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AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CATUTO (Crescentia cujete L.) COM DIFERENTES SUBSTRATOS

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Academic year: 2021

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Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas

Trabalho realizado com apoio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da CAPES

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CATUTO (Crescentia cujete L.) COM DIFERENTES SUBSTRATOS

Vieira, Leandro Marcolino1; Gomes, Erik Nunes1; Rossa, Überson Boaretto1; Bisso, Fernando Prates1

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Instituto Federal Catarinense, Araquari/SC;

INTRODUÇÃO

A utilização de matéria orgânica nos substratos de plantio é um dos fatores que pode influenciar a absorção de água e nutrientes pelas plantas e consequentemente proporcionar um desenvolvimento mais adequado na fase de mudas (YAMANISHI et al.,2004).

Dentre as diversas fontes de matéria orgânica pode-se destacar o vemicomposto, produto oriundo da digestão de matéria orgânica realizada por minhocas. Os vermicompostos contém, em relação ao solo comum, maiores quantidades de matéria orgânica, nitrogênio total e fósforo disponíveis, além de pH mais elevado (RODRIGUES et al., 2003).

O catuto (Crescentia cujete L.), também conhecido como coité, é uma espécie arbórea da família das bignoniáceas, que pode atingir de 5 a 10 metros de altura. A planta é nativa do México, sendo atualmente distribuída amplamente pelos trópicos (ARANGO-ULLOA, 2009). Uma das características mais marcantes desta espécie é o fruto esférico com casca dura e lenhosa e com uma polpa gelatinosa onde estão imersas as sementes (ESPITIA-BAENA, 2011). A planta possui múltiplos usos, dentre os quais se destacam a larga utilização em jardins e cercas vivas, fabricação de utensílios artesanais a partir das cascas dos frutos, madeira para combustível e arborização urbana. Outro uso bastante difundido da planta está relacionado à suas propriedades medicinais associadas à ações diuréticas e analgésicas, sendo também efetiva para o combate da hipertermia, dores de ouvido e problemas dermatológicos (PÉREZ et al. 2014).

Considerando o fato de que no cultivo de plantas medicinais não se recomenda a utilização de adubação química ou de agrotóxicos devido a possível alteração no princípio ativo medicinal e/ou efeito tóxico residual (UPNMOOR, 2003), o presente trabalho objetivou

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2 avaliar o efeito de diferentes proporções de húmus, substrato comercial orgânico e vermiculita sobre a emergência, altura e diâmetro de colo de mudas de catuto semeado na região de Araquari – SC como alternativa de produção agroecológica da planta.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente experimento foi desenvolvido na Unidade de Ensino Aprendizagem “Fruticultura” do Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari, localizada sob as coordenadas 26º23’37,5243’’S e 48º44’14,7868’’W em altitude aproximada de 11 metros, como parte das atividades propostas aos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), sub projeto de Licenciatura em Ciências Agrícolas.

A primeira etapa do experimento consistiu na coleta de frutos de catuto (Crescentia cujete L.), provenientes da planta matriz localizada no Museu Nacional de Imigração e Colonização da cidade de Joinville – SC, seguida pela extração e limpeza das sementes.

Após o preparo das sementes realizou-se a semeadura em sacos próprios para produção de mudas florestais, com dimensões de 12 cm de diâmetro por 20 cm de altura.

O Vermicomposto utilizado foi proveniente do minhocário do Instituto Federal Catarinense, sendo oriundo exclusivamente de esterco bovino. O substrato utilizado foi o Substrato orgânico Carolina Padrão a base de sphagno, vermiculita expandida, calcário dolomítico, gesso agrícola e traços de NPK.

Realizaram-se quatro tratamentos: 100 % de vermicomposto de esterco bovino (T1), 100 % substrato comercial Carolina (T2), 50% Vermicomposto de esterco bovino, 25% substrato comercial Carolina, 25% Vermiculita (T3) e 50% Substrato comercial Carolina, 25% vermicomposto de esterco bovino, 25% vermiculita (T4).

Para cada tratamento utilizou-se unidade amostral de 5 sacos para produção de mudas, com 4 repetições, totalizando 80 sacos. Cada recipiente recebeu 3 sementes, semeadas a uma profundidade de 2cm. A umidade do sistema foi mantida por sistema de microaspersão.

Realizou-se a avaliação da emergência das plantas aos 25, 32 e 87 dias. Com 122 dias foram coletados os dados de Altura (H) e Diâmetro de Colo (DC) Os dados de germinação obtidos foram processados no programa Microsoft Excell®. Os parâmetros Altura (H) e

Diâmetro de Colo (DC) foram submetidos a analise ANOVA e após foram realizados os testes de separação de médias pelo teste de Tukey.

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3 15% 40% 30% 50% 90% 80% 90% 95% 100% 100% 100% 100% T1 T2 T3 T4

25 dia s 32 dia s 87 dia s RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se 100% de emergência para todos os tratamentos aos 87 dias. Todavia constata-se diferença nas percentagens aos 25 e 32 dias, conforme pode-se obsevar no gráfico 01.

Gráfico 01 - Comportamento de emergência de plântulas de Catuto, sob efeito de diferentes proporções de substrato comercial, Vermicomposto e Vermiculita. Araquari, SC.

Aos 25 dias observou-se emergência de 50% para T4 (50% Substrato comercial Carolina, 25% vermicomposto de esterco bovino, 25% vermiculita), e valores inferiores para os demais tratamentos, diferindo dos resultados do trabalho de Macedo et al. (2011) que ao estudarem diferentes substratos na emergência de Ipê-branco (Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith), também da família das bignoniáceas, encontraram valores superiores a 50% de emergência para todos os tratamentos aos 18 dias após a semeadura.

A avaliação aos 32 dias demonstrou novamente T4 como melhor resultado, atingindo 95% de germinação, com 90% para T1 e T3 e 80% para T2. Os piores resultados com 100% de substrato comercial diferem dos encontrados por Grave et al. (2007), que encontraram maiores taxas de emergência utilizando precisamente o substrato comercial. Os melhores resultados com a adição de vermiculita ao composto também foram obsevados por Andrade et al.(2000) para jenipapo (Genipa americana L.) e por Macedo et al. (2011) para ipê branco (Tabebuia roseo-alba).

Para diâmetro de colo não foi registrada diferença estatística entre os diferentes tratamentos. Já para altura verificou-se que T2 foi mais vantajoso que T1 e T3. Os resultados para estes parâmetros encontram-se apresentados no gráfico 02.

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4 9,35 b 12,90 a 10,74 b 11,15 ab 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 T1 T2 T3 T4 A lt u ra (c m ) 0,21 a 0,23 a 0,20 a 0,20 a 0,19 0,19 0,20 0,20 0,21 0,21 0,22 0,22 0,23 0,23 0,24 T1 T2 T3 T4 D iâ m e tro d e Co lo (m m )

* Média s seguida s pela mesma letra nã o diferem -se entre si pelo teste de Tukey a 5 % de proba bilida de. ** Coeficiente de Va ria çã o Altura : 8,75

*** Coeficiente de Va ria çã o Diâ metro de Colo: 13,91

Gráfico 02 – Altura e Diâmetro de Colo de mudas de Catuto, sob efeito de diferentes proporções de substrato comercial, Vermicomposto e Vermiculita. Araquari, SC.

As médias de diâmetro de colo ficaram entre 0,20 e 0,23mm, não havendo diferença estatística entre os diferentes substratos. Semelhante situação não foi registrada por Macedo et al. (2011) que perceberam diferença estatística na avaliação de diferentes substratos no diâmetro do colo de ipê branco (Tabebuia roseo-alba). Naquele experimento os substratos a base de solo, areia e casca de arroz carbonizada se mostraram superiores às outras misturas para o parâmetro diâmetro de colo (MACEDO et al., 2011).

Para a variável altura, percebeu-se que T2 proporcionou média de altura de 12,9 cm, superior às obtidas com T1 (média de 9,35cm) e T3 (média de 10,74 cm). Terra et al. (2007) também registraram melhores respostas para o parâmetro altura em mudas de jacarandá mimoso( Jacaranda mimosaefolia D. Don.) com a utilização de 100 % de substrato comercial em detrimento de misturas com vermicomposto e outros materiais orgânicos. Da mesma maneira Macedo et al (2011) definiram que para o parâmetro altura, em mudas de ipê branco, o substrato comercial se mostrou mais vantajoso em relação à misturas de solo e areia e areia pura.

CONCLUSÕES

Recipientes contendo 50% de Substrato Comercial, 25% vermicomposto e 25% vermiculita apresentaram a melhor composição de substrato para emergência de plântulas de catuto, após 25 e 32 dias de semeadura.

As diferentes combinações de substrato, vermiculita e vermicomposto não influenciaram significativamente a variável diâmetro de colo, enquanto que para a variável

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5 altura a utilização apenas de substrato comercial proporcionou valores superiores ao substrato composto de 100% de vermicomposto e da mistura de 50% Vermicomposto, 25% substrato comercial e 25% Vermiculita.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, A. C. S. et al.. Germinação de sementes de jenipapo: temperatura, substrato e morfologia do desenvolvimento pós-seminal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35, n. 3, p. 609-615, mar. 2000.

ARANGO-ULLOA, J.; BOHORQUEZ, A.; DUQUE, M.C.; MAASS, B.L. Diversity of the calabash tree (Crescentia cujete L.) in Colombia. Agroforest Syst v.76. p. 543–553, 2009. ESPITIA-BAENA, J. E. et al . Química y biología del extracto etanólico del epicarpio de Crescentia cujete L. (totumo). Rev Cubana Plant Med, Ciudad de la Habana, v. 16, n. 4, dic. 2011 . Disponivel em <http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1028-47962011000400005&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 29 ago. 2014.

GRAVE, F. et al.. Crescimento de plantas jovens de açoita-cavalo em quatro diferentes substratos. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 17, n. 4, p. 289-298, out./dez. 2007.

MACEDO, et al. Produção de mudas de ipê-branco em diferentes substratos. Cerne, Lavras, v. 17, n. 1, p. 95-102, jan./mar. 2011

PÉREZ, B. A.H. et al.. Mejoramiento De Un Sistema De Micropropagacion Por

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El Tamizaje Fino De Distintos Explantes. Disponível em <

http://www.smbb.com.mx/congresos%20smbb/morelia07/TRABAJOS/Area_II/Carteles/CII-19.pdf> Acesso em 29 ago. 2014.

RODRIGUES, Victor Cruz et al . Produção de minhocas e composição mineral do vermicomposto e das fezes procedentes de bubalinos e bovinos. Ciênc. agrotec., Lavras , v.

27, n. 6, dez. 2003 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141370542003000600028&lng=pt &nrm=iso>. Acesso em 31 ago. 2014.

TERRA, S.B. et al.. Produção de mudas de jacarandá mimoso (Jacaranda Mimosaefolia d. Don.) Em substratos formulados a partir de Resíduos agroindustriais. Rev. Bras.

Agroecologia, v.2, n.1, fev. 2007

UPNMOOR, I. (coord.). Cultivo de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Guaíba: Agropecuária, 2003. 56 p.

YAMANISHI, O. K. et al . Efeito de diferentes substratos e duas formas de adubação na produção de mudas de mamoeiro. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal , v. 26, n. 2, ago. 2004 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-29452004000200023&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 30 ago. 2014.

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