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Grupo de Trabalho: "O interesse da Redução de Danos (RD): os Humanos e suas vicissitudes

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Academic year: 2021

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Grupo de Trabalho:

"O interesse da Redução de Danos (RD): os Humanos e suas vicissitudes

FÓRUM INTERSETORIAL PERMANENTE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: TRAJETÓRIA, LIMITES E POSSIBILIDADES DE FORTALECIMENTO DA REDE DO

MUNICÍPIO DE BETIM/MG

Edna Mara Mendonça (Projeto Redes - FIOCRUZ/SENAD)

Ana Regina Machado (Centro de Pesquisas René Rachou - Fiocruz Minas/ Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais)

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RESUMO

O consumo de drogas faz parte da história de diversas civilizações. Na sociedade atual o uso drogas apresenta-se como fenômeno complexo e pode se associar a desigualdade social e aos processos de exclusão social. Em recente pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz em parceria com Secretaria Nacional sobre Drogas constatou-se como necessária a articulação de vários saberes e setores na construção de políticas intersetoriais para atender as necessidades das pessoas em sofrimento decorrente ao uso problemático de drogas. O programa “Crack, é possível vencer”, implantando no país em 2011 previu ações de intersetorialidade em variadas regiões do Brasil. Um de seus projetos, o Projeto Redes busca promover a aproximação entre as políticas de saúde, prevenção, segurança, proteção e inclusão social. Tal projeto pressupõe a implantação de Fóruns Intersetoriais Permanente álcool e outras drogas que são espaços de discussão que buscam desenvolver novas estratégias entre as diferentes políticas intersetoriais para fomentar e induzir a integração dos atores territoriais contextualizando os desafios e mudanças de cenário local. O presente relato de experiência descreve a implantação dos fóruns ampliados de discussão intersetorial sobre a política de álcool e outras drogas no município de Betim/MG, apresenta a atenção aos usuários de drogas no município, suas dificuldades e suas potencialidades e ainda identifica as conquistas do fórum intersetorial permanente em relação à articulação do cuidado. O espaço de discussão contou com a participação de trabalhadores da Secretaria de Saúde, especialmente Saúde Mental e Atenção Básica, da Secretaria de Assistência Social com os serviços de proteção básica e especial e também com os trabalhadores da Secretaria de Segurança Pública que desde julho de 2016 se reúnem mensalmente para organizar, articular e fortalecer redes intersetoriais de atenção a pessoas que fazem uso drogas, reduzindo a vulnerabilidade e a violência decorrentes do consumo de drogas.

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INTRODUÇÃO

O consumo de drogas faz parte da história de diversas civilizações e possui diferentes significados e funções para as diversas pessoas e para as diferentes culturas, pode estar relacionado a medicações, cura de mazelas, melhoria do humor, busca pela paz, dentre outros (LANCETTI, 2015).

Para Bastos e Bertoni (2012), na sociedade atual o uso de álcool e drogas se apresenta como fenômeno complexo e pode se associar a diferentes problemas (agravos da saúde, problemas nos relacionamentos interpessoais e familiares, violência, etc.).

Em 2014, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) divulgou uma pesquisa sobre o perfil dos usuários de crack nas capitais brasileiras, que apontou que a problemática das drogas está associada à desigualdade social e aos processos de exclusão social. A pesquisa revelou ainda a demanda dos usuários de crack por ações como banho, alimentação, apoio para educação e trabalho (GARCIA, TYKANORI, MAXIMIANO, 2014). Tal constatação coloca como necessária a articulação de vários saberes e setores na construção de políticas intersetoriais relacionadas ao fenômeno drogas.

O conceito de intersetorialidade consiste na "articulação de saberes e experiências no planejamento, realização e avaliação de ações de coesão em situações complexas visando o desenvolvimento social, superando a exclusão social" (JUNQUEIRA & INOJOSA, 1997). Pensando nisso, faz-se necessário conhecer, integrar e articular os serviços que compõem as políticas sociais e também o levantamento das fragilidades e potencialidades dos territórios no desenvolvimento de ações que podem contribuir para a minimização dos problemas associados à presença das drogas.

O programa “Crack, é possível vencer”, implantando no país em 2011, traz como orientação a integração, articulação e alinhamento de ações dos eixos do cuidado, prevenção e autoridade (BRASIL, 2013). Assim, ações de cuidado são executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS) junto à SENAD. As ações de prevenção preveem o envolvimento do sistema educacional e forte participação da sociedade civil organizada. Já o eixo autoridade contempla os sistemas de justiça e também as secretarias de segurança pública.

O Projeto Redes, financiado pelo Programa “Crack, é possível vencer”, é uma iniciativa da SENAD do Ministério da Justiça e Cidadania (MJC) em parceria com a área técnica de saúde mental do Ministério da Saúde (MS), com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e com a FIOCRUZ. Busca promover a aproximação entre as políticas de saúde, prevenção, segurança, proteção e inclusão social. O Projeto iniciou em 2014 e está presente em 51 municípios com mais de duzentos mil habitantes, em 01 consórcio regional

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e em 2 estados com ações desenvolvidas com vistas a ampliação do acesso ao cuidado e planejamento integrado, monitoramento e avaliação das políticas para os usuários com necessidades decorrentes do uso de drogas. Para tanto, o projeto oferece apoio técnico de um articulador de rede intersetorial, em cada município, região ou estado participante (BRASIL, 2014).

O Projeto Redes prevê a implantação de fóruns ampliados de discussão álcool e outras drogas. Desde 2014, foram implantados 21 Fóruns Intersetoriais Permanentes AD e 32 estão em fase de implantação. Tais espaços de discussão buscam desenvolver novas estratégias de articulação entre as diferentes políticas setoriais para fomentar e induzir a integração de ações territoriais contextualizando os desafios e produzindo mudanças no cenário local, em alinhamento com a Política Nacional sobre Drogas (PNAD).

Nesta perspectiva, uma das cidades apoiadas pelo projeto em questão é Betim/MG, cuja adesão ao Programa “Crack, é possível vencer” se deu a partir das pactuações de implantação de novos serviços e qualificação dos já existentes em diferentes setores, para abordagem do problema associados às drogas no âmbito da sociedade (BRASIL, 2013).

Para o município de Betim/MG, o Projeto Redes previu a articulação entre a gestão (secretários, coordenadores de serviços, gestão das áreas técnicas) e os profissionais das áreas que fazem interface com a temática droga como a saúde, educação, assistência social, cultura, esporte, lazer, habitação, segurança pública e que direta ou indiretamente tem seu trabalhado relacionado à pessoa que faz uso de álcool e drogas. Buscou-se promover a construção de espaços de discussão permanente, considerando que a rede municipal apresenta concepções divergentes e práticas muito diferenciadas, algumas baseadas na redução de danos e outras nas internações de longa permanência, além da fragmentação da atenção ofertada localmente. Sendo assim, foi necessária a construção coletiva de um trabalho intersetorial. Apesar da busca pela integralidade do cuidado, a intersetorialidade não se opõe a ação setorial, mas remete o sentido de complementariedade de práticas. Há necessidade de combinar a dimensão setorial com a intersetorial (AMARANTE, 2007).

Este estudo pretende apresentar a experiência de implantação de fóruns ampliados de discussão sobre a política de álcool e drogas no município de Betim, buscando elencar as estratégias de articulação e as conquistas dos fóruns em relação à articulação intersetorial do cuidado.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Relatar a experiência de implantação dos fóruns ampliados de discussão intersetorial sobre a política de álcool e outras drogas no município de Betim/MG.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a)

Apresentar a atenção aos usuários de drogas no município, suas dificuldades e

suas potencialidades;

b)

Identificar as conquistas do fórum intersetorial permanente em relação à

articulação intersetorial do cuidado.

3 METODOLOGIA

A experiência relatada se desenvolveu de julho a dezembro de 2016, período de implantação e consolidação dos Fóruns Intersetoriais Permanentes AD do Projeto Redes no município de Betim/MG.

O Fórum Intersetorial Permanente AD contou com a participação de trabalhadores da Secretaria de Saúde, especialmente Saúde Mental, Atenção Básica e Educação Permanente, da Secretaria de Assistência Social dos serviços de proteção básica e especial e também com os trabalhadores da Secretaria de Segurança Pública. Ainda contou com a presença de uma consultora externa contratada pelo Projeto Redes que mediou os encontros durante o período em questão, além da articuladora de rede local que pode identificar, junto com os participantes, as necessidades a serem trabalhadas para melhorar o fluxo e a qualidade do atendimento nos serviços.

O relato de experiência utilizou informações das memórias de reunião, registradas pelos integrantes do Fórum (a cada encontro um integrante fazia o registro do momento). As memórias foram enviadas virtualmente aos atores da rede na tentativa de fomento das ações nos territórios.

Algumas informações sobre a experiência relatada foram retiradas do sistema de banco de dados da Fiocruz, que era alimentado pela articuladora de rede a cada dois meses.

Foram realizados, no total, 12 encontros; sendo 6 Fóruns propriamente ditos e 6 reuniões de organização destes.

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4 RELATO DE EXPERIÊNCIA

4.1 A APRESENTAÇÃO DO FÓRUM

O Fórum Intersetorial Permanente sobre Álcool e outras Drogas é uma proposta decorrente do “Primeiro Encontro de Redução de Danos e Dispositivos de Atenção em

Álcool e Outras Drogas”, organizado por profissionais de diversos pontos da Rede de

Atenção Psicossocial (RAPS), a partir do projeto “Engrenagens de Educação Permanente – Percurso Formativo”, financiado pelo Ministério da Saúde (MS). Betim contava, então, no mesmo período com dois projetos voltados para a qualificação da atenção álcool e outras drogas, o Percurso Formativo (MS) e o Projeto Redes (MJC). Projetos que apresentavam pontos comuns e foram pensados para promover a articulação intersetorial das práticas do município.

O “Primeiro Encontro de Redução de Danos e Dispositivos de Atenção em Álcool e

Outras Drogas” aconteceu no auditório do Centro Administrativo da Prefeitura de Betim/MG

em 10 de junho de 2016. Contou com a participação de trabalhadores da rede SUS, SUAS e demais trabalhadores da rede intersetorial. O mesmo teve caráter formativo, buscou integrar trabalhadores, apresentar a Redução de Danos (RD) como uma lógica de cuidado da atenção a usuários de drogas e ainda propôs a construção do Fórum Intersetorial Permanente.

Segundo Paula et al (2004), a intersetorialidade está relacionada com a articulação de diversos saberes de diferentes setores e promove um olhar mais adequado e menos falho acerca de determinado conteúdo, construindo uma resposta mais eficaz para os problemas cotidianos.

Para uma atuação conjunta e compartilhada há de se criar uma nova cultura política que reconfigure novas formas de cooperação e trabalho, novas habilidades e estratégias em diferentes níveis de governo para minimização da exclusão social (MENDES & AKERMAN, 2007).

O Fórum Intersetorial Permanente sobre Álcool e outras Drogas realiza-se, desde então, na primeira sexta-feira de cada mês, tendo o primeiro encontro ocorrido em julho de 2016. O espaço reúne trabalhadores que atuam na atenção e assistência às pessoas em situação de uso prejudicial de álcool e outras drogas no município, de diversos equipamentos públicos de saúde, da assistência social, da educação, da segurança pública, dentre outros, bem como gestores e usuários das políticas públicas locais. Conta ainda com a participação de articuladores e profissionais com experiência de atuação em projetos de temáticas sobre álcool e outras drogas (AD) em âmbito estadual e nacional, ampliando ainda mais o debate. O espaço busca também estabelecer interlocuções com o Sistema Judiciário, quais sejam os Juizados, as Promotorias de Justiça e a Defensoria Pública.

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4.2 O CENÁRIO DE REALIZAÇÃO

Betim/MG é uma cidade situada na região metropolitana de Belo Horizonte/MG é um dos principais pólos industriais do estado de Minas Gerais. O município se destaca pelo compromisso com a implantação da política de saúde mental, tendo inclusive implantado o primeiro Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPS i) de Minas Gerais e do país, em 1994. A cidade tem uma rede robusta de equipamentos da saúde e da assistência social, se comparada com outros municípios do mesmo porte socioeconômico-demográfico de Betim/MG (PASSOS, 2014). No entanto, nas últimas gestões, a marca tem sido o sucateamento dos serviços de saúde mental. Pode-se afirmar que uma característica importante da rede é a constituição de um corpo de profissionais, em sua maioria efetivos, comprometidos com a política pública e que resistem a processos de desarticulação.

Vale enfatizar a história de protagonismo da rede de saúde mental de Betim/MG no estado. Em 1993, a partir da mobilização dos profissionais de saúde mental que trabalhavam em ambulatórios criados pela administração municipal, serviços de referência foram implantados como parte de um projeto político assistencial de atenção integral, de base territorial, sustentado por gestores e profissionais. O município ganhou prêmios internacionais e foi destaque no Brasil e no mundo pela redução das internações psiquiátricas e pela qualidade do cuidado ofertado (SILVA, 2013).

Atualmente, no território, existem diferentes serviços do SUS: 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III ad; 2 CAPS III; 1 CAPS II; 1 Centro de Referência em Saúde Mental Infanto Juvenil (CERSAMi); 22 trabalhadores, sendo psiquiatras, psicólogos e terapeutas ocupacionais, da Saúde Mental das Unidades Básica de Saúde; 1 Leito especializado no Hospital Geral; 1 Centro de convivência de saúde mental, 3 Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); 4 Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF); 34 Unidades Básica de

Saúde (UBS) que abarcam 60 equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF); 4

Unidades de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas; 1 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e 1 Hospital Regional.

O Sistema Único da Assistência Social (SUAS) conta com os seguintes serviços: 2 Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS), 1 Centro de Referência Especializado Para População de Rua (CENTRO-POP), 16 Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), 1 Equipes Serviço de Especializado de Abordagem Social, 3 Instituições de Longa Permanência para Idosos; 5 unidades de Abrigo Institucional crianças e adolescentes; 1 abrigo para pessoas em situação de rua, 1 Serviço de Família Acolhedora.

Há ainda um equipamento municipal alocado na Secretaria de Segurança Pública denominado Centro de Referência e Acolhimento aos usuários de álcool, crack e outras

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drogas (CRAD). O CRAD tem como missão o desenvolvimento de ações de prevenção ao uso e abuso de drogas, acompanhamento de usuários e familiares, além da promoção da articulação e fortalecimento do trabalho em rede. Dentre o escopo de suas ações, há acompanhamento individual, grupos de acolhimento, orientação familiar, prevenção a recaídas, palestras, informações e encaminhamentos para comunidades terapêuticas. A equipe é composta por psicólogos, educadores sociais, professores e secretariado executivo. Tal dispositivo é financiado com recursos municipais e foi implantado antes do CAPS ad.

Sendo assim, Betim/MG tornou-se integrante do Projeto Redes após o aceite da carta convite enviada pela SENAD a todos os municípios que assinaram o decreto de adesão ao programa “Crack, é possível vencer” em meados de 2013. A partir daí, foram realizados contatos diretos entre o governo federal e a gestão local para adequação da proposta à realidade local.

4.3 A ATENÇÃO A USUÁRIOS DE DROGAS DO MUNICÍPIO DE BETIM / MG

O município possui duas concepções que orientam às práticas relacionadas à temática droga. De um lado, a secretaria de segurança pública atua em concordância com a lógica proibicionista e, de outro lado, a saúde e assistência social buscam atuar em concordância com a concepção da redução de danos. Atualmente há um esforço coletivo para superar as grandes dificuldades decorrentes dessas diferenças.

Segundo Alves (2009), o modelo de atenção baseado no proibicionismo, ao exigir a abstinência como condição e meta de tratamento, pode funcionar como barreira ao acesso e recriminação aos episódios de recaída, tornando as instituições espaços pouco acolhedores à pessoas já estigmatizadas. Já o modelo de atenção baseado na redução de danos (RD) busca minimizar danos e riscos relacionados ao uso problemático de álcool e outras drogas, tanto de forma individualizada ou coletiva. Não exige condições, nem define as mesmas metas para todos nas ações de saúde.

Por algum tempo, gestão e profissionais CRAD não dialogavam com as equipes de Saúde Mental o que gerava tensionamentos entre as práticas territoriais que repercutiam na linha de cuidado ofertada localmente. Havia ações divergentes ou sobrepostas entre as secretarias e a fragmentação do cuidado era frequente. As secretarias conviviam, se reconheciam, mas não atuavam de forma articulada e, nos poucos espaços de construção coletiva, o trabalho não fluía. A secretaria de educação convivia com a crescente demanda de ações de prevenção ao uso de drogas, mas trabalhava de forma setorializada. Já a assistência social trabalhava na interface com os sistemas de justiça, porém com ações pontuais e com diálogo frágil junto à saúde.

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De acordo com Mendes e Akerman (2007), a intersetorialidade busca problemas concretos, de territórios concretos e pessoas concentras. Essa noção de território de acordo com Junqueira (1998), deve conceber sobre uma nova maneira de gestão na busca de soluções para problemas de determinado território, região ou cidade. No caso de Betim, o problema em questão era a fragmentação da atenção aos usuários de drogas, não havendo, portanto, o trabalho em rede.

A construção compartilhada favorece, além da soma de perspectivas sobre determinado tema, o diálogo, os vínculos e a definição de responsabilidades para a melhoria da qualidade de vida da população (ANDRADE, 2005).

4.4 O DESENVOLVIMENTO DO FÓRUM

A construção de um fórum de articulação intersetorial foi utilizada como ferramenta na produção de conhecimentos e de ações relacionados ao campo do cuidado intersetorial para pessoas que consomem drogas. Além dos fóruns, outras ferramentas podem ser importantes, tais como colegiados, comitês, rodas de conversa, conselhos comunitários, dentre outros. Quanto mais frequentes forem estes canais de troca e construção coletiva, maior a chance de integração entre os profissionais e suas ações (BRASIL, 2013).

Ações intersetoriais são essenciais para as pessoas que fazem uso problemático de álcool e drogas, pois nenhuma política pública está preparada para lidar com a complexidade inerente ao tema, por isso há necessidade de articulação entre a educação, esporte, lazer, cultura, assistência social e trabalho (GARCIA, TYKANORI, MAXIMIANO, 2014).

A articulação das ações dos diferentes setores nos Fóruns Intersetoriais de Betim se orientou por um roteiro pré-determinado, constante do projeto político pedagógico do Projeto Redes. Os Fóruns se desenvolveram por meio das seguintes etapas que delineavam as estratégias de articulação: construção de mapa de rede - diagnóstico situacional, levantamento das ofertas de formação, realização de fóruns ampliados de discussão sobre a política de álcool e drogas, qualificação de instâncias intersetoriais, assessoria na implementação da rede, contribuições para o fortalecimento das redes intersetoriais.

Durante a etapa de Construção de Mapa da Rede - Diagnóstico Situacional, foram utilizadas algumas estratégias de comunicação entre os equipamentos tais como e-mail, telefonema, visita às instituições quando algum caso demandava atenção em rede. Constatava-se a fragilidade ou ausência de vínculos entre os setores, que obstaculizava ações intersetoriais (SILVA & RODRIGUES, 2010).

Nessa etapa, foram identificados tanto os nós críticos, quanto as potencialidades da rede em processos de discussão com a participação do coletivo de trabalhadores. Entre os fatores identificados, destacam-se:

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a) Nós críticos da rede

Equipes incompletas; vazios assistenciais de atenção ao adolescente; Rede fragmentada com ações divergentes; Articulação presente, com algum nível de trabalho compartilhado e/ou discussão conjunta de casos, inexistência de priorização de estratégias para articulação entre os serviços na rede; Relação desgastada entre profissionais.

b) Potencialidades

Rede ampla em funcionamento com possibilidades de diálogo; Projeto Percurso Formativo da saúde mental presente no território em parceria com o Projeto Redes; Profissionais em constante formação profissional (presencial ou a distância); Articulação entre os três níveis: trabalhadores conseguem encaminhar e discutir suas questões com a coordenação dos serviços que, por sua vez, consegue pautar suas dificuldades com secretário/ diretor de sua área; Rede de saúde mental com fluxo definido e consolidado, com a utilização do SAMU e da UPA como retaguarda para os casos de agravamento clínico de pessoas com transtornos mentais e com problemas em decorrência do uso de drogas.

Nos dizeres de Mendes e Akerman (2007), “ações intersetoriais não tem receitas, metodologias a serem seguidas ou evidências vigentes. Há experiências, erros e acertos, tentativas. ” No entanto, nos espaços de negociação e pactuação emergem diferentes interesses e valores que dificultam todo o processo de acordos e consensos (ROCHA et al, 2011).

Na etapa de Levantamento das Ofertas de Formação, surgiram algumas demandas para aperfeiçoamento em torno das seguintes temáticas: Capacitação /formação para as equipes da Abordagem Especial de Rua e o Consultório na Rua (ainda em processo de implantação); Organização dos serviços na perspectiva da Redução de Danos; Intersetorialidade; As crises e urgências relacionadas ao uso de álcool e outras drogas: a integração do cuidado, o trabalho em rede e as recomendações para uma assistência de qualidade e centrada no usuário; Abordagem de rua e o cuidado integral a saúde da população em situação de rua; A questão da droga na violação de direitos; Associativismo e economia solidária; Planejamento e monitoramento dos projetos terapêuticos individuais. Percebeu-se tanto a demanda de qualificação de instâncias intersetoriais quanto a de assessoria na implementação da rede, com a participação de consultores externos para auxiliar na construção e na implantação de linhas de cuidado de atenção ao usuário de álcool e drogas, elaboradas coletivamente por gestores e trabalhadores.

Campos (2015) nos diz que um coletivo organizado se constitui de seres articulados que tem como meta ou tarefa a produção de algum bem ou serviço. Tais espaços coletivos referem-se, portanto, a espaços destinados à comunicação (escuta e circulação de informações sobre interesses e realidade local), à elaboração (análise da escuta e das

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informações) e tomada de decisão (prioridades, projetos e contratos). O que vem a ser denominada gestão participativa.

Merhy (2009) nos lembra que quando os profissionais se sentem participantes da gestão do cuidado o trabalho passa a ser mais efetivo. Pois cada servidor é gestor do seu processo de trabalho, cada usuário é gestor do seu cuidado, e que é imprescindível que haja uma proximidade entre estes atores, para que juntos possam enfrentar seus problemas e oferecer atenção de qualidade aos usuários.

4.5 OS FÓRUNS INTERSETORIAIS: AVANÇOS E DIFICULDADES DA ARTICULAÇÃO DA REDE INTERSETORIAL DE ATENÇÃO A USUÁRIOS DE DROGAS

A cada mês, os Fóruns Intersetoriais Permanentes AD têm conseguido reunir em torno de cem participantes para pensar e pactuar estratégias para ampliar e qualificar a forma de acolher e cuidar das pessoas que tem alguma demanda/necessidade relacionada ao consumo de álcool e drogas.

Algumas fragilidades da rede e de seus serviços foram se apresentado nos Fóruns, como o não entendimento da missão de cada serviço, a existência de pouco conhecimento sobre a localização geográfica de cada equipamento no território, a proposta de cuidado para a pessoa em situação que rua, a construção do Projeto Terapêutico Individual (PTS) para a saúde e o Plano Individual de Atendimento (PIA) para a assistência social.

O apoio à realização do fórum vem de atores da secretaria de saúde, especialmente saúde mental, atenção básica, secretaria de assistência social com os serviços de proteção básica e especial. Os trabalhadores da secretaria de segurança pública têm se mostrado resistentes a essas discussões, mas alegam que precisam de formação profissional na área, pois este setor não tem o cuidado e/ou tratamento como diretriz.

O Fórum Intersetorial Permanente AD foi pensado como estratégia para disparar o processo de discussão da ampliação da atenção álcool e outras drogas de modo a favorecer o acesso ao cuidado. Apoia-se no planejamento integrado, no monitoramento e na avaliação das políticas e das ações voltadas às pessoas que fazem consumo problemático de drogas. Busca-se, por meio de tudo isso, construir uma rede integrada. O Fórum se constituiu como avanço na articulação de uma rede intersetorial.

Partindo do contexto comum a todos os participantes – a atenção ao uso

problemático de álcool e outras drogas, o Fórum foi se apresentado como uma estratégia de produção de informações que, por seu caráter coletivo, facilitou a expressão de opiniões e a reflexão compartilhada sobre questões e decisões pertinentes ao cotidiano dos trabalhadores da rede. A cada reunião, novos participantes se agregavam e outros deixavam de participar. Um grupo participou de forma ativa e sistemática de todos os

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encontros que aconteceram inicialmente na Escola do Servidor da Prefeitura de Betim/MG e depois no campus da Faculdade Pitágoras do município.

Como desdobramento dos encontros coletivos, criou-se um Grupo Condutor AD que tem como objetivos, a implantação de um consultório de rua, a operacionalização dos debates via Fórum e a indução do Plano Municipal sobre álcool e outras drogas de Betim/MG. Tal grupo foi constituído por atores diversos da rede intersetorial e que faziam parte do planejamento e execução dos fóruns.

No município de Betim/MG, o Fórum Intersetorial Permanente AD favoreceu alguns avanços na Política Pública Municipal sobre Drogas como:

a) Sensibilização da gestão e profissionais quanto à importância e eficácia do trabalho em rede a partir de compartilhamento de casos;

b) Favorecimento de trocas de experiências, informações e esclarecimentos sobre ações e condutas nos casos clínicos atendidos por vários setores da rede. A rede intersetorial tornou-se mais integrada a partir do Fórum Permanente Intersetorial AD;

c) Sensibilização da gestão e dos profissionais da assistência, saúde, segurança pública, educação quanto à importância da capacitação e formação profissional qualificada;

d) Aprovação da criação de um Centro de Referência Regional (CRR) de acordo com as necessidades locais e pautado na Política Nacional sobre Drogas.

Ao final do processo de discussão ampliada com a participação da consultora externa houve uma avaliação do Projeto Redes que foi construída com todos os presentes no Fórum de dezembro/2016. As perguntas apresentadas e as respostas no Fórum são as seguintes:

O QUE SE COLOCA COMO DESAFIO CENTRAL EM RELAÇÃO AO TEMA DO GRUPO E A POLÍTICA MUNICIPAL SOBRE DROGAS?

Ter mais capacitação sobre a temática; Sustentar junto a gestão o modelo de Política de Redução de Danos, inclusive do ponto de vista do financiamento dos dispositivos da rede (SUS); Usuários: Construção efetiva de espaços coletivos que favoreçam permanentemente o protagonismo dos usuários e familiares na Política AD, possibilitando sua atuação nas instâncias de controle social; A constituição de uma política municipal/intersetorial ampla em consonância com a Política Nacional de Álcool e Drogas fundamentada na Redução de Danos; Assegurar a participação contínua e a capacitação através de cursos para profissionais dos serviços da rede de atenção.

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EM RELAÇÃO AOS DESAFIOS, O QUE PODE SER FEITO PELO COLETIVO MINICIPAL DAQUI PARA A FRENTE?

Assegurar novos espaços de discussão da rede e garantir os já existentes. Garantir a formação continuada dos profissionais, bem como valorizar o grupo de trabalhadores da rede no sentido de que os mesmos sejam protagonistas de capacitação e qualificação que o coletivo necessite.

Implantação deste coletivo para atuação junto aos gestores das políticas visando a ratificação das decisões determinadas pelo Fórum. Manutenção das instâncias coletivas intersetoriais existentes (Fórum, Grupo Condutor) com a indicação de representantes de cada política e equipamentos que lidam com a questão AD no município. Criação de um estatuto do Fórum contemplando objetivos, regularidade, princípios, diretrizes. O grupo condutor articular com a próxima gestão a continuidade das discussões coletivas para o fortalecimento da política de álcool e drogas no município. Garantir as discussões da política AD nos fóruns intersetoriais já existente nos territórios (ampliar a participação de outros setores e de outras políticas, para além da assistência e saúde).

COMO ESTE PROCESSO DESENVOLVIDO PELO PROJETO REDES NOS AFETOU? Reforçar a responsabilidade de cada um no trabalho com a rede. Evidenciou a necessidade do usuário em ser protagonista do seu processo de participação da rede; entender o sujeito na sua integridade. Evidenciou o quanto a rede estava desarticulada e fragilizada, mas proporcionou espaços de conhecimento dos serviços de seus potenciais, problematização da questão AD e desejo de maior interação. Afetou de forma positiva a liberdade de expressão, possibilidades, reflexões e diálogos sobre a redução de danos. Acreditar nas possibilidades de construções coletivas e na política de redução de danos. Mobilização, articulação dos profissionais para o trabalho em Rede.

O Fórum Intersetorial Permanente AD, ao ser potencializado possibilitou a construção e o compartilhamento de saberes entre os diversos serviços e atores envolvidos, o que favoreceu a construção de novas estratégias de ação. Contribuiu para qualificar e alinhar conceitualmente as práticas realizadas pelos equipamentos envolvidos e, ainda, sensibilizar quanto aos processos de trabalho das equipes de saúde da gestão e da atenção do SUS, SUAS e segurança pública, considerando que a atenção às pessoas que fazem o uso de drogas se realiza em uma rede intersetorial.

Atualmente, o Fórum Intersetorial Permanente de Betim/MG acontece mensalmente, é promovido pelo Grupo Condutor AD que convida toda rede a participar. O atual prefeito recebeu uma carta proposta com os princípios e propostas construídas coletivamente nesse espaço e que pautam as reais necessidades do município no âmbito AD. O Projeto Redes mantém o apoio na articulação intersetorial ofertando um consultor mensal para

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fundamentar as práticas territoriais. Todos os esforços vêm sendo feitos para que as ações desenvolvidas nos últimos meses ganhem sustentabilidade e para que o movimento coletivo se mantenha.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A incorporação do Fórum Intersetorial Permanente AD foi de grande importância para a articulação da rede. A partir das discussões, pode-se ter um panorama geral de como a atenção vinha sendo desenvolvida no território. Alguns equipamentos foram incorporados ao longo do processo e seus profissionais foram convidados a contribuir a partir das experiências que desenvolvem. A discussão a partir de questões problematizadoras favoreceu os vínculos profissionais e as parcerias entre serviços de diferentes secretarias.

As articulações estabelecidas durante os Fóruns, voltadas direta ou indiretamente às linhas de cuidado de usuários de AD, possibilitaram diálogos acerca do tema, com diversos atores em diferentes setores. Tais articulações avançam sem desconsiderar a complexidade inerente aos temas “drogas”, “população em situação de rua” e “redes”.

Em processo gradual, a intersetorialidade enquanto prática vendo sendo construída coletivamente através de novos conceitos e metodologias que favoreçam sua execução (SILVA & RODRIGUES, 2010).

A criação e o fortalecimento de um espaço de diálogo e de reflexão favoreceram a integração entre as áreas técnicas de diversos setores, que se tornaram mais comprometidas com a efetivação das políticas e das estratégias prioritárias de atenção às pessoas com demandas ou necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas.

REFERÊNCIAS

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AMARANTE, P. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de janeiro: Fiocruz, 2007.

ANDRADE. L. O. M. de. A Saúde e o dilema da intersetorialidade. Campinas, SP: [s.n.], 2005.

BASTOS, Inácio Francisco. BERTONI, Neilane. FIOCRUZ. Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil. Rio de Janeiro: ICICT/FIOCRUZ, 2014.

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BRASIL. Cartilha Crack, é possível vencer. Enfrentar o crack. Compromisso de todos. Brasília: Ministério da Educação/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome/Ministério da Justiça/Ministério da Saúde, 2013.

CAMPOS, G. W. S. Um método para análise e cogestão de coletivos. São Paulo: HUCITEC, 2015.

GARCIA, L.; TYKANORI, R.; MAXIMIANO, V. Uma experiência de integração de políticas sociais para usuários de drogas: estratégias de produção de contratualidade no programa “De Braços Abertos”, da cidade de São Paulo. In: BASTOS, F., & BERTONI, N. Pesquisa nacional sobre o uso do crack: quem são os usuários de crack e/ou similares do Brasil? Quantos são nas capitais brasileiras? Rio de Janeiro: ICICT/FIOCRUZ, 2014.

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LANCETTI, Antônio. Contrafissura e plasticidade psíquica – 1. Ed. São Paulo: Hucitec,

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Referências

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