de toda uma cadeia produtiva, pois o setor de produção pode comunicar-se com seus fornecedores e clientes, em tempo real. Assim uma área que tem muita importância nessa nova revolução é o armazenamento de dados, evitando o desperdício de informações relevantes ao negócio, pois os dados são valiosos, quando bem analisados e interpretados. Para muitas empresas, a análise de dados produz insights importantes que permitem, não apenas o planejamento da produção, mas a programação das vendas a partir de indicadores historicamente construídos.

Neste contexto, outro fator que também se apresenta é o alinhamento do fluxo de trabalho, a fim de evitar perdas, retrabalho e processos que não agreguem valor ao produto.

Mas é essencialmente a alta competitividade do mercado que faz com que o produtor rural necessite desenvolver novas técnicas, tanto na área de produção como também no gerenciamento de custos e no controle financeiro de sua propriedade, sendo capaz de sempre analisar suas ameaças de modo a transformá-las em oportunidades.

Segundo Mallmann(2015), a análise de custos fornece parâmetros que permitem o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos seus objetivos, missão, valores e atribuições da administração financeira, da contabilidade e da análise de resultados. Isso permite ao produtor uma visão geral do estado de saúde financeira do seu negócio, se está gerando resultados ou prejuízos. Estruturar os custos, as despesas e as receitas de uma propriedade rural, contendo todo o ciclo de vida do produto, da cadeia produtiva do leite, permite ao produtor executar um planejamento para saber quais as ações que devem ser tomadas para um melhor desenvolvimento da atividade, tal como os investimentos a serem feitos, as melhorias necessárias, o mapeamento dos processos, verificando as perdas

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e as ociosidades, almejando o crescimento econômico da organização, ou também avançar para a produção de outras culturas/produtos complementares.

Em um setor em que há muitas questões e variáveis, como o clima e as pestes, que condicionam a maior parte da atividade leiteira, gerando riscos para o negócio, é preciso capacitar-se para enfrentar um mercado, que é cada vez mais competitivo. Uma dessas formas de enfrentar tais problemas está no planejamento e na profissionalização do próprio negócio, pelo produtor rural, colocando ênfase na rentabilidade e na viabilidade da atividade, já que os números indicam que o mercado cresce cada vez mais, havendo a possibilidade de exportar esse produto ou qualquer outro subproduto, com o incentivo do governo, o que conduz a oportunidades de crescimento no setor.

A partir desses aspectos, o presente estudo focaliza a cadeia produtiva de uma propriedade rural voltada para a atividade leiteira, visando estruturar, analisar e diagnosticar a rentabilidade e a viabilidade da mesma, e propondo alternativas de melhoria. A propriedade rural em estudo não possui um sistema de gerenciamento e de controle de custos que auxiliem a sua gestão e a tomada de decisão, pois constituía apenas um hobby da família Amoroso, começando agora a ser administrada como um negócio, por um dos herdeiros, o engenheiro mecânico Matheus Amoroso. Esse quadro familiar em que não havia uma profissionalização do processo produtivo demonstra a necessidade de implementação de um bom sistema de custo, o que auxiliará o produtor a conhecer a real situação da atividade e seus resultados. A organização para a qual se propõe o estudo é uma propriedade rural denominada de Fazenda Figueira, localizada próximo à cidade de Guaratinguetá, interior da cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo. Nosso propósito, portanto, é dar início ao processo de estruturação de um gerenciamento profissional da produção leiteira na Fazenda Figueira, baseando-nos na avaliação dos custos e da rentabilidade da atividade.

A importância deste estudo decorre da possibilidade de formação que apresenta a prática de uma atividade no âmbito da engenharia de produção, tendo em vista

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a aplicação dos conhecimentos adquiridos na universidade. Além disso, há a possibilidade de responder a questões que estão presentes na realidade brasileira, no caso, contribuindo com a análise de indicadores sobre a produção leiteira no Brasil.

O setor agropecuário brasileiro é muito heterogêneo, segundo Fauth (2008), pois é composto atualmente de grupos de produtores que diferem muito entre si, principalmente no que diz respeito às posses, tanto de terras quanto de capital, à mão de obra empregada e ao destino da produção. A agricultura familiar, muito presente neste setor, gera um grande interesse na profissionalização do gerenciamento de muitas unidades produtivas, o que provavelmente acarretará em melhorias sociais, tendo em vista a ampliação do negócio, a geração de empregos e o desenvolvimento propiciada pelo emprego de novas tecnologias. Além disso, como já observamos, o leite é um alimento que tem grande importância na dieta do brasileiro, especialmente as crianças, pois é rico em uma grande quantidade de nutrientes essenciais ao crescimento e à manutenção de uma vida saudável. Com o beneficiamento desse produto, a indústria de laticínios tem potencializado o valor nutritivo do produto, especialmente pela colocação no mercado de uma série de bebidas lácteas enriquecidas com vitaminas, minerais e ômegas, assim como leites especiais para as pessoas que não conseguem digerir a lactose. Há, portanto, um espectro muito amplo de empresas dedicadas à produção leiteira, desde pequenas até grandes empresas, o que caracteriza a variedade desse setor, no qual está presente a agricultura familiar.

A expressão agricultura familiar abrange grupos com uma ampla diversidade de recursos físicos, financeiros, humanos e sociais, que podem mudar em cada país ou região. “A agricultura familiar vem se mostrando como uma das melhores formas de ocupação do espaço rural, podendo favorecer o cumprimento das exigências sociais, como a geração de emprego e renda, e ambientais, como a conservação da biodiversidade” (FAUTH, 2008, p. 51). Fauth (2008) observa, ainda, que o meio rural brasileiro deve se preocupar com as mudanças econômicas nacionais e internacionais, tendo em vista o objetivo de acompanhar e evoluir diante de tais mudanças, e mais recentemente, no Brasil, para enfrentar a instabilidade política em que o país se encontra. Neste sentido, avaliando seus

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impactos positivos, é necessário oferecer a tais empresas a possibilidade de analisar os processos administrativos, contábeis, financeiros, bem como efetuar a análise dos custos internos às propriedades.

Segundo Crepaldi, (2005), a contabilidade rural é um instrumento da função administrativa que tem como finalidades: (a) controlar o patrimônio das unidades rurais; (b) apurar o resultado das unidades rurais; (b) prestar informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das unidades rurais aos diversos usuários das informações contábeis.

Considerando as mudanças econômicas decorrentes do processo de globalização e a instabilidade política que caracteriza o nosso país, faz-se necessário ao produtor rural desenvolver uma visão administrativa, financeira e especializada, com enfoque gerencial, para organizar e administrar o seu sistema de produção, adquirindo capacidade de responder aos desafios contemporâneos. Diante disso, a capacitação relacionada à administração rural tornou-se uma ferramenta capaz de oferecer aos produtores rurais subsídios administrativos para a adoção ou o planejamento de implantação de novas tecnologias. Ainda conforme Fauth (2008), o fortalecimento da agricultura familiar tem sido considerado uma forma de desenvolvimento sustentável, visto que contribui para a criação de atividades agrícolas e não agrícolas, e, através disto, favorece a fixação das famílias no meio rural, evitando o êxodo dos jovens para a grandes cidades, tendo em vista a falta de expectativas de crescimento no meio rural.

1.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Em um mercado competitivo, onde cada dia mais você deverá ficar atento ao mercado e as inovações que ele te traz, você deve sempre inovar e praticar ações para não ficar ultrapassado como no caso da KODAC.

Com a constante evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de melhores qualidades a um preço diferenciado e customizado, o produtor rural necessita desenvolver cada vez mais técnicas na produção e também no gerenciamento financeiro de sua propriedade. Dessa forma, saber quais são os custos da produção é de fundamental importância, tanto na pecuária leiteira

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quanto em qualquer outra atividade, pois é uma informação essencial para a tomada de decisões. Segundo Mallmann(2015) , A análise de custos fornece informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, da contabilidade e análise de resultados. Um bom modelo de gestão permite você se destacar perante aos seus concorrentes visando melhorar seu processo interno e melhorar sua entrega dentro do prazo correto e das quantidades desejadas levando em consideração sempre a qualidade do produto.

Em um mercado competitivo, você nunca devera ficar satisfeito de como você esta, sempre devera se apropriar das novas tecnologias, conceitos, com isso investimentos deverão ser elaborados para ver se aumenta a lucratividade da empresa e a torne com diferencial das outras.

1.4 QUESTÃO CENTRAL DO PROBLEMA

A essência da gestão financeira, em uma fazenda leiteira, está em seguir certos princípios cuja base está apoiada na realização de uma boa coleta de dados econômicos. Há de se considerar, no entanto, que são muitos os itens de custos envolvidos em uma operação de produção de leite e que nem todos seguem a mesma periodicidade. Portanto, a organização e a disciplina do pecuarista irão incidir plena e positivamente sobre o resultado real, dando condições de ele saber exatamente quanto custa o leite produzido em sua propriedade, sabendo assim calcular o quanto a atividade esta se tornando rentável. Tendo em vista esse tema, o TCC se desenvolve para responder essas seguintes perguntas. Qual o custo da cadeia produtiva de leite em uma propriedade rural em São Paulo, tendo em vista analisar a viabilidade financeira da atividade? E aonde essa empresa esta disposta a chegar no futuro?

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O presente trabalho contribui para todos os elementos envolvidos nesse processo:

- Proprietário Rural – Permitir ao dono da propriedade saber qual que e a rentabilidade da sua atividade. Será analisado todo seu processo, verificando as ociosidades, perdas e oportunidades de melhoria. E por fim, conceder a visão de escolher em uma matriz de investimento, aquele investimento que tange o objetivo de onde a empresa quer chegar.

- Cooperativa de Leite (cliente) – Com o presente estudo, pretende-se aumentar a produtividade e a qualidade do leite que e benéfico tanto para o produtor quanto para cooperativa, devido ao fato que eles podem fazer acordos, parcerias. - Colaboradores da empresa (trabalhadores, impacto social) – Com a fazenda em expansão, os colaboradores precisarão ser mais capacitados para acompanhar o desenvolvimento da produção. A fazenda também oferece moradia a dois colaboradores da empresa. A mão de obra que é contratada para esse ramo é desqualificada e muitas vezes os trabalhadores não sabem nem ler nem escrever. Então para muitos se tornam a oportunidade da vida deles, mas por outro lado, é difícil de administrar pessoas com esse nível de qualificação.

- Economia da Cidade Guaratinguetá- A atividade leiteira gera emprego e renda na cidade, além de oferecer a gama do produto leite em larga escala .

Consolidar a atividade leiteira no âmbito da produção familiar é decisivo não apenas por representar uma fonte regular de renda, mas em especial pela sua amplitude em termos de mercado. Segundo Wilkinson(1997), a competitividade a baixos níveis de concentração e produtividade significa que a produção de leite ainda é uma opção para um grande número de produtores e pode desempenhar o papel de âncora que já esteve anteriormente associado à suinocultura. Um dos grandes desafios da agricultura familiar neste caso, segundo o mesmo autor, está associado à ameaça de “expropriação” por parte de estabelecimentos especializados e de grande escala das atividades tradicionalmente desenvolvidas pelas explorações familiares e que ainda são responsáveis pela sua reprodução social, como é o caso particular da produção de leite.

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Diante do exposto, acreditamos que este trabalho deverá contribuir para a minha formação, tendo em vista a possibilidade de experimentar na prática a implementação de um gerenciamento profissional em uma propriedade de produção leiteira.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A HISTÓRIA DA ATIVIDADE DO LEITE NO BRASIL

Marion (2006, p. 25), define a pecuária como “a arte de criar e tratar gado”. Nesse sentido, os primeiros indícios da pecuária, na história brasileira, surgem em uma fazenda perto de Recife, em 1641, sendo esta a primeira imagem que se tem da atividade no País (DIAS, 2012). Entretanto a pecuária leiteira não teve destaque nos primeiros momentos de nossa história, permanecendo insignificante por mais de três séculos. O primeiro boom da produção de leite aconteceu na década de 1870, após a decadência do café, quando os políticos favoreceram a vocação agrária em nosso País, o que permitiu a modernização das fazendas.

Assim, um dos problemas que os fazendeiros tiveram foi o período de adaptação de animais de origem europeia, que tiveram que se acostumar com o clima tropical do País, além do problema que nos atinge até hoje, ainda que de forma mais atenuada, a produção entre os períodos de safra e entressafra.

O marco da modernização leiteira aconteceu quando Getúlio Vargas assinou o decreto que aprovava o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, tornando obrigatória a pasteurização do leite, classificando-os em tipos A, B e C, o que, na prática, significa que a principal diferença entre eles está na contagem bacteriana total. Esse decreto teve como foco a qualidade da produção de leite, o que obrigou os produtores a prezar por essa qualidade e a modernizar suas fazendas para cumprir com as normas estabelecidas.

Com a globalização, os padrões nacionais de qualidade deveriam estar alinhados ao padrão internacional, o que fez com que os leites do tipo B e C passassem a ser identificados apenas como leite cru refrigerado.

Segundo Venturini (2017), o leite do tipo A é resultado de um rigoroso controle na produção e higienização do leite, o que demonstra a ênfase na qualidade desses processos. O leite é pasteurizado e embalado na própria fazenda, fazendo com que se tenha uma menor quantidade de microrganismos. O leite tipo B é transportado para a indústria onde se faz todo o processo de pasteurização e higienização. Já o leite tipo C é o mesmo processo do leite tipo B, que conta, porém, com uma maior quantidade de micro-organismos, como é mostrado na tabela 1, a seguir.

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Tabela 1 – Classificação atual dos tipos de leite conforme a legislação brasileira.

Na década de 1970, algumas mudanças nos processos de produção de leite ajudaram muito as indústrias, que podia contar com embalagens descartáveis, fato que reduziu o tempo das operações de recolhimento e higienização. Ocorreu, ainda, o lançamento de uma série de novos produtos, no mercado, tais como iogurtes e sobremesas lácteas, além de um novo tipo de tratamento térmico, a ultrapasteurização. Esses aspectos vieram dinamizar a produção industrial de leite, agora mais diversificada e capaz de atingir outros segmentos do mercado.

O salto expressivo da produção de leite deu-se na década de 1980, quando houve uma elevação de 7,9 milhões de toneladas para 12 milhões de toneladas, registro ocorrido em 1985. Esse movimento se deu em virtude da criação do leite longa vida que permitiu a expansão da produção de leite para regiões poucos tradicionais, como o norte e centro-oeste, onde a infraestrutura das estradas e a rede elétrica eram precárias.

No entanto, o grande impacto desfavorável à pecuária deu-se com o fim do tabelamento do preço do leite e a abertura econômica do país, que ocasionaram a invasão de produtos importados, gerando concorrência para as empresas brasileiras. Este impacto, porém, teve um lado positivo, pois forçou a modernização e a profissionalização da produção nesse ramo, tendo em vista a própria sobrevivência no mercado.

Nas últimas décadas, apesar da economia instável do País e as intervenções do governo com planos econômicos, nota-se que a produção do leite tem crescido sistematicamente. Os primeiros dados da produção de leite no Brasil foram registrados pela FAO, em 1961, quando o País produziu 5,2 milhões de toneladas (FAO, 2016). Em 1974, inicia-se a série histórica publicada pelo IBGE (2016), como mostrado na figura 1, a inicia-seguir.

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Figura 1- Produção de leite no Brasil de 1961 a 2015. Fonte: IBGE (2016); FAO (2012).

Estima-se que, em 2025, o Brasil produzirá 47,5 milhões de toneladas de leite (VILELA, 2015). Para que esse aumento de produção se efetive deverá, consequentemente, ter ocorrido um aumento do consumo, tendo em vista equilibrar a demanda e a oferta. O consumo da população brasileira de leite é mostrado na figura a seguir.

Figura 2 – Consumo per capita de leite no Brasil.

Fonte: IBGE (2016); FAO (2012).

A figura nos mostra, entretanto, que o mercado do leite está crescendo cada vez mais, tendência que aponta para uma oportunidade de negócio nesse ramo.

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A atividade leiteira engloba diversos processos, desde a produção de insumos para servir como ração para a vaca até a distribuição do leite. Para entender esse processo, serão analisados alguns conceitos que nos ajudam a entender como essa atividade ocorre.

Segundo Marion (1996), o gado é classificado em: bezerro(a): gado recém-nascido, até o desmame, período que o bezerro leva para parar de mamar na mãe. Após o desmame, recebe o nome de novilho(a), que o designa até a primeira parição. Depois da primeira parição, denomina-se de vaca (fêmea adulta já parida). Decorrido esse processo, é preciso analisar o rendimento dessa nova vaca, e, caso esse rendimento não seja tão bom, deverá ser encaminhada para o abate, nos casos em que o ganho de peso não for mais compensatório em relação ao custo de manutenção do novilho. Os bois adultos, castrados e mansos, podem ser utilizados nos serviços agrícolas. Garrote ou tourinho denomina o macho não castrado até chegar à fase de reprodução. Touro é quando o animal atinge a época de reprodução, variando a idade dentre dois a três anos, e começando a declinar em desempenho a partir dos cinco anos. Após essa fase, o touro é descartado e engordado para ser aproveitados no consumo, estes são os marrucos ou tortunos.

A reprodução de gado é de extrema importância, pois tem impactos futuros na produtividade. Segundo Crepaldi (2005 p. 211), a reprodução pode ser em monta natural livre, monta natural controlada ou inseminação artificial, e monta parcialmente controlada.

Crepaldi (2005) afirma que, na monta natural, o touro permanece todo o tempo com a vaca, fazendo com que a perda do cio seja menor. A inseminação artificial, de acordo com Marion (1996), consiste na introdução do sêmen no trato genital da fêmea, tendo como vantagem dar continuidade a uma boa genética, visto que a criação de gado de elite é muito cara, o que inviabilizaria, em muitos casos, a sua criação, e também de controlar as infecções que ocorrem na reprodução. A monta natural parcialmente controlada é quando o touro permanece com as vacas por determinados períodos, por ocasião das ordenhas.

No método de reprodução natural resulta um gado puro (gado de raça, controlado genealogicamente por certificado de origem), havendo o puro (PO) e o puro por cruzamento (PC), segundo afirma Marion (2006). Ainda existe o gado mestiço composto por raças misturadas. As raças diferem pela sua genética, consequentemente, em sua produtividade, sendo mais conhecidos no Brasil: Zebuína (Nelore, gir... etc.),

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Indubrasil, mas uma raça que chama a atenção pela maior produtividade, são as vacas holandesas.

Além dos processos de reprodução e classificação das raças, um outro fator de extrema importância é a alimentação do gado que é provido de pasto, através do pastoreio contínuo ou rotativo, forragens (feno, silagem). Há dois tipos de pastagem, a natural e a superficial. A primeira é denominada de pasto nativo e se aproveita do potencial natural da região, de áreas de boa cobertura vegetal, que não apresentam problemas de erosão, segundo Marion (2006). Já a pastagem artificial é formada por pastos cultivados, que exigem um preparo adequado do solo, com arações, adubação e plantação.

Forragens, conforme Crepaldi (2005, p. 212), podem ser conservadas “nas formas de feno ou silagem [o que] garante a manutenção dos sistemas de produção de carne ou leite. A ensilagem é o melhor meio para conservar forragens verdes, em estado úmido, fazendo-as fermentar”.

Já Marion (1996, p. 24) define silagem da seguinte forma: “Constitui o método clássico de armazenamento e conservação de excesso de forragens obtido no período das águas e em culturas apropriadas. Os silos são de alvenaria ou tipo trincheira (escavações no sentido do declive do terreno com bordos rampados)”.

Para Crepaldi (2005), qualquer planta pode ser ensilada, porém algumas forragens apresentam mais vantagens do que outras, tais como o milho, o sorgo e o capim elefante. Já na fenação, conforme Crepaldi (2005 p. 213), o “feno é a erva ceifada e seca, utilizada na alimentação dos animais, principalmente ruminantes. Possui uma composição variada, dependendo da espécie vegetal, da forrageira empregada, da natureza do solo, do clima, do estágio de desenvolvimento da planta e do processamento da secagem”.

Além dos processos de alimentação do gado, a atividade pecuária precisa contar com infraestrutura adequada. Assim, algumas instalações comuns às atividades pecuárias são destacadas por Marion (1996):

- Curral: lugar onde se junta e recolhe o gado para trabalhos de rotina, tais como castração, vacina, aplicação de vermífugo, desmama, marcação, separação de acordo com idade, sexo, utilização funcional.

- Curraletes: divisão interna do curral em secções.

- Galpão ou sala para ordenha: é comum nessa atividade o aproveitamento de certa quantidade de leite das vacas de cria. Para isso, existe o galpão/sala de ordenha, que é um corredor elevado, mais ou menos 70 cm acima do nível do solo, com divisões

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internas, o que permite a ordenha de diversas vacas ao mesmo tempo; podendo este galpão ser substituído pelo próprio curral ou estábulo.

- Estábulo: lugar coberto onde se recolhe o gado. É mais utilizado para a ordenha, embora sem as mesmas condições higiênicas apresentadas pelo galpão/sala de ordenha. - Mangueira: grande curral de gado, de pedra ou madeira (denominação que é mais utilizada no Rio Grande do Sul).

- Galpões: além de abrigarem os animais são utilizados para o arrazoamento em regime de engorda confinada, para guarda e preparo da ração, para guardar equipamentos diversos, tais como máquinas agrícolas, tratores, implementos agrícolas, arados, recadeiras, ferramentas, motores, bombas hidráulicas etc.

- Cerca: as cercas devem ser funcionais e econômicas. Os tipos de cerca mais comuns são as cerca de arame liso e as cercas de arame farpado. Na elaboração do planejamento de uma propriedade, é interessante dividir os pastos, para que sejam melhor aproveitados, em sistema de rodízio.

2.3 CUSTOS

O conceito de custo corresponde ao gasto econômico que representa a fabricação de um produto ou a prestação de um serviço, ou seja, é todo o custo envolvido em todos os processos de fabricação de um produto (INPUT-OUTPUT).

Segundo Martins (2003), um responsável por custos de produção deverá analisar os seguintes parâmetros:

- Matéria-prima e embalagens - Materiais de consumo - Mão de obra

- Salários

- Depreciação das máquinas - Energia elétrica

- Aluguel do prédio

A figura 3 apresenta a estimativa de duração, em média, de construções, melhoramentos, e também de máquinas e equipamentos utilizados, de modo direto ou indireto, no ramo da atividade agrícola, de acordo com Marion (2006).

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Figura 3 – Depreciação de construções, máquinas e outros equipamentos na atividade agrícola. Fonte: Marion (2006).

Martins (2003) afirma que o custo direto é aquele que tem uma medida de consumo, por exemplo: quilogramas de materiais consumidos, embalagem utilizada, horas de mão de obra trabalhada. Já os custos indiretos são aqueles que não têm condição de medir, como aluguel, energia, água etc.

Além dessas classificações, como indiretos e diretos, os custos podem ser designados de outras formas diferentes, sendo estes os custos fixos e os custos Variáveis. Resumidamente, o custo fixo é aquele gasto total para sua empresa funcione, sem produzir nenhum produto. Já custos variáveis são aqueles que seu custo varia conforme a produção, sendo diretamente proporcionais.

Martins (2003) ressalta que é importante utilizar essa classificação de custo variável e custo fixo, pois se leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custos e o

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volume da atividade. “Não se trata, como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total depende da quantidade de bens fabricados”. Entretanto, por unidade elaborada, a quantidade de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não subtrai a sua característica de variável; mas a reforça.

Segundo Martins (2003), existem outras nomenclaturas, tais como custos primários e custos de transformação. Os primeiros correspondem à soma de matéria-prima com mão de obra. Já os custos de transformação correlacionam-se à soma de todos os custos de produção.

2.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Martins (2003, p. 179) define a margem de contribuição como sendo “a diferença entre o preço de venda e o custo variável de cada produto, é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e que lhe pode ser imputada sem erro”.

A fórmula para descobrir a margem de contribuição está descrita a seguir, segundo Leone (2000):

𝑀𝐶𝑢 = 𝑃𝑉𝑢 − (𝐶𝑉𝑢 + 𝐷𝑉𝑢) Onde:

MCu: Margem de contribuição unitária PVu: Preço de venda unitário

CVu: Custo variável unitário DVu: Despesa variável unitária

Para outros autores, como Padoveze(2003), nada mais é que a margem bruta pela venda de um produto ou serviço, que excede seus custos variáveis unitários, podendo então também ser compreendida como um lucro variável unitário.

2.5 PONTO DE EQUILÍBRIO

O ponto de equilíbrio (PEC), segundo Martins (2003), ocorre quando a soma das margens de contribuição totaliza o montante para cobrir todos os custos e despesas

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fixas. Em outras palavras, é o ponto onde não há lucro nem prejuízo para a empresa, a partir da produção de “x” produtos.

De acordo com Padovese (2003), a equação do ponto de equilíbrio em que os lucros serão iguais a zero é:

𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠($) = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎𝑣𝑒𝑖𝑠 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 Onde:

Vendas = preço de venda unitário(PV) * quantidade vendida Custos Variáveis = custo variável unitário (CV) x quantidade Custos fixos = total em reais dos custos e despesas fixas (CF).

Portanto, a fórmula do ponto de equilíbrio em quantidade é: 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑖𝑜 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠

𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 Sendo assim, a equação do ponto de equilíbrio, considerando dados unitários:

𝑃𝑉𝑥𝑄 = 𝐶𝑉𝑥𝑄 + 𝐶𝐹

A partir desse pressuposto, a propriedade rural deverá estabelecer o ponto de equilíbrio para saber a quantidade de leite que deve ser vendida, tendo em vista pagar todos os seus custos e despesas.

Outro fator que o fazendeiro deverá ter conhecimento é a margem de segurança que corresponde à variação de vendas reais em relação às vendas no ponto de equilíbrio. De acordo com Padoveze (2003, p. 290), “a margem de segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de venda excedente, para se analisar a margem de segurança, pode ser tanto das vendas orçadas, como o valor real das vendas”. Martins (2003) descreve a fórmula de margem de segurança como:

𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 =𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑖𝑠 − 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑖𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑖𝑠

Esse cálculo só faz sentido quando a empresa tem lucro e você sabe o ponto de equilíbrio, para assim determinar a porcentagem do volume de atividade efetivamente praticada, além do ponto crítico.

(24)

2.6 LUCRATIVIDADE, RENTABILIDADE E CAPACIDADE DE INVESTIMENTO

Lucratividade segundo Santos (2011) é a relação entre o lucro obtido e a receita total obtida no período analisado, conforme descrita na formula abaixo:

𝐿 =(𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙) ∗ 100 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Já rentabilidade para Santos (2011) é a relação entre o lucro obtido e o valor do capital investido na atividade produtiva, dada pela formula a seguir:

𝑅 =𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 100

Já a capacidade de investimento segundo Santos (2011) é a sobra de capital que se obtém, após o pagamento de custos operacionais necessários ao desenvolvimento de uma atividade produtiva , mostrado na formula abaixo:

𝐶𝐼 =(𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ) ∗ 100 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

2.7 GESTÃO DE MODELO DE NEGÓCIO

Um modelo de gestão de negócio permite planejar estrategicamente um

empreendimento e visualizar as suas principais funções e relações. Segundo Machado (2016), o modelo de negócio é constituído pela combinação de seus produtos, serviços, imagem e distribuição, o que envolve tanto a organização de pessoas quanto a

infraestrutura operacional necessária à realização do trabalho. Os tópicos a seguir descrevem algumas ferramentas que contribuem para uma boa gestão a partir de um modelo de negócio.

2.7.1 Business Model Canvas

Metodologia para “criar” novos projetos que ajudam a visualizar a proposta de negócio, de maneira simples e visual, facilitando o teste de vários modelos diferentes para se encontrar uma maneira de inovar tecnologicamente em seu segmento, que busca incrementar tanto a produção quanto a organização. Segundo Osterwalder (2011), consiste em um mapa visual pré-formatado, contendo nove blocos de segmentos de clientes, proposta de valor, canais, relacionamento com clientes, fontes de receita,

(25)

recursos principais, atividades-chave, parcerias principais e estrutura de custos. A figura a seguir mostra um exemplo do modelo de Canvas.

Figura 4 - Modelo Canvas.

Além disso, uma série de perguntas auxiliam na elaboração do modelo, segundo cada segmento:

- Parceiros-chave: quem são os nossos principais parceiros? Quem são os nossos principais fornecedores? Recursos-chave que estamos adquirindo de parceiros? Principais atividades que os parceiros realizam?

- Atividades-chave: que atividades-chave a nossa Proposta de valor exige? Nossos canais de distribuição? Relacionamento com o cliente? Fontes de receita?

- Propostas de Valor: que valores nós entregamos ao cliente? Que problemas dos nossos clientes estamos ajudando a resolver? Que pacotes de produtos e serviços oferecemos a cada segmento de cliente? Quais necessidades dos clientes estamos satisfazendo?

- Relacionamento com os clientes: que tipo de relacionamento temos com nossos clientes? O que os segmentos esperam que possamos estabelecer e manter com eles? Quão caros eles são?

- Segmentos de clientes: para quem estamos criando valor? Quem são nossos clientes mais importantes?

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- Recursos-chave: quais recursos-chave nossa proposta de valor requer? Nossos canais de distribuição? Relacionamento com os clientes? Fontes de receita?

- Canais: através de quais canais atingimos nossos segmentos de clientes? Quais são aqueles que gostaríamos de atingir? Como podemos alcançá-los agora? Como estão integrados os nossos canais? Quais funcionam melhor? Quais têm melhor custo-benefício? Como estamos integrando-os às rotinas do cliente?

- Estrutura de Custo: quais são os custos mais importantes inerentes ao nosso modelo de negócio? Quais os recursos-chave mais caros? Quais as atividades-chave mais caras? - Fluxo de Receita: por quais valores nossos clientes estão realmente interessados em pagar? Por que eles pagam atualmente? Como eles estão pagando atualmente? Como eles gostariam de pagar? Como cada fluxo de receita contribui para a receita global?

Segundo Machado (2016), em uma propriedade rural, esta ferramenta auxilia na viabilização de alternativas para agregar valor ao produto e inovar o modelo de negócio empregado na produção leiteira

2.7.2 Análise de Swot

A análise de SWOT, segundo Fauro (2007), “é considerada como uma ferramenta de gestão e planejamento organizacional, que dispõe formas difundidas para se fazer o diagnóstico estratégico da empresa”. Cada letra significa uma palavra que deverá ser abordada de seguinte modo:

- S – Stengths (Forças) - São quesitos da empresa que a fazem se destacar das outras. No caso de uma fazenda, uma delas pode ser a qualidade do leite.

- W – Weakness (fraquezas) - Quais são os pontos fracos da empresa que consequentemente atrapalham seu crescimento. No caso da fazenda, um exemplo disso são os altos impostos cobrados pelo governo.

- O – Oportunity (oportunidade) - São as oportunidades que o mercado oferece como incentivos fiscais para a produção de laticínios.

T – Threats (ameaças) - São ambientes desfavoráveis para sua empresa, como pestes, doenças, condições climáticas.

Após fazer a sua análise de SWOT, será necessário elaborar um plano de ação para melhorar os fatores analisados, de forma a desenvolver ainda mais forças, corrigir as

(27)

fraquezas, explorar as oportunidades e se precaver contra as ameaças que forem identificadas.

2.7.3 BPMN

Business Process Modeling Notation é uma ferramenta desenvolvida para modelar processos de negócios complexos, incluindo todas as áreas e processos do ciclo de vida do produto. White (2004) afirma que um dos desafios da BPMN é a criação de mecanismos simples para a construção de modelos de processos de negócio, porém com a capacidade de lidar com a complexidade inerente a tais processos de negócio.

O BPMN divide-se nas seguintes quatro categorias básicas: objetos de fluxo, objetos de conexão, raias e artefatos, que são descritos a seguir.

2.7.3.1 Objetos de fluxos

A BPMN descreve um conjunto de três objetos de fluxo: eventos, atividades e 51 gateways (Figura 5). Os eventos são representados por círculos e demonstram acontecimentos no curso de um processo que afetam o seu fluxo e eventualmente podem ter uma causa ou impacto. As atividades são representadas por retângulos com cantos arredondados e são usadas para demonstrar algum tipo de trabalho realizado na empresa. Os gateways são representados por um losango e são usados para controlar a divergência e a convergência de um fluxo de controle, determinando decisões tradicionais e também caminhos paralelos ou a junção de caminhos

Figura 5 - Objetos de fluxo. Fonte: BPMN, 2007

2.7.3.2 Objetos de conexão

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Figura 6 - Objetos de conexão. Fonte: BPMN, 2007.

O fluxo de sequência demonstra as ordens em que as atividades serão executadas no processo. O fluxo de mensagem é o fluxo de informações entre dois participantes, por exemplo: você está pedindo algum insumo para seu fornecedor. A associação serve para associar dados, textos e outros artefatos a objetos do fluxo.

2.7.3.3 Artefatos

Existem três artefatos básicos (figura 7)

Figura 7 - Artefatos Básicos. Fonte: BPMN(2007).

Segundo Bezerra (2005):

“Os objetos de dados são mecanismos que demonstram como os dados são requeridos ou produzidos por atividades. Eles são conectados a atividades através de associações. Os grupos são representados por um retângulo pontilhado que pode ser usado com o propósito de destaque, documentação ou análise, porém não afeta o fluxo de sequência. As anotações são mecanismos que conferem ao modelador a capacidade de descrever informações textuais adicionais ao leitor do diagrama.”

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Utiliza-se o conceito de swimlanes (raias de natação) como forma de organizar as atividades, em diferentes categorias visuais, tendo em vista ilustrar as capacidades funcionais ou responsabilidades. São dois os tipos de construtos, pools e lanes, como visto na figura 8, a seguir.

Figura 8 – Raias. Fonte: BPMN, 2007.

2.7.3.5 Eventos

Existem três tipos de eventos: inicial, intermediário e final. Segundo Bezerra (2005), os eventos iniciais são representados por círculos com bordas simples e são usados para representar o início de um processo (Quadro 1). Eventos intermediários ocorrem após o processo ter se iniciado e antes do seu término. Este tipo de evento é representado por um círculo com borda dupla. Pode representar a resposta de um evento, como, por exemplo o recebimento ou envio de uma mensagem ou a criação de um evento (Quadro 2). Eventos de término ou finais indicam onde o processo irá terminar. Diferentes resultados indicam circunstâncias específicas que encerraram o processo (Quadro 3).

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Quadro 2 – Evento Intermediário. Fonte: Bezerra (2005).

Quadro 3 – Evento de Término ou Final. Fonte: Bezerra (2005).

2.7.3.6 Gateways

São formados através de losangos e representam tomadas de decisão, indicando diferentes tipos de comportamento, como mostra o Quadro 4, a seguir.

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Quadro 4 – Gateways. Fonte: Bezerra (2005).

2.8 O CICLO DO PDCA

O PDCA é um método de gerenciamento de processos ou de sistemas. É o caminho para se atingirem as metas atribuídas aos produtos dos sistemas empresariais (CAMPOS, 1992). De acordo com Andrade (2003), o ciclo do PDCA é projetado para ser usado como um modelo dinâmico em que a conclusão de um ciclo irá fluir no começo do próximo ciclo, e assim sucessivamente.

O Ciclo do PDCA está dividido em quatro fases, bem definidas e distintas, que, de acordo com Andrade (2003), podem ser descritas da forma a seguir:

- Plan (Planejar): estabelecer os objetivos e os processos necessários para fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e as políticas da organização. Esta etapa abrange a localização do problema, o estabelecimento de uma meta, a análise do fenômeno (utilizando diagramas estatísticos), a análise do processo (utilizando-se do diagrama de causa e efeito) e a elaboração do plano de ação.

- Do (Fazer): implementar os processos, ou seja, execução das ações estabelecidas no plano de ação e definidas na fase anterior, sendo realizadas segundo um cronograma determinado, tendo todas as ações registradas e supervisionadas.

(32)

- Check (Checar): nesta fase deve-se executar a verificação da eficácia das ações tomadas na fase anterior. Utilizando para a mesma a comparação dos resultados (planejados e executados), a listagem dos efeitos secundários (oriundos das ações executadas), e a verificação da continuidade ou não do problema (eficácia das ações tomadas).

- Action (Agir): esta fase é responsável pela padronização dos procedimentos

implantados na fase “Do”, ou seja, sendo o resultado satisfatório, devem-se padronizar essas ações, transformando-as em procedimentos padrão. Para realizar essa

padronização, é feita a elaboração ou alteração do padrão, comunicação, treinamento e acompanhamento da utilização do padrão.

2.8.1 As etapas do ciclo do PDCA

A etapas do ciclo PDCA, segundo Júnior (2010), observam que: no Plan, primeiro passo, é necessário você estipular uma meta, por exemplo, no caso deste estudo, ser o maior produtor de leite de Guaratinguetá/SP. No segundo passo, é preciso determinar as causas do problema o que pode ser elaborado pelo diagrama de Ishikawa, de causa e efeito, como mostra a figura a seguir.

Segundo Kume (1993), este diagrama permite que sejam sugeridas as causas de um problema, para que possam ser formuladas sugestões de melhoria, estruturando as causas bem como seus efeitos sobre a qualidade.

Figura 9 - Método de Ishikawa.

O planejamento é feito com a utilização da técnica 5W 2H. Segundo Simões (2015), esta ferramenta é utilizada para analisar ou planejar as ações propostas no diagrama 6M. A nomenclatura 5W 2H está relacionada a sete perguntas básicas a serem respondidas: 1. What: o que deve ser feito?

(33)

3. Who: quem deverá fazer? 4. When: quando deverá ser feito? 5. Where: aonde deverá ser feito? 6. How: como deverá ser feito? 7. How Much: quanto custará?

Figura 10 - Técnica 5W2h.

Após elaborar o plano de ações, é preciso executá-lo até que seu status atinja o patamar final (término). Por último, vem o check, que tem como finalidade verificar/controlar a eficácia das ações utilizadas.

Do – Consiste em executar esse planejamento elaborado a partir do resultado de ISHIKAWA e a técnica 5W2H.

Check – Verificar a ação que foi planejada e o que realmente foi realizado.

Action – Corresponde à ação a ser tomada diante do resultado obtido, podendo ser favorável ou desfavorável.

A figura a seguir, apresenta o gerenciamento do PDC, para enfatizar seu processo, segundo Simões (2015).

(34)

Figura 11- Gerenciamento do PDCA. Fonte: Simões (2015).

O presente trabalho traça um cronograma partindo da análise de ver como a empresa esta se comportando atualmente, analisando todos os custos que estão envolvidos na produção do leite, mapeando todos os processos A partir disso é possível saber se a atividade esta gerando lucro ou prejuízo e calcular diversos parâmetros que auxiliam na contabilidade da atividade pecuária. Com os dados obtidos é possível elaborar um modelo de gestão de negocio a partir das diversas ferramentas vistas acima que visam em melhorar processo, reduzir as perdas e tornar a empresa mais competitiva perante as outras.

(35)

3.

METODOLOGIA

Neste trabalho, levaram-se em consideração os dados coletados historicamente, fornecidos pelo proprietário da fazenda, e também foi realizada uma coleta de dados, em fontes institucionais e acadêmicas, durante um período de 30 dias, para que se aplicassem os conceitos desenvolvidos no trabalho de modo a incrementar a produção de leite e verificar a rentabilidade da fazenda para, assim, propor melhorias e a matriz de um cenário futuro, com os investimentos programados a partir dos dados obtidos.

3.1 MÉTODOS DA PESQUISA

A pesquisa possibilita uma aproximação e um entendimento da realidade a investigar, como um processo permanentemente inacabado, segundo Fonseca (2002).

Segundo Gerhardt (2009), para se desenvolver uma pesquisa é indispensável selecionar o método de pesquisa a utilizar. De acordo com as características da pesquisa, poderão ser escolhidas diferentes modalidades de pesquisa. Neste trabalho foi estabelecido o estudo de caso, pois tem como objetivo identificar um problema, analisar evidências, desenvolver argumentos lógicos, avaliar e propor melhorias, tendo em vista a análise de uma realidade específica.

3.1.1 Variáveis da pesquisa

As variáveis que serão utilizadas nesse estudo serão: o volume da produção do leite, todos os custos envolvidos na sua produção, as etapas produtivas e as ferramentas que auxiliarão a ter um bom modelo de gestão de negócio.

3.1.3 Finalidade

Quanto à finalidade da pesquisa, destaca-se a pesquisa aplicada, visto que é voltada a uma aplicação prática, ou seja, quando é uma aplicação imediata, no caso da fazenda, de melhorar os processos e produzir leite, em maior quantidade e qualidade, analisando-se as ações propostas para a obtenção de maior lucratividade.

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Já o contexto da pesquisa refere-se ao ambiente que esta é realizada, que no caso, diz respeito ao setor agropecuário da região do vale do Paraíba, em Guaratinguetá em que se situa a fazenda em estudo, bem como ao ramo de negócio, a produção de leite.

3.1.5 Tipo da Pesquisa

Em relação ao tipo de pesquisa, destaca-se para esse trabalho a pesquisa exploratória. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2007).

3.1.6 Natureza da pesquisa

Em quanto a natureza da pesquisa destaca-se uma pesquisa quanti-qualitativa, pois faz uso tanto de dados quantitativos como volume total do leite, como dados qualitativos como por exemplo a qualidade do leite. Neste trabalho nos apoiamos também em pesquisa bibliográfica e documentos escritos para a discussão de suas análises.

3.1.7 Temporalidade da pesquisa

Neste trabalho, utilizou-se a pesquisa longitudinal pois foi um período de 30 dias de coleta de dados no local de estudo o que nos forneceu um conjunto de dados através de depoimentos, observações e anotações, além do cotejamento com outros dados

institucionais e corporativos (fontes acadêmica e de pesquisa).

3.2 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ESCOLHIDO

Dentre as dificuldades para a realização da pesquisa estão a qualidade dos dados colhidos no local, especialmente porque muitas vezes não contamos com números previamente colhidos e compostos em séries anuais, acompanhando as dificuldades e os processos de produção, no meio rural, em foco. Assim, contamos apenas com depoimentos, o que pode constituir apenas uma visão subjetiva dos fatos, em

(37)

impressões. Neste caso, um jeito de amplificar e dar maior consistência a tais dados está em cotejar tais impressões com dados fornecidos por estatísticas locais, junto a organismos competentes ou entidades de pesquisa ou corporativas que apresentem um conjunto de dados historicamente compilados.

Como se trata de um estudo de caso, suas limitações, segundo Yin (1989) dizem respeito à ausência de dados quantitativos, como observamos logo acima, além de baixo rigor metodológico, sendo carente de objetividade. No sentido de minimizar tais dificuldades, buscamos nos apoiar em métodos de análise de negócios que poderão, ao longo de sua aplicação, com acompanhamento rigoroso e coleta de dados cuidadosa, prover, em curto e médio prazos, maiores condições de verificação e consolidação do negócio em pauta.

3.3 VARIÁVEIS DA QUESTÃO DA PESQUISA

As variáveis que serão utilizadas nesse estudo serão: o volume da produção do leite, todos os custos envolvidos na sua produção, as etapas produtivas e as ferramentas que auxiliarão a estabelecer um modelo adequado de gestão de negócio.

3.4 FONTES DE DADOS

As fontes de dados devem fornecer as respostas adequadas à resolução e/ou entendimento do problema proposto. Elas são classificadas em fontes primárias, fontes secundárias, procedimentos de coleta de dados, de análise de dados, e a classificação da pesquisa.

3.4.1 Fontes primárias

As fontes primarias serão dados obtidos a partir da coleta de dados realizada na propriedade rural.

3.4.2 Fontes secundárias

As fontes primárias serão dados históricos da fazenda fornecidos pelo proprietário e seus principais empregados, que deverão ser checados junto a organismos de pesquisa

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competentes, tendo em vista estabelecer parâmetros mais confiáveis para o desenvolvimento de uma modelo de produção leiteira.

3.5 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

O procedimento foi analisar como a fazenda está se comportando atualmente, analisando todos os custos envolvidos em seu processo. Em seguida, foi necessário elaborar um modelo de gestão de negócios, sendo utilizadas diversas ferramentas que auxiliam na elaboração e implementação desse modelo.

Com esse referencial teórico, foram coletados os dados na fazenda, em um período de 30 dias, feitas anotações, entrevistas, colhidos de depoimentos e outros, junto ao proprietário e seus funcionários. Em suma, com a análise dos dados coletados, buscamos saber se a atividade, como está sendo praticada, está gerando lucros, sendo rentável.

A seguir são feitas projeções: onde a empresa quer chegar, através da elaboração de cenários futuros, propondo uma matriz de investimentos ao proprietário.

Como procedimento central, uma pesquisa bibliográfica que envolveu diversos assuntos sobre a produção leiteira e a construção de modelos de negócio, favoreceu a análise da fazenda com uma empresa, explicitando todos os seus processos e os custos ali envolvidos, de modo a planejar e implementar melhorias e propor uma matriz de investimento. Ou seja: colocar na prática a teoria estudada.

A caracterização da propriedade foi coletada por meio de entrevistas não estruturadas com os proprietários no decorrer do primeiro semestre de 2018 e a algumas visitas na propriedade rural, no segundo semestre buscou-se em coletar dados estratégicos e necessários da propriedade. Sendo que essas informações foram relevantes e ofereceram suporte para realizar o estudo. Para identificar os custos diretos e indiretos de produção leiteira foi realizada uma pesquisa documental, pesquisa bibliografia, entrevista não estruturada, e observação in loco, os dados foram coletados nos períodos entre o dia 01/07/2018, até 01/08/2018.

A pesquisa documental foi realizada com pessoas, em documentos da propriedade, tais como: registros anuais, regulamentos, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, fotografias, informações arquivadas em computadores, diários e outros. Outro procedimento utilizado é a pesquisa bibliográfica onde o acadêmico se apropria

(39)

de materiais publicados em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é material acessível ao político em geral. A entrevista não estruturada aconteceu através de visitas, entrevistas com os proprietários e com o acompanhamento do processo produtivo, para que dessa maneira possa se desenvolver uma análise de custos apropriada para a atividade. As entrevistas foram realizadas no decorrer do mês de julho com o filho do proprietário da fazenda, Matheus e outros membros da família, e profissionais que atuam no setor (veterinários e vendedores).

Buscando explorar os dados desejados com mais magnitude, sem seguir um roteiro com perguntas abertas e podem ser respondidas de uma conversação informal. Utilizou-se a observação in loco, que se caracteriza pelo contato direto do pesquisador com o fenômeno estudado, obtendo informações acerca da realidade vivenciada em seu próprio contexto, o contato direto com a propriedade deve-se pelo fato de ser membro da família. Para estruturar o sistema de controle de custos adequado à atividade se apropriou os dados da pesquisa documental e bibliográfica, e assim consequentemente disponibilizar e instrumentalizar planilhas e fichas de controle construídas juntamente com o empresário, bem como desempenhar orientações para o empresário aplicar as ferramentas. A análise da viabilidade da atividade para a propriedade foi realizada através de entrevista não estruturada aplicada aos proprietários para explorar os dados desejados com mais amplitude, foi elaborado um roteiro com perguntas abertas que podem ser respondidas de uma conversação informal, e o preenchimento de planilhas de acompanhamento elaboradas juntamente com o empresário. Com as referencias teóricas e os dados obtidos foram permitidos elaborar uma boa gestão de modelo de negocio para a fazenda com as ferramentas apresentadas.

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REFERÊNCIAS

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