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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Tavares – Têxtil, S. A. (OTOC)

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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

RELATÓRIO DE

ESTÁGIO

TAVARES – TÊXTIL MANUEL RODRIG UES

TAVARES, SA.

Curso (s) Contabilidade

Unidade (s) Curricular (es) Estágio

Ano Lectivo 2009-2010 Orientador de Estágio Coordenador da área científica Ermelinda Oliveira Data Dezembro/2010

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Liliana Fonseca

II

AGRADECIMENTOS

Quero dedicar este relatório antes de mais a todos os que amo. Ao meu pai, á minha irmã, á minha avó e em especial á minha mãe que já não está entre nós. Assim, como a toda a minha família.

Quero também agradecer aos meus amigos que apesar de serem poucos sempre estiveram ao meu lado quando mais precisei.

Quero agradecer também a todos os que me pregaram rasteiras na vida pois sem eles não me tinha dado tanto gozo chegar até aqui.

Nunca me vou esquecer dos ensinamentos de todos os professores, a todos eles um muito obrigado.

Quero agradecer à professora Ermelinda Oliveira, por todo o apoio na realização deste relatório.

Por fim, quero agradecer ao Sr. Paulo, ao Sr. Pedro Tavares e a todos com os quais convivi durante o período de estágio.

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Liliana Fonseca

III

PLANO DE ESTÁGIO

O estágio curricular foi realizado na empresa “Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A”, no período de 9 de Março de 2010 a 9 de Junho de 2010.

O estágio respeitou o artigo 6º da Convenção de estágio entre a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), e incidiu sobre os seguintes aspectos:

- Aprendizagem relativa à forma como se organiza a contabilidade nos termos do plano de contas oficialmente aplicável, desde a recepção de documentos até ao seu arquivo, classificação e registo;

- Práticas de controlo interno;

- Apuramento de contribuições e impostos e preenchimento das respectivas declarações;

- Encerramento de contas e preparação das demonstrações financeiras e restantes documentos que compõem o “dossier fiscal”;

- Preparação da informação contabilística para relatórios e análise de gestão; - Identificação e acompanhamento relativo à resolução de questões da organização com o recurso a contactos com os serviços relacionados com a profissão;

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Liliana Fonseca

IV

FICHA TÉCNICA

Nome: Liliana Filipa Aranda Fonseca

Número de Aluno: 1008285

Curso: Licenciatura em Contabilidade

Estabelecimento de Ensino: Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

Local de Estagio: Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S. A. Morada: Apartado 12

6301-909 Guarda

Orientador de Estagio no Escritório: Paulo Gonçalves, TOC nº33323 Orientador de Estagio na Escola: Prof. Ermelinda Oliveira

Área de Estágio: Contabilidade

Data de Início de Estágio: 9 de Março de 2010

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Liliana Fonseca

V

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ... II PLANO DE ESTÁGIO ... III FICHA TÉCNICA ...IV ÍNDICE ...V ÍNDICE DE QUADROS ... VIII ÍNDICE DE FIGURAS ... X GLOSSÁRIO DE SIGLAS ... XI INTRODUÇÃO ... 1 1. EMPRESA DE ACOLHIMENTO ... 2 1.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ... 2 1.1.1 HISTORIAL ... 2

1.1.2.ALTERAÇÃO AO CONTRATO DE SOCIEDADE ... 3

1.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA ... 4

1.2.1. Administração ... 5 1.2.2. Pessoal ... 5 1.2.3. Aprovisionamento ... 5 1.2.4. Produção ... 5 1.2.5. Comercial ... 6 1.2.6. Financeiro ... 7 1.2.7. Contabilidade ... 7 1.3. SECTOR DE ACTIVIDADE ... 7 2. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 9 2.1. ENQUADRAMENTO DO ESTÁGIO ... 9 2.2. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ... 9

2.2.1 Recepção e organização dE Documentos ... 9

2.2.2. Classificação e Lançamento de documentos... 11

2.3.3. Arquivo de documentos ... 21

2.3. PROCESSAMENTO DE SALÁRIOS ... 22

2.3.1. Taxa social Única ... 22

2.3.2. Retenção na fonte ... 24

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Liliana Fonseca

VI

2.4. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO ... 29

2.4.1. Taxas de IVA aplicáveis ... 29

2.4.2. PeriodicÍdade da declaração de IVA ... 30

2.4.3. Regimes de Tributação ... 30

2.4.4. O apuramento do IVA ... 30

2.4.5. Declaração Periodica do Iva ... 35

3. PROCEDIMENTOS DE CONTROLO INTERNO ... 42

3.1. AUDITORIA INTERNA:CONTROLO INTERNO ... 42

3.2. CONTROLO INTERNO DE DISPONIBILIDADES ... 44

3.3. CONTROLO INTERNO DE COMPRAS DE BENS E SERVIÇOS,PESSOAL E DIVIDAS A PAGAR ... 45

3.4. CONTROLO INTERNO DE EXISTÊNCIAS E CUSTO DAS EXISTÊNCIAS VENDIDAS E CONSUMIDAS ... 45

3.5. CONTROLO INTERNO DAS IMOBILIZAÇÕES E DEPRECIAÇÕES ... 46

3.6. CONTROLO INTERNO DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS... 47

3.7. CONTROLO INTERNO DE VENDAS,PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS E DIVIDAS A RECEBER ... 47

3.8. CONTROLO INTERNO DE ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS ... 48

3.9. CONTROLO INTERNO DE PROVISÕES... 48

4. ENCERRAMENTO DE CONTAS ... 50

4.1. REGULARIZAÇÃO DE CONTAS ... 50

4.1.1. Balancete de Verificação ... 50

4.1.2. Inventario Anual ... 50

4.1.3. Lançamentos de Regularização ... 51

4.1.4. Balancete rectificativo e de encerramento... 57

4.2. APURAMENTO DE RESULTADOS ... 57

4.2.1. Resultados Operacionais ... 58

4.2.2. Resultados Financeiros ... 59

4.2.3. Resultados Correntes ... 60

4.2.4. Resultados Extraordinários... 62

4.2.5. Resultados Antes do Imposto ... 63

4.2.6. Imposto sobre o rendimento ... 64

4.2.7. Resultado liquido do exercício ... 71

4.3. ENCERRAMENTO DE CONTAS ... 73

4.4. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ... 73

4.4.1. Balanço ... 74

4.4.2. Demonstrações de Resultados ... 74

4.4.3. Anexo ao balanço e à Demonstração de Resultados ... 75

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Liliana Fonseca

VII

4.6. APLICAÇÃO DE RESULTADOS ... 75

4.7. PRESTAÇÃO DE CONTAS ... 76

4.7.1. Relatório de Gestão ... 76

4.7.2. Acta de Aprovação de contas ... 76

5. OBRIGAÇÕES FISCAIS, DECLARATIVAS E CONTABILÍSTICAS ... 77

5.1. OBRIGAÇÕES DECLARATIVA ... 77

5.1.1. Obrigações declarativas de registo ou manifestação única ... 77

5.1.1.1. Obrigações declarativas periódicas ... 78

5.1.2. OBRIGAÇÕES DE FACTURAÇÃO ... 80

5.1.3. OBRIGAÇÕES CONTABILÍSTICAS E FISCAIS ... 81

5.1.3.1 Obrigações contabilísticas das empresas ... 81

5.1.4.OBRIGAÇÕES DE PAGAMENTO... 84

CONCLUSÃO ... 85

BIBLIOGRAFIA ... 86

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Liliana Fonseca

VIII

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1- Emissão e Subscrição de quotas ... 3

Quadro 2- Realização do capital Subscrito ... 4

Quadro 3 – Contabilização de uma factura de um Clientes (nacional) (Anexo 2) ... 11

Quadro 4 – Contabilização de factura de um Cliente (Comunitário) (Anexo 3) ... 12

Quadro 5 - Contabilização de Factura a Cliente (Outros Mercados) (Anexo 4) ... 13

Quadro 6 - Aceite da Letra (Anexo 6) ... 14

Quadro 7- Desconto da Letra Aceitada (Anexo 6) ... 14

Quadro 8- Encargos com Letras (Anexo 5) ... 15

Quadro 9- Contabilização de uma Factura de um Fornecedor (mercado nacional) (Anexo 6) ... 16

Quadro 10– Contabilização de uma Factura de um Fornecedor (Comunitários) (Anexo 7) ... 16

Quadro 11– Contabilização de uma Factura da Electricidade (Anexo 8) ... 17

Quadro 12– Contabilização de uma Factura de Combustível (Anexo 9) ... 18

Quadro 13– Contabilização de uma Factura de Comunicação (PT) (Anexo 10) ... 19

Quadro 14– Contabilização de uma Factura de Água (Anexo 11) ... 19

Quadro 15 – Contabilização de uma Factura de Material de Escritório (Anexo 12) ... 20

Quadro 16– Modelo de um Diário ... 20

Quadro 17- Modelo de Balancete ... 21

Quadro 18- Contabilização do Salário do Mês de Maio de um do Administrador ... 25

Quadro 19- Contabilização do Salário do Mês de Maio, de um Funcionário. ... 26

Quadro 20– Contabilização de Encargos Sociais sobre o Salário de Março de 2010, relativo ao Administrador ... 27

Quadro 21– Contabilização de Encargos Sociais sobre o Salário de Março de 2010, relativo ao Funcionário ... 28

Quadro 22– Contabilização de Salários relativos ao mês de Março de 2010 ... 28

Quadro 23– Contabilização do Apuramento do IVA de Março de 2010 ... 34

Quadro 24– Contabilização do Apuramento de Resultados Operacionais ... 59

Quadro 25– Contabilização do Apuramento de Resultados Financeiros ... 60

Quadro 26– Contabilização do Apuramento de Resultados Correntes ... 61

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Liliana Fonseca

IX

Quadro 28– Contabilização do Apuramento de Resultados Antes do Imposto ... 63

Quadro 29– Contabilização do Apuramento de IRC referente a Dezembro de 2009 .... 67

Quadro 30– Contabilização do Pagamento por Conta ... 69

Quadro 31- Contabilização do Apuramento do Imposto ... 71

Quadro 32– Contabilização do Apuramento do Resultado Liquido do Exercício ... 72

Quadro 33- Prazos de emissão de facturas e documentos equivalentes ... 81

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Liliana Fonseca

X

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura Organizacional da Empresa ... 4

Figura 2– Carteira de Clientes ... 6

Figura 3- Segmentos de Negocio ... 8

Figura 4 – Gráfico de Condições de Pagamento ... 13

Figura 5 – Taxa Contributiva para a Segurança Social ... 22

Figura 6- Taxa Contributiva para a Segurança Social ... 23

Figura 7- Taxa Contributiva para a Segurança Social ... 23

Figura 8 – Calculo do Apuramento do IVA ... 32

Figura 9 – Esquema de Apuramento do IVA ... 33

Figura 10 – Apuramento de Resultados Operacionais ... 58

Figura 11- Apuramento de Resultados Financeiros ... 60

Figura 12 – Apuramento de Resultados Correntes ... 61

Figura 13 – Apuramento de Resultados Extraordinários ... 62

Figura 14 – Apuramento de Resultados Antes do Imposto ... 63

Figura 15 – Esquema de Calculo do IRC ... 65

Figura 16 – Esquema de Apuramento de IRC ... 67

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Liliana Fonseca

XI

GLOSSÁRIO DE SIGLAS

ABDR – Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados CAE – Código das Actividades Económicas

CDOTOC – Código Deontológico da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas CIRC – Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas CIRS – Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado

CMVMC – Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas CP – Capital Próprio

CSC – Código das Sociedades Comerciais

OTOC – Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas ESTG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão FSE – Fornecimentos e Serviços Externos IPG – Instituto Politécnico da Guarda

IES/DA – Informação Empresarial Simplificada/Declaração Anual IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas

IRS – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

NIF – Numero de Identificação Fiscal OBS – Outros Bens e Serviços

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Liliana Fonseca

XII

PEC – Pagamento Especial por Conta POC – Plano Oficial de Contabilidade RAI – Resultado Antes de Imposto

REPR – Regime Especial de Pequenos Retalhistas

RITI – Regime de IVA das Transacções Intracomunitárias RLE – Resultado Líquido do Exercício

Sc – Saldo Credor Sd - Saldo Devedor

SII – Sistema Inventário Intermitente SIP – Sistema Inventário Permanente TOC – Técnico Oficial de Contas TSU – Taxa Social Única

VN – Volume de Negócios

SNC – Sistema de Normalização Contabilística GESP – Gabinete de Estagio e Saídas Profissionais TMRT – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares

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INTRODUÇÃO

A realização do estágio é uma das componentes fundamentais do curso de Contabilidade, na medida em que é através dele que se vão aplicar todos os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

O presente relatório de estágio pretende dar a conhecer as actividades realizadas durante o período de estágio na empresa “Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A.”, tendo sido realizado no período de 9 de Março de 2010 a 9 de Junho de 2010.

Este relatório está estruturado em cinco pontos importantes. Assim, à presente introdução segue-se o ponto 1, no qual se identifica a empresa de acolhimento, se apresenta o seu historial e a estrutura organizacional da mesma. No ponto 2 são descritas todas as actividades desenvolvidas pela estagiária na empresa durante o período de estágio. De seguida, no ponto 3 descreve-se todos os procedimentos de controlo interno realizados pela empresa. No ponto 4 relatam-se todas as operações de encerramento de contas da empresa no ano de 2009. O ponto 5 identifica todas as obrigações da empresa, obrigações declarativas, obrigações contabilísticas e de pagamento.

Tendo o estágio sido realizado no ano de 2010, em que já se encontrava o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) em vigor, o ponto 2 deste relatório será tratado de acordo com os princípios do novo normativo contabilístico, mas tudo o que diz respeito ao encerramento de contas será efectuado de acordo com o plano Oficial de Contabilidade (POC), em vigor em 2009.

De modo a salvaguardar os interesses da empresa receptora, bem como pelo cumprimento do sigilo profissional, de acordo com a alínea f) do artigo 3.º do Código Deontológico da Ordem do Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), todos os dados reais da empresa de acolhimento foram alterados. Por outro lado, também foi solicitado ao Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais (GESP) que este relatório não seja objecto de consulta futura.

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Liliana Fonseca 2

1. EMPRESA DE ACOLHIMENTO

1.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Denominação Social: Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A. Natureza Jurídica: Sociedade Anónima

NIPC: 500 262 594

Administradores: Eng. Manuel Tavares

Sr. Pedro Tavares Sr. Fausto Tavares

CAE: 17120

Ramo de Actividade Económica: Preparação e Fiação de Fibras Lã Cardada Objecto Social: Industrial Têxtil e Fiação, Lavagem e Penteado de lãs, Comercio de Nº de Trabalhadores: 128

Localização: Guarda

Supervisor: Paulo Gonçalves 1.1.1 HISTORIAL

A empresa “Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, Lda.” (TMRT), foi constituída por quatro sócios (Sr. Manuel Rodrigues Tavares, José Henrique Robalo da Fonseca Tavares, Fausto Robalo da Fonseca Tavares e Maria de Lurdes Robalo da Fonseca Tavares dos Santos) em 13 de Dezembro de 1963, tendo iniciado a sua actividade apenas a 4 de Janeiro de 1964.

Em Janeiro de 2008, devido ao crescente aumento de seu Volume de Negócios, aos aumentos de capital da empresa, e alteração do seu número de sócios, a empresa procedeu á alteração da estrutura da sociedade: de sociedade por quotas passou para

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Liliana Fonseca 3

sociedade anónima, passando assim a sua denominação de “Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, Lda.” para “Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A”.

1.1.2. ALTERAÇÃO AO CONTRATO DE SOCIEDADE

Como já foi dito, em 2008 a T.M.R.T. passou de sociedade por quotas para sociedade anónima, apresentando ao longo da sua existência, varias alterações ao contrato de sociedade. As alterações do contrato de sociedade, por inclusão, modificação ou exclusão de alguma cláusula, só podem ser deliberadas de acordo com os dispostos no código das sociedades comerciais.

No que diz respeito às sociedades por quotas, o Código das Sociedades Comerciais (CSC), no seu artigo 265º nº1, diz que “as deliberações de alteração do contrato só podem ser

tomadas por maioria de três quartos dos votos correspondentes ao capital social ou por número ainda mais elevado de votos exigido pelo contrato de sociedade‖. No caso das sociedades anónimas,

segundo o disposto no artigo 383º do CSC “devem estar presentes ou representados accionistas

que detenham, pelo menos, acções correspondentes a um terço do capital social‖.

No caso concreto da T.M.R.T. , a sociedade passou por vários aumentos de capital, tendo estes sido estes efectuados através de entrada em dinheiro. Assim, a título de exemplo, nos quadros seguintes exemplifica-se a contabilização de um aumento de Capital de 8.000€.

Quadro 1- Emissão e Subscrição de quotas

Débito Crédito Valor

26421 – Subscritor de capital 2.720€ 26422 - Subscritor de capital 3.200€ 26423 - Subscritor de capital 2 080€ 511 – Capital 8.000€

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Quadro 2- Realização do capital Subscrito

Débito Crédito Valor

26421 – Subscritor de capital 2.720€ 26422 - Subscritor de capital 3.200€ 26423 - Subscritor de capital 2.080€ 121- Depósitos á ordem 8.000€

Fonte: Elaboração própria

1.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA

A empresa “Tavares – Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A” tem a sua actividade centrada na produção e comercialização de fios cardados e semi-penteados, na prestação de serviços de fiação e lavagem de lãs e na comercialização de matérias-primas. O seguinte organigrama representa a estrutura funcional da empresa (Figura 1).

Figura 1 - Estrutura Organizacional da Empresa

Fonte: Elaboração própria

Administração Pessoal Aprovisionamentos Materias Primas Produtos Produção Lavadouro: Lavagem de lãs Produção I: Fiação de cardado

Produção II: Fiação de Semi Penteado Comercial Comercio de fios: Cardados e Penteados Comercio de lãs: Lavadas e Sujas Financeiro

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1.2.1. ADMINISTRAÇÃO

A empresa é administrada pelo Eng. Manuel Tavares, pelo Sr. Pedro Tavares e o Sr. Fausto Tavares. A Marlene Monteiro assessoria a administração. Os administradores coordenam os demais departamentos, passando as principais decisões aos directores de cada sector.

1.2.2. PESSOAL

O departamento de pessoal é dirigido pela senhora Marta David. O trabalho deste departamento passa pela realização dos contratos com o pessoal, assim como todos os documentos relacionados com estes. Neste departamento são também controladas as faltas dos trabalhadores, o processamento de salários/subsídio de férias e de natal, assim como as baixas médicas. A este departamento está também associado o plano de higiene e segurança no trabalho, sendo este elaborado pela empresa SANIGuarda, com sede na cidade da Guarda.

1.2.3. APROVISIONAMENTO

O departamento de aprovisionamento é dividido em duas secções, a secção de matérias-primas e a secção de produtos. A secção de matérias-primas, coordenada pelo Sr. Jorge, destina-se ao recebimento das lãs usadas para a produção de fios, para revenda ou no caso de lã suja para lavagem no lavadouro industrial de lãs da empresa. Na secção de aprovisionamento de produtos, coordenada pelo Sr. José Manuel, controlam-se os fios produzidos pela empresa, destinados para venda, assim como a sua saída para os clientes.

1.2.4. PRODUÇÃO

O departamento de produção está dividido em três secções, a secção de lavagem de lãs ou lavadouro, a secção de produção de fios cardados e a sessão de produção de fios semi-penteados. A secção de lavagem de lãs, dirigida pelo Eng. Pedro Lemos, dedica-se á lavagem de lãs compradas em sujo directamente ao produtor e a tingi-las. Uma parte dessas lãs são revendidas e outra encaminhada para a produção de fios na fiação. A secção da produção de fios cardados é coordenada pelo Eng. Manuel Tavares, na qual se projecta os fios a serem produzidos e se providencia as ordens de produção, que são transmitidas ao mestre da fábrica.

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Liliana Fonseca 6

Na secção da Produção de fios semi-penteados, são projectados os fios a serem produzidos e providenciadas as ordens de produção, transmitidas ao mestre da fábrica.

1.2.5. COMERCIAL

O departamento comercial é coordenado pelo Eng. Manuel Tavares. Neste departamento são tratados todos os assuntos relacionados como os clientes e fornecedores nomeadamente, com os prazos de entrega das mercadorias vendidas. A TMRT tem negócios em vários mercados apresentando uma diversificada carteira de clientes: clientes nacionais, da comunidade europeia e fora da comunidade europeia. A figura 2 ilustra a distribuição dos seus clientes de acordo com a sua localização geográfica.

Figura 2– Carteira de Clientes

Fonte: Elaboração Própria

Esta carteira é composta por 173 clientes, sendo a sua maioria clientes nacionais, maioria essa que corresponde a 76% do total de clientes. Os clientes extra-comunidade apenas representam cerca de 4,05% da sua carteira.

76,86% 19,08% 4,05%

Clientes

Clientes Nacionais Clientes Comunitarios Clientes Extra-comunidade

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Liliana Fonseca 7

1.2.6. FINANCEIRO

O departamento financeiro é coordenado pelo Técnico Oficial de Contas (TOC) Paulo Gonçalves. A este compete programar os pagamentos a fornecedores, organizar a facturação e demais operações financeiras a serem aprovadas pelos administradores antes da sua realização.

1.2.7. CONTABILIDADE

A sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A tem um TOC residente, Paulo Gonçalves, que organiza toda a contabilidade da empresa. A sociedade possui contabilidade organizada, á qual é obrigada segundo o artigo 115º nº1, do Código do Imposto sobre as Pessoas Colectavas (CIRC). Segundo o artigo referido, ―as sociedades

comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais entidade que exerçam, a título principal, uma actividade comercial, industrial e agrícola, com sede direcção efectiva naquele território, ai possuam estabelecimento estável, são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei comercial e fiscal que, alem dos requisitos indicados no nº3 do artigo 17º permita o controlo do lucro tributável.‖. Por outro lado, segundo o artigo 17º nº3 do mesmo código, ―(…) a contabilidade deve estar organizada de acordo com a normalização contabilística e outras disposições legais em vigor para o respectivo sector de actividade, sem prejuízo da observância das disposições previstas neste código”.

1.3. SECTOR DE ACTIVIDADE

A empresa actua em três segmentos de negócio: comércio de fios, comércio de lãs e lavagem de lãs (Figura 3).

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Dos segmentos de negócio da empresa o mais representativo é o comércio de fio, sendo que este representa mais de 50% do volume de negócios da empresa. A empresa possui o maior lavadouro de lãs da Europa, representando a lavagem de lãs cerda de 35% do seu volume de negócio. Por fim, o segmento de negócio menos significativo é o comércio de lãs representando apenas 15% do volume de negócios da empresa.

Áreas

Comerciais

Comércio

de Fios

Comércio

de Lãs

Lavagem

de Lãs

Figura 3- Segmentos de Negocio

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2. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

2.1. ENQUADRAMENTO DO ESTÁGIO

O estágio desenvolvido na “Tavares - Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, S.A.” foi bastante gratificante, tendo sido este o primeiro contacto com a realidade empresarial. O trabalho desenvolvido, durante o período de estágio, permitiu consolidar e aplicar conhecimentos adquiridos ao longo da licenciatura de contabilidade. A estagiária teve contacto com a verdadeira complexidade das situações, no decurso do estágio, que em termos teóricos estavam completamente absorvidas.

O estágio curricular foi realizado no período de 9 de Março de 2010 a 9 de Junho de 2010. Tal como foi referido na introdução deste relatório, de modo a salvaguardar os interesses da empresa e o sigilo Professional de acordo com a alínea f) do artigo 3º do Código Deontológico da OTOC, houve necessidade de alterar todos os valores reais da empresa.

Para além dos procedimentos já referidos, daqui para frente será utilizado o nome fictício “ Têxtil Aranda & Fonseca, S.A”, visto os valores não representarem a realidade concreta da empresa onde o estágio foi realizado.

Tendo o estágio sido realizado no ano de 2010, em que já se entra o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) em vigor, na primeira parte deste relatório (actividades desenvolvidas), é utilizado o Plano de Contas de acordo com o SNC (Anexo 1). Contudo, o encerramento de contas ainda será feito pelo Plano Oficial de Contabilidade (POC).

2.2. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE

2.2.1 RECEPÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE DOCUMENTOS

Nos dias de hoje há a necessidade de exigir organização e metodologia, para que os serviços de contabilidade sejam eficientes. A recepção e organização dos documentos, é

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Liliana Fonseca 10

um processo muito importante e quando feito de uma forma eficaz, possibilita que as futuras consultas dos mesmos, sejam eficazes.

Na empresa onde o estágio foi realizado a recepção dos documentos segue as seguintes etapas:

1. Um funcionário que vai buscar todo correio;

2. O correio é distribuído pelos diversos departamentos/secções da empresa; 3. No departamento de contabilidade, o correio é separado por categorias e

distribuído por pastas, sendo estas compras, serviços, seguros, bancos e facturas a clientes;

4. Uma vez nas pastas os documentos são numerados:

5. Posteriormente os documentos são classificados e lançados.

Segundo o artigo 36º nº5 do Código sobre o Valor Acrescentado (CIVA), os documentos têm de cumprir os seguintes requisitos:―5 – As facturas ou documentos devem ser

datados, numerados sequencialmente e conter os seguintes elementos:

a)Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicilio do fornecedor de bens ou prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os correspondentes números de identificação fiscal dos sujeitos passivos do imposto;

b)A quantidade e denominação usual dos bens transitados ou dos serviços prestados, com especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as embalagens não efectivamente transitadas ou dos serviços deverão ser objecto de indicação separada e com menção expressa de que foi acordada na sua devolução;

c)O preço líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável; d)As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido;

e)O motivo justificativo da não aplicação do imposto, se for caso disso. No caso de a operação ou operações às quais se reporta a factura compreenderem bens ou serviços sujeitos a taxas diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável;

f)A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram realizados ou em que foram efectuados pagamentos anteriores à realização das operações, se essa data não coincidir com a emissão da factura. No caso de a operação ou operações ás quais se reporta a factura compreenderem bens e serviços sujeitos a taxas diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável.‖

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A empresa “Têxtil Aranda & Fonseca, S.A” cumpre o estipulado pelo Decreto-Lei nº 158/09 de 13 de Junho.

2.2.2. CLASSIFICAÇÃO E LANÇAMENTO DE DOCUMENTOS

Como já foi referido, após a separação dos documentos, procede-se à sua classificação. A classificação dos documentos passa pela inscrição no documento do número de conta a movimentar, em que o total dos débitos tem de ser igual ao total dos créditos. Os movimentos contabilísticos efectuam-se de acordo com o desdobramento, do SNC, adaptado às necessidades da empresa. Depois de classificados, a empresa procede aos lançamentos informáticos.

Os lançamentos são suportados e comprovados pelos livros de registo de operações e pelos documentos, elementos fundamentais de escrituração. Segundo as alíneas a) e b) do nº2 do artigo 123º, do Código do Imposto sobre as Pessoas Colectiva (CIRC):

―a) todos os lançamentos devem estar apoiados em documentos justificativos, datados e susceptíveis de serem apresentados sempre que necessário;

b)As operações devem ser registadas cronologicamente, sem emendas ou rasuras, devendo quais quer erros ser objecto de regularização contabilística logo que descobertos.‖

De seguida, apresentam-se diversos documentos classificados, evidenciando a descrição de algumas classificações de documentos. No Anexo 1, é apresentado o Plano de contas, suporte a todos os lançamentos.

2.2.2.1. CLIENTES / VENDAS

Consideram-se clientes todos os compradores de bens e de serviços prestados pela empresa. A Têxtil Aranda e Fonseca, S.A, tendo clientes nacionais e estrangeiros, processa de forma diferente a contabilização das respectivas facturas.

Quadro 3 – Contabilização de uma factura de um Clientes (nacional) (Anexo 2)

(25)

Liliana Fonseca 12 Venda de Mercadorias (Cliente Nacional) 711 - Venda de Mercadorias 15.537,06€ 2433113 - IVA Liquidado 20% 3.107,41€ 211 – Clientes 18.644,47€

Fonte: Elaboração Própria

De acordo com a Lei 12-A/2010 de 30 de Junho de 2010, as taxas de IVA foram alteradas a partir de 1 de Julho de 2010. Contudo como o estágio foi de Março a Junho de 2010, a taxa de IVA em vigor ainda era de 20%.

A contabilização das facturas a clientes comunitários, é uma operação isenta de IVA, pois segundo a alínea a) nº1 do artigo 14 do RITI, ―estão isentas do imposto: a) As

transmissões de bens, efectuadas por um sujeito passivo dos referidos na alínea a) do nº 1 do artigo 2º expedidos ou transportados pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes, a partir do território nacional para outro Estado membro com destino ao adquirente, quando este seja uma pessoa singular ou colectiva registada para efeitos do IVA em outro Estado membro, que tenha utilizado o respectivo número de identificação para efectuar a aquisição e aí se encontre abrangido por um regime de tributação das aquisições intracomunitárias de bens;‖.

Quadro 4 – Contabilização de factura de um Cliente (Comunitário) (Anexo 3)

Descrição Débito Crédito Valor

Venda de Mercadoria (Cliente Estrangeiro) 711 - Venda de Mercadorias 4.337,16€ 211 – Clientes 4.337,16€

Fonte: Elaboração Própria

A contabilização das facturas a clientes de outros mercados, é uma operação que está isenta de IVA segundo a alínea a) nº1 do artigo 14 do código do IVA: “Estão isentas do

imposto: a) As transmissões de bens expedidos ou transportados para fora da Comunidade pelo vendedor ou por um terceiro por conta deste‖.

(26)

Liliana Fonseca 13

Quadro 5 - Contabilização de Factura a Cliente (Outros Mercados) (Anexo 4)

Descrição Débito Crédito Valor

Venda de Mercadoria (Cliente Estrangeiro) 711 - Venda de Mercadorias 76.283,33€ 211 – Clientes 76.283,33€

Fonte: Elaboração Própria Letras

Uma letra é um título de crédito usado para o pagamento de uma certa importância. A letra apresenta dois sujeitos, o sacador, que corresponde ao credor e o sacado que corresponde ao devedor. Os clientes da empresa utilizam na sua maioria esta forma de pagamento, com diversos prazos de pagamento (a 30 dias, a 90 dias, a 120 dias, 150 dias e a 180 dias) (Figura 4).

Figura 4 – Gráfico de Condições de Pagamento

Fonte: Elaboração Própria

No gráfico apresentado podemos verificar as percentagens dos prazos das letras utilizados pelos clientes. Como se verificou na figura acima, os prazos de letras a 60 dias e a 90 dias, representando estas aproximadamente 70% das condições de pagamentos utilizadas, os restantes prazos de vencimentos representam cerca de 30%. A empresa quando recebe as letras regista-as num livro de entradas de letras onde regista todas as informações relativas a essa letra.

4,8611% 11,6319 % 35,4267 % 35,2431 % 10,0694% 2,0833 %

Condições de Pagamento

30 dias 60 Dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias

(27)

Liliana Fonseca 14

A letra pode ser sujeitas a um conjunto de operações como o saque, o endosso, o aceite, o desconto, a reforma o recâmbio e o protesto.

O saque consiste na emissão da letra, esta é emitida pelo sacado.

O endosso consiste na transmissão da letra a outro para pagamento da divida, ou seja o sacador transmite a letra a outrem, para pagamento de uma divida.

O aceite consiste na declaração de responsabilidade do sacado pelo pagamento na data do vencimento, feita através da assinatura do Sacado na face da letra. (Quadro 6).

De seguida, apresenta-se a contabilização do aceite de uma letra.

Quadro 6 - Aceite da Letra (Anexo 5)

Descrição Débito Crédito Valor

Aceite da letra 212 – Clientes títulos a receber

211 – Clientes Conta Corrente

30.850,00€

Fonte: Elaboração Própria

O desconto das letras, processo que o sacador pode realizar antecipadamente o valor da letra. (Quadro 7).

Quadro 7- Desconto da Letra Aceitada (Anexo 5)

Descrição Débito Crédito Valor

Envio da letra para o branco 213 – Letras descontadas não vencidas 212 – Clientes Títulos a receber 30.850,00€

Fonte: Elaboração Própria

A reforma consiste na substituição de uma letra antes do seu vencimento, por outra(s) com vencimento posterior.

A reforma de letras, que pode ser total ou parcial, é uma das operações mais usuais na empresa, esta ocorre quando o cliente não tem possibilidade de pagar a totalidade da divida na data de vencimento. A reforma é total quando o

(28)

Liliana Fonseca 15

cliente substitui a letra antiga, na sua totalidade por uma letra nova. A reforma é parcial quando o cliente paga uma parte do valor da letra antiga, aceitando uma letra pelo valor restante.

O recâmbio constitui a apresentação da letra ao sacado para pagamento, o aceitante pode pagar a letra, terminando assim a vida útil da letra, ou o aceitante não paga a letra sendo esta devolvida ao sacador por incobrabilidade, essa devolução por falta de pagamento é chamada de recâmbio.

Por fim temos o protesto que consiste numa acção por falta de pagamento da letra.

Nos quadros anteriores foram representados os lançamentos contabilísticos referentes a algumas das operações relacionadas com letras, estando entre elas, o aceite de uma letra e o desconto da mesma. A contabilização dos encargos da referida letra estão contabilizados no quadro abaixo.

Quadro 8- Encargos com Letras (Anexo 5)

Descrição Débito Crédito Valor

Encargos da letra 212 – Clientes Conta Corrente

1.278,96€

6922 – Imposto de Selo letras e selos

154,25€

12 – Reversões de Ajustamentos

Aplicações

1.124,71€

Fonte: Elaboração Própria 2.2.2.2 FORNECEDORES / COMPRAS

A empresa Têxtil Aranda & Fonseca, S.A. tem fornecedores nacionais e comunitários, sendo a contabilização das facturas recebidas de cada um deles, feita de forma diferente. Assim, a contabilização das facturas de fornecedores no mercado nacional é realizada da seguinte forma (Quadro 9):

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Liliana Fonseca 16

Quadro 9- Contabilização de uma Factura de um Fornecedor (mercado nacional) (Anexo 6)

Descrição Débito Crédito Valor

Compra de Mercadoria e aquisição de Serviços (Mercado Nacional) 31114 - Compra de Mercadorias 2.990,58€ 622985 - Diversos 4,80€ 2432111 – IVA dedutível Outros Bens e Serviços 5% 0,24€ 2432113 - IVA Dedutível Outros Bens e Serviços Taxa Normal 20% 598,12€ 22111 – Fornecedores Conta Corrente 3.593,74€

Fonte: Elaboração Própria

No caso, dos fornecedores nacionais a empresa deduz o IVA relativo à compra, no caso dos fornecedores comunitários a empresa líquida e deduz o mesmo valor de IVA. Esta situação verifica-se de acordo com o código do IVA das transacções intracomunitárias. Considera-se uma transacção intracomunitária, segundo o Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias (RITI) artigo 3º, a aquisição intracomunitária, a

obtenção do poder de dispor, por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, de um bem móvel corpóreo cuja expedição ou transporte para território nacional, pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes, com destino ao adquirente, tenha tido início noutro Estado membro.

Quadro 10– Contabilização de uma Factura de um Fornecedor (Comunitários) (Anexo 7)

Descrição Débito Crédito Valor

Compra de Mercadoria (Mercado Internacional) 311114 - Compra de Mercadorias 11.880,00€ 2432113 - IVA Dedutível 2.217,60€ 2433113 - IVA Liquidado 2.217,60€ 22111 - Fornecedores 11.880,00€ Fonte: Elaboração Própria

(30)

Liliana Fonseca 17

2.2.2.3 Fornecimento de Serviços Externos

Consideram-se fornecimentos de serviços externos uma extensa gama de operações relativas à aquisição de bens de consumo imediato, ou seja, bens não armazenáveis e serviços prestados por terceiros. Relativamente à empresa Têxtil Aranda & Fonseca, S.A. as operações mais comuns são relativas à electricidade, aos combustíveis, às comunicações, aos seguros, entre outras. Podemos observar alguns exemplos desses registos nos quadros seguintes.

No quadro 11 apresenta-se o registo da contabilização de uma factura da electricidade.

Quadro 11– Contabilização de uma Factura da Electricidade (Anexo 8)

Descrição Débito Crédito Valor

Pagamento de Fornecimento de Luz 6241 – Electricidade 184,93€ 6241 – Taxas 3,50€ 243231 - IVA Dedutível 9,43€ 22111 - Fornecedores C/Corrente 197,86€

Fonte: Elaboração Própria

Nesta empresa, o gasóleo adquirido é utilizada para os veículos afectos à actividade da empresa, logo, é dedutível em 50%. De acordo com a alínea b) do artigo 21.º do CIVA as

―despesas, respeitantes a combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas automóveis, com excepção das aquisições de gasóleo, de gases de petróleo liquefeitos (GPL), gás natural e biocombustíveis, cujo imposto é dedutível na proporção de 50%, a menos que se trate dos bens a seguir indicados, caso em que o imposto relativo aos consumos de gasóleo, GPL, gás natural e biocombustíveis é totalmente dedutível:

i) Veículos pesados de passageiros;

ii) Veículos licenciados para transportes públicos, exceptuando-se os rent-a-car;

iii)Máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás natural ou biocombustíveis, que não sejam veículos matriculados;

iv) Tractores com emprego exclusivo ou predominante na realização de operações culturais inerentes à actividade agrícola;

(31)

Liliana Fonseca 18 v) Veículos de transporte de mercadorias com peso superior a 3500 kg‖.

O quadro seguinte apresenta a contabilização de uma factura de combustível:

Quadro 12– Contabilização de uma Factura de Combustível (Anexo 9)

Descrição Débito Crédito Valor

Pagamento de Fornecimento de Combustível 6242111 – Combustível 902,55€ 243231 – IVA Dedutível 82,05€ 22111 - Fornecedores C/Corrente 984,60€

Fonte: Elaboração Própria

Calculo Auxiliar

 Valor Base = Base

1,2

Base =984,60€ =820,50€

1,2

 Base * 20% =IVA IVA= 820,50*20% =164,10€

 IVA = Valor a Debitar

2

Valor a debitar = 164,10__ = 82,05€ 2

 Valor Total – IVA a Debitar = Valor da Conta de Custos a Debitar Valor da Conta de Custos a Debitar = 984,60 -82,05 =902,55€

(32)

Liliana Fonseca 19

No quadro 13 apresenta-se a contabilização de uma factura de comunicação. A comunicação é fornecida à empresa pela Portugal Telecom.

Quadro 13– Contabilização de uma Factura de Comunicação (PT) (Anexo 10)

Descrição Débito Crédito Valor

Pagamento de Factura do Telefone 62621 – Comunicação 283,14€ 6317 – Taxas 0,46€ 243231 – IVA Dedutível 56,63€ 2781 – Contas a receber e a pagar 340,23€

Fonte: Elaboração Própria

O quadro seguinte apresenta a contabilização de uma factura da água. A empresa adquire a água aos serviços municipalizados de água da Guarda, entidade pública gerida pela Câmara da Guarda.

Quadro 14– Contabilização de uma Factura de Água (Anexo 11)

Descrição Débito Crédito Valor

Pagamento de Factura de Agua 6243 – Agua 411,10€ 243231 – IVA Dedutível 20,56€ 121 – Fornecedores c/c 431,66€

Fonte: Elaboração Própria

O quadro 15 regista a contabilização de uma factura de material de escritório. O material de escritório e tinteiros são fornecidos pela empresa print a bit, que faz e entrega deste nas instalações da empresa.

(33)

Liliana Fonseca 20

Quadro 15 – Contabilização de Venda a Dinheiro Relativa a Material de Escritório (Anexo 12)

Descrição Débito Crédito Valor

Pagamento de Factura de Agua 6233 – Material de Escritório 19,48€ 243231 – IVA Dedutível 4,09€ 782 - Descontos de Pronto Pagamento Obtidos 1,24€ 111 – Caixa 23,57€

Fonte: Elaboração Própria

Todos os lançamentos contabilísticos são efectuados no diário, que serve para escriturar, diariamente, por ordem cronológica, em lançamentos separados, cada um dos factos patrimoniais modificativos ou permutativos. Um lançamento no diário é constituído pelos seguintes elementos: data, descrição da operação, indicação das contas a debitar e a creditar e, por último, o valor. No quadro seguinte é representado o esboço de um diário (Quadro 16).

Quadro 16– Modelo de um Diário

Nº operação

Data Descrição Débito Crédito Valor

Fonte: Elaboração Própria

Depois de efectuados todos os lançamentos no diário os lançamentos são transcritos para o razão. Esta transcrição ajuda a conhecer a situação de qualquer uma das contas, sem ter necessidade de recorrer ao exame de todos os lançamentos do diário. É neste contexto que o registo no razão é considerado um registo sistemático.

(34)

Liliana Fonseca 21

Os estornos são lançamentos destinados a anular ou a rectificar outro, ou a preencher uma lacuna. A omissão de lançamentos, a duplicação de lançamentos, a inversão de contas, a substituição de contas e a alteração de quantias podem motivar um estorno. Os estornos podem ser feitos no diário e no razão. Os estornos podem ser aplicados, em relação a diversas classes de contabilização, entre as quais disponibilidades, terceiros e pessoal. Os estornos são feitos quando existem diferenças, por exemplo, na classe das disponibilidades, entre a contabilização de um cheque e o seu valor real. No caso de conta de terceiros, pode ser uma factura mal contabilizada.

O balancete resume os movimentos evidenciados no razão, que por sua vez mostram os registos originalmente efectuados no diário. No Balancete a soma dos totais do débito é obrigatoriamente igual á soma dos totais dos créditos. As contas e os valores no balancete apresentam-se da seguinte forma (Quadro 17):

Quadro 17- Modelo de Balancete

Folio Contas Débito Crédito

Saldo

Devedor Credor

…. …………. …… …… ……. ……

Fonte: Elaboração Própria

2.3.3. ARQUIVO DE DOCUMENTOS

Segundo o disposto no artigo 52º nº1 do CIVA, “os sujeitos passivos são obrigados a

arquivar e conservar em boa ordem durante 10 anos civis subsequentes todos os livros registos e respectivos documentos de suporte, incluindo, quando a contabilidade é estabelecida por meios informáticos, os relativos á análise, programação e execução dos tratamentos.‖. Assim, depois de lançados, todos os

documentos são arquivados nas respectivas pastas, e guardados obrigatoriamente por um período de 10 anos. A documentação contabilística relativa à empresa encontra se no arquivo morto das instalações da empresa.

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Liliana Fonseca 22

2.3. PROCESSAMENTO DE SALÁRIOS

A empresa possui 128 trabalhadores, sendo estes remunerados em recompensa do trabalho desenvolvido, ou seja, no final de cada mês todos os funcionários recebem os seus salários. Para os salários dos trabalhadores e dos órgãos sociais serem processados é necessário ter em conta um conjunto de factores tais como: o subsídio de alimentação e o subsídio de férias, baixas médicas, ajudas de custo, número de dias de faltas, assim como outras situações que alteram o montante a receber. Em relação às faltas, na empresa estas são controladas através de um relógio de ponto, sendo as mesmas classificadas por motivos e tipos.

Para além do que já foi referido, também são considerados no cálculo dos salários aspectos como a situação do titular do Imposto Sobre as Pessoas Singulares (I.R.S), o tipo de Rendimento, o regime de Segurança Social, entre outros presentes na ficha individual de parâmetros, anexa á ficha individual de identificação (Anexo 13).

Depois destes dados estarem inseridos no programa informático de processamento de salários, e devidamente actualizados, são processados os salários e procede-se à emissão dos recibos de vencimento (Anexo 15). Os recibos são emitidos em duplicado, sendo uma cópia para a entidade patronal (empresa) e outra para o trabalhador, ambos assinados pelo trabalhador. Na empresa de acolhimento do estágio, o processamento dos salários e a emissão dos recibos são sempre efectuados até ao dia 28 de cada mês. A folha de remunerações tem de ser enviada para a segurança social até ao dia 15 do mês seguinte, ao qual se referem as remunerações.

2.3.1. TAXA SOCIAL ÚNICA

No que diz respeito à segurança social, a empresa tem de efectuar as suas contribuições, que variam de acordo com as circunstâncias específicas conforme a situação ou posição do trabalhador. As taxas em vigor para os diversos trabalhadores podem variar consoante as características do trabalho e do trabalhador, como se verifica nas tabelas seguintes.

Figura 5 – Taxa Contributiva para a Segurança Social

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Liliana Fonseca 23

Figura 6- Taxa Contributiva para a Segurança Social

Conforme se pode observar através da figura 6 as empresas podem beneficiar de algumas reduções na taxa Social Única. Essas reduções acontecem devido á criação de estágios financiados pelo estado, para os jovens à procura do 1º emprego, ou para deficientes.

Figura 7- Taxa Contributiva para a Segurança Social

Fonte: www.seg-social.pt

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Liliana Fonseca 24

As contribuições para a segurança social, devem ser pagas até ao dia 15 do mês seguinte àquele a que respeitam, podendo ser efectuado por transferência bancária ou pagamento directo no Centro Regional de Segurança Social em numerário ou em cheque.

2.3.2. RETENÇÃO NA FONTE

A retenções na fonte, segundo o artigo 98º do CIRS, obedecem a regras gerais, que explicam que ―(…) as entidades devedoras dos rendimentos sujeitos a retenções na fonte, as entidades

registadoras ou depositarias, consoante o caso, são obrigadas no acto do pagamento, do vencimento ainda que presumido, da sua colocação á disposição, da sua liquidação ou do apuramento do respectivo quantitativo, consoante os casos, a deduzir-lhes as importâncias correspondentes á aplicação das taxas neles previstas por conta do imposto respeitante ao ano em que esses actos ocorrem.‖ A entrega do IRS

retido pela empresa aos trabalhadores é obrigatória até ao dia 20de cada mês seguinte àquele em que foram feitas as deduções nos termos do n.º3 do artigo 98º do CIRS. A retenção na fonte é efectuada tendo por base as tabelas de retenção anualmente actualizadas pelo Orçamento de Estado (Anexo 14).

2.3.3. CONTABILIZAÇÃO DE SALÁRIOS

Na empresa o processamento de salários é realizado através de um programa

informático, no qual os dados são constantemente actualizados o que facilita o

processamento de salários. Podemos dizer que a contabilização do processamento de salários se divide em três fases principais:

Processamento dos salários;

Processamento de Encargos Sociais sobre a Empresa; Pagamento de Salários.

Na primeira fase processa-se o total do salário, ou seja, ao vencimento ilíquido mais o subsídio de alimentação é deduzido o valor dos descontos feitos em sede de IRS e Segurança Social. No quadro 18 é demonstrado o processamento do salário de um administrador.

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Liliana Fonseca 25

Quadro 18- Contabilização do Salário do Mês de Maio do Administrador

Débito Crédito Valor

242102 – Retenção de imposto sobre o rendimento de Trabalho dependente 350,00€ 245 – Contribuições para a Segurança Social 250,00€ 2311 – Remunerações a pagar aos Órgãos Sociais

1.954,05€ 6315 – Subsídio de Alimentação 54,05€ 6311 – Remuneração aos Órgãos Sociais 2.500,00€

Fonte: Elaboração Própria

O salário do administrador é calculado através do salário bruto acrescido do subsídio de alimentação, menos os valores da contribuição para a segurança Social e as retenções na fonte.

Cálculos:

 Conta 6411 – Salário Bruto = 2.500,00€

 Conta 6424 – Valor unitário do Subsidio de Alimentação * nº de dias de Trabalho

= 2,35€ * 23dias = 54,05€

 Conta 2421 – Salário Bruto * 14% Taxa de Retenção na Fonte (Tabela em Anexo)

= 2500,00€ * 14% = 350,00€

 Conta 2451 – Salário Bruto * 10% Taxa Social Única (Membros de Órgãos Sociais)

(39)

Liliana Fonseca 26

= 2500,00€ * 10% = 250,00€

 Conta 2621 – Salário Bruto + Subsidio de Alimentação – Retenção na Fonte – Contribuições para a Segurança Social

= 2500,00€ + 54,05€ - 350,00€ - 250,00€ = 1.954,05€ No quadro seguinte do salário de um funcionário da empresa.

Quadro 19- Contabilização do Salário do Mês de Maio, de um Funcionário.

Débito Crédito Valor

242101 – Retenção de imposto sobre o rendimento de Trabalho dependente 39,00€ 245 – Contribuições para a Segurança Social 85,80€ 2312 – Remunerações a pagar aos Funcionários

709,25€ 63216 – Subsídio de Alimentação 54,05€ 63211 – Remuneração aos Funcionários 780,00€

Fonte: Elaboração Própria

Cálculos:

 Conta 6411 – Salário Bruto = 780,00€

 Conta 6424 – Valor unitário do Subsidio de Alimentação * nº de dias de Trabalho

= 2,35€ * 23dias = 54,05€

 Conta 2421 – Salário Bruto * 5% Taxa de Retenção na Fonte (Ver tabela no Anexo 14)

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Liliana Fonseca 27

 Conta 2451 – Salário Bruto * 11% Taxa Social Única (Trabalhador Geral) = 780,00€ * 11% = 85,80€

 Conta 2621 – Salário Bruto + Subsidio de Alimentação – Retenção na Fonte – Contribuições para a Segurança Social

= 780,00€ + 54,05€ - 39,00€ - 85,80€ = 709,25€ Processamento de Encargos Sociais sobre a Empresa

Nesta etapa processa-se o valor correspondente à incidência da Taxa Social Única sobre o vencimento base, paga pela entidade Patronal.

Na Industria Têxtil as taxas de segurança social pagas pela empresa são acrescidas de 0,5%. No que se refere a contabilização dos encargos sociais, do administrador processam-se da seguinte forma (Quadro 20):

Quadro 20– Contabilização de Encargos Sociais sobre o Salário de Maio de 2010, relativo ao

Administrador

Débito Crédito Valor

6351 – Encargos sobre Remunerações

245 – Contribuições para a Segurança Social

543,75€

Fonte: Elaboração Própria

Calculo:

 Conta 6451 e 2451 – Salário Bruto * 21,75% Taxa Social Única Suportada pela Empresa

= 2.500,00€ * 21,75% = 543,75€

Já em relação ao funcionário a contabilização de encargos sociais é feita; conforme consta no quadro 21.

(41)

Liliana Fonseca 28

Quadro 21– Contabilização de Encargos Sociais sobre o Salário de Maio de 2010, relativo ao

Funcionário

Débito Crédito Valor

6352 – Encargos sobre Remunerações

245 – Contribuições para a Segurança Social

189,15€ Fonte: Elaboração Própria

Calculo:

 Conta 6451 e 2451 – Salário Bruto * 24,25% Taxa Social Única Suportada pela Empresa

= 780,00€ * 24,25% = 189,15€

Pagamento de Salários

Na última etapa, o pagamento de salários é constituído pelo valor do vencimento líquido livre de quaisquer encargos e retenções. A empresa efectua o pagamento de duas formas, via cheque ou por transferência bancária. É nesta fase que é emitido o recibo de vencimento (Anexo 15) em duplicado.

A contabilização desta etapa, para o administrador e para o funcionário processa-se da seguinte forma (Quadro 22):

Quadro 22– Contabilização de Salários relativos ao mês de Maio de 2010

Débito Crédito Valor

2311 – Remunerações a pagar aos Órgãos Sociais

2.179,05€

2312 – Remunerações a pagar ao Pessoal

717,05€

121 – Depósitos á ordem 2.896,10€

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Liliana Fonseca 29

2.4. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO

O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) incide sobre as despesas ou consumos e tributa o valor acrescentado das transacções efectuadas pelo contribuinte.

O IVA:

- é um Imposto sobre o consumo - é um Imposto plurifásico

- é um Imposto que garante igualdade tributaria. - Assenta na compensação nas fronteiras

- Tem pagamentos fraccionários - Não é suportado pela empresa.

Segundo o artigo 1º nº1 do CIVA, ― 1 – Estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado:

a)As transmissões de bens e as prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal;

b)As importações de bens;

c)As operações intracomunitárias efectuadas no território nacional, tal como são definidas e reguladas no regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias.‖

Os sujeitos passivos deste imposto são definidos pelo artigo 2º do CIVA.

2.4.1. TAXAS DE IVA APLICÁVEIS

O IVA aplicado sobre o valor tributável, no continente, é definido pelo artigo 18º nº1 do CIVA, citando o referido artigo, ―1 - As taxas de imposto são as seguinte:

a)Para as importações, transmissões de bens e prestações de serviços constantes da lista I anexa a este diploma, a taxa de 5%;

b)Para as importações, transmissões de bens e prestações de serviços constantes na lista II, a taxa de 10%;

c)Para as restantes importações, transmissões de bens e prestações de serviços, a taxa de 20%.‖

No que diz respeito às regiões autónomas, Madeira e Açores, as taxas são de 4%, 8% e 14%. Tal como Já foi referido neste relatório, em Julho de 2010 estas taxas sofreram alterações.

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2.4.2. PERIODICÍDADE DA DECLARAÇÃO DE IVA

A referida declaração pode ter dois tipos de periodicidade, que pode ser mensal ou trimestral. A declaração com periodicidade mensal tem de ser entregue ―até dia 10 do 2º

mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de sujeitos passivos com volume de negócios igual ou superior a 650.000,00€ no ano civil anterior;‖, como o disposto no artigo 41º nº1

alínea a) do CIVA.

A declaração com periodicidade trimestral tem de ser entregue ―até ao dia 15 do 2º mês

seguinte ao trimestre do ano civil a que respeita as operações, no caso de sujeitos passivos com um volume de negócios inferior a 650.000€ no ano civil anterior.‖, como o disposto no artigo 41º nº1 alínea

b) do CIVA.

A empresa utiliza a declaração de IVA com periodicidade mensal. A declaração periódica de IVA (Anexo 31), deve ser entregue via internet.

2.4.3. REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

Em Portugal existem três regimes de tributação:

O Regime Geral de Tributação definido no artigo 29º nº1 do CIVA;

O Regime Especial de Isenção, definido do artigo 53º ao 59º do CIVA.

O Regime dos Pequenos Retalhistas, definido do artigo 60º ao 68º do CIVA. A Sociedade Têxtil Aranda & Fonseca, S.A, é abrangida pelo regime normal do IVA.

2.4.4. O APURAMENTO DO IVA

Como o IVA é um imposto plurifásico, todos os intervenientes no circuito económico são responsáveis, perante o Estado, na determinação da parcela do imposto total que lhes cumpre entregar ao tesouro público. A determinação da parcela assenta, na dedução ao imposto liquidado nas transmissões de bens e prestações de serviços do montante do imposto suportado (e dedutível) nas aquisições de bens e serviços.

Para proceder ao apuramento do IVA, temos de ter em atenção os saldos das contas

―24.3.3 – IVA Liquidado‖, ―24.3.1 – IVA Suportado‖, ―24.3.2 – IVA Dedutível‖ e ―24.3.4 – IVA Regularizações‖.

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Conta 24.3.3 – IVA Liquidado

Esta conta é creditada pelo IVA das facturas ou documentos equivalentes, que tenham sido emitidos pela empresa. Para apurar o IVA esta conta é debitada pelo seu saldo em contrapartida da conta “24.3.5 – IVA Apurado”.

O imposto liquidado pela empresa pode ser: Repercutivel liquidado aos clientes - Vendas de Mercadorias e produtos - Prestações de serviços

- Recebimentos adiantados Não repercutivel

- Auto-consumo externo - Afectação ao sector isento - Operações Gratuitas

Conta 24.3.1 – IVA Suportado

Esta conta de uso facultativo, é debitada pelo IVA suportado em todas as aquisições de existências, de imobilizado e de outros bens e serviços. Para apuramento do IVA, é creditada em contra partida da conta ―24.3.2 – IVA Dedutível‖ e da conta ―68.1.2 –

Impostos Indirectos, IVA‖.

Conta 24.3.2 – IVA Dedutível

Esta conta é debitada pelo montante de IVA dedutível, ou seja, o IVA que diz respeito a aquisições, em contrapartida da conta ―24.3.1 – IVA Suportado‖. O saldo da conta é transferido para a conta ―24.3.5 – IVA Apurado‖ a débito.

O imposto suportado pela empresa e dedutível pode ser relativo a: Aquisições de bens e serviços

- Existências - Imobilizado

- Outros de Consumo corrente. Pagamentos Antecipados - a fornecedores

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Conta 24.3.4 – IVA Regularizações

Nesta conta são corrigidos erros ou omissões aquando do apuramento do IVA. As regularizações podem ter como ponto de partida o imposto liquidado e o imposto suportado e dedutível, assim sendo as regularizações do imposto liquidado podem ter de ser efectuadas devido a Erros e omissões (devoluções, descontos e abatimentos), à Anulação de recebimentos antecipados e a Créditos incobráveis, e as regularizações do imposto suportado e dedutível podem ter que ser efectuadas devido a erros e omissões (devoluções, descontos e abatimentos), à Anulação de pagamentos antecipados e a Roubos, Sinistros, etc. Por último as regularizações podem ser consequência de Correcções decorrentes da utilização do pró-rata.

Conta 24.3.5 – IVA Apuramento

Nesta conta convergem todas as contas de IVA liquidado, de IVA suportado (dedutível) e de regularizações de IVA.

A figura seguinte demonstra como se calcula o apuramento do IVA.

Imposto Liquidado Pela Empresa Imposto Suportado ( e Dedutível) Pela Empresa Regularização do Imposto

Imposto

Apurado

Fonte: Elaboração Própria

Caso o imposto apurado seja superior a zero, a empresa tem imposto a pagar. Se por outro lado o imposto apurado for inferior a zero, a empresa tem imposto a recuperar. A nível contabilístico, se o saldo da conta 24.3.5 for credor significa que a empresa liquidou mais IVA do que deduziu, logo tem de pagar IVA ao Estado, representado na conta “24.3.6 – IVA a Pagar; se o Saldo da conta for devedor, o valor do deduzido foi superior

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ao liquidado, logo a empresa tem imposto a recuperar, representado na conta “24.37 – IVA A recuperar”.

O esquema que se segue refere-se ao apuramento do IVA, evidenciando todas as contas.

Figura 9 – Esquema de Apuramento do IVA

Conta 24.3.6 – IVA a Pagar

Para esta conta é transferido o saldo credor da conta “24.3.5 – IVA Apurado”. Esta conta é debitada pelo pagamento dos impostos, pelos valores declarados pelo sujeito passivo ou ainda por valores liquidado oficiosamente.

Conta 24.3.7 – IVA a Recuperar

Para esta conta vai o saldo devedor da conta “24.3.5 – IVA Apurado”. Esta conta representa o montante de crédito sobre o estado no período de referência, podendo este saldo ser transferido para um novo exercício.

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No quadro seguinte apresenta-se a contabilização do apuramento do IVA do Mês de Março de 2010.

Quadro 23– Contabilização do Apuramento do IVA de Março de 2010

Descrição Débito Crédito Valor

Apuramento do IVA 24.3.2.1 – IVA Dedutível – Existências 64.135,81€ 24.3.2.2 – IVA Dedutível – Imobilizado 193,17€ 24.3.2.3 – IVA Dedutível - Outros Bens e Serviços 13.617,10€ 24.3.2.5 – IVA Gasóleo 814,76€ 24.3.4.1 – IVA Regularizações Mensais a favor da Empresa 253,01€ 24.3.3.1 – IVA Liquidado Operações Gerais 52.581,65€ 24.3.3.2 – IVA Aquisições Intracomunitárias 48162,39€ 24.3.4.2 - IVA Regularizações Mensais a favor da Estado 32,94€ 24.3.5 – IVA Apuramento 21.763,13€

IVA a Pagar 24.3.6 – IVA a Pagar 24.3.5 – IVA Apuramento

21.763,13€

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2.4.5. DECLARAÇÃO PERIODICA DO IVA

Como já foi referido, a declaração do IVA da empresa tem uma periodicidade mensal, pois apresenta num volume de negócios do ano anterior com valor superior a 650.000,00 €. Por outro lado, como disposto no artigo 41º do Código do IVA, o prazo de entrega das declarações periódicas “1 - Para efeitos do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo

29.º, a declaração periódica deve ser enviada por transmissão electrónica de dados, nos seguintes prazos: a) Até ao dia 10 do 2.º mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de sujeitos passivos com um volume de negócios igual ou superior a (euro) 650 000 no ano civil anterior;

b) Até ao dia 15 do 2.º mês seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitam as operações, no caso de sujeitos passivos com um volume de negócios inferior a (euro) 650 000 no ano civil anterior. ―.

O modelo de declaração de IVA utilizada pela empresa é o modelo B (Anexo 29), apresentando-se de seguida o preenchimento do mesmo.

QUADRO 01 – “Nas declarações MODELOS B o número de identificação fiscal a inscrever neste

quadro deve corresponder ao número de identificação de pessoa colectiva ou equiparada (NIPC) atribuído pelo Ministério da Justiça (começado por 5, 6, 8 ou 9), se se tratar de pessoa colectiva ou de empresário em nome individual, ou ao número atribuído pelo Ministério das Finanças (começado por 1 ou 2), caso se trate de sujeito passivo do IVA que exerça, exclusivamente, actividade tributada em IRS – categoria B (trabalho independente). Se o sujeito passivo for simultaneamente trabalhador independente e empresário em nome individual, será indicado o número de empresário em nome individual atribuído pelo Ministério da Justiça (começado por 8).‖

QUADRO 01-A - Este quadro é destinado à leitura óptica do registo de entrada da declaração, nada

deve ser inscrito nesta zona pelo contribuinte.

QUADRO 02 – Neste quadro deve ser indicado o período a que se refere a declaração QUADRO 03 e 04 – No quadro 03 deve indicar a repartição de finanças competente,

deve ainda assinalar com X, conforme a referida repartição de finanças se encontre localizada, respectivamente, no Continente, na Região Autónoma dos Açores ou na Região Autónoma da Madeira.

Referências

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