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Índice. Apresentação e critérios, Catarina Nunes de Almeida, Duarte Drumond Braga...9

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Academic year: 2021

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Índice

Prefácio,

Ana Paula Laborinho ...7

Apresentação e critérios, Catarina Nunes de Almeida, Duarte Drumond Braga ...9

Os Orientes da poesia portuguesa do século xx – algumas linha de força, Catarina Nunes de Almeida, Duarte Drumond Braga ...13

Antologia Camilo Pessanha ...27

Alberto Osório de Castro ...31

Ângelo Lima ...39 António Patrício ...47 Fernando Pessoa ...55 Mário de Sá-Carneiro ...71 Alfredo Guisado ...77 Luís de Montalvor ...81

Maria Anna Acciaioli Tamagnini ...83

Ruy Cinatti ...87

Sophia de Mello Breyner Andresen ...97

António Manuel Couto Viana ...103

Eugénio de Andrade ...115

Urbano Tavares Rodrigues ...119

M. S. Lourenço ...123

Casimiro de Brito ...129

António Barahona ...139

Yvette Centeno ...147

António Graça de Abreu ...151

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Fernanda Dias ...159

José Alberto Oliveira ...163

Gil de Carvalho ...167

João Carlos Raposo Nunes ...175

Jorge de Sousa Braga ...179

António Cabrita ...183

Miguel-Manso ...187

Notas ...191

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7 Prefácio

O Orientalismo Português designa um campo de estudos ainda incipiente, pese embora as muitas declinações do Oriente nas formas culturais e artísticas portuguesas. Trata-se de uma tradição longa que desenha um arco de tempo com início na busca de um caminho marítimo para a Índia e crescendo num sem fim que tem viva expressão no verso pessoano «Um Oriente ao oriente do Oriente». E se no início a viagem parecia buscar uma região determinada – as Índias – a condição de geografia imaginária esteve sempre presente nas rotas e nos lugares. Recordemos a chegada a Calecute contada por Álvaro Velho, terra de cristãos lhe parece e assim interpreta todos os sinais, incluindo a visão da imagem de Nossa Senhora no interior dos templos hindus que identifica como igrejas. São estes primeiros encontros, que cruzam imaginários, que vêem e dão a ver no limite de cada visão do mundo, que anunciam o Orientalismo Português.

O desenrolar dos tempos – autores e textos – herda e recria este lugar inicial que estende e baralha a sua geografia até ao extremo do que passará a designar-se como «Oriente». A Oriente situa-se um enevoado de fantasias – luz e sombras – que decalcam em negativo a imagem de Portugal.

A idealização deste lugar, as Índias imaginárias, está representada no poema seminal «Os Lusíadas», voz que ecoa até ao presente e subjaz em muitos dos poetas que aparecem na presente antologia, começando desde logo pelo seu par Pessoa.

Apesar da persistência do Oriente no imaginário português desde final do século xv, foi tardio o aparecimento do movimento estético e científico que ficou conhecido na Europa como Orientalismo. Como explicou Edward Said, esse movimento corresponde a uma relação entre cultura e poder que decorre de uma hegemonia europeia que

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aproveita a subalternidade dos países asiáticos. No seu exercício, Said toma os casos dos grandes impérios de que a Inglaterra aparece como exemplo eloquente, a que falta, no entanto, o paralelismo com outros impérios, como o próprio autor reconhece.

Conhecemos o aceso debate que suscitou a teoria saidiana, sendo inegável que o entendimento da constelação imaginária do Oriente se alterou a partir da publicação de Orientalism (1978). No caso português, importa considerar a história longa da representação deste imaginário do Oriente, os textos e contextos, a dispersão e concentração da sua geografia, sobretudo as relações entre textos que desenham modulações de um único e constante discurso.

Os jovens autores desta antologia integram um grupo de investigação que se tem dedicado à investigação do Orientalismo Português nas suas várias expressões. Tendo em conta que cada um deles tem uma investigação autónoma sobre o tema, este trabalho representa também uma reflexão crítica conjunta que se expressa no entendimento plural dos orientalismos enquanto ponto de confluência de distintas poéticas e apropriações semânticas.

Assim, esta antologia excede a simples escolha de autores e textos configurando-se como programa interpretativo que se expressa na escolha do título Nau-Sombra. A nau é uma presença literal e figurada em muitos dos textos escolhidos e a sombra, como se explica na introdução, designa a face oculta, que cada leitura enfrenta.

Os Orientes da Poesia Portuguesa do Século xx reúne textos e autores mais ou menos conhecidos, com mais ou menos relação intensa com o Oriente, mas a junção decerto permite uma leitura que coloca o Oriente no centro da tela.

Estou certa de que esta obra recolherá o interesse do público e um olhar próprio sobre os autores e os textos seleccionados. Como disse, a investigação sobre o Orientalismo Português no século xx, como também no século xix, ainda está em fase incipiente, num feixe de pontas soltas que importa interligar. Uma delas é decerto a representação do Quinto Império, reino espiritual feito de luz e sombras que se desloca em geografia incerta no dorso de uma nau de poesia.

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9 Apresentação e critérios

A oportunidade desta antologia deve-se a Ana Paula Laborinho, que nos convidou a levá-la a bom porto no contexto do projecto de investigação ORION – Textos e Contextos do Orientalismo Português (1850-1950). O Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, que alberga o projecto, suportou a presente edição, através de fundos da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Esta antologia corresponde a um momento de divulgação dos nossos trabalhos. Com efeito, ambos temos em mãos teses de Doutoramento, as quais este livro naturalmente complementa, e que devem ser consultadas1, não só para uma fundamentação mais aprofundada do trabalho, mas também para acesso à bibliografia crítica.

Este livro é, desejavelmente, mais do que o somatório de dois gostos, um entendimento que deu origem a um objecto que cremos plural, com a reunião de poetas de vários horizontes estéticos, respondendo não tanto a uma necessidade de exaustividade, mas antes a um triplo critério de gosto, representatividade de tendências e diversidade. Os poetas mais antigos aqui representados têm, de uma forma ou outra, o essencial da sua vida literária no século xx, como é

o caso de Camilo Pessanha, com sua Clepsydra publicada apenas em 1920 e em estreita relação com a poesia portuguesa de todo o século transacto. No caso de um Miguel-Manso, nascido em 1979, e com obra de relevo publicada já no presente século, optou-se pela sua inclusão de modo a que pudéssemos ver aqui também representada a nossa própria geração e com ela fechar um grande ciclo. Além

1 Cf. Catarina Nunes de Almeida, Migração Silenciosa – Marcas do pensamento estético do Extremo

Oriente na poesia portuguesa contemporânea. Tese de Doutoramento em Estudos Portugueses, especialização em Estudos de Literatura, Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2012. Duarte Drumond Braga termina a tese de Doutoramento sobre Orientalismo e Império em poesia portuguesa do século xx (em curso na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).

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disso, preferimos pecar por excesso do que por defeito, correndo o risco de apresentar momentos menos atendidos de poetas canónicos (Eugénio de Andrade ou Sophia de Mello Breyner Andresen, por exemplo), ou mesmo poetas menos frequentados pela crítica, do que dar a lume um livro previsível.

Quanto aos textos em si, foram escolhidos segundo um critério temático: o Oriente – nos vários sentidos que esta palavra poderá ter, discutidos com vagar no estudo crítico que antecede a antologia – como um tema textualmente explícito. Organizámos o conteúdo pela data de nascimento. Quando se deu o caso de mais do que um autor ter nascido no mesmo ano, seguiu-se o critério alfabético. Optámos por não incluir autores nascidos nos antigos territórios portu-gueses da Ásia, pois isso obrigar-nos-ia a considerar a vastidão de tradições locais como a da chamada Literatura Indo-Portuguesa, por exemplo, que não cabem neste âmbito. Considerámos, no entanto, as publicações feitas nesses territórios por poetas portugueses. Os poetas para os quais o tema é central na economia das suas obras são representados com cinco ou seis textos; já aqueles em que o tema é menos representativo, dois ou três poemas, variando as contas conforme a dimensão do texto. Nenhum dos textos apresentados é inédito, sendo que todos se encontram transcritos por inteiro. Ao fazermos esta transcrição, uniformizámos a disposição e apresentação de epígrafes e demais paratexto. Actualizámos a ortografia dos primeiros poetas, tal como fazem as edições contemporâneas que cotejámos, e mantivemos a ortografia que encontrámos nas edições contemporâneas. Não adoptámos o acordo de 1990, pois sabemos haver poetas que não o consideram. De modo a termos uma opção consistente e sistemática, estendemos esta opção aos textos críticos, mesmo que isto não corresponda necessariamente à visão de todos.

A algo recente – sobretudo no caso português – problematização da noção e da prática da antologia, na área dos Estudos Literários e dos Estudos de Tradução, tem dado já bons resultados. Gostaríamos de destacar os trabalhos de Patricia Anne Odber De Baubeta, com The Anthology in Portugal (Peter Lang, 2007), e de Ricardo Vasconcelos, com investigação em curso sobre antologias de poesia no século xx

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todo o gesto antológico, enquanto gesto de poder, convoca. Sem nos procurarmos eximir desta dimensão e sem afirmarmos uma vontade de exaustividade, sublinhamos a dimensão crítica deste trabalho (não propriamente num sentido filológico, se bem que tivemos alguns cuidados editoriais que fazem desta edição, num sentido amplo, crítica): pelos verbetes, não meramente informativos mais possuidores de uma dimensão crítico-hermenêutica; pelo estudo introdutório, contextualizador e visando inscrever os textos em grandes tendências, promovendo relações entre eles; e, finalmente, pelo próprio gesto selectivo.

A grande parte dos poetas representados (ou seus herdeiros) autorizou, graciosamente, a reprodução dos textos, o que é de assinalar. Reconhecemos também a cedência para a reprodução dos poemas de Eugénio de Andrade e de António Manuel Couto Viana. Para além dos poetas, outras pessoas permitiram que este livro chegasse a ser: Alexandra Pinho, Ana Paula Avelar, Ana Paula Laborinho, António Apolinário Lourenço, Antonio Cardiello, António Osório, Arnaldo Saraiva, Arsénio Isidoro, Carlos A. Pereira, Daniel Pires, Everton V. Machado, Fernando Cabral Martins, Fernando Guimarães, Frederico Lourenço, Francisco de Barros e Vasconcellos e família Guisado, Hélder Moura Pereira, João Dionísio, Jorge Guerra e Paz, Luís Manuel Gaspar, Maria Sousa Tavares, Marta Pacheco Pinto, Miguel Real, Paula Morão, Paulo Borges, Peter Stilwell, Ricardo Saavedra, Rogério Miguel Puga e Vasco Rosa.

A todos dirigimos os nossos sinceros agradecimentos.

Catarina Nunes de Almeida (CNA) Duarte Drumond Braga (DDB)

Referências

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