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LUCIANA KEIKO SHINTOME

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ADESIVA, AO CISALHAMENTO, DE UM CIMENTO DE IONÕMERO DE VIDRO MODIFICADO POR RESINA

À DENTINA DE DENTES DECIDUOS, VARIANDO-SE O

INSTRUMENTO DE DESGASTE UTILIZADO E O CONDICIONAMENTO DENTINÀRIO

Dissertação apresentada

à

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Área de Concentração em Odontologia Restauradora.

Orientadora: Prof'. Dr" Rebeca Di Nicoló

São José dos Campos

2003

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Apresentação gráfica e normalização de acordo com:

BELLINI, A.B.; SILVA, E.A. Manual para elaboração de monografias: estrutura do trabalho cientifico. São José dos Campos: FOSJC/UNESP, 2002. 82p.

SHINTOME, L.K. Avaliação da resistência adesiva, ao cisalhamento, de um cimento de ionõmero de vidro modificado por resina

à

dentina. de dentes decíduos, variando-se o instrumento de desgaste utilizado e o condicionamento dentinário. 2003. 1121. Dissertação (Mestrado em Odontologia Restauradora, Área de Concentração em Odontologia Restauradora) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2003.

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Ao meu Pai, losinobu, exemplo de trabalho, honestidade, dedicação. Agradeço pelo seu amor e sua confiança, pois sem seu apoio nada disso seria possível.

A

minha Mãe, Lilia, uma pessoa especial, maior alicerce da famllia, que a cada dia me ensina o real significado da vida. Pessoa de amor incondicional e bondade inigualável. Agradeço todos os dias, por ser sua filha.

Aos meus irmãos Liliana, Márcio e Edson. Sou uma pessoa privilegiada por ter vocês em minha vida. Obrigada pelo apoio que sempre me deram, pelos cuidados a mim dedicados e por tudo que me ensinaram.

Ao Tsugumi e Flávia, que sempre estiveram ao meu lado e torceram muito por mim.

Ao pequeno Victor, uma benção de Deus, que do seu jeito, soube respeitar os momentos de dedicação a este trabalho.

Ao Marcos , meu amor, que muito me ajudou na realização deste trabalho. Agradeço por ter você em minha vida e por sua dedicação em todos esses anos.

(4)

A

Prof' Dr" Rebeca Di Nicoló,

Sua orientação segura e precisa trilharam meu caminho para que conseguisse chegar até aqui. Sua integridade e dedicação são exemplos a serem seguidos.

(5)

minha capacidade. Agradeço por todas as orientações, reconhecimentos, estimulo e confiança em mim depositados. Que essa amizade e alegre convivência desses anos seja uma constante em nossas vidas.

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(7)

oportunidade de realizar o curso de Pós-Graduação.

A Coordenadora do Curso de Pós-Graduação, Prof' Adj. Márcia Carneiro Valera pelo incentivo e ajuda na realização deste trabalho.

A todos os professores do departamento de Odontologia Restauradora, por todo o conhecimento transmitido e pela boa convivência durante este curso, em especial ao Prof. Clóvis Pagani, pela colaboração na realização deste trabalho.

Aos colegas de mestrado Ana Raquel, André, Caio, Carolina, Fabiana, Flávia, Márcia, Silvia, Viviane, Ângela, Felipe e Daniel pela amizade e por todos os momentos de nossa convivência nesta etapa que se cumpriu.

Aos amigos Karen, Júlio e Luzia por todos os momentos, especialmente os felizes, que compartilhamos. Que bom poder sempre contar com vocês!

As amigas Carolina e Cristiani pelo companheirismo e amizade sincera que vem crescendo desde a graduação. Obrigada pelo apoio e compreensão.

Aos amigos Alessandra e Alexandre, sempre dispostos a ajudar. Que essa amizade consolidada nestes anos cresça cada vez mais.

A família Nagayassu pelo apoio, carinho e compreensão durante todos esses anos.

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Ao Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo, em especial ao Prof. Dr. Victor Elias Arana-Chavez pela grande colaboração e atenção dispensada.

Ao Prof. Ivan Balducci pela realizaçao das análises estatísticas e pela boa vontade em colaborar com a realização deste trabalho.

A Prof'. Maria Nadir Gasparato Mancini e ao técnico Domingos Gonçalves Pontes pelo auxilio durante a execução da parte experimental.

A todos os professores e funcionários do departamento de Odontologia Social e Cllnica Infantil pelo carinho e apoio durante estes anos.

As funcionárias Liliane, Rosângela, Terezinha, Michelle, Josiana, Lourdes pela gentileza e colaboração durante o curso.

As funcionárias da Seção de Pós-Graduação, Erena, Rosemary e Maria Aparecida pela prestatividade e carinho constante.

As funcionárias da Biblioteca, em especial à Ângela de Brito Bellini pelo auxílio na revisão bibliográfica e final deste trabalho.

A CAPES, pelo apoio ao curso de Pós-Graduação e pelo auxílio a mim concedido.

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LISTA DE FIGURAS... 9

LISTADEABREVIATURAS ... 10

RESUMO... 11

1 INTRODUÇAO... 12

2 REVISAO DA LITERATURA... 18

2.1 Evolução e formulações dos CIV... 18

2.2 Desgaste da superfície dentinária e smear /ayer... 22

2.3 Resistência adesiva dos CIV à dentina... 39

3 PROPOSIÇAO... 68

4 MATERIAL E MÉTODO... 69

4.1 Descrição dos materiais... 69

4.2 Confecção dos corpos-de-prova... 71

4.3 Ensaio mecânico (teste de cisalhamento)... 78

4.4 Microscopia eletrônica de varredura... 78

4.5 Análise estatística... 79

5 RESULTADOS... 81

5.1 Análise estatística... 81

5.2 Microscopia eletrônica de varredura... 85

6 DISCUSSAO... 88

7 CONCLUSOES... 97

8 REFERÉNCIAS... 98

ANEXO ... 111

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FIGURA 1 FIGURA2 FIGURA3 FIGURA4 FIGURAS FIGURA6 FIGURA? FIGURAS FIGURA9 FIGURA 10 FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13 - Delineamento da metodologia... 75

- Dente incluído na base de resina... 76

- Dispositivo utilizado para a padronização dos preparos.. 76

- Instrumentos cortantes rotatórios utilizados... 76

- CIV-MR (Vitremer) utilizado... 76

-Amostra posicionada no dispositivo ... preparos... 76

-Superfície palatina/lingual desgastada ... dentinária... 76

- Delimitação da área de adesão... 76

-Aplicação do primer na superfície ... preparada... 77

-Aplicação do ácido fosfórico a 37% ... preparada... 77

-Amostra fixada no dispositivo metálico ... bipartida... 77

- Inserção do CIV-MR na matriz de teflon bipartida... 77

-Corpo-de-prova concluído... 77

FIGURA 14 -Corpo-de-prova posicionado ... cisalhamento... 77

FIGURA 15 - Médias e desvios padrões dos ... experimentais... 82

FIGURA 16 -Gráfico das médias para ... condicionamento... 84

FIGURA 17 -Médias e desvios padrões ... instrumentação ... 85

(11)

BIS-GMA Bisfenol A glicidil metacrilato CIV Cimento de ionômero de vidro CIV-MR EDTA HEMA MPa MEV cm

•c

h min Kg

Cimento de ionômero de vidro modificado por resina Acido etileno diaminotetracético

2-hidroxietil metacrilato MegaPascal

Microscópio eletrônico de varredura Centímetro Grau Celsius Horas Micrometro Mi li metro Millmetro quadrado Minutos Quilograma

(12)

e o condicionamento dentinário. 2003. 112f. Dissertação (Mestrado em Odontologia Restauradora) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2003.

RESUMO

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a resistência adesiva, ao cisalhamento, de um cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer-3M) à dentina de dentes decíduos, após o desgaste com instrumento cortante rotatório d·1amantado ou carbide, seguido do condicionamento ou não com o ácido fosfórico. Foram utilizados 48 molares divididos aleatoriamente em quatro grupos (n=12). No grupo G1, a superlície palatina/lingual dos dentes foi desgastada por uma ponta carbide, até a exposição de uma área minima de 2mm de dentina e recebeu a aplicação do material de acordo com as recomendações do fabricante. No grupo G2 foi realizado o mesmo procedimento que no G1, porém foi realizado o condicionamento com ácido fosfórico a 37% antes da aplicação do material. Nos grupos G3 e G4 foram realizados os mesmos procedimentos que nos G1 e G2 respectivamente, porém o desgaste foi realizado com a ponta diamantada. As amostras foram armazenadas em água destilada por 24h a 37°C, e em seguida foram submetidos ao teste mecânico. Os dados obtidos foram submetidos ao teste ANOVA 2 fatores, a.= 5% e revelaram que não houve diferença estatisticamente significante entre os valores de resistência adesiva do CIV-MR à dentina quando foram utilizados diferentes instrumentos cortantes rotatórios e que o condicionamento da superfície dentinária melhorou a adesão entre o CIV-MR e a dentina significantemente.

PALAVRAS-CHAVE: Cimentos de ionômeros de vidro, modificado; instrumentos odontológicos, desgaste; dentina; dentes declduos, condicionamento

(13)

Na década de 50, a Odontologia passou por uma grande revolução com a técnica do condicionamento ácido proposta por Buonocore17(1955). Esse advento permitiu o desenvolvimento de materiais restauradores capazes de aderirem à superfície dentária, lançando mão das retenções adicionais dos clássicos princípios cavitários, dando origem à "Odontologia Adesiva" que engloba os procedimentos restauradores e preventivos atualmente utilizados.

Uma das grandes preocupações da Odontologia, desde seu início, foi encontrar um material restaurador ideal que possulsse propriedades tisicas similares às estruturas dentais, capacidade de se aderir à dentina e ao esmalte e ser resistente à degradação na cavidade bucal (WALLS89, 1986).

Dentre os materiais desenvolvidos para tal fim podemos destacar os cimentos de ionômero de vidro (CIV), divulgados pela primeira vez por Wilson & Kent92, em 1972. O objetivo inicial era

desenvolver um material que pudesse ser utilizado em restaurações de dentes anteriores, restaurações de lesões de erosão, cimentações, forramentos e bases.

De acordo com McLean & Wilson54 (1977), os CIV combinam as melhores propriedades dos cimentos de silicato e de policarboxilato de zinco. Possuem como principal característica a capacidade de adesão à estrutura dental através de ligações iónica e polar-adesão tisico-química (MCLEAN & WILSON54, 1977; LIN et aL48, 1992; HOSOYA & GARCIA-GODQy40, 1998) como os cimentos de policarboxilato de zinco. Além disso, apresentam uma liberação de flúor (FORSTEN27 .. , 1980 e 1995) responsável pela diminuição da atividade de

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cárie, semelhante ao cimento de silicato (LIND et al49,1964; EL MALLAKH & SARKAR26, 1990), são biocompativeis (McLEAN & WILSON55, 1977; GARCIA et al.32, 1981; STANLEY77, 1990) e possuem

um coeficiente de expansão térmica linear próximo aos das estruturas dentárias (McLEAN & WILSON55, 1977; SMITH76, 1990).

O componente básico do CIV é um pó de vidro de alumino-silicato que possui alto conteúdo de flúor e

é

formado pela fusão do quartzo, alumina, creolite e fluoretos em temperaturas que variam de 1100 -1500°C. Após a fusão, o vidro

é

triturado originando as partículas finais com um tamanho mínimo de 45 ~m (BARRY et al6, 1979). O liquido do cimento inicialmente era uma solução aquosa de ácido poliacrílico a 50%.

A reação de presa é essencialmente uma reação ácido-básica, e se inicia a partir do momento que o pó é incorporado ao líquido. A camada superficial do pó de vidro é dissolvida pelo ácido (fons hidrogênio), liberando os lons cálcio e alumínio. Inicialmente há a formação de fluoreto de cálcio e alumínio. O fluoreto de cálcio, por ser instável, se dissocia e reage com o copolimero do ácido poliacrílico formando cadeias de poliacrilato de cálcio, reduzindo a mobilidade das cadeias poliméricas aquosas dando início a formação da matriz de gel e conforme essa reação se processa, o cimento endurece. Uma vez que os fons cálcio estão envolvidos, os lons alumínio começarão a formar cadeias de poliacrílato de alumínio que são mais fortes e insolúveis dando origem a formação da matriz final (WILSON & KENT92, 1972).

A formulação inicial do CIV passou por inúmeras modificações na tentativa de melhorar a manipulação do material e suas propriedades físicas. Inicialmente o liquido constitufa-se somente de ácido poliacrílico a 50%, porém esse material era extremamente instável, devido a formação de ligações de hídrogênio entre as cadeias internas do poliácido resultando em um liquido viscoso que dificultava sua utilização e diminuía sua vida útil (McLEAN & WILSON54, 1977). Para minimizar estes

(15)

efeitos foram incluídos em sua fónmula copolimeros de ácido itacônico proporcionando maior estabilidade ao liquido. Os primeiros CIV também apresentavam um tempo de trabalho curto e tempo de endurecimento final muito longo que dificultavam sua utilização clinica. Com o objetivo de contornar essas dificuldades, Wilson et al93 (1976) adicionaram pequenas quantidades de ácido tartárico à solução aquosa de ácido poliacrilico, resultando em um tempo de endurecimento final mais curto além de melhorar as propriedades tisicas do material. Foram desenvolvidas também fonmulaçôes onde o ácido poliacrílico era liofilizado e incorporado ao pó do CIV, sendo o liquido uma solução aquosa de ácido tartárico ou somente água destilada (McLEAN et ai. 56, 1984).

Na tentativa de melhorar as propriedades mecânicas deste material, na década de 80, foi lançado no mercado o

cermet, que

se caracterizava por apresentar partículas metálicas sinterizadas às partículas do pó do material. Possuíam uma coloração acinzentada que tornava o material não estético, porém sua resistência à abrasão foi melhorada (McLEAN & GASSER53, 1985).

No final da década de 80, surgiu a mais recente inovação deste material que são os cimentos de ionômero de vidro modificado por resina (CIV-MR). Sua composição química varia de acordo com cada fabricante, mas caracterizam-se pela presença de compostos metacrilatos fotoativados, pequena quantidade de resinas como 2-hidroxietil metacrilato (HEMA) ou bisfenol A glicidil metacrilato (BIS-GMA) no liquido ou pó do CIV convencional (MATHIS & FERRACANE50, 1989). Esses materiais podem apresentar duas ou três reações de endurecimento: a) reação ácido/base dos ionômeros de vidro (iniciada quando o pó e o liquido são misturados podendo ocorrer na ausência de luz); b) polimerização fotoiniciada de radicais livres de metacrilatos, iniciada quando a mistura pó/liquido

é

exposta

à

luz e ocorre somente onde a luz penetra; c) polimerização de radicais livres de metacrilato na ausência de

(16)

luz, iniciada quando o pó e liquido são misturados e pode proceder-se no escuro (3M8\

A principal vantagem deste material quando comparado aos CIV convencionais está relacionado com a redução da sensibilidade do material à perda ou incorporação imediata de água devido ao endurecimento imediato proporcionado pela fotopolimerização, além de apresentar melhores resultados estéticos, menor tempo de presa, maior tempo de trabalho e melhora em suas propriedades mecânicas (MATHIS & FERRACANE50, 1989; HINOURA et al.38, 1991; MOUNT"0, 1994; CHO

et ai. 22, 1995).

Com a evolução do CIV e aprimoramento da técnica, suas indicações foram ampliadas. De acordo com Wilson91 em 1989, os cimentos de ionômero de vidro podem ser utilizados em restaurações de abrasão e erosão, selamento de fossas e fissuras, núcleo de preenchimento, agente cimentante, base de restaurações, restaurações em túnel e restaurações laminadas.

Particularmente em Odontopediatria, o CIV é o material de escolha para a adequação do meio bucal em pacientes com alta atividade de cárie, além de ser utilizado em: restaurações de classe I, classe 11, classe V e como selantes para fossas e fissuras.

Durante os preparos cavitários, sempre que a estrutura dental é cortada por instrumentos cortantes rotatórios ou manuais há uma grande quantidade de energia liberada localmente, resultando na denaturação do colágeno e alterando as características qulmica e física dessas superfícies, produzindo uma camada de esfregaço gelatinosa, com considerável quantidade de debris de corte denominada smear /ayer que podem ter grande influência na adesão entre a estrutura dental e os materiais restauradores (EICK et ai. 24, 1970; LAND et ai. 46, 1994).

Eick et ai. 24 em 1970 relataram existir uma diferença micromorfológica na superfície dentinária desgastada por instrumentos cortantes rotatórios diamantados e carbide. As superfícies cortadas pelas

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pontas diamantadas apresentavam-se, ao microscópio eletrônico de varredura, mais irregulares, além de apresentarem uma espessura maior de smear /ayer quando comparadas àquelas desgastadas por pontas carbide (BRÀNNSTROM et al.13, 1979).

Uma das principais características do CIV é a sua capacidade de adesão às estruturas dentais proporcionada pela reação do ácido poliacrilico com as estruturas dentais, principalmente com os íons cálcio (LEVINE et ai. 47, 1977; BEECH9, 1973). Além disso, foi sugerido que o CIV também consegue aderir-se à dentina através do colágeno devido à presença de grupos aminos e carboxílicos que podem melhorar a união adesiva entre o CIV e a dentina (McLEAN & WILSON54, 1977). Portanto, para que a adesão seja efetiva, é necessário um Intimo cantata entre o material restaurador e seu substrato. Para tanto, vários agentes de limpeza que removem ou modificam a smear /ayer, têm sido utilizados na tentativa de melhorar essa adesão (WALLS89, 1966).

Em relação aos CIV convencionais, uma das primeiras soluções preconizadas para tal fim foi o ácido cítrico, porém foi pouco utilizado, pois possufa baixa biocompatibilidade e não promovia aumento na resistência adesiva do cimento na superfície dentinária (POWIS et ai. 70

, 1962). Uma das substâncias mais utilizadas para o pré-tratamento dentinário é o ácido poliacrílico, e de acordo com Powis et ai. 70 (1982), Barakat et ai. 7 (1968), Joynt et ai. 44 (1990), Glasspole et ai. 34 (2002) sua a utilização, após o preparo dental, promoveu um aumento na resistência adesiva do CIV convencional à dentina.

O condicionamento da superfície dentinária pode ter um papel diferente nos CIV modificados por resina devido à presença dos componentes resinosos que podem infiltrar na dentina desmineralizada e ao serem polimerizados, resultar em uma retenção micromecãnica (BURROW et ai. 19, 2002).

De acordo com estudos realizados por Prati et al.72 (1992), após a avaliação de vários tipos de pré-tratamentos dentinários e

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relacionando-os com a resistência adesiva ao cisalhamento do Vttrabond

à dentina humana, observaram que somente soluções neutras ou

derivadas do ácido oxálico aumentaram significantemente a resistência adesiva.

Diante do exposto, achamos interessante desenvolver um estudo para comparar o efeito de diferentes instrumentos cortantes rotatórios e o condicionamento dentinário em dentes decíduos, na resistência ao cisalhamento de um CIV-MR.

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Com o objetivo de proporcionar uma melhor compreensão dos mecanismos relacionados com a adesão dos CIV à dentina dos dentes declduos e a influência de fatores como os diferentes tipos de instrumentos utilizados no desgaste dessas superfícies, bem como o condicionamento, os dados deste trabalho foram subdivididos nos seguintes tópicos: evolução e formulação dos CIV; desgaste da superfície dentinária e smear layer e resistência adesiva dos CIV à dentina.

2.1 Evolução e formulação dos CIV

Wilson & Kent92 (1972) anunciaram o desenvolvimento de um novo cimento que se baseava na reação de endurecimento entre um pó de alumino-silicato de vidro com uma solução aquosa de pollmeros e copollmeros do ácido poliacrllico. Este sistema recebeu o nome genérico de ASPA. A intenção foi desenvolver um material para ser indicado em várias aplicações como restaurações de dentes anteriores, preenchimento de lesões de erosão, cimentação em geral e forramento de cavidades. Sua reação de presa é essencialmente uma reação ácido-básica que inicia quando o pó e o líquido entram em contato, formando um sal hidratado. Na mistura obtida imediatamente à aglutinação do pó ao líquido, prótons (H•) do líquido penetram nas porções superficiais das partículas do pó, liberando cátions cálcio e alumínio, degradando a rede de alumino-silicato em um gel de sllica hidratado. Câtions, na forma simples ou em complexos de fluoretos ligam-se às longas cadeias de lons

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policarboxílicos através de ligações cruzadas, transformando a fase aquosa em gel, promovendo o endurecimento do cimento e transformando-o em uma massa amorfa.

Mclean & Wilson54 (1977) realizaram um trabalho para descrever o desenvolvimento das formulações dos CIV e descrever as principais propriedades desse material. O objetivo do desenvolvimento do CIV era criar um material que reunisse as melhores propriedades dos cimentos de silicato (baixa expansão térmica, grande resistência à abrasão e liberação de fluoretos), das resinas compostas (excelente estética e resistência ao ataque de substâncias ácidas) e dos cimentos de policarboxilato (boa adesão à estrutura dental e propriedades hidrofflicas). A formulação básica do CIV era um pó formado de partículas de vidro de alumínio cálcio silicato e um líquido que era o ácido poliacrílico. Algumas modificações relacionadas com o tempo de trabalho, resistência mecânica, formulação do pó e diminuição da viscosidade do líquido foram realizadas para que este material fosse aceito entre os profissionais. Dentre suas principais propriedades destaca-se sua capacidade de aderir ao esmalte,

à

dentina, ao ácido inoxidável, ao estanho,

à

platina e ao ouro revestido de estanho devido a disponibilidade de grupos carboxílicos (COOH) livres para formarem ligações com hidrogênio. O CIV pode unir-se ao colágeno dentinário devido

à

presença de cadeias (COOH e NH2) que podem servir de sítios para adesão iônica.

Complementando os estudos realizados, Mclean & Wilson55 publicaram, em 1977, um trabalho onde enumeraram diversas indicações desses materiais, sendo elas: selamento de fossas e fissuras, restaurações de lesões de cárie incipiente, restaurações de dentes deciduos, restaurações de classe III localizadas lingualmente, restaurações classe V sem envolvimento estético, reparos marginais e restauração de lesões de erosões sem preparo cavitário. As

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contra-indicações para o seu uso estão relacionadas com restaurações que envolvam estética ou áreas que são submetidas

à

grandes esforços mastigatórios. Os autores destacam que o CIV é um material muito promissor, principalmente na área da Odontologia Preventiva devido suas caracteristicas adesivas e de liberação de flúor.

Embora esteja estabelecido que os CIV possuam a capacidade de se aderir às estruturas dentais, o exalo mecanismo de adesão não foi estabelecido. Na tentativa de elucidar o mecanismo de adesão dos cimentos à hidroxiapatita Wilson et ai. 94, em 1983, realizaram um estudo onde a interação entre os íons poliacrilatos e a hidroxiapatita foi examinada por meio da utilização de um espectroscópio infravermelho. Os autores afirmaram que a adesão do cimento à estrutura dental se dá a partir do momento que o cimento

é

aplicado sobre a superfície dental, pois há um deslocamento de íons fosfato desta superfície pelas cadeias de carboxilato do material. Para que o equilíbrio eletrolítico seja mantido, o íon cálcio é deslocado com o íon fosfato, resultando na formação de uma camada intermediária adesiva rica em íons cálcio e fosfato, que adere firmemente à estrutura dental.

Mclean & Gasser'53 (1985) descreveram o desenvolvimento de um cimento reforçado por partículas metálicas, com resistência

à

abrasão e

à

fratura melhoradas. Nesse material as partlculas metálicas eram sinterizadas no pó do CIV e quando misturados ao líquido (composto de copolímeros do ácido poliacrilico, ácido maleico, ácido tartárico e água) iniciavam a reação de endurecimento do material. Sua utilização era recomedada como material para preenchimento, bases para restaurações de amálgama, selante de fossas e fissuras, reparo em inlays

e coroas, restaurações de classe I, restaurações classe 11 conservadoras e restaurações de dentes decíduos.

(22)

Dentre todas as tentativas em melhorar as propriedades dos CIV, uma das mais importantes modificações realizadas na formulação original do material foi idealizada por Mathis & Ferracane50

em 1989. Neste estudo, os autores tinham como objetivo desenvolver um material híbrido de CIV/resina composta que tivesse o flúor em sua composição e apresentasse a capacidade de aderir-se à estrutura dental, com melhores características mecânicas e menor sensibilidade à umidade que os CIV existentes. Foi agregado no líquido de um CIV convencional (Fuji 11-GC) uma pequena quantidade de líquido resinoso utilizado nas resinas disponíveis no mercado. Este líquido híbrido foi misturado ao pó do CIV de acordo com as recomendações do fabricante. Foram realizados vários testes para analisar a resistência à !ração, o módulo de elasticidade, tenacidade

à

fratura, resistência

à

compressão, solubilidade em água, adesão à dentina e rugosidade superficial. Os resultados desses testes sugeriram que as propriedades iniciais (após sessenta minutos) do material híbrido foram melhores que as do CIV convencional, somente a adesão à dentina que foi semelhante para as duas formulações. Além disso, foi constatados que a susceptibilidade deste material à desidratação foi diminuída

e

suas características estéticas melhoradas em comparação aos CIV convencionais.

Mount60 (1994) descreveu propriedades desejáveis dos CIV como a capacidade de liberação contínua de flúor

e

adsorção do flúor quando a concentração deste no ambiente for maior do que aquela presente no material. Além disso, a presença constante do flúor na cavidade bucal ajuda a inibir a formação da placa bacteriana. Sua adesão à estrutura dental está relacionada com a prevenção da microinfiltração bacteriana, além disso, é relatada a possibilidade do CIV ser utilizado como material restaurador temporário, substituindo o cimento de óxido de zinco e eugenol, em lesões de cárie extensas.

(23)

2.2 Desgaste da superfície dentinãria e smear tayer

Eick et ai. 24 (1970) realizaram um estudo empregando o microscópio eletrônico de varredura (MEV) para determinar as diferenças topográficas. os componentes químicos dos debris formados sobre a superfície dentária cortadas com instrumentos cortantes rotatórios diamantado e carbide, e determinar a diferença entre as superfícies desgastadas pelo mesmo instrumento, na presença ou ausência de refrigeração. Foram utilizados quatro pares de pré-molares extraídos por indicações ortodônticas. Os instrumentos cortantes rotatórios utilizados foram uma ponta diamantada 700-7P e uma ponta carbide 170. O esmalte de uma das metades da superfície oclusal foi desgastado, in vivo, com a ponta diamantada paralela à superflcie olcusal, e outra metade com a ponta carbide, em alta rotação. Em cada par, um dente foi preparado sob refrigeração com água e o outro foi preparado sem refrigeração. Os dentes foram extraldos e preparados para a observação ao MEV. Os resultados revelaram que as superfícies desgastadas com os instrumentos diamantados apresentaram-se mais irregulares que aquelas desgastadas pelas pontas carbide. As superfícies desgastadas por instrumentos sem a presença de refrigeração apresentaram a formação de uma camada de debris de corte mais significante. Os autores observaram a formação de um filme orgânico sobre as superfícies, composto de enxofre (S), nitrogênio (N), carbono (C) em alta concentração com uma espessura de aproximadamente 0,5f.lm, além de partlculas provenientes da estrutura dental.

Eick et ai. 25 (1972) realizaram um trabalho para determinar se a topografia da estrutura dental tem um papel importante na formação da união adesiva e se também está relacionada com a resistência adesiva. Foram utilizados dentes bovinos que tiveram a

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superfície de esmalte e dentina planificada através de lixas d'água granulação 400 para receber a aplicação do cimento de policarboxilato de zinco Durelon (ESPE). Após o armazenamento desses espécimes em ambiente úmido, por 24h a 37°C, foi realizado o teste mecânico de tensão e após o teste, os espécimes foram preparados para serem observados ao MEV. Através da análise dos resultados os autores concluíram que a maioria das fraturas iniciava-se como uma falha adesiva na interface originando falhas adesivas e coesivas. As características topográficas da superfície dental afetam a direção e o modo de propagação das fraturas, além de interferirem no processo de molhamento devido à inclusão de bolhas de ar entre o cimento e o dente, que podem ser áreas de fragilidade e concentração de forças. Portanto, as características topográficas das superfícies dentais apresentaram um papel importante na formação da união adesiva e dos padrões de fratura observados.

Brãnnstrom & Johnson12 (1974} realizaram um estudo para avaliar, por meio do MEV, o efeito de diferentes substâncias utilizadas para tratamentos superficiais aplicadas à dentina. Foram selecionados sessenta pré-molares que seriam extraídos por indicações ortodônticas. A primeira parte do trabalho foi realizada in vivo, onde a superfície vestibular de cada dente foi desgastada inicialmente com uma ponta diamantada, seguida do desgaste com uma ponta de aço, ambas montadas em baixa rotação a uma velocidade de 6.000 a 10.000 rpm, sob refrigeração, até expor uma superfície lisa de dentina. Em seguida, após o paciente enxaguar a boca e contaminar a superfície com saliva, o dente foi isolado com um dique de borracha. A dentina foi então lavada, seca com um jato de ar e tratada com as várias soluções de limpeza e soluções desmineralizantes. A seguir o dente foi extrafdo e preparado para observação ao MEV. Os resultados revelaram que os espécimes nos quais foi utilizado o agente de limpeza que era composto por uma solução microbicida associada ao fluoreto de sódio a 3% (Tubulicid - Dental

(25)

Therapeutics), apresentaram os melhores resultados, pois a camada de debris foi removida sem provocar a abertura dos túbulos dentinários. Por outro lado, as soluções desmineralizantes além de promoverem a remoção dos debris, abriram e alargaram a entrada dos túbulos dentinários. Esse efeito, contudo, foi considerado indesejável, pois a presença desses debris nos túbulos dentinários poderia impedir a penetração de bactérias. Os autores sugeriram que a limpeza com a solução microbicida deveria ser sempre realizada previamente à inserção de materiais para confecção de restaurações, preenchimento e cimentação com o objetivo de livrar essas superfícies da presença de bactérias.

Johnson & Brãnnstrom43 (1976), em uma revisão de literatura, apresentaram algumas considerações com relação a importância da limpeza dos preparos cavilários previamente a aplicação de um material restaurador. Concluíram que as bactérias que permanecem nas paredes de um preparo cavitário, são as principais responsáveis pelas reações pulpares, e este preparo cavitário deve ser tratado com alguma substância microbicida que promova a limpeza, antes de seu preenchimento com material restaurador ou para cimentação, caso contrário algumas bactérias poderão crescer rapidamente na interface dente/material restaurador produzindo toxinas que atingirão a polpa rapidamente por difusão, causando uma reação inflamatória. Além disso, a limpeza da cavidade é um falar que melhora a adaptação entre as superfícies preparadas e os materiais restauradores, porém substâncias desmineralizantes devem ser usadas com cautela, pois quando aplicadas

à dentina promovem a remoção da smear Jayer, além de provocarem a abertura e alargamento das aberturas dos túbulos dentinários, aumentando assim o fluxo do fluido dentinário tornando a superfície dentinária mais umedecida, podendo interferir na adesão dos materiais.

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Brãnnstrõm et ai. 13 (1979) realizaram um trabalho para observar se as características micromorfológicas das superfícies dentinárias e a limpeza com diferentes agentes,após desgaste, estão relacionados com o tipo de instrumento utilizado. Foram realizados

desgastes em sessenta superfícies vestibulares e linguais de pré-molares até expor uma área plana de dentina de 1,5 a 2,0mm2• Os dentes foram

divididos de acordo com o tipo de instrumento utilizado para realizar o desgaste: grupo 1- ponta diamantada; grupo 2- ponta carbide de tungstênio em formato cilíndrico (ASH FFPC 3/58); grupo 3- desgaste realizado com cinzéis (ASH T.C.6). Todos os desgastes foram realizados sob abundante refrigeração. As superfícies preparadas foram aleatoriamente selecionadas para receberem os seguintes tratamentos superficiais: a) aplicação de Tubulicid (DentaiTherapeutics); b) aplicação de uma solução experimental; c) aplicação de uma solução de peróxido de hidrogênio, seguida da aplicação de uma solução aquosa de etanol a 95%; d) grupo controle. Os resultados obtidos por meio do MEV revelaram que as superfícies preparadas pelas pontas diamantadas possuíam uma aparência irregular, recoberta por uma camada amorfa contínua que impedia a localização das aberturas dos túbulos dentinários, sendo que a ação dos agentes de limpeza foi limitada. Nas superfícies preparadas pelas pontas carbide de tungstênio, as superfícies aparentavam mais planas quando comparadas àquelas produzidas pelas pontas diamantadas. Quanto aos agentes de limpeza, o Tubulicid apresentou os melhores resultados. As superfícies desgastadas pelos cinzéis e a limpeza promovida pelos agentes utilizados apresentaram-se similares àquelas obtidas com as pontas carbide de tungstênio. Os autores concluíram que mais estudos são necessários para determinar um método de limpeza que remova efetivamente a camada amorfa produzida pelas pontas diamantadas, sem remover a dentina peritubular e os p/ugs

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Gilboe et ai. 33 (1980) realizaram um trabalho para observar o fenômeno da formação da camada de smear /ayer em molares humanos que tiveram a superfície vestibular desgastada por uma ponta diamantada até expor uma superfície dentinária plana. Os dentes foram separados em sete grupos: a) não recebeu nenhuma instrumentação após o desgaste inicial; b) desgaste com o auxílio de uma ponta carbide que foi passada três vezes sobre a superfície dentinária, sob refrigeração com spray de ar-água; c) o mesmo que o grupo b, porém sem refrigeração; d) o desgaste foi realizado com o mesmo tipo de ponta carbide do grupo b, porém esta foi passada 5 vezes sobre a superfície dentinária sob refrigeração com spray de ar-água; e) mesmo que o grupo d, porém sem refrigeração; f) o mesmo que o grupo b, porém a ponta carbide foi passada por dez vezes; g) o mesmo que o grupo f, porém sem refrigeração. Os dentes foram então preparados para a observação em MEV e os resultados revelaram que as superfícies desgastadas por pontas diamantadas apresentaram estrias evidentes e a presença de uma smear /ayer formada por "debris" dentinários. As superfícies que foram desgastadas posteriormente com as pontas carbide na presença de refrigeração com spray de ar-água, independente do número de vezes que foram passadas sobre a superfície, demonstraram uma aparência mais lisa, com os túbulos dentinários não muito evidentes. Por outro lado, esses desgastes realizados sem refrigeração, promoveram a formação de uma camada de "debris" compacta, onde os túbulos dentinários não eram visíveis e com o aumento das vezes que a ponta carbide foi passada sobre essa superfície, mais homogênea ela se apresentava. Os autores concluíram que uma smear /ayer compacta foi formada através do desgaste da superfície dentinária com a ponta carbide sem refrigeração.

Bowen et ai. 11 (1984) observaram, ao MEV e ao microscópio eletrônico de transmissão, a camada de esfregaço da dentina. Foram desgastadas as superfícies oclusais de terceiros molares

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humanos com lixa d'água granulação 320 e levados aos microscópios para serem observados. A análise dos resultados obtidos sugeriu que a camada de esfregaço dentinário pode variar de 0-3f1m em espessura, sendo que a mesma não é uniforme. Áreas com a presença dessa camada em maior espessura estão relacionadas com a forma que essa superfície é cortada ou desgastada. O colágeno dentinário parece estar denaturado nessa região até uma espessura de 1 flm.

Dippel e! ai. 23 (1984) realizaram um estudo para avaliar a continuidade da smear /ayer formada por diferentes instrumentos cortantes rotatórios na parede axial de um preparo cavitário, e investigar a capacidade dessa camada em proteger a polpa devido à diminuição da permeabilidade dentinâria. Para observar a smear /ayer, foram utilizadas raízes de pré-molares onde foram realizados preparos cavitários com pontas diamantadas e pontas carbide. Para determinar a permeabilidade da smear layer, foram realizados desgastes nas coroas de pré-molares que foram montados em um dispositivo específico. Os resultados revelaram que independente do tipo de instrumento utilizado, carbide ou diamantado, houve a formação da camada de smear /ayer sobre a dentina. A permeabilidade dentinâria diminui aproximadamente 35% na presença da smear /ayer e essa diminuição está mais relacionada com os

plugs formados nos túbulos dentinârios durante o preparo cavitário do que com os "debris" que se localizam sobre a superfície dentinária.

Gwinnett37 (1984) realizou um estudo, ao MEV, para determinar as caracteristicas micromorfológicas da superfície dental cortada por instrumentos cortantes rotatórios diamantado, carbide de tungstênio e aço. Foram realizados desgastes em esmalte e em dentina e os resultados revelaram que as pontas carbide de tungstênio e a de aço promoveram um padrão de desgaste ondulado formado de pequenos sulcos. Foi observada a formação de uma camada de smear layer na

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superfície dental composta de componentes orgânicos e inorgânicos que obliterou a estrutura normal dos tecidos, não sendo evidente nenhuma estrutura tubular da dentina ou do conteúdo prismático do esmalte, independente do tipo de instrumental utilizado. As pontas diamantadas apresentaram uma superfície com padrão de desgaste ondulado, sendo que a profundidade dos sulcos e a distância entre eles está relacionada com o tamanho da partícula de diamante utilizada e a sua dureza. A camada de smear /ayer resultante do desgaste com essa ponta apresentou-se mais espessa. Foi evidenciado que a smear layer não está firmemente aderida ao substrato dental

e

sua presença não leva ao desenvolvimento de uma boa adesão com os materiais restauradores e

necessita ser modificada com agentes biocompatíveis.

Meryon et ai. 57 (1987) compararam, por meio de eletromicrografias, o efeito da remoção da smear layer por alguns agentes condicionadores em cavidades preparadas, in vitro e in vivo. Nos

experimentos in vivo, foram utilizados caninos de ferrets nos quais foram realizados preparos classe V na superficie vestibular, com a utilização de uma ponta carbide de tungstênio no 57 sob abundante refrigeração. Após o preparo, as cavidades eram lavadas e secas com cones de papel absorvente esterilizados e os agentes condicionadores eram aplicados. Foram utilizados: ácido fosfórico a 37% (3M Dental Products); ácido poliacrilico a 25%; ácido citrico a 50% (De Trey); ácido láctico a 50%; água oxigenada a 3%, EDTA a 10%; Tubulicid Blue Label e Tubulicid Red Label (Dental Therapeutics). Para o experimento in vitro, foram utilizados terceiros molares humanos que tiveram a superfície dentinária exposta e tratadas da mesma forma que no experimento in vivo. Os resultados das eletromicrografias revelaram que nos espécimes in vivo, a solução de EDTA apresentou uma maior remoção da smear /ayer, além de abrir e alargar a abertura dos túbulos dentinários. A ação do ácido cítrico foi levemente menos efetiva, seguida dos ácidos fosfórico, poliacrilico e

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láctico. Os dois tipos de Tubulicid causaram pouca remoção da smear

layer, enquanto os resultados obtidos com a água oxigenada foram

semelhantes àqueles obtidos no grupo controle. Quanto aos espécimes realizados

in vitro,

o EDTA e as soluções ácidas exibiram resultados semelhantes, removendo a smear layer, abrindo e alargando a abertura dos túbulos dentinários, sendo que as soluções ácidas provocaram uma remoção mais evidente. O condicionamento com o Tubulicid Blue Label promoveu uma pequena remoção da smear /ayer, enquanto o Tubulicid Red Label e a água oxigenada não apresentaram nenhuma ação sobre a smear /ayer. Os autores sugeriram que os variados efeitos desses agentes sobre a smear /ayer, determinam a facilidade com que as bactérias podem penetrar nos túbulos dentinários das cavidades preparadas.

Mowery et ai. 61 (1987) realizaram um estudo para investigar, quantitativamente, o efeito da rugosidade superficial na resistência adesiva de resinas compostas à dentina humana. Foram utilizados trinta molares humanos que tiveram cada uma de suas faces desgastadas por lixas d'água granulações 60, 260, 600, 1200. Foram aplicados, em cada face, o sistema adesivo Scotchbond (3M Dental Products) e uma resina composta Prisma-Fi! (LO Caulk). Os espécimes foram armazenados em água destilada por 24h a 37°C, seguido da realização dos testes mecânicos. Os resultados revelaram que as amostras desgastadas com a lixa d'água granulação 60 apresentaram valores de resistência adesiva significantemente mais elevados quando

comparadas com as outras amostras.

Pashley et ai. 65 ( 1988) avaliaram a característica da

smear /ayer, através da utilização de molares humanos que tiveram suas

raízes cortadas, o esmalte removido através de um disco diamantado e esses segmentos coronários foram conectados a um dispositivo

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específico. A smear /ayer foi produzida por meio da utílízação de lixas d'água granulações 320, 600, pontas carbide em alta e baixa velocidade. Os resultados revelaram que a smear /ayer produzida pelo desgaste com a lixa d'água granulação 320, ao MEV, apresentou uma característica amorfa típica que em maior aumento evidenciou uma estrutura granular composta de partículas esféricas com diâmetro que variavam de 0,05 a

0,1~m. especialmente na abertura dos túbulos, enquanto a smear /ayer

resultante do desgaste com lixa d'água granulação 600 produziu glóbulos de O, 1 ~m de diâmetro. A smear layer produzida pelas pontas carbide em baixa ou alta velocidade possuíam partículas maiores, com diâmetros variando de 1 a 5~m. formada por pequenas esferas com tamanho médio de 0,05 ~m de diâmetro.

Mclnnes et ai. 52 (1990) realizaram um estudo para avaliar a influência da rugosidade superficial na resistência ao cisalhamento de um sistema adesivo

à

dentina. Foram utilizados 75 molares humanos higidos, divididos em cinco grupos (n=15) de acordo com o desgaste que foi realizado: a) Lixa d'água granulação 60; b) Lixa d'água granulação 320; c) Lixa d'água granulação 600; d) Lixa d'água granulação 600, seguida de polimento com óxido de alumínio; e) Lixa d'água granulação 320, seguida da utilização de uma ponta carbide n• 245 (SS White). As superfícies dentinárias receberam a aplicação de um primar dentinário Scotchprep Dentin Primer (3M Dental Products), uma camada do sistema adesivo Scotchbond 2 (3M Dental Products) e sobre essa superfície foi construído, em cada espécime, um cilindro de resina composta P-30 (3M Dental Products). Após 24h de annazenagem, as amostras foram submetidas aos testes de resistência e os dados analisados revelaram que, com exceção do grupo d, o tamanho da partícula abrasiva da lixa utilizada para o desgaste das superfícies dentínárias parece não afetar a resistência adesiva significantemente.

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Tagami et ai. 81 (1991) realizaram um estudo onde compararam os efeitos de desgastes produzidos com pontas diamantadas, em alta rotação, com ou sem refrigeração e com lixa d'água granulação 80 na permeabilidade dentinária, após vários tratamentos superficiais e adesão com alguns sistemas adesivos. Foram utilizados

terceiros molares não erupcionados que tiveram as rarzes removidas e as superfícies oclusais desgastada até a exposição da dentina superficial. Esses segmentos foram aderidos a um dispositivo que possibilitava medir a permeabilidade dentinária. Para se medir a permeabilidade dentinária inicial, a smear /ayer produzida pelo disco diamantado foi removida com EDTA 0,5M por 2min, sendo esta permeabilidade considerada como valor máximo ( 1 00% ), que serviu como base para comparação com as mudanças subseqüentes. A seguir, a smear layer foi criada na dentina por: a) desgaste com uma ponta diamantada (n° 703-8F- Premiar Dental Products) em alta-rotação sob abundante refrigeração; b) o mesmo que o grupo a, porém sem refrigeração; c) desgastes com lixa d'água 80 realizados manualmente na presença de água corrente. A permeabilidade dentinária foi medida para se determinar o efeito de cada tipo de smear

/ayer produzida e, em seguida, essa camada foi removida com ácido fosfórico gel a 37% (Kuraray) por 1min ou com a solução 10-3 (10% de ácido cítrico e 3% de cloreto férrico - Sun Medical). Para os testes de adesão, as superfícies oclusais foram preparadas de acordo com o que foi descrito acima e os espécimes resultantes foram divididos em três grupos (n=10), de acordo com o material utilizado para o teste de adesão. No grupo A foi utilizado o Scotchbond DC (3M Dental Products), seguido da aplicação da resina composta Silux (3M Dental Products), no grupo B o Clearfíl PhotoBond (Kuraray) foi aplicado seguido da colocação da resina Photo Clearfíl A (Kuraray) e no grupo C foi utilizado o Super Bond C&B (Sun Medical), seguido da aplicação da resina Clearfil F 11 (Kuraray). Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37°C por 24h, para posteriormente serem submetidos aos testes mecânicos. Os resultados

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revelaram que a smear /ayer produzida pelas pontas diamantadas com ou sem refrigeração e pelo desgaste com lixa d'água diminuíram a permeabilidade dentinária para valores de 1-3% dos valores máximos. Não houve diferença estatisticamente significante nos valores de resistência adesiva entre os três tipos de desgastes realizados, quando foi utilizado o Scotchbond DC. O Clearfil Photobond apresentou valores de resistência maiores que o Scotchbond DC, sem diferença estatisticamente significativa entre os instrumentos utilizados. Por outro lado, o SuperBond C&B apresentou o maior valor de resistência entre todos os materiais utilizados, sendo que as superfícies desgastadas com pontas diamantadas sob refrigeração apresentaram os maiores valores de resistência. Ao MEV, aparentemente não há diferença entre a smear /ayer

formada pelos três métodos acima citados, sendo que o tratamento com o ácido fosfórico promoveu a remoção da smear layer e dos smear plugs,

além de promover uma abertura na embocadura dos túbulos. O tratamento com a solução 1 0-3 removeu toda a smear /ayer, porém deixou uma maior quantidade de smear p/ugs, comparados ao ácido fosfórico, sendo que a smear /ayer produzida pelas pontas diamantadas tende ser mais resistente a esse tratamento que aquela produzida pelo desgaste com lixa d'água.

Ayad et ai. 6 (1996) realizaram um estudo onde avaliaram por meio de um rugosímetro e do MEV as características da superflcie dentinária, desgastada por diferentes instrumentos cortantes rotatórios, no preparo de dentes para coroas totais. Foram utilizados 105 molares humanos que foram divididos aleatoriamente em três grupos {n=35), de acordo com o tipo de instrumento utilizado: ponta diamantada (H33 R-016 - Brasseler lnc.), ponta carbide de tungstênio {H 33 R-016- Brasseler lnc.) e ponta carbide de tungstênio para acabamento (H 375 R-016). Os resultados revelaram que os dentes desgastados com as pontas de tungstênio para acabamento produziram uma superfície mais lisa,

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enquanto as pontas carbide de tungsténio apresentaram uma superficie mais irregular. As pontas diamantadas e carbide de tungsténio criaram superfícies com maiores ondulações. Em todas superfícies houve a formação de uma smear /ayer uniforme, com estrutura amorfa recobrindo toda estrutura dentinária e a entrada dos túbulos dentinários. Os autores concluíram que a utilização da ponta carbide para acabamento deve ser a escolha quando se necessita de uma superficie dental mais lisa. As pontas diamantadas produziram uma maior área superficial que as pontas carbide, contudo mais estudos devem ser realizados para determinar como a rugosidade superficial afeta a longevidade das coroas.

Santini & Mitchel74 (1998) estudaram o efeito de um sistema adesivo (Giuma CPS - Heraeus Kulzer) sobre a smear /ayer,

produzida por vários tipos de instrumentos cortantes rotatórios com diferentes velocidades de rotação, além de observarem a morfologia da interface resina/dentina formada. Foram utilizados pré-molares nos quais a smear /ayer foi produzida logo abaixo do limite amelodentinário onde localizava-se originalmente as faces vestibular e lingual, da seguinte maneira: grupo 1 (n=12) - o desgaste realizado com um instrumento cortante rotatório carbide de tungsténio (FG 557- Jet) montado em um micromotor, sob refrigeração,

à

uma velocidade de aproximadamente 400.000 rpm; grupo 2 (n=12)- o desgaste foi realizado da mesma maneira que no grupo 1, porém foi utilizado uma ponta diamantada de granulação grossa (8131-018C- Heraeus); grupo 3 {n=12)- o mesmo que o grupo 1, porém foi utilizada uma ponta diamantada extrafina (652- HiDi); grupo 4 (n=12) - desgaste realizado por uma ponta carbide de tungsténio tronco cônica invertida {n°4-Ash) montada em um micromotor, sem refrigeração, a uma velocidade de aproximadamente 6.000 rpm. Foram escolhidos três dentes de cada grupo acima descrito para avaliar o efeito do condicionador do Gluma CPS (ácido fosfórico gel a 20%) na dentina, variando-se o tempo de aplicação: a) aplicação por 15s; b) aplicação por

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30s; c) aplicação por 60s; d) aplicação de uma solução de ácido fosfórico a 20% por 30s (grupo controle). Para obseiVar a interface sistema adesivo/dentina foram preparados dez espécimes como no grupo 4, divididos em dois grupos (n=5) de acordo com o tempo de aplicação do condicionador: a) aplicado por 30s, b) aplicado por 60s. As superfícies condicionadas foram tratadas com o sistema adesivo de acordo com a recomendação dos fabricantes. Os resultados revelaram que ocorreram apenas pequenas variações na espessura da smear /ayer preparada com diferentes tipos de instrumentos cortantes rotatórios e velocidade de rotação. O condicionador, quando aplicado pelo tempo recomendado pelo fabricante, não foi capaz de remover completamente a smear Jayer, porém houve a formação de uma zona de desmineralização sob essa camada que foi parcialmente preenchida pelo sistema adesivo. No grupo controle a smear layer foi totalmente removida, expondo um delicado arranjo de fibras colágenas. Os autores concluíram que um apropriado tratamento para a smear /ayer é essencial para o desenvolvimento de sistemas adesivos mais eficientes.

Sekimoto et ai. 75 (1999) realizaram um estudo para comparar a permeabilidade e a micromorfologia da superfície dentinária preparadas com pontas diamantadas e carbide, após o condicionamento com ácido cítrico a 6% por 2min. Foram selecionados 24 molares não erupcionados, montados em um dispositivo especificamente desenvolvido para medir a permeabilidade dentinária. Após a fixação neste dispositivo, os dentes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. No grupo 1, foi realizado um preparo cavitário inicial na face oclusal com uma ponta diamantada n• 310 (Shofu Dental Products - Japan) em alta rotação, aprofundado 0,5mm com uma ponta carbide n• 36014 (Busch & Co -Germany) em baixa rotação e a parede pulpar foi aprofundada mais 0,5mm com a ponta diamantada inicialmente utilizada. No grupo 2, o primeiro preparo cavitário foi realizado com uma ponta carbide,

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aprofundado mais 0,5mm com a ponta diamantada e finalmente desgastado mais 0,5mm com a ponta carbide usada no primeiro preparo. A permeabilidade dentinária foi medida a cada desgaste realizado e após o condicionamento com o ácido cítrico a 6%. Para a observação ao MEV foram confeccionados discos de dentina obtidos de terceiros molares humanos. Esta superfície foi dividida em quatro partes que receberam os seguintes tratamentos: a) desgaste com uma ponta carbide em baixa rotação; b) desgaste com uma ponta diamantada em alta rotação; c) preparado como o grupo a seguido do condicionamento com ácido cítrico a 6% por 2min; d) preparado como o grupo b seguido do condicionamento com ácido cítrico por 2min. Os resultados revelaram que, após o

condicionamento com ácido cítrico, as superfícies preparadas com a ponta diamantada foram significantemente menos permeáveis que aquelas preparadas pela ponta carbide. A análise das eletromicrografias revelou que, após o condicionamento, foi observada uma diferença significante entre as duas superflcies preparadas. A smear /ayer foi removida em sua maior parte e as aberturas dos túbulos foram claramente evidenciadas nas superfícies desgastadas pelas pontas carbide, enquanto nas superfícies desgastadas pelas pontas diamantadas permanecia ainda uma camada de smear /ayer com as aberturas dos túbulos pouco evidentes. Os autores sugerem que a smear /ayer

produzida pela ponta diamantada é mais resistente

à

remoção com ácido, podendo não ser removida completamente, influenciando na adesão da dentina com os materiais restauradores.

AI-Omari et ai. 4 (2001) realizaram um estudo onde mediram a rugosidade superficial e o ângulo de contato do esmalte e da dentina, após o preparo com diferentes instrumentos cortantes rotatórios. Foram utilizados 15 pré-molares superiores divididos em três grupos, de acordo com o instrumento rotatório utilizado. As faces mesial e distal de cada dente foram desgastadas em 0,5mm (para os espécimes em

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esmalte) e em 2,0mm (para os espécimes em dentina) e a rugosidade superficial de cada amostra foi medida através da utilização de um rugosímetro. Uma gota de água destilada foi cuidadosamente colocada sobre a superfície levemente seca, com o auxílio de uma micropipeta, e a imagem foi captada em uma câmara para medir-se o ângulo de contato. Os resultados revelaram que houve diferença estatisticamente significante entre as três brocas utílízadas e que os dentes desgastados com as brocas carbide de tungsténio para acabamento produziram a superfície mais lisa, com os menores valores de rugosidade. Contudo, não houve diferença significante entre o esmalte e a dentina cortada pelo mesmo instrumento. Os instrumentos cortantes rotatórios diamantados e carbide criaram irregularidades mais profundas e mais espaçadas quando comparadas aos instrumentos carbide de tungsténio para acabamento. A observação das eletromicrografias revelou que as superfícies desgastadas por pontas diamantadas apresentaram, aparentemente, uma maior quantidade de "debris" que as outras superficies. Não houve diferença estatisticamente significante entre os ângulos de contato medidos tanto em esmalte quanto em dentina, desgastados com as diferentes brocas e não houve nenhuma correlação entre a rugosidade superficial e a capacidade de molhamento.

Ayad5 (2001) realizou um estudo para observar as variações micromorfológicas da dentina cortada por diferentes instrumentos e avaliar a eficiência dos diferentes protocolos de condicionamento desenvolvidos para permitir a infiltração da resina durante o processo de adesão. Para a realização deste estudo foram utílízados 35 terceiros molares extraídos, que tiveram a superfície oclusal desgastada com lixa d'água 80 para remover o esmalte. Foram preparados cinco dentes com instrumentos cortantes rotatórios diamantados (6856 L-016 - Brassler). Os outros trinta espécimes foram preparados com pontas carbide para acabamento, sendo que foram

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divididos em seis grupos (n=5), de acordo com o tipo de tratamento superficial que receberam (sem tratamento da smear Jayer, aplicação do ácido poliacrilico a 25%, ácido fosfórico a 10%, ácido cítrico a 10%, ácido láctico a 10% e ácido fosfórico a 32%). Os espécimes foram preparados para serem observados ao MEV (JSM-820, Jeol) e os resultados revelaram que os instrumentos cortantes rotatórios diamantados criaram uma superficie dentinária irregular, com sulcos perpendiculares à direção do instrumento de desgaste. A smear layer formada apresentou-se uniforme, amorfa formada de "debris" de corte cobrindo toda a superfície dentinária e a abertura dos túbulos dentinários. Os espécimes preparados com as pontas carbide para acabamento exibiram uma superfície dentinária mais lisa, com pequenas granulações, e formação de debris de corte que obliteravam os túbulos dentinários. As eletromicrografias das superfícies tratadas com ácido poliacrílico a 25% revelaram uma remoção parcial da smear layer, pois todos os túbulos dentinários permaneceram ocluídos. Com o ácido fosfórico a 1 O% foi notada a mesma aparência citada acima, porém o conteúdo de material presente no interior dos túbulos diminuiu consideravelmente. Com o ácido citrico a 10%, foi observada a remoção da smear /ayer, além de promover uma abertura na entrada dos túbulos. O ácido láctico removeu a smear layer e parte dos

smear plugs, além de desmineralizar parcialmente a dentina peritubular, expondo uma camada de fibras colágenas. Um aumento do padrão de condicionamento foi observado com o ácido fosfórico a 32% que ficou evidente pelo aumento do diâmetro da embocadura dos túbulos dentinários e pela exposição do arranjo de fibras colágenas da matriz desmineralizada. Através dos resultados, o autor concluiu que os diferentes instrumentos rotatórios utilizados podem influenciar as características superficiais da dentina e que a extensão da smear /ayer removida foi afetada pelo pH

e

tipo de condicionador utilizado.

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Ogata et ai. 64 (2001) avaliaram o efeito dos diferentes padrões de corte da dentina na resistência adesiva à tensão de três sistemas adesivos autocondicionantes. Foram utilizados 36 terceiros molares humanos que tiveram sua superfície oclusal desgastada para remover o esmalte, e foram divididos aleatoriamente em quatro grupos (n=9), de acordo com o tipo de instrumento utilizado no desgaste dentinário. No grupo 1 foi utilizado pontas de aço com 12 lâminas para acabamento (88600 - Hager & Meisinger), no grupo 2 pontas de aço com 6 lâminas para preparo cavitário (88703 - Dentech), no grupo 3 pontas diamantadas-partículas médias 100~tm (Shofu) e no grupo 4 (grupo controle) o desgaste foi realizado com lixa d'água 600. Após o preparo, todos os dentes receberam o tratamento com três sistemas adesivos (três dentes para cada sistema adesivo): Clearfil Liner 8ond 2; Clearfil Liner 8ond 2V e Clearfil SE 8ond - Kuraray, de acordo com as recomendações dos fabricantes. Em seguida foram restaurados com uma resina composta (Ciearfil AP-X - Kuraray) e armazenados em água a 37°C por 24h para que posteriormente fossem seccionados e preparados para o teste de microtração. Outros espécimes foram preparados para observação ao MEV. Os resultados revelaram que para todos os sistemas adesivos utilizados, os espécimes desgastados com lixa d'água apresentaram os maiores valores de resistência adesiva, por outro lado os espécimes preparados com pontas diamantadas apresentaram os valores mais baixos de resistência adesiva. A análise das eletromicrografias evidenciou que nos grupos 1, 2 e 4 a superfície dentinária revelou-se com sulcos deixados pelos instrumentos cortantes rotatórios ou papel abrasivo, com a superfície dentinária recoberta pela smear /ayer e os túbulos dentinários completamente ocluídos. No grupo 3, os "debris" deixados pela ação da ponta diamantada foram mais grosseiros quando comparados aos outros grupos. Os autores concluíram que a seleção do instrumento cortante rotatório para o preparo cavitário é um fator importante para melhorar a resistência adesiva dos sistemas autocondicionantes

à

dentina.

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2.3 Resistência adesiva dos CIV

ã

dentina

Hotz et ai. 41 (1977) realizaram um estudo para avaliar a adesão obtida entre as estruturas dentais ou metálicas ao CIV (ASPA IV). Foram utilizados dentes humanos que tiveram sua superfície vestibular desgastada até a exposição da dentina ou somente do esmalte. Os dentes preparados foram divididos aleatoriamente, de acordo com o tipo de tratamento que receberam: a) limpeza da superfície com solução de água oxigenada 20 vol. por 10-15s; b) condicionamento com ácido cítrico a 50% por 1min. ; c) condicionamento com ácido ortofosfórico por 1min; d) solução alcóolica de 10% de acetilacetonato de alumínio; e) uma solução mineralizante. Para observar-se a adesão ao metal, quadrados de platina e ouro foram confeccionados e asperizados com óxido de alumfnio e sobre estes, o CIV foi aplicado. Os resultados referentes à adesão com o esmalte e dentina revelaram que a adesão e o modo de fratura dependem do condicionamento realizado na superfície. O tratamento mais efetivo foi com a solução de ácido cítrico, apresentando fraturas coesivas no cimento e maiores valores de resistência adesiva. O condicionamento com o ácido ortofosfórico não produziu valores de resistência adesiva significantemente elevados, evidenciando que a adesão do CIV às estruturas dentais não está relacionada com o embricamento micromecânico, e sim pela presença de forças intermoleculares entre a superfície dental e o cimento. Quanto às superfícies metálicas, o CIV aderiu-se somente às superfícies tratadas com o óxido de alumfnio. Os autores concluíram que uma adesão satisfatória do CIV foi observada quando a superffcie do substrato era reatíva, pennítindo assim um melhor molhamento do cimento sobre esta superfície.

(41)

Holtan et ai. 39 ( 1990) realizaram um estudo para avaliar e comparar a resistência adesiva de um CIV fotopolimerizável (Vitrabond 3M Dental Products) com dois CIV convencionais (GC Lining Cement -GC, Ketac-Bond - ESPE). Foram selecionados 99 dentes humanos que foram divididos no sentido vestíbulo-lingual, cada metade do dente foi fixada no centro de um cilindro de alumínio com auxilio de resina acrílica, deixando as faces mesial ou distal voltadas para a superficie. Estas superfícies foram preparadas com lixa d'água de granulação 600 e um molde de teflon com orifício de 5mm de diâmetro foi posicionado sobre a mesma para auxiliar a aplicação do CIV. Os materiais foram aleatoriamente escolhidos para serem aplicados nessas superfícies, com a condição de que superfícies opostas do mesmo dente recebessem materiais diferentes. Este procedimento foi realizado para tentar minimizar a influência da estrutura dentinária sobre a resistência adesiva, uma vez que todas as combinações dos três materiais utilizados com as duas superfícies dentinárias foram realizadas. Para os CIV convencionais, após a presa inicial foi realizado um condicionamento com ácido fosfórico por 30s, antes da aplicação de uma resina composta (Silux Plus - 3M), enquanto para o Vitrabond, foi aplicado um sistema adesivo (Scotchbond 2 - 3M). Os espécimes foram levados ao teste mecânico após 24h e através dos resultados, os autores concluiram que o CIV fotopolimerizável (Vitrabond) apresentou maiores valores de resistência adesiva quando comparados aos outros dois CIV convencionais testados.

Joynt et ai. 44 (1990) realizaram um trabalho onde avaliaram o efeito de diferentes tipos de pré-tratamento com ácido poliacrílico na resistência adesiva de três CIV (Ketac Bond - ESPE, GC Lining Cement- GC, 3M Glass lonomer- 3M Dental Products) à dentina. Foram utilizados 120 molares humanos que sofreram desgaste em sua superfície oclusal até a exposição da superficie dentinária. Em seguida, os dentes foram divididos em quatro grupos (n=30) de acordo com o

Referências

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