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Academic year: 2021

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TÍTULO: ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE FUNGOS PARA BIORREMEDIAÇÃO A PARTIR DE SOLOS CONTAMINADOS COM AGROTÓXICOS

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ÁREA:

SUBÁREA: QUÍMICA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MONTES CLAROS INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ANNA LABELLE ALVES CORRÊA, JULIANA KÁTIA LOPES ARAÚJO, LARISSA BICALHO PIMENTA, MALEN DANIELLE DIAS SENA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LAHYRE IZAETE SILVEIRA GOMES ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): FUNDAÇÃO DE AMPARO A PESQUISA DE MG, FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MONTES CLAROS

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1- RESUMO

A participação dos fungos na degradação de agrotóxicos presentes no solo em geral envolve a utilização de enzimas que, bioquimicamente, transformam o agrotóxico em nutriente e fonte de energia. Este trabalho teve por objetivo isolar fungos filamentosos provenientes de solos contaminados com agrotóxicos e selecionar os fungos isolados quanto à capacidade de crescimento em meio adicionado o fungicida clorotalonil e herbicida picloran. Foram isolados e identificados dois gêneros de fungos (Fusarium sp. e Aspergillus sp.) provenientes de solos de intenso cultivo que receberam periódicas aplicações de fungicidas e herbicidas.Os isolados obtidos foram submetidos à exposição ao fungicida Clorotalonil e ao herbicida contendo Picloran separadamente, nas concentrações 0, 10, 25 e 50 ppm e o índice de velocidade de crescimento micelial foi calculado (IVCM). Notou se uma redução significativa no crescimento do Fusarium sp. com o aumento das concentrações dos produtos químicos. O IVCM para o Aspergillus sp. na presença do herbicida não apresentou diferença em relação as diferentes concentrações utilizadas. Porém, apesar de apresentarem um uma redução de crescimento houve um crescimento satisfatório dos isolados na presença dos agrotóxicos, de forma que estes possam ser utilizados na biorremediação de solos.

Palavras-Chave: Fungicida, Herbicida, Fusarium sp e Aspergillus sp.

2. INTRODUÇÃO

Os agrotóxicos estão cada vez mais presentes na agricultura para combater pragas e pestes que atingem as plantações, a fim de maximizar a produtividade e o lucro desse setor. Esses são classificados de acordo com o objetivo que este possui. Os mais comuns são os herbicidas (usados no controle de ervas daninhas), os inseticidas (usados no controle de insetos) os fungicidas (usados para controlar fungos) e os acaricidas (usados no controle de ácaros) (BRAIBANTE e ZAPPE, 2012).

Porém, apesar de todos os benefícios provindos do uso dos agrotóxicos, segundo Peres et al. (2003) o uso desenfreado desses produtos químicos tem ocasionado sérios problemas ao meio ambiente, seja pelo acúmulo nos segmentos

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bióticos e abióticos (solo, água, ar), ou pela contaminação dos seres vivos que compõem o ecossistema. A adição de forma descontrolada de tais poluentes no solo, pode causar modificações nas suas características qualitativas afetando assim a sua função sendo capaz de torná-lo, parcialmente ou integralmente, infértil.

Dentre essas moléculas químicas, podemos destacar o picloram, herbicida utilizado no controle de plantas daninhas dicotiledôneas arbustivas e arbóreas, em pós-emergência, em pastagens (RODRIGUES & ALMEIDA, 2011), que se destaca por apresentar um alto período de atividade residual no solo impedindo o cultivo de plantas não seletivas ao mesmo, e apresentando um alto risco de contaminação do lençol fréatico (SANTOS et al. 2006; PROCÓPIO et al. 2008). O clorotalonil é um fungicida de amplo espectro, não sistêmico, organoclorado, é utilizado no controle de doenças foliares fúngicas em várias frutas, vegetais, plantas ornamentais e gramíneas. Esse fungicida tem uma baixa solubilidade em água e é moderadamente persistente nos solos (VAN SCOY & TJEERDEMA, 2014).

Espécies de microrganismos que estão presentes no solo podem atuar como decompositores e metabolizar compostos químicos, em processos de biorremediação, auxiliando na recuperação de áreas contaminadas (POLONIO et al., 2014).

3. OBJETIVOS 3.1 Geral

Isolamento e seleção de fungos para a biorremediação de solos contaminados com agrotóxicos.

3.2 Específicos

- Isolar e cultivar fungos filamentosos provindos de amostras de solo.

- Identificar as colônias isoladas quanto ao gênero, de acordo com as suas características morfológicas.

- Selecionar os microrganismos, quanto a capacidade de crescimento em meio de cultura acrescido do fungicida Clorotalonil e do herbicida Picloran.

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4. METODOLOGIA

Primeiro foi feita a obtenção de amostras de solos contaminados com agrotóxicos para isolamento de fungos. Após o isolamento, os fungos foram identificados em relação ao gênero e submetidos a diferentes concentrações dos produtos testados para avaliar o crescimento dos isolados.

5. DESENVOLVIMENTO

5.1 Obtenção de amostras de solos

As amostras foram coletadas em solos que cultivam diferentes culturas (café, maracujá, banana e milho) e que recebem frequentemente a aplicação de fungicidas e herbicidas. O solo obtido foi proveniente de perfis de 0-20 e 20-40 cm de profundidade e levados ao laboratório de microbiologia para processamento.

5.2 Isolamento dos fungos

O isolamento dos fungos foi realizado através da técnica de diluição seriada, onde 10 g de amostra de solo foram homogeneizadas em 90 mL de água peptonada 0,1% (diluição 10-1). A segunda diluição (10-2) foi realizada transferindo-se 1 mL da diluição 10-1 para tubo de ensaio contendo 9 mL de água peptonada 0,1%, e assim sucessivamente até a diluição 10-3. De cada diluição foi retirada uma alíquota de 0,1 mL das amostras e transferidas para placas de Petri contendo meio BDA (batata dextrose- ágar) mais antibiótico. As placas foram incubadas a 25±2°C, durante 7 dias. Durante esse mesmo tempo as colônias foram repicadas para a obtenção de culturas puras.

5.3 Identificações dos isolados

Os fungos isolados foram identificados quanto ao gênero pelas características morfológicas, após o preparo de lâminas com auxílio de microscópio de luz.

5.4 Seleção dos fungos

Os fungos isolados na etapa anterior foram testados quanto à sua habilidade de crescer em BDA, adicionado de 0, 10, 25 e 50 ppm do fungicida Clorotalonil e do herbicida Picloran. Para isso discos das colônias dos isolados foram repicados para

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o centro de placas de Petri contendo meio de cultura com o fungicida e o herbicida nas diferentes concentrações.

5.5 Avaliação do crescimento dos isolados

A avaliação do crescimento dos isolados nas diferentes concentrações dos produtos químicos, foi feita através de medições do diâmetro das colônias realizadas após 2, 4 e 6 dias em dois sentidos perpendiculares, e posteriormente foi calculado o IVCM (índice de velocidade de crescimento micelial). Que é calculado conforme a equação 1.

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Onde:

D= diâmetro médio atual de colônia. Da=diâmetro da colônia do dia anterior. N= número de dias após a inoculação. 5.6 Delineamento experimental

O experimento foi inteiramente casualizado, com três repetições, constituído de dois isolados e quatro concentrações. As análises estatísticas foram realizadas no programa estatístico R. As variáveis significativas no teste F da análise de variância foram submetidas ao teste de médias.

6. RESULTADOS

6.1 Identificação dos fungos

Após análise morfológica através do uso do microscópio, foi feita a identificação de duas colônias diferentes que apareceram frequentemente nas placas de petri. O isolado nomeado como C1 apresentou um abundante crescimento micelial de coloração branco-rosado com produção de macro e microconidios e foi identificado como do gênero Fusarium. O isolado nomeado C2 foi identificado como

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do gênero Aspergillus, por apresentar características morfológicas bem marcantes que segundo Lira (2014), apresenta estipe com conidióforo terminando com uma vesícula (uma dilatação no topo), a qual é coberta por uma ou duas camadas de células especializadas e conídios que são formados assexuadamente.

6.2 AVALIAÇÃO DO IVCM

Os valores dos IVCMs das colônias testadas em meio contendo o fungicida Clorotalonil e o herbicida Picloran, podem ser observados na Tabela 1.

TABELA 1- Índice de velocidade média de crescimento (IVCM) dos isolados fúngicos na presença das diferentes concentrações (ppm) do fungicida clorotalonil e do herbicida.

Médias seguidas por mesma letra na vertical, não diferem estatisticamente ao nivel de 5% pelo teste Tukey.

Pode-se observar uma redução significativa no crescimento do Fusarium sp. com o aumento das concentrações dos produtos químicos.

O IVCM para o Aspergillus sp. na presença do composto contendo picloran não apresentou diferença em relação as diferentes concentrações utilizadas. Já para o clorotalonil houve uma redução significativa do IVCM na presença fungicida. Porém, é possível perceber que, apesar dessa inibição, os índices das concentrações não apresentaram variação ordenada, indicando que a concentração do composto químico pode não afetar diretamente o desempenho das colônias.

Apesar de em alguns casos ter ocorrido a inibição do crescimento micelial dos fungos, os dois isolados apresentaram um desenvolvimento satisfatório nos meios contendo 10, 25 e 50 ppm do fungicida e do Herbicida, apontando a possibilidade do uso destes na biorremediação de solos contaminados pelo Clorotalonil e pelo Picloran.

IVCM - Fusarium sp. IVCM - Aspergillus sp.

ppm Herbicida Clorotalonil Herbicida Clorotalonil

0 0,80 b 0,80 a 1,27 a 1,05 a

10 0,87 ab 0,54 b 1,28 a 0,71 b

25 0,95 a 0,43 bc 1,31 a 0,66 c

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Com isso é possível perceber que solos contaminados com poluentes químicos, tais como os agrotóxicos, são ótimas fontes de microorganismos para estudos de biorremediação desses mesmos poluentes, visto que, uma vez que esses microrganismos resistem e se adaptam a esses poluentes, eles podem, posteriormente, ser usados como fonte de nutrientes para o desenvolvimento microbiológico.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os procedimentos realizados no laboratório mostraram-se imprescindíveis para se alcançar os objetivos propostos. Através dos resultados obtidos pode-se concluir que é válida a possibilidade do uso dos fungos Fusarium e Aspergillus na biorremediação de solos contaminados. Pois, apesar de terem o crescimento inibido pela presença dos agrotóxicos, ambos os fungos, apresentaram desenvolvimento satisfatório. Além disso, pode-se concluir que solos contaminados com agrotóxicos podem ser excelentes fontes de microrganismos para estudos de biorremediação.

8. FONTES CONSULTADAS

BRAIBANTE, Maria Elisa Fortes; ZAPPE, Janessa Aline. A Química dos Agrotóxicos. Revista Química Nova na Escola, vol.34, n.1. p.10-15. Fev.2012.

LIRA, D. D. de. CARACTERIZAÇÃO DE Aspergillus sp. QUANTO A CAPACIDADE DE DEGRADAÇÃO DE ÓLEO DIESEL. 2014. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Biologia de Fungos)– UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, Recife, 2014.

PERES, F., MOREIRA, J. C., and DUBOIS, G. S. Agrotóxicos, saúde e ambiente: uma introdução ao tema. In: PERES, F., and MOREIRA, JC., orgs. É veneno ou é remédio?: agrotóxicos, saúde e ambiente [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2003. p. 21-41.

POLONIO, J. C. et al. Biorremediation potential of microorganisms: Survey of industrial and municipal treatable waste in Maringá-PR. BIOCHEMISTRY AND BIOTECHNOLOGY REPORTS. v.3, n.2, p.31-45, 2014.

PROCÓPIO, S. O. et al. Fitorremediação de solo contaminado com picloram por capim-pé-de-galinha gigante (Eleusine coracana). Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 32, n. 6, p. 2517-2524, 2008.

RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. (Eds.). Guia de herbicidas. 6. ed. Londrina: Ed. dos Autores, 2011.

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SANTOS, M. V. et al. Eficácia e persistência no solo de herbicidas utilizados em pastagem. Planta Daninha, Viçosa, v. 24, n. 2, p. 391-398, 2006.

VAN SCOY, A. R.; TJEERDEMA, R. S. Environmental fate and Toxicology of chlorothalonil. Rev. Environ. Contam. Toxicol. 232, 89–105, 2014.

Referências

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