Avaliação de substratos para produção de mudas.
Eliane Gomes Fabri1; Fernando César Sala2, Keigo Minami2; Paulo César Tavares de
Melo2;Patrícia Favoretto2;Carlos Tadeu dos Santos Dias2; Mônica Ferreira de Abreu3.
1APTA-Regional Alta Paulista, Bairro Estrada 14, Km 11ª, Adamantina-SP efabri@bol.com.br; 2ESALQ-USP,
Depto. de Produção Vegetal, 3IAC, Av. Barão de Itapura, 1.481 CEP: 13001-970, Campinas-SP.
RESUMO
O trabalho teve como objetivo determinar a qualidade dos substratos S1-
Mecplant-Horta 1, S2- Mecplant-MPO, S3- Mecplant-Horta 2, S4- Plantmax-HA, S5- Plantmax-HT, S6
-Rendmax-estufas, S7- Solomax-plus, S8- Bioplant, S9- Tropstrato, S10- Golden Mix, S11
-Multisoil, para a produção de mudas de alface cv. Cristina (Tipo Crespa), pepino híbrido F1 Safira (Tipo Caipira) e tomate cv. Santa Clara (Tipo Santa Cruz). Foram avaliadas as
características físicas: densidade (DA), porosidade de aeração (PA), espaço preenchido com água (EPA) e espaço poroso total (EPT), em mesa de tensão a 10 cm de coluna d’água. Na caracterização química, avaliou-se o pH e condutividade elétrica. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 11 tratamentos e quatro repetições, para alface, pepino e tomate conduzidas em bandejas de 200 e 128 células respectivamente. Para as análises físicas, o delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 11 tratamentos e três repetições. Para análises químicas utilizou-se uma amostra/substrato. As mudas foram avaliadas 30 dias após a semeadura através de uma escala de notas (1 a 5). Para alface nenhum substrato proporcionou um excelente desenvolvimento das mudas, para o pepino e tomate as mudas desenvolveram-se melhor no substrato Plantmax®-HT, sendo classificada como excelente atendendo as exigências para mudas de alta qualidade. É importante ressaltar que o experimento não teve controle da temperatura e da irrigação na estufa, bem como não se fez uso de fertirrigação.
Palavras-chaves: Lactuca sativa, Cucumis sativus, Lycopersicon esculentum ABSTRACT
Substrates evaluation for production of changes
The work had as objective to determine the quality of the substrata S1-
Mecplant-Horta 1, S2- Mecplant-MPO, S3- Mecplant-Horta 2, S4- Plantmax-HA, S5- Plantmax-HT, S6
-Rendmax-greenhouses, S7- Solomax-plus, S8- Bioplant, S9- Tropstrato, S10- Golden Mix,
S11- Multisoil, for the transplant cv. Cristina (Crespa Type), F1 Sapphire (Caipira Type) and
cv. Clara Saint (Santa Cruz Type). It was evaluated: density (DA), porosity of aeration (PA), space filled with water (EPA) and total porous space (EPT), 10 cm at tension table. It was evaluated pH and electric conductivity. The experimental design was totallly rendomized with 11 treatments and 4 replications with, for lettuce, cucumber and tomatoe
in 200 and 128 cells tray. For the physical analysis, the experimental design was totallly rendomized with 11 treatments and 3 replications. For chemical analysis a amostra/substrates was used. The transplants were evaluated 30 days after the sowing through note scale (1 the 5). For lettuce no substrates provided an excellent development of the changes, for the cucumber and tomatoe the changes had developed themselves better in the Plantmax®-HT substrate, being classified as excellent taking care of the requirements for changes of high quality. This good performance for changes of cucumber and tomatoe, probably gave for the good result of total porous space and porosity of aeration presented by the Plantmax®-HT. It is important to stand out that the experiment did not have control of the temperature and the irrigation in the greenhouse, as well as did not become fertirrigação use.
Keywords: Lactuca sativa, Cucumis sativus, Lycopersicon esculentum INTRODUÇÃO
A produção de mudas de oleráceas constitui uma etapa importante para o sucesso do sistema de produção de uma cultura, visto que o desempenho final das plantas no campo depende da qualidade das mudas. Nos últimos anos, importantes mudanças na produção de cucurbitáceas como o pepino, têm sido observados, incluindo a utilização de sementes híbridas, o mesmo tem ocorrido para solanáceas como o tomate e para a alface o valor da semente é elevado devido a peletização das mesmas. Devido a este custo elevado, houve mudanças na forma de produção de mudas, sendo os recipientes, bandejas e substrato, muito utilizados. Desta forma, a qualidade do substrato é primordial para a obtenção de mudas de alta qualidade. A qualidade de um substrato é determinada por suas características físicas e químicas. É importante que essa qualidade permaneça por longo período. O presente trabalho objetivou determinar a qualidade de substratos, através da caracterização físico-química e posterior uso, com a produção de mudas de alface, pepino e tomate em estufa.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado no Depto. de Prod. Vegetal ESALQ/USP, em Piracicaba/SP. Relizaram-se as análises físicas (densidade–DA, porosidade de aeração– PA, espaço preenchido com água–EPA e espaço poroso total–EPT) segundo Smith & Pokorny (1977) e análises químicas (pH e condutividade elétrica–CE) segundo Sonnenveld et al. (1974). Foram analisados 11 substratos (S1- Mecplant-Horta 1, S2
-Mecplant-MPO, S3-Mecplant-Horta 2, S4-Plantmax-HA, S5-Plantmax-HT, S6
-Rendmax-estufas, S7-Solomax-plus, S8-Bioplant, S9-Tropstrato, S10-Golden Mix, S11-Multisoil). O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 11 tratamentos e três repetições para as análises físicas e uma amostra para as análises químicas. Na
segunda fase, foi realizado o teste biológico com a produção de mudas de alface cv. Cristina (Tipo Crespa), de pepino híbrido F1 Safira (Tipo Caipira) e tomate cv. Santa Clara
(Tipo Santa Cruz). O delineamento experimental para teste biológico da alface foi inteiramente casualizado com 11 tratamentos e quatro repetições com 20 plantas/parcela conduzidas em bandejas de poliestireno expandido de 200 células, já para o teste biológico do pepino e do tomate foi inteiramente casualizado com 11 tratamentos e quatro repetições com 16 plantas/parcela conduzidas em bandejas de poliestireno expandido de 128 células. Para avaliação coletou-se aleatoriamente 5 plantas/parcela. O teste biológico foi conduzido em estufa até as mudas atingirem o ponto de transplante. As mudas foram avaliadas 30 dias após a semeadura através de uma escala de notas 1 a 5 seguindo um critério de análise qualitativa das mudas, baseada na qualidade hortícola no ponto de transplante (Tabela 1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na análise física e química dos substratos utilizados e através das características hortícolas das mudas observados no ponto de transplante (Tabela 2), pode-se inferir que a qualidade hortícola das mudas é influenciada pelos diferentes substratos e manejo do sistema de produção de mudas em estufa. Para a alface nenhum substrato proporcionou um excelente desenvolvimento das mudas, para o pepino e tomate no substrato Plantmax®-HT, obteve mudas classificadas como excelente, atendendo as exigências para mudas de alta qualidade. Oliveira et al. (2004), também obtiveram os mesmos resultados para produção de mudas de tomateiro e Duarte et al. (2003) e Lopes et al.(2001), verificaram superioridade do Plantmax®-HT no desenvolvimento de mudas de pepino. Esse bom desempenho para mudas de pepino e tomate, provavelmente estão relacionados com os adequados níveis de espaço poroso total, porosidade de aeração do substrato, proporcionando as trocas gasosas necessárias e água disponível às plantas. Nos substratos Mecplant-Horta 1, Mecplant-MPO, Rendmax-estufas, Solomax-puls, Bioplant, Golden Mix e Multisoil, obtiveram mudas de alface de péssimas qualidades, já para o pepino os substratos Bioplant e Golden Mix, enquanto que para o tomate apenas o Bioplant. No substrato Plantmax®-HT obteve-se mudas de alface intermediárias, esse resultado confere com o de Arruda Júnior et al. (2004) e diferiu de Trani et al. (2004) onde o Plantmax®-HT foi superior aos demais substratos analisados. É importante ressaltar que o experimento não teve controle da temperatura e da irrigação na estufa, bem como não se fez uso de fertirrigação. Conclui-se que o Plantmax®-HT foi o melhor substrato na produção de mudas de pepino e tomate. Há necessidade de maiores estudos dos demais substratos aqui avaliados, bem como de um melhor manejo do ambiente em estufa e melhor controle da irrigação. Visto
que além das peculiaridades de cada substrato, não devemos nos esquecer das peculiaridades de cada espécie.
Tabela 1. Qualidade hortícola das mudas de alface, pepino e tomate no ponto de transplante.
Espécie Notas
1 2 3 4 5
Alface Mudas com 2 folhas, 1 cm de comprimento e 0,5 de largura com sistema radicular pouco desenvolvido. Mudas com 3 folhas, 2 cm de comprimento e 1,5 cm de largura com sistema radicular pouco desenvolvido.
Mudas com 3 folhas, 3 cm de comprimento e 2,5 cm de largura com poucas raízes.
Mudas com 4 folhas, 4 cm de comprimento e 3,5 de largura com sistema radicular bem desenvolvido.
Mudas com 4 folhas,
6 cm de
comprimento e 4,0 cm de largura com sistem radicular bem desenvolvido.
Pepino Mudas com 1 folha,
1,2 cm de
comprimento e 1 cm de largura com
sistema radicular
pouco desenvolvido.
Mudas com 1 folha,
2,5 cm de comprimento e 2 cm de largura com sistema radicular pouco desenvolvido.
Mudas com 1 folha,
3,5 cm de comprimento e 3 cm de largura com sistema radicular pouco desenvolvido Mudas com 1 folha, 6,5 cm de comprimento e 4,5 cm de largura com sistema radicular pouco desenvolvido
Mudas com 1 folha,
6 cm de
comprimento e 6,5 cm de largura com sistema radicular pouco desenvolvido
Tomate Mudas com folhas cotiledonares com sistema radicular pouco desenvolvido Mudas com 2 folhas, 1,5 cm de comprimento com sistema radicular pouco desenvolvido
Mudas com 2 folhas, 3 cm de comprimento com sistema radicular pouco desenvolvido Mudas com 2 folhas, 4 cm de comprimento e sistema radicular desenvolvido
Mudas com 2 folhas,
7 cm de comprimento com sistema radicular bem desenvolvido Classificação das notas
Péssima Ruim Regular Boa Excelente
Tabela 2. Valores médios dos resultados das características físicas: densidade (DA), porosidade de aeração (PA), espaço preenchido com água (EPA), espaço poroso total (EPT) e valores das características químicas: pH e condutividade elétrica (CE) e notas dos testes biológicos dos substratos avaliados. Piracicaba-SP, ESALQ/USP, 2004.
Trat. DA g.cm-3 PA % (v/v) EPA % (v/v) EPT % (v/v) pH CE dScm-1 Notas
Alface Pepino Tomate
S1 0,23 14,84 87,41 102,25 4,63 2,75 1,75 3,00 2,25 S2 0,27 13,14 96,43 109,58 5,27 1,40* 1,00 2,75 2,00 S3 0,23 11,22 88,48 99,71 4,64 2,43 2,00 2,25 2,25 S4 0,35 7,97 80,75 88,73 4,50 2,37 2,25 3,50 3,50 S5 0,38 10,12 84,35 94,47 4,74 2,82 3,00 4,25 5,00 S6 0,26 11,44 88,53 99,97 4,50 0,44 1,00 2,75 2,50 S7 0,42 31,90 80,42 112,33 4,63 0,85 1,00 2,25 2,25 S8 0,34 40,75 54,05 94,80 4,75 2,38 1,00 1,75 1,75 S9 0,38 22,20 58,89 81,09 4,61 3,68 2,00 3,75 3,75 S10 0,07 26,22 90,71 116,94 4,54 1,38 1,00 1,00 2,25 S11 0,19 46,87 46,82 93,70 5,00 0,09 1,00 2,00 2,25 LITERATURA CITADA
ARRUDA JÚNIOR, S.J. de; MENEZES, J. C.; MELO, E.C. de; SILVA, M.O.; SILVA, M.D.R.O.; RODRIGUES, J.J.V. Avaliação de diferentes substratos na produção de mudas de alface. In: BARBOSA, J.G.; MARTINEZ, H.E.P.; PEDROSA, M.W.; SEDIYAMA, M.A.N. (Ed.). Nutrição e adubação de plantas cultivadas em substrato. Viçosa: UFV, 2004. p.409.
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