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O ESTUDO DA CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS NATURAIS E IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SÃO JOSÉ /ITUIUTABA/MG

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O ESTUDO DA CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS NATURAIS E IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SÃO

JOSÉ /ITUIUTABA/MG

Cecília Mussa MALVEZZI, Discente do Curso de Graduação em Geografia, FACIP/UFU, ceciliapeixes@hotmail.com Leda Correia PEDRO MIYAZAKI, Profa. Dra. do Curso de Graduação e Programa de Pós-Graduação em Geografia do Pontal, FACIP\UFU,

lecpgeo@ufu.br INTRODUÇÃO

Os impactos ambientais é um dos principais estudos abordados pelas pesquisas acadêmicas de cunho geográfico – geomorfológico, principalmente por permitir compreender como determinados aspectos naturais podem influenciar direta ou indiretamente o grau de fragilidade de uma bacia hidrográfica a processos erosivos, por exemplo.

Neste contexto, as bacias hidrográficas são unidades de pesquisas mais utilizadas nos estudos geográficos, vinculados as áreas urbanas e rurais degradadas, pois permite realizar uma análise integrada das relações entre as dinâmicas da sociedade e da natureza.

No entanto, essa relação pode provocar diferentes impactos ambientais que provocam impactos severos ao ambiente. De acordo com Milaré (1998), qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I. A saúde, a segurança e o bem estar da população; II. As atividades sociais e econômicas;

III. A biota;

IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V. A qualidade dos recursos ambientais.

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Atualmente são cada vez mais visível as alterações que o ambiente natural vem sofrendo, pois tem apropriado e ocupado o relevo de forma predatória, desconsiderando o grau de fragilidade do solo, da vegetação, das rochas e das águas. Isso tem intensificado os processos naturais de forma a romper o equilíbrio dinâmico desses e provocar impactos ambientais negativos.

Entre os impactos mais comuns que afetam a qualidade ambiental das bacias hidrográficas são as erosões, a impermeabilização do relevo, as enchentes e alagamentos.

Dessa forma, é importante que pesquisas acadêmicas sejam realizadas para elaborar documentos que possam ajudar a compreender a dinâmica dos processos naturais, a fragilidade do ambiente e que possam subsidiar o planejamento urbano – ambiental nos municípios de cidades de pequeno e médio porte, pois as ausências desses estudos dificultam a aplicação do planejamento.

O município de Ituiutaba/MG está localizado nas coordenadas 18º 58’ 08’’ Latitude S; 49º 27’ 54’’ Longitude W, exatamente na porção oeste da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto – Paranaíba, onde o mesmo é sede da Microrregião de Ituiutaba. O município possui uma área de 2.598,046 Km² com uma população 97,171 habitantes e densidade demográfica de 37,40 hab/Km² (IBGE, 2010).

Em relação a cidade de Ituiutaba é possível observar a presença de três córregos que “cortam” a cidade, sendo estes os córregos do Carmo, Pirapitinga e São José (Figura 01). Esses córregos possuem parte de seu curso em áreas rurais e também em área urbana e devido ao intenso uso e ocupação do solo é possível verificar que todos estão passando por um processo de degradação ambiental.

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Figura 01: Localização do Córrego São José - município de Ituiutaba ( MG)

Organizado: Pedro Miyazaki (2015)

OBJETIVO

Em vista da caracterização geomorfológica, o objetivo dessa pesquisa é efetuar uma caracterização dos aspectos naturais (com ênfase no solo, relevo, hidrografia e rocha) e identificar os principais impactos ambientais encontrados na bacia.

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Para que os objetivos fossem alcançados, determinadas metodologias foram aplicadas, tais como:

a) A pesquisa bibliográfica dos principais conceitos que auxilia a pesquisa fundamentou a discussão teórica do trabalho, bem como embasou uma análise dos aspectos naturais articulados com os impactos ambientais da bacia hidrográfica e foram realizados a partir do levantamento de artigos científicos, trabalhos acadêmicos, livros, dissertações etc.;

b) Compilação e elaboração de cartas temáticas, para isso será preciso fazer um levantamento de materiais cartográficos (fontes no site IBGE, no site CPRM e da Prefeitura Municipal de Ituiutaba). Assim, bases cartográficas permitirão a elaboração de mapas temáticos como hipsométrico, declividade, perfis topográficos e rede de drenagem, tudo será feito com o auxílio da ferramenta dos softwares QGIS 2.8 Wien, ArcGIS, SPRING etc.;

c) Os trabalhos de campo foram de grande importância para conferir se os mapeamentos estavam representando os aspectos naturais da paisagem da Bacia Hidrográfica do Córrego do Carmo, além disso permitiu a identificação dos principais impactos ambientais, desse modo foram traçados dois transéctos para que fosse possível orientar observações e registros dos aspectos naturais e impactos ambientais com o auxilio de uma câmera fotográfica semi-profisssional, dois perfis topográficos foram elaborados respeitando as orientações norte–sul e leste-oeste.

RESULTADOS PRELIMINARES

A partir da análise e compilação de mapas temáticos associados à pesquisa bibliográfica foi possível obter informações sobre alguns aspectos físicos do município, sendo considerados importantes para a caracterização local na bacia hidrográfica. Para isso, foi importante entender alguns aspectos climáticos, geomorfológicos, pedológicos e hídrogeográficos.

Em relação à dinâmica atmosférica o Município de Ituiutaba/MG está sob controle dos sistemas intertropicais. Esses sistemas de circulação ocasionam um clima tropical alternadamente seco e úmido. Segundo os estudos feitos baseados sobre o clima segundo a classificação de Köppen, o município está rotulado como Aw, megatérmico:

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tropical com verão chuvoso (outubro a abril) e inverno seco (maio a setembro). Entre junho e dezembro, é comum temperaturas oscilarem entre 14ºC e 31ºC. O município possui um dos maiores índices pluviométricos da região, cujo índice de chuvas acumuladas para sete anos, no recorte temporal de 2002 a 2008, variou de 10.800 a 10.000 mm (PRADO; SOUSA, 2010).

Quanto ao relevo, segundo Del Grossi (1991) ocorre o predomínio de “Domínios dos Chapadões Tropicais do Brasil Central” (AB’SÁBER 1971), o que indica que o relevo regional é resultado da evolução da Bacia do Paraná, mostrando-se relativamente homogêneo, cuja morfologia encontrada é caracterizada por chapadas (MARTINS e COSTA, 2014).

Sob este relevo podemos encontrar na área de abrangência do município morfologia predominante de colinas com topos amplos e suavemente ondulados, o que favoreceu a implantação do primeiro núcleo urbano da cidade e facilitou a expansão territorial urbana por todo o topo das colinas.

Conforme ocorria a ocupação, novos loteamentos surgiram ao longo do espigão divisor de águas das bacias hidrográficas dos córregos Pirapitinga e São José, o que provocaram intensas e profundas alterações nas dinâmicas naturais dos processos geomorfológicos que esculturam o relevo. Somente a título de exemplo, atualmente o córrego São José apresenta problemas ambientais ligados aos alagamentos oriundos da impermeabilização dos topos e vertentes, facilitando o escoamento superficial o que provoca o aceleramento da dinâmica natural do processo de enchentes e associado a ineficiência do sistema urbano de drenagem das águas pluviais tem ocasionado vários transtornos para a população residente nas “margens” deste córrego (Figura 02).

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Figura 02. Alagamento sob o trecho com canalização fechada do Córrego São José/MG

A impermeabilização do fundo de vale, onde o córrego se encontra com canalização aberta não enfrenta grandes problemas relacionados a enchente, pois aoinda não foi registrado neste ponto o transbordamento das águas fluviais.(Figura 06 e 07).

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Figura 06. Canalização não respeitando a esculturação do relevo do rio.

Figura 07. Criação de área de caminhada em torno da canalização, além de residências próximas à mesma, mostrando o risco desses moradores com relação a enxurradas e alagamentos.

O problema ligado aos alagamentos é oriundo da impermeabilização, o aumento do escoamento superficial e a drenagem urbana que não consegue absorver o grande volume de águas pluviais. Isso provoca o acúmulo de águas pluviais nas áreas onde se encontrava o leito maior do Córrego São José.

Isso se deve principalmente pela forma como o relevo foi apropriado e ocupado, o que provocou a retificação, impermeabilização, canalização do Córrego São José e todo o fundo de vale. Além disso, outras formas de intervenção tambpem contribuíram para agravar o estado de degradação da bacia hidrográfica, como por exemplo, a retirada a mata ciliar, da impermeabilização da planície de inundação entre outras intervenções.

Em relação aos solos predominantes no Município de Ituiutaba, existem quatro tipos de solos (UFV, 2010), sendo Latossolos, Argissolos Vermelho-Amarelo, Neossolos Quartzarênico e Cambissolos. Existe uma predominância dos Latossolos Vermelho. No entanto, é possível verificar a presença de dois tipos de solos na Bacia Hidrográfica do Córrego São José, encontrados nos fundos de vale, estes são os solos hidromórficos que sofrem constantemente influência das águas fluviais e do nível freático, apresentando características especificas, como por exemplo, a cor acinzentada e grande quantidade de argila ao longo do perfil. Também é possível identificar solos de origem antrópica conhecidos como depósitos tecnogênicos, que podem ser formados por sedimentos transportados das áreas a montante e diversos materiais de origem antrópica.

Em relação à caracterização dos aspectos naturais específicos da Bacia Hidrográfica do Córrego do São José o relevo que constitui a bacia é do tipo colinas com topos suavemente ondulados, vertentes com formas côncavas, convexas e retilíneas, fundos de vale em forma de V e berço.

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No fundo de vale é possível observar o afloramento de um embasamento rochoso conhecido como derramamentos basálticos, pertencentes a Formação Serra Geral e nos topos e vertentes das colinas encontram-se os arenitos.

A rede de drenagem é pouco densa e dendritica formada pelo Córrego São José e afluentes e muitos canais de escoamento.

A vegetação nativa é ausente em parte da bacia hidrográfica que contempla a área urbana e incipiente nas áreas adjacentes. O bioma predominante é cerrado com resquícios de mata Atlântica.

Por meio dos trabalhos de campos foi possível identificar alguns impactos ambientais ao longo da bacia, além disso, foi possível registrar que nos fundos de vale da Bacia Hidrográfica as margens estão sofrendo um intenso processo de solapamento em locais que não encontram-se canalizados. Isso tem sido acelerado tanto pela falta de mata ciliar, quanto pela delimitação a Área de Preservação Permanente (APP). Além disso, o intenso assoreamento do córrego tem ocorrido devido a ocupação das áreas de topos das colinas e das vertentes por bairros já constituídos e por loteamentos recentes.

Outro problema vinculado ao processo de ocupação está localizado próximos as nascentes dos afluentes do córrego e pontos específicos, sendo estes os processos erosivos, que são responsáveis pela esculturação do relevo, ou seja, um processo natural. É responsável pela remoção, transporte e deposição do sedimento resultante dum processo intempérico. No entanto, a erosão em formas de sulcos, ravinas e voçorocas podem ser encontrados em vários locais da bacia hidrográfica, isso está associado ausência de práticas mecânicas e edificas nas áreas rurais e um cuidado com as dinâmicas naturais dos processos geomorfológicos na área urbana.

O que se observa é a manifestação de sulcos erosivos em lotemanetos recentemente implantados e nas áreas de pastagens, decorrentes principalmente pela presença de solo expostos. Formação de ravinas que são oriundas da intensificação dos sulcos ao longo do tempo.

Outro problema vinculado a ações antrópicas é a deposição de resíduos sólidos (lixo), entre outros depósitos tecnogênicos.

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Diante do que foi apresentado constatou-se alguns impactos ambientais ao longo da Bacia Hidrográfica do Córrego São José, o que proporcionou o registro de alguns processos que estão contribuindo para a degradação da área de estudo. Assim, conclui-se que a forma como o relevo encontrado na bacia hidrográfica está provocando um desequilíbrio na dinâmica natural dos processos geomorfológicos. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACCARO, C. A. D., SANTOS L. Caracterização geomorfológica da Bacia do Rio Tijuco. Rev. Caminhos de Geografia, on line. Uberlândia – MG, 2004.

COSTA, R.A. Análise Biogeográfica do Parque Municipal do Goiabal em Ituiutaba – MG. Rev. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente/SP, 2011.

MILANI, E. J. et. al. Bacia do Paraná. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, 2007.

MILARÉ, E. Estudo Prévio de Impacto Ambiental no Brasil. In. Ab’ Saber, A. N. & PLATERBERG, C. M. (org). Previsão de Impactos: o Estudo de Impacto Ambiental no Leste, Oeste e Sul. Experiências no Brasil, na Rússia e na Alemanha. 2ª edição. São Paulo: editora da Universidade de São Paulo, 1998, p. 51-83.

MOURA, G.G. et al. Ituiutaba (MG): As condições sociais e habitação urbana na reestruturação da Cidade, Ituiutaba – MG. In: PORTUGUEZ, A.P., MOURA, G.G.; COSTA, R.A. (Org.). Geografia do Brasil Central: enfoques teóricos e particulares regionais. Eº ed. Uberlândia:Assis, 2011, v.1, p.377-406.

PEDRO, L. C.; NUNES, João Osvaldo Rodrigues. A Relação entre processos morfodinâmicos e os desastres naturais: uma leitura das áreas vulneráveis a inundações e alagamentos em Presidente Prudente - SP. Caderno Prudentino de Geografia, v. 2, p. 81/5-96, 2012.

SILVA, G. A., Fragilidade Ambiental da Bacia Hidrográfica do Ribeirão São Lourenço, Ituiutaba – MG. (Monografia) 2011. Universidade Federal de Uberlândia. Ituiutaba - MG, 2011.

SILVA, J.R. et al. Rios Urbanos, Microbacias e suas Gentes, Rio de Janeiro – RJ. 2015.

VARGAS, H. L., Ocupação irregular de APP Urbana: um estudo da percepção social acerca do conflito de interesses que se estabelece na Lagoa do Prato Raso, em Feira de Santana, Bahia. Rev. Sitientibus. Feira de Santana n.39, p. 7-36, jul/dez, 2008. 16 p.

Referências

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