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CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO SANTA FÉ, MIMOSO DO SUL, ESPÍRITO SANTO

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CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO SANTA FÉ, MIMOSO DO SUL, ESPÍRITO SANTO

Thiago Dannemann Vargas, NEPUT/UFV – Viçosa – MG, thiagodanvar@yahoo.com.br Lauro Magalhães Fráguas, NEPUT/UFV – Viçosa - MG, laurofraguas@gmail.com Eder Paulo Moreira, NEPUT/UFV – Viçosa - MG, edrpaulo@gmail.com

João Luiz Lani, NEPUT/UFV UFV – Viçosa – MG, lani@ufv.br

RESUMO

A avaliação da capacidade de uso do solo é uma ferramenta técnica-interpretativa no processo de planejamento e melhoramento dos sistemas produtivos. O sistema de capacidade de uso representa um grupo quantitativo de classes de solos sem considerar a localização e as esferas econômicas, políticas e sociais. Baseia-se apenas nas limitações permanentes das terras e é todo voltado para a possibilidade e limitações quanto à utilização. O propósito é relacionar sua intensidade de uso, a fim de definir sua máxima capacidade de uso sem risco de degradação do solo. A metodologia é aplicada a partir do levantamento de campo, resultados analíticos das amostras coletadas, imagens de satélites e ferramentas do SIG que permitiu gerar um modelo pedológico preliminar e posteriormente um mapa de Capacidade de Uso das Terras.

O PS Santa Fé dispõe de uma área de 437, 21 ha, é estruturado em categorias hierarquizadas por grupos de capacidade de uso (A, B e C) estabelecidos com base na intensidade do uso das terras (I a VIII). A classe predominante é VII (54, 49 ha), terras para pastagem ou reflorestamento com problemas complexos de conservação. Os principais fatores limitantes são relativos às características do solo que resulta na intensificação dos processos erosivos. Nessas áreas ocorrem os Latossolos profundos e Cambissolos Latossólicos e apresentam sérios problemas de conservação e está suscetível a erosão laminar ligeira a moderada.

Para conter esses efeitos é proposto um programa de manejo do solo que proporcione a continuidade ao longo do tempo do processo produtivo, e principalmente, a curto prazo, do uso agroecológico adequado do solo em suas atividades econômicas, ambientais e agropecuária dentro dos Assentamentos.

ABSTRACT

The assessment of the capacity of land use is a technical-interpretative tool in the planning process and improvement of production systems. The system is able to use a group number of classes of land without regard to location and economic, political and social. Is based only on permanent land and is dedicated to all the scope and limitations on use. The purpose is to relate the intensity of use to define their maximum capacity to use without risk of soil degradation. The methodology is applied from the time of field, analytical results of samples collected, satellite images and GIS tools to generate a model that allowed pedologic preliminary and then a map of the Land Use Capability.

The Santa Fe has an area of 437, 21 ha, is divided into groups of categories ranked by ability to use (A, B and C) on the basis of intensity of use of land (I to VIII). Class VII is predominant (54, 49 ha), land for pasture or reforestation with complex problems of conservation. The main limiting factors are related to soil characteristics

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that result in the intensification of erosion processes. These areas are occurring deep Oxisols and Cambisols Oxisols and present serious problems of conservation and is susceptible to erosion laminar mild to moderate.

To include these effects is proposed a program of soil management that provides continuity over time of the production process, especially in the short term, the use Agroecological suitable soil in their economic activities, environmental and agriculture within the settlements.

Palavras Chave: Uso do solo, planejamento rural, agricultura familiar.

INTRODUÇÃO

O sistema de capacidade de uso é uma classificação técnico-interpretativa, representando um grupo quantitativo de classes de solos sem considerar a localização ou as características econômicas da terra. Diversas características e propriedades são sintetizadas, visando à obtenção de classes homogêneas de terras, com o propósito de definir sua máxima capacidade de uso sem risco de degradação do solo, especialmente no que diz respeito à erosão acelerada (LEPSCH et al., 1991).

LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O projeto de Assentamento Santa Fé localiza-se no município de Apiacá, Estado do Espírito Santo. O Assentamento possui área total de aproximadamente 436,92 ha e está localizado em região de clima que o período mais quente (novembro a março) coincide com os meses de maior precipitação, uma vez que as temperaturas mais elevadas aumentam a nebulosidade da região. Já o período mais frio (abril a setembro), coincide com os meses menos chuvosos, uma vez que as baixas temperaturas reduzem a evaporação de água, diminuindo a nebulosidade e a ocorrência de chuvas. Apresentam altitudes entre 80 e 501 m e altas temperaturas ao longo do ano.

A caracterização hídrica da região encontra–se no Quadro 1. A letra P simboliza mês com satisfação parcial dos requerimentos hídricos (evapotranspiração potencial>precipitação≥ 1/2 evapotranspiração potencial). O período úmido foi definido através do número de meses com precipitação igual ou maior que a evapotranspiração potencial, e define a duração da estação chuvosa no ano. Percebe-se que o período de fevereiro a junho assim como o mês de outubro apresentaram índices de satisfação hídrica parcial. O período mais seco ocorre de julho a setembro. O período seco permite caracterizar a duração da estação com deficiência marcante de precipitação. Os meses de novembro a janeiro são os mais úmidos, caracterizando uma concentração de chuvas

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no verão. Os índices de umidade no verão, relação precipitação/evapotranspiração, é de 0,85 – 1,21 mm. No inverno essa relação varia de 0.39-0,44 mm. O excedente hídrico anual é entre 36-185 mm e o déficit hídrico anual é de 223 a 448 mm.

Quadro1. Caracterização hídrica da região do Assentamento Santa Fé, Apiacá, Espírito Santo

Período úmido (U) Período seco (S)

Excedente hídrico Anual entre 36 -185 mm Déficit hídrico anual entre 223 – 448 mm

Índice de umidade no verão PP/ETP

(dez, jan, fev) (0,85-1,21mm)

Índice de umidade no inverno PP/ETP (jun,jul,ago) (0,39 - 0,44 mm) Caracterização hídrica Janeiro U Fevereiro P Março P Abril P Maio P Junho P Julho S Agosto S Setembro S Novembro U Dezembro U Fonte: FEITOZA, 1986.

A região de Apiacá pertence à Província pedogeomorfológica da bacia do Rio Itabapoana. Este tem sua nascente no lado oriental do Maciço do Caparaó a altitudes elevadas (2.890 m – Pico da Bandeira) e deságua no Oceano Atlântico. Parte de seu curso faz divisa do Estado do Espírito Santo com o Rio de Janeiro.

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O PA Santa Fé, geomorfologicamente é um vale dissecado (Figura 1) em forma de “U” e “V”, com predomínio de trechos fortemente ondulados, com altitudes entre 300-580 m.

Figura 1. Paisagem do PA Santa Fé em vales em forma de “U”, evidenciando o dissecamento da paisagem, Apiacá, ES.

METODOLOGIA

O sistema de capacidade de uso é uma classificação técnico-interpretativa, representando um grupo quantitativo de classes de solos sem considerar a localização ou as características econômicas da terra. Diversas características e propriedades são sintetizadas, visando à obtenção de classes homogêneas de terras, com o propósito de definir sua máxima capacidade de uso sem risco de degradação do solo, especialmente no que diz respeito à erosão acelerada (LEPSCH et al., 1991).

É estruturado em categorias hierarquizadas da maneira como mostra o Quadro 2. As classes de capacidade de uso (I a VIII) são baseadas no grau de limitação de uso e as subclasses representam as classes qualificadas em função da natureza da limitação,

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tornando mais explícitas, as práticas ou grupos de práticas conservacionistas a serem adotadas.

Quadro 2. Classes e subclasses de capacidade de uso estruturado em hierarquias

SISTEMA DE CAPACIDADE DE USO

GRUPO CLASSE DESCRIÇÃO

A

Terras passiveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens reflorestamento e vida silvestre.

I Terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação.

II Terras cultiváveis com problemas simples de conservação manutenção de melhoramento.

III Terras cultiváveis com problemas complexos de conservação manutenção de melhoramentos.

IV Terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação.

B

Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagem reflorestamento vida silvestre.

V Terras adaptadas em geral para pastagem e, em alguns casos, para reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de conservação, são cultiváveis apenas em casos muito especiais.

VI Terras adaptadas em geral para pastagens e reflorestamento, com problemas simples de conservação. São cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo.

VII Terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento com problemas complexos de conservação.

C

Terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento, porém apropriadas para proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de água.

VIII Terras impróprias para cultura pastagem ou reflorestamento, podendo servir apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, com o ambiente para recreação, ou para fins de armazenamento de água.

O levantamento de solos que utiliza uma classificação pedológica não é feito para atender a uma finalidade especifica, mas, se convenientemente interpretado, pode servir como base para diferentes classificações técnicas ou interpretativas. O objetivo principal do levantamento de solos é o reconhecimento da natureza e distribuição das unidades pedológicas, procurando identificar e cartografar os solos ocorrentes em dada área, fazendo a caracterização morfológica e analítica da maneira mais completa possível, a fim de permitir o enquadramento das unidades de mapeamento em sistema natural de classificação de solos. Já as classificações técnicas ou interpretativas agrupam

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as unidades pedológicas em classes de terras, tomando por base características e propriedades selecionadas, mais relacionadas com o comportamento agrícola dos solos. Convencionalmente, as limitações de uso podem ser de quatro naturezas distintas, representadas no Quadro 3.

Quadro 3. Fatores limitantes quanto à capacidade de uso

Letra Natureza da Limitação

e Limitações pela erosão presente risco de erosão

s Limitações relativas ao solo

a Limitações por excesso de água

c Limitações climáticas

Para a realização do estudo de capacidade de uso como unidade de planejamento, é necessário recorrer aos estudos de levantamento do solo, que servirão de base para o planejamento da capacidade. Dessa forma, de posse dos resultados da identificação, classificação e espacialização das classes de solo em questão, foi realizado o trabalho de distribuição das unidades de capacidade de uso de acordo com os critérios para cada classe de solo.

Análises físicas e químicas de amostras retiradas de perfis no campo, com a finalidade de identificar as características das unidades de solo, serviram de suporte na distribuição das unidades de capacidade.

Foram utilizadas como base de dados para o estudo, imagens SRTM para a criação de modelos digitais de elevação através de informações de hidrografia e relevo, aerofotos de 2008 analisadas na escala de 1:10.000, cartas temáticas do IBGE, além de observações e fotos de campo. Através de análises por geoprocessamento, foi possível gerar mapas dos solos do Assentamento, criando um mosaico de classes de solo distribuídas pela propriedade. A partir desses, foram gerados mapas relativos a capacidade de uso, e propostas medidas de adaptação dos usos atuais em relação ao uso devido.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

As principais classes de solos encontradas no PA Santa Fé se encontram na Figura 2 e no Quadro 4. Predomina na área do Assentamento o Latossolo Vermelho-Amarelo 293,19 ha (67,1%) geralmente distróficos e ocorrem nos terços superiores e médios da paisagem e normalmente estão associados ao Cambissolo Latossólico com 32,33 ha (7,4%) da área total. Nos topos das encostas predominam os Cambissolo Háplico, menos presentes nesta área de estudo, com 3,49 ha (0,8%). O Argissolo Vermelho-Amarelo ocorre no terço inferior e ocupa uma área de 53,30 ha (12,2%) da área total do Assentamento.

Figura 2. Principais classes de solos no PA Santa Fé, Apiacá, ES.

Quadro 4. Áreas das principais classes de solos encontradas no PA Santa Fé, Apiacá, ES

SÍMBOLO CLASSES DE SOLO

ÁREA

ha %

LVA Latossolo Vermelho-Amarelo 293,19 67,1

GX Gleissolo Háplico 54,61 12,5

PVA Argissolo Vermelho-Amarelo 53,30 12,2

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CX1 Cambissolo Háplico 3,49 0,8

TOTAL

436,92 100,0

Os Latossolos Vermelho-Amarelo no PA Santa Fé apresentam textura mais arenosa na parte superficial em razão da intensa erosão laminar que carrega as partes mais finas (argila) e concentra as mais grosseiras (areia grossa). Geralmente são muito porosos (chegando às vezes a ter 70% de poros), pouco coesos, de alta friabilidade e permeabilidade. A drenagem é acentuadamente a moderadamente drenados. Em razão do pisoteio excessivo há em alguns lugares o selamento o que facilita a erosão laminar. As estruturas são variáveis com predomínio de blocos subangulares fracos que se desfazem em granular. Devido ao estágio avançado de evolução destes solos, bem como a intensa lixiviação, é pequena a reserva de nutrientes sendo, portanto, solos de baixa fertilidade natural. A dependência de fertilização é intensa. Ou se usa fertilizante ou se busca formas alternativas de uso da terra.Predominam na área o uso com pastagem de braquiária, lavouras de café, principalmente o conilon, milho e banana. O plantio, em todos os Assentamentos, está ocorrendo sem nenhuma proteção do solo o que tem ocasionado uma erosão laminar severa.

Os Argissolos Vermelho-Amarelo são solos desenvolvidos sobre rochas cristalinas Pré-Cambrianas. Normalmente ocorrem no terço inferior da encosta ou então no fundo dos vales (grotas). Embora não diferem em muito quanto à fertilidade dos Latossolos, mas são os mais preferidos pelos agricultores em razão da maior disponibilidade de água (pedoforma côncavo-côncava) e pela sua ocorrência predominante no terço inferior. Estes solos ocorrem em relevo ondulado a forte ondulado, constituído por elevações de topos angulosos, vertentes planas, vale em “V” fechado. Uso atual no Assentamento é de café conilon, milho, banana e capim colonião (Panicum maximum).

Os Cambissolos Háplicos ocorrem em regiões de relevo escarpado, montanhoso e forte ondulado. Na sua maioria são háplicos e eutróficos e estão associados aos Afloramentos Rochosos. O colonião nos mesmos é muito freqüente e apresenta algo vigor vegetativo.

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Os Cambissolos Latossólicos São assim denominados por apresentarem um horizonte Bw estreito que não atende aos conceitos dos Latosssolos. Ocorrem nas partes mais íngremes da paisagem e estão sujeitos a intensa erosão. Apresenta um horizonte C muito profundo, cerca de às vezes dezenas de metros, altos teores de silte e são os mais sujeitos a deslizamentos. Deveria ser evitado o seu uso agrícola bem como também os cortes das estradas por serem muito propícios ao deslizamento , inicio de voçorocas e são os grandes produtores de sedimentos que assoream as várzeas. Foram indicados em razão dos seus altos declives e sua grande erodibilidade a preservação ambiental. São solos que apresentam fortes limitações ao uso agrícola, tanto pelo acentuado declive quanto por estarem em áreas em constante processo erosivo. Os perfis de Cambissolos identificados nos Assentamentos apresentam características eutróficas, principalmente nas bordas dos morros e entre rochas. O uso atual nos assentamentos é de banana, milho e café conilon além de pastagens

Os Gleissolos Háplicos na área de estudo revelaram a predominância de coloração acinzentada escura no horizonte superficial. A textura varia de franco arenosa a areia franca. A estrutura é maciça. A consistência é usualmente friável quando úmido e não plástico e não pegajoso quando molhado. Esses solos ocorrem nas planícies aluviais de cursos d’água dos rios que drenam essa região. Pelo fato de sofrerem inundações periódicas, apresentam fortes limitações ao uso agrícola, a não ser para culturas de ciclo curto adaptadas às condições de elevada umidade. No PA Santa Fé o uso atual desses solos é para plantio de arroz, mas na sua maioria estão utilizando como pastagem Em algumas áreas estão muito assoreados em razão da intensa erosão a montante.

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Figura 3. Vale abaciado com presença de Gleissolo Háplico e no terço superior áreas de Latossolo Vermelho-Amarelo e na pedoforma côncavo- côncava presença de Argissolo Vermelho-Amarelo no PA Santa Fé, Apiacá, ES.

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Em relação a fertilidade, há solos extremamente pobres como o Latossolo Vermelho-Amarelo de ocorrência em todos os Assentamentos da região e por outro lado há pequenas glebas de alta fertilidade, bem identificadas pelos assentados, que são ninchos pedregosos. Um dos solos que se destaca em termos de fertilidade é o Cambissolo Háplico. Além de apresentarem boa fertilidade este ocorre em todo o perfil e foi identificado em campo, a presença abundante de minerais primários. Estes ambientes pedregosos, no pé dos afloramentos rochosos, são uns dos mais sustentáveis para a agricultura familiar.

Em relação a capacidade de uso, as terras do PA Santa Fé foram enquadradas nas classes de capacidade de uso III, VII e VIII subdivididos em subclasses e unidades de capacidade de uso conforme distribuição descrita no Quadro 5 e apresentadas na Figura 5.

Quadro 5. Distribuição das classes de capacidade de uso do PA Santa Fé, Apiacá, ES

Classe de capacidade de uso Área

ha % III s 3,67 0,84 III e,s 346,61 79,33 VII s,a 54,44 12,46 VIII 32,20 7,37 Total 436,92 100,0

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Figura 5. Classes de Capacidade de Uso das terras na área do PA Santa Fé, Apiacá, ES. A capacidade de uso das terras do PA Santa Fé são distribuídas no Quadro 8. Na classe III (e,s), estão incluídos os Latossolos Vermelho-Amarelo e Argissolos Vermelho-Amarelo com uma área aproximada de 346,61 ha (79,33%). Possuem risco severo de erosão por ocorrerem em áreas de relevo com declive acentuado. Estes solos são propícios para cultivos com uso de correções e adubações e necessitam de práticas de controle de erosão intensivas.

Quadro 6. Legenda de classes de capacidade de uso, área das terras do PA Santa Fé, Apiacá, ES.

Classes de capacidade de uso Descrição

Área

ha %

Classe III

Terras cultiváveis que requerem medidas intensivas ou complexas para utilização com culturas anuais com problemas complexos de conservação do solo

350,28 80,17

Classe VII

Terras com severas limitações, cultiváveis em casos especiais com culturas permanentes e adaptadas em geral para pastagem ou reflorestamento, para os quais também pode apresentar limitações, com problemas complexos de

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Na classe III foram incluídos os Cambissolos Háplicos com cerca de 3,67 ha (0,84%) da área total. Apresentam alto potencial de fertilidade devido a presença da rocha próxima a superfície, mas, devido a sua pouca profundidade apresentam problemas de disponibilidade hídrica. Recomenda-se para o Assentamento a sua utilização com cultivos anuais de ciclo curto e que se aproveite o período das chuvas. Nos períodos seco podem e devem ser utilizados com pastagem.

Na classe VII (s,a), estão incluídos os Gleissolos Háplicos com uma área aproximada de 54,44 ha (12,46%). Apresentam como limitações o excesso de umidade como também risco de assoreamento. Tem sido usado com pequenas áreas de arroz e pastagem de braquiária.

O Cambissolo Latossólico foi incluído na classe VIII, distribuídos em uma área de 32,20 ha (7,37%). Recomenda-se que estes solos sejam destinados a preservação da fauna e flora e a reserva legal. Os Cambissolos Latossólicos são solos rasos, declivosos e apresentam alta suscetibilidade a deslizamentos e erosões, iniciando neles as voçorocas que ocorrem na maioria dos Assentamentos.

CONCLUSÕES

A determinação da capacidade de uso da terra é uma importante ferramenta no seu planejamento e uso, pois, sistematiza diversos dados e apresenta os dados de forma visível. Todos as unidades de capacidade de uso definidas são formadas por classes de solo que necessitam de uma atenção em especial no manejo das atividades propostas.

Mais de 50% da área é usada atualmente com pastagem e 80% dos solos pertenceram a classe III (e,s) da capacidade de uso. São áreas de Latossolo Vermelho-Amarelo e Argissolo Vermelho-Vermelho-Amarelo que possuem risco de erosão por ocorrerem

conservação de solos.

Classe VIII

Terras impróprias para culturas, pastagens ou reflorestamento, podendo servir como abrigo de fauna silvestre e, ou, como ambiente fins de armazenamento de água e, ou, recreação.

32,20 7,37

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em áreas de relevo com declive acentuado. Estes solos são propícios para cultivos com uso de correções e adubações e necessitam de práticas de controle de erosão intensivas. Pode-se inserir práticas agroecológicas no sentido de favorecer uma manutenção eficiente do solo, como cobertura vegetal, adubação verde, sistemas agroflorestais.

Em um ambiente de tal diversidade de tipos de solos e microclimas específicos, torna-se de fundamental relevância o estudo de formas de planejamento do uso da terra, no sentido de otimizar o uso dos recursos naturais, com potencial de garantia de uma sustentabilidade social, ambiental e econômica. Cada atividade pode estar melhor alocada quando se têm dados que subsidiam tomadas de decisões importantes.

REFERÊNCIAS

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro:

Embrapa Solos, 2006. 306 p.

LEPSCH, I. F.; JR BELLINAZZI, R.; ESPINDOLA, C.R. Manual para levantamento

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Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 4a aprox. Campinas, 1991. 175p.

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RADAMBRASIL - PROJETO RADAMBRASIL. Levantamento de recursos

naturais – folha SF. 23/24. Rio de Janeiro/Vitória. Rio de Janeiro: 1983. 780 p.

RESENDE, M.; CURI, N.;REZENDE, S.B. e CORRÊA, G.F. Pedologia: base para

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