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PREFERÊNCIA PELA VIA DE PARTO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Academic year: 2021

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PREFERÊNCIA PELA VIA DE PARTO: UMA REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Ciraque, M.; Ferreira, A. G.; Lazaretti, N. C.; Candido, L. A. S.; Rodrigues, N.P.C.

Resumo:

O presente estudo trás uma revisão bibliográfica sobre a preferência pela via de parto das gestantes, analisando indicações e contra-indicações, em relação ao tipo de parto. O método adotado foi de revisão sistemática da literatura, consistindo na busca retrospectiva de artigos científicos, sobre a preferência do tipo de parto, onde foram encontrados 104 e selecionados 18. Esclarecendo as vantagens e desvantagens dos tipos de parto.

Palavra-chave: Taxa de Cesárea; Preferência pela via de parto, Orientações.

Abstract:

This study brings a literature review on their preferred mode of delivery of pregnant women, analyzing indications and contraindications in relation to mode of delivery. The method used was a systematic review of the literature, consisting of retrospective search of scientific articles on the preference of the type of delivery, which were found 104 and 18 selected. Clarifying the advantages and disadvantages of the types of delivery.

Keyword: Cesarean Rate; Preference for mode of delivery, Orientation.

Introdução:

A gestação e o parto são acontecimentos que marcam a vida da mulher, surgem vivências emocionais que vão estar diretamente relacionadas ao estabelecimento do vínculo mãe-bebê, bem como à dinâmica familiar como um todo, podendo ser positivos ou negativos, dependendo, entre outros fatores, das orientações e dos cuidados recebidos nesse período. (TEDESCO, et al, 2004)

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A mulher bem informada durante o pré-natal, por meio de informações e orientações referente à gestação, parto e puerpério, enfrentará estes períodos com maior segurança, harmonia e prazer, pois a falta de informação pode gerar preocupações desnecessárias e expectativas frustradas. Sendo assim, nota-se a importância do acompanhamento e da assistência pré-natal como um instrumento educativo (OLIVEIRA, et al, 2002).

Segundo Fisher, Astbury & Smith (1992), as memórias sobre o parto permanecem vivas em nível cognitivo e psicológico, e continuam influenciando as percepções da mulher sobre a experiência por muito tempo.

Vários estudos mostram que as mulheres brasileiras preferem o parto vaginal, no entanto, vários fatores como o medo de risco fetal, ou a interpretação exagerada da dor materna, bem como a consideração de suas agendas e conveniências leva os médicos a acabar decidindo pela cesárea apesar da vontade da mulher, principalmente em serviços privados (DINIZ e CHACHAM, 2006).

A cesariana é considerada um procedimento de exceção, indicada em situações de risco de vida para a gestante e/ou feto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como ideal uma taxa de cesarianas entre 10% e 15%, porém podemos observar que essa taxa se excede.

Segundo o sistema de informação sobre nascidos vivos (Sinasc), a evolução da taxa de cesariana vem crescendo com o decorrer dos anos, sendo que em 1994 a taxa nacional era de 32% e em 2010 alcançou 52% em todas as regiões, totalizando o dobro da recomendação feita pelo OMS (10% a 15%). Referenciais teórico-metodológicos:

O método adotado foi de revisão sistemática da literatura, consistindo na busca retrospectiva de artigos científicos, nesse caso, sobre a preferência do tipo de parto. Para tal, foram utilizadas as seguintes bases de dados bibliográficos: PubMed, SciELO e LILASC. Os estudos selecionados foram publicados durante o período de 2003 a 2013.Na estratégia de busca foram utilizadas os seguintes descritores: "taxa de cesárea" "preferência pela via de parto" “orientações”.

A busca bibliográfica, segundo a estratégia estabelecida, resultou em 104 artigos. No entanto, apenas dezoito foram selecionados para compor o atual

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artigo. Os demais foram excluídos pelos seguintes motivos: por serem revisões de datas anteriores ao período estabelecido, estudos repetidos nas diferentes bases de dados.

Os critérios utilizados na seleção de artigos para a revisão foram o tipo de desenho do estudo (coorte, caso-controle ou transversal, estudo qualitativo, descritivo e longitudinal) e o idioma (português e inglês).

Conclusão:

O levantamento de alguns autores mostrou a grande dúvida que as mulheres ainda possuem em relação à preferência pela via de parto, então evidenciou a necessidade de investigar e promover campanhas de conscientização e esclarecimento do tipo de parto escolhido.

Segundo MELCHIORI et al12, A preferência quanto ao tipo de parto, a partir do relato das gestantes no estudo realizado , foi pelo parto vaginal (normal), o que corrobora com dados sobre a preferência do parto encontrada na literatura (Barbosa & cols., 2003; Carniel & cols., 2007; Faundes & Perpétuo,2002; Hopkins, 2000; Miranda, 2003; Oliveira & cols., 2002; Perpétuo & cols., 1998; Silva & Costa, 2002; Sociedade Civil de Bem-Estar Familiar no Brasil, 1997) e indica que a concepção do parto normal como algo desejável ainda faz parte das representações culturais sobre o nascimento. Isso indica que, apesar dos elevados índices de cesarianas no país, as expectativas das mulheres ainda são pelo parto normal, especialmente entre as primigestas.

No estudo sobre a assistência ao parto em um setor publico e outro privado, GAMA et al7, revelou que o modelo de organização dos serviços públicos e privados apresentam variações que produzem diferentes tipos de assistência e de relação entre os profissionais de saúde e as usuárias, dando forma a experiência distintas entre as mulheres pesquisadas.

SOALHEIRO17, em seus estudos mostrou que, embora a maioria das puérperas refira o desejo pelo parto normal no início da gestação, próximo ao parto poucas ainda mantêm o mesmo desejo. A realização do parto normal ou da cesariana, em relação à preferência anterior, parece moldada pela conduta intervencionista recebida no pré-natal, por razões geralmente pouco justificáveis (DIAS et al., 2008; POTTER et al., 2008). A demanda por cesariana parece se

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basear na crença de que a qualidade do atendimento obstétrico está fortemente associada à tecnologia utilizada no parto operatório (BEHAGUE et al., 2002).

MELLER13 et al, evidenciou a necessidade de investigação dos fatores que promovem o aumento de partos cesarianas no Brasil, a fim de investigar os índices elevados. As razões para esta alta prevalência parecem se relacionar a fatores que interferem na escolha da via do parto, bem como o estrato econômico, cultural e o acompanhamento profissional durante o pré-natal e parto (BARBOSA et al., 2003).

Os resultados deste estudo e os dados da literatura consultada permitem levantar a hipótese de que as gestantes tendem a apresentar razões semelhantes para a opção pelo parto normal ou pela cesariana. Nesse sentido, seria importante que os profissionais de saúde se engajassem mais sistematicamente em campanhas de esclarecimentos acerca das vantagens e desvantagens dos diversos tipos de parto, diferenciando-os em função das necessidades e condições clínicas e psicossociais de cada gestante, de modo que essas representações sobre os tipos de parto fossem contrastadas por informações e esclarecimentos adequados

Referências:

1 BARBOSA et al. Parto Cesáreo: quem o deseja? Em quais circunstâncias?

Cad. Saúde pública, Rio de Janeiro, 1611-1620, Nov/dez. 2003.

2 FAUNDES, A, et al.Opinião de mulheres e médicos brasileiros sobre a

preferência pela via de parto. Rev. Saúde Pública [online]. 2004, vol.38, n.4, pp. 488-494.

3 FIIGUEIREDO, B; COSTA, PACHECO, A. Experiência de parto: alguns

factores e consequências associadas. Aná. Psicológica [online]. 2002, vol.20, n.2, pp. 203-217. ISSN 0870-8231.

4 GAMA, et al. Representações e experiências das mulheres sobre a

assistência ao parto vaginal e cesárea em maternidades pública e privada. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n11/17.pdf Acesso em: 09 de set. 2013

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5 KNUPP et al. Distribuição do parto vaginal e da cesariana no município do

rio de janeiro no período de 2001 a 2004. Esc Anna NeryRevista Enfermagem 2008, mar. P.39-44.

6 LOPES et al. O antes e o depois: expectativas e experiências de mães sobre

o parto. Revista de Psicologia: Reflexão e Crítica, 2005, 18. P. 247-254.

7 MELCHIORI et al. Preferência de gestantes pelo parto normal ou cesariano.

Revista de Interação em psicologia, Curitiba, jan/jun. 2009, p.13-23.

8 MELLER et al. XVIII CIC – Congresso Iniciação Cientifica. PNDS 2006, Pelotas

RS.Fatores associados ao tipo de parto em mulheres brasileiras:PNDS 2006.

9 ROCHA et al. Apego Mãe-Filho: Estudo comparativo entre mães de parto

normal e cesárea. Revista Brasileira Enfermagem, Brasília, p. 125-129, mar/abr. 2003.

10 SANTOS, GHN; MARTINS, MG; SOUSA, SILVA, M,BATALHA, SJC.Impacto

da idade materna sobre os resultados perinatais e via de parto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2009, vol.31, n.7, pp. 326-334.

11 SOALHEIRO, LC.“Fatores associados à preferência por cesariana em uma

amostra representativa de primíparas na Região Sul do Brasil, 2011”.2012. 85f. Dissertação (mestrado) – Escola Saúde Pública do rio de Janeiro. 2012.

12 TEDESCO, RP, et al. Fatores determinantes para as expectativas de

primigestas acerca da via de parto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2004, vol.26, n.10, pp. 791-798.

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