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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Profissional - Farmácia Moderna (Guarda) & Hospital Distrital (Figueira da Foz)

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O D E

I N T E G R A Ç Ã O À V I D A P R O F I S S I O N A L

CATARINA ISABEL MARQUES GONÇALVES CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO 4º ANO

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O D E

I N T E G R A Ç Ã O À V I D A P R O F I S S I O N A L

CATARINA ISABEL MARQUES GONÇALVES ORIENTADORA: PROFESSORA SARA FLORES SUPERVISORAS: DIRETORA TÉCNICA DA FARMÁCIA MODERNA Dr.ª ANA RAQUEL SÁ MORAIS LOPES DE ANDRADE TÉCNICA DE FARMÁCIA DO HOSPITAL DISTRITAL DA FIGUEIRA DA FOZ CATARINA ROXO

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AGRADECIMENTOS

O percurso académico está a acabar. Lembro-me do meu primeiro dia nesta cidade maravilhosa, como fui bem acolhida e como fui bem tratada por todos. Agora está na hora de dizer até já, sim , um até já, porque como a música diz “espero voltar sempre à Guarda, a cidade alta e fria” e aqui deixo uma família muito importante, a minha tuna, Egitúnica, que levo no coração! Agradeço desde já a todos os professores que me acompanharam neste percurso académico e me foram acompanhando na realização deste relatório. Um obrigado especial a minha orientadora professora Sara Flores e a minha co-orientadora professora Sandra Ventura, por todo o apoio e dedicação durante a realização deste relatório e tambem do projeto de investigação. Ambas foram muito importantes para concluir esta etapa. Agradecer tambem aos profissionais de saúde que me acompanharam no primeiro estágio, foram impecáveis para comigo, desde a simpatia a disponibilidade para transmitir novos conhecimentos. Um grande obrigado a todos os técnicos de Farmácia do HDFF, também a todas as Farmacêuticas e as assistentes operacionais, que me receberam no segundo campo de estágio. Agradeço todo o apoio prestado, a simpatia e a amabilidade para esclarecerem qualquer tipo de dúvida. Por fim, e não menos importante, quero agradecer a minha mãe por me ter ajudado nestes 4 anos, que tanto para mim como para ela não foram fáceis e foi ela que me deu motivação para estar longe de casa durante este tempo todo. A ti, mãe, devo-te tudo o que sou hoje e o que virei a ser… Muito obrigado a todos!!

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PENSAMENTO

“É mais importante saber que tipo de pessoa tem uma doença do que saber que tipo de doença a pessoa tem.”

Hipócrates

“Vencedor não é quem ganha, mas sim aquele que não desiste na primeira adversidade” Padre Orlando

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Lista de Abreviaturas/Siglas:

ADSE- Assistencia na Doença aos Servidores do Estado AFP- Associação de Farmácias de Portugal

APA- Agência Portuguesa do Ambiente

APIFARMA- Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica ANF- Associação Nacional de Farmácias

AO- Assistente Operacional BPF- Boas Práticas Farmacêuticas CCF- Centro de Conferência de Faturas

CNPEM- Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos DCI- Denominação Comum Internacional

DIDDU- Distribuição Individual Diária em Dose Unitária DM- Dispositivos Médicos

DU- Dose Unitária EC- Estágio Curricular

ESS- Escola Superior de Saúde FEFO- First-Expire, First-Out FF- Forma Farmacêutica FM- Farmácia Moderna

FNM- Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento FSA- Faça Segundo a Arte

GHAF- Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia

GROQUIFAR- Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos HDFF- Hospital Distrital da Figueira da Foz

HDL- High Density Lipoproteins

INFARMED- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde INE- Instituto Nacional de Estatística

IPG- Instituto Politécnico da Guarda IVA- Imposto sobre o Valor Acrescentado LASA- Look-Alike, Sound-Alike

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MBPFH- Manual de Boas Práticas em Farmácia Hospitalar MFH- Manual de Farmácia Hospitalar

MG- Medicamento Genérico MM- Medicamento Manipulado

MNSRM- Medicamento Não Sujeito a Receita Médica MSRM- Medicamento Sujeito a Receita Médica MUV- Medicamento de Uso Veterinário

PNV- Plano Nacional de Vacinação PVF- Preço de Venda à Farmácia PVP- Preço de Venda ao Público PV- Prazo de Validade

RCM- Resumo das Características do Medicamento RE- Receita Especial

SA- Sociedade Anónima

SA- Serviço de Aprovisionamento

SIGREM- Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens de Medicamentos SF- Serviços Farmacêuticos

TF- Técnico de Farmácia

TSDT- Técnico Superior de Diagnóstico e Terapêutica UC- Unidade Curricular

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Fatores para o cálculo do valor das matérias-primas ... 30

Tabela 2- Classificação dos dispositivos médicos ... 38

Tabela 3- Classificação dos valores da tensão arterial ... 41

Tabela 4- Valores de referência do colesterol ... 42

Tabela 5- Valores de referência da glicémia ... 42

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Farmácia Moderna ... 15

Figura 2- HDFF ... 44

Figura 3- Instalações Farmacêuticas... 48

Figura 4- Circuito do Medicamento ... 49

Figura 5- Armazém de soluções volumosas nº1 ... 50

Figura 6- Armazém Geral ... 53

Figura 7- Etiqueta para produtos fotossensíveis ... 54

Figura 8- Megadosis ... 54

Figura 9- Zona de gavetas na sala de dose unitária ... 55

Figura 10-Câmaras Frigoríficas ... 56

Figura 11- Etiqueta de produtos termolábeis ... 62

Figura 12-Identificação de cassetes ... 65

Figura 13-Etiqueta para ampolas que tem de ser diluídas ... 65

Figura 14- Máquina de reembalagem semi-automática ... 69

Figura 15- máquina de selar ... 69

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO... 13

CAPÍTULO I- FARMÁCIA COMUNITÁRIA ... 15

1. CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA-GUARDA ... 15

1.1. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO E RECURSOS HUMANOS ... 15

1.2. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DA FM ... 16

1.2.1.Espaço Exterior ... 16

1.2.2.Espaço interior ... 16

1.3.SISTEMA INFORMÁTICO ... 21

2.GESTÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 22

2.1.APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS ... 22

2.2.ENCOMENDAS DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS FARMACÊUTICOS 23 2.2.1.Realização de Encomendas ... 23

2.2.2.Receção de encomendas ... 24

2.3.ARMAZENAMENTO DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS ... 26

2.4.CONFERÊNCIA DE PRAZOS DE VALIDADE E DEVOULUÇÕES ... 26

3. PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS E PREPARAÇÕES EXTEMPORÂNEAS ... 28

3.1.PREPARAÇÕES EXTEMPORANÊAS ... 29

3.2.PREÇO DOS MM ... 30

4. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 31

4.1.DISPENSA DE MSRM ... 31

4.2.DISPENSA DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES35 4.3.DISPENSA DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS... 35

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4.4.DISPENSA DE MNSRM ... 36

4.4.1.Produtos de cosmética e de higiene corporal ... 36

4.4.2.Medicamentos homeopáticos ... 37

4.4.3.Dispositivos médicos ... 37

5. PROCESSAMENTO E CONFERÊNCIA DO RECEITUÁRIO ... 39

6. OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS PELA FARMÁCIA ... 41

6.1.AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS ... 41

6.1.1.Avaliação da pressão arterial ... 41

6.1.2.Avaliação do colesterol total ... 42

6.1.3.Avaliação da Glicémia ... 42

6.2. VALORMED ... 43

CAPÍTULO 2- FARMÁCIA HOSPITALAR ... 44

1. CARACTERIZAÇÃO DO HOSPITAL DISTRITAL DA FIGUEIRA DA FOZ44 2. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HDFF, EPE46 2.1.RECURSOS HUMANOS ... 46

2.2.MISSÃO E ESTRUTURA DO SERVIÇO ... 46

2.3.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ... 47

2.4.SISTEMA INFORMÁTICO ... 47

2.5.ESPAÇO FÍSICO- PISO 00 ... 47

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 49

3.1.SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE 50 3.2.RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 50

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3.3.ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS

FARMACÊUTICOS ... 52

3.3.1.Armazém Geral ... 53

3.3.2.Sala de Dose Unitária ... 54

3.3.3.Câmaras frigorificas ... 55

3.3.4.Armazém de medicamentos para Ambulatório e Medicamentos Especiais .. 56

3.3.5.Laboratório de Farmacotecnia ... 57

3.3.6.Armazém de Soluções Volumosas nº1 e nº2 ... 57

3.3.7.Sala de Gases Medicinais ... 59

3.3.8.Armazém de Produtos Inflamáveis ... 59

3.4.FARMACOTECNIA ... 59

3.4.1.Produção de fórmulas magistrais não estéreis ... 60

3.5.DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS FARMACÊUTICOS E DISPOSITIVOS MÉDICOS ... 61

3.5.1.Distribuição Tradicional ... 61

3.5.2.Distribuição Individual Diária em Dose Unitária ... 63

3.5.3.Reposição do Stock na Enfermaria ... 66

3.5.4.Preparação de Medicamentos para o Hospital de Dia ... 67

3.5.5.Distribuição de Medicamentos em Regime de Ambulatório ... 68

3.5.6.Reembalagem de Comprimidos ... 69

CONCLUSÃO ... 71

BIBLIOGRAFIA ... 72

ANEXOS ... 74

ANEXO I- Fatura ... 75

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Anexo III- Mapa de validades ... 77

Anexo IV- Nota de Devolução ... 78

Anexo V- Receitas Materializadas ... 79

Anexo VI- Receitas Manuais ... 80

Anexo VII- Documento de Faturação ... 81

Anexo VIII- Solução oral de Nistatina e Lidocaína ... 82

Anexo IX- Listagem de produtos abaixo do stock mínimo ... 83

Anexo X- Artigos em Falta ... 84

Anexo XI- Listagem de Incidências ... 85

Anexo XII- Prescrição médica para o Hospital de Dia ... 86

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INTRODUÇÃO

Este relatório foi realizado no âmbito da Unidade Curricular (UC) de Estágio de Integração à Vida Profissional, do Curso de Farmácia- 1º Ciclo, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda (IPG).

O Estágio Curricular (EC) no primeiro semestre decorreu numa Farmácia Comunitária (FC), mais especificamente na Farmácia Moderna, situada na Guarda, no período de 30 de outubro a 26 de janeiro de 2018, cumprindo um mínimo de 420 horas, segundo o horário estipulado na farmácia. O referido estágio contou com a orientação da professora Sara Flores e supervisão no local de estágio pela Diretora Técnica Dra. Ana Raquel Sá Morais Lopes de Andrade.

No segundo semestre, o EC decorreu no Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), no período de 5 de março a 30 de maio, cumprindo um mínimo de 420 horas. Este estágio contou com a orientação da professora Sara Flores e supervisão no local de estágio, pela técnica de farmácia Catarina Roxo e técnico de farmácia Ricardo Barbeiro.

O EC é uma importante vertente de formação, que permite ao aluno adquirir e aprender conhecimentos no seio de uma equipa multidisciplinar de saúde e em contato com o utente/doente. De acordo, com o Decreto-lei nº111/2017, de 31 de agosto (1), o Técnico de Saúde de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) da área de Farmácia é identificado como um profissional com plena responsabilidade e autonomia técnico-científica, podendo prestar cuidados de saúde em contexto hospitalar, saúde pública, cuidados de saúde primários, continuados e paliativos, docência e investigação.

De acordo com o plano de estudos e com a formação académica do estudante do Curso de Farmácia 1º Ciclo, e com a necessidade de formar profissionais competentes e responsáveis, a realização de estágios reveste-se de uma importância fundamental para integrar o estudante em equipas multidisciplinares.

Os principais objetivos de acordo com o plano de estágio foram:

• Favorecer, em contexto real, as aprendizagens desenvolvidas ao longo do curso, de modo a que o perfil do estudante vá de encontro às competências necessárias no âmbito da sua formação;

• Preparar o estudante para dar respostas às exigências da sociedade, promovendo a socialização e integração profissional.

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14

No final do estágio o aluno deve demonstrar diferentes competências tais como: • Capacidade científica e técnica na realização de atividades subjacentes à

profissão de TF, nas diversas áreas de intervenção profissional; • Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão; • Desenvolver atividades com autonomia e rigor;

• Desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa equipa multidisciplinar;

• Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade. O presente relatório encontra-se organizado por 2 capítulos para que seja mais fácil a sua organização, compreensão e a sua leitura. Na realização de ambos os estágios foram consolidadas diversas informações teóricas e teórico-práticas obtidas das aulas lecionadas e dos estágios curriculares anteriormente realizados.

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15 CAPÍTULO I- FARMÁCIA COMUNITÁRIA

1.

CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA-GUARDA

A Farmácia Moderna (FM) localiza-se na Avenida São Miguel, edifício 2B (Facheira), Guarda-Gare (figura 1), tendo uma ótima localização, visto que se encontra numa zona residencial ficando a poucos metros do centro de saúde e visto que também é uma zona de entrada e saída da cidade. Esta é uma das quatro farmácias (Mouro, Paranhos, Moderna e Pais) pertencentes ao grupo Videira Lopes- Saúde, Unipessoal, Lda, sendo a diretora técnica desta a Dra. Ana Raquel Videira Lopes de Andrade.

Figura 1- Farmácia Moderna

1.1. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO E RECURSOS HUMANOS

A FM encontra-se aberta de segunda a sábado, em horário contínuo, das 8h30 às 22h00, estando de serviço permanente, de 10 em 10 dias, de acordo com o estipulado entre as farmácias da cidade da Guarda.

A FM é constituída por uma equipa técnica que conta com seis farmacêuticos sendo um deles a diretora técnica a Dra. Ana Raquel Videira Lopes de Andrade, seis técnicos de farmácia e uma auxiliar de limpeza.

Uma correta gestão dos recursos humanos e dos horários de funcionamento assumem um papel importante para a criação de uma equipa multidisciplinar e cooperativa, contribuindo para a realização eficaz dos objetivos estabelecidos por esta farmácia.

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1.2. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DA FM

1.2.1. Espaço Exterior

A FM encontra-se sinalizada por um letreiro luminoso com o logotipo e designação da mesma, bem como a presença de uma cruz verde luminosa (só se encontra iluminada quando a farmácia se encontra de serviço). Existe também, uma placa afixada que contem o nome da farmácia e da Diretora Técnica, informação sobre o horário de funcionamento da farmácia e uma lista das farmácias de serviço permanente.

A FM possui um postigo para realização dos atendimentos noturnos, contribuindo assim para a total segurança dos profissionais de saúde durante o serviço noturno. Possui também uma fachada envidraçada, com três montras, uma em cada lado da porta automática de entrada e saída e a terceira na zona de entrada, decorada de uma forma atrativa e profissional. Na parte lateral da farmácia, no local de receção de encomendas, encontra-se uma outra montra secundária. As montras são remodeladas periodicamente tendo em conta diversos fatores, como produtos aos quais se pretende dar mais visibilidade, campanhas a decorrer na farmácia, produtos novos, informações para os utentes, entre outros.

O espaço exterior da FM cumpre todos os requisitos que permitem a identificação e localização correta da mesma e garante ainda a acessibilidade de todos os utentes, incluindo crianças, adultos, idosos e qualquer cidadão portador de deficiência.

1.2.2. Espaço interior

Segundo a deliberação nº 1502/2014, de 3 de julho, as farmácias devem ter uma área útil total mínima de 95m2, devendo dispor, obrigatoriamente e separadamente, uma sala de atendimento ao público com, pelo menos, 50m2, armazém com, pelo menos, 25m2, laboratório com, pelo menos, 8m2, instalações sanitárias com pelo menos 5m2 e ainda um gabinete de atendimento personalizado com pelo menos 7m2. As farmácias podem ainda dispor de divisões facultativas como o gabinete da direção técnica e a área de recolhimento que é o caso da FM, que conta ainda com mais dois gabinetes de atendimento privado. (2)

A FM é composta por dois pisos, sendo constituída principalmente por nove espaços distintos:

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Piso 1:

a) Área de atendimento ao público:

É um espaço que se caracteriza pela sua ampla dimensão e luminosidade. O utente ao entrar na farmácia e após retirar a sua senha, pode ir verificando a sua vez através de dois monitores que se encontram na farmácia, ambos com boa visibilidade. O utente tem possibilidade, enquanto aguarda pela sua vez, de repousar numa das cadeiras que a farmácia tem destinadas para tal.

De acordo com as Boas Práticas Farmacêuticas (BPF) em Farmácia Comunitária, na área de atendimento poderão estar disponibilizados produtos de saúde no âmbito da lei em vigor. (3)

Na FM, os produtos expostos na área de atendimento estão localizados em áreas distintas, existindo uma área só para produtos de dermocosmética, uma zona onde se encontram os produtos de puericultura e também é onde se localiza uma zona de lazer para as crianças poderem brincarem enquanto os pais ou acompanhantes estão a ser atendidos, alimentação infantil, podologia, uma zona onde estão expostos os produtos bucodentários e uma zona destinada aos produtos ortopédicos e dispositivos adjuvantes da mobilização.

A área de dermocosmética possui uma vasta área de marcas, tais como, Uriage®, Skin Ceuticals®, Ren®, Avéne®, Roche Posay®, Caudalie®, Lierac®, Vichy® entre outros.

Na FM existem 10 postos de atendimento (8 gerais, 1 de dermocosmétca e 1 de puericultura). No entanto, estes balcões são reversíveis, visto que por vezes o balcão de puericultura serve também para o atendimento aos delegados de promoção de produtos, ou então para outros atendimentos em que os utentes necessitem de estarem sentados.

Os postos de atendimento gerais estão equipados com computadores que possuem o sistema informático SParhm ®, impressora, que para além de emitir recibos, emite também a informação necessária no verso de cada receita médica, dispositivos de leitura ótica de código de barras, terminais de multibanco e diversas gavetas com material de apoio aos profissionais. Atrás dos postos de atendimentos gerais, estão dispostos os lineares de produtos fitoterapêuticos, suplementos alimentares, nutrição clínica, capilares, emagrecimento, dispositivos médicos e de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM).

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Neste local encontra-se um armário com diversas gavetas deslizantes, designado de compacto, onde se armazenam os Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) segundo a sua forma farmacêutica e por ordem alfabética de nome comercial, ou seja, existem gavetas específicas para formas farmacêuticas como: comprimidos e cápsulas, gotas orais e auriculares, colírios, supositórios, pomadas ou cremes de aplicação retal, óvulos e outros medicamentos de uso ginecológico, pomadas, cremes e geles, granulados em saquetas, aerossóis, soluções orais em ampolas bebíveis, preparações injetáveis, alguns Medicamentos de Uso Veterinário (MUV) e produtos destinados ao auto controlo da diabetes (tiras-teste e lancetas).

Nesta zona, existe ainda um frigorífico onde estão todos os MSRM e MNSRM termolábeis, que devem ser mantidos a uma temperatura compreendida entre 2 a 8ºC, estando também organizados por ordem alfabética da sua Denominação Comum Internacional (DCI), independentemente da sua forma farmacêutica.

Em relação aos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, estes encontram-se armazenados separadamente numa gaveta, respeitando assim as normas legais de armazenamento e conservação deste tipo de medicamentos.

c) Zona de armazenamento dos medicamentos genéricos

A FM possui uma zona própria para o armazenamento dos medicamentos genéricos, sob a forma farmacêutica de comprimidos e/ou cápsulas. Estes estão também dispostos por ordem alfabética, mas do seu princípio ativo.

d) Gabinete de apoio ao utente

Este gabinete é uma área reservada aos utentes, que permite, quando necessário, um diálogo em privado e mais reservado com o doente.

Neste gabinete também se realizam medições de alguns parâmetros bioquímicos e fisiológicos, como por exemplo, tensão arterial, glicémia, colesterol total, ácido úrico e triglicérideos. Além disso, também é utilizado para a administração de vacinas que não estão presentes no Plano Nacional de Vacinação (PNV) (como por exemplo, a vacina contra a gripe) e de outros medicamentos injetáveis.

É aqui também que são feitas as reconstituições de algumas suspensões orais, designadamente os antibióticos, como por exemplo, Clavamox DT® e Clamoxyl®,

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O armazém está subdividido em diferentes áreas, são elas: medicamentos sazonais, soluções orais, pomadas/cremes, produtos de higiene oral e íntima, produtos de dermocosmética, equipamentos de saúde, material de penso, papas e leites infantis, nutrição e dietética, suplementos alimentares, excedentes de MSRM e MNSRM e excedentes de medicamentos genéricos.

De salientar que toda a farmácia é climatizada e todos os locais de armazenamento de medicamentos se encontram com condições de temperatura, humidade e luz controladas (temperatura inferior a 25º C, humidade inferior a 60 % e proteção da luz solar direta) em que é feito um registo periódico dos valores de temperatura e humidade através dos vários termohigrómetros existentes em cada zona da farmácia onde haja armazenamento de medicamentos, como legislado. O controlo da temperatura e humidade do frigorífico é feito eletronicamente e, todas as segundas-feiras, o farmacêutico responsável verifica se houve picos de alteração de temperatura. Sempre que o sistema informático gera um novo relatório de registo (habitualmente de 10 em 10 dias) imprime-se o relatório, verifica-se e arquiva-se na respetiva pasta devidamente rubricada. O mesmo processo se faz respetivamente à temperatura e humidade dos restantes locais.

f) Zona de receção de encomendas

A zona de receção é feita pela porta lateral que existe na farmácia. Neste local realiza-se a receção das encomendas e conferencia das mesmas. É uma zona constituída por dois computadores, uma impressora de etiquetas, uma impressora de texto e por dois leitores de códigos de barra, usados na receção de encomendas.

É neste local que se realizam as encomendas aos armazenistas com os quais a farmácia trabalha e onde se regularizam notas de crédito e devoluções.

g) Zona de tratamento de receituário

Nesta zona existe um posto de trabalho com uma secretária, digitalizador de receitas, um computador, um armário com estantes onde estão guardados os dossiers e gavetas onde ficam arrumadas as receitas corrigidas e não corrigidas.

Na parte de trás desta zona existe uma zona contígua, com um armário embutido na parede onde se armazenam produtos de penso, soluções antisséticas e desinfetantes, produtos homeopáticos e dispositivos para aspiração nasal e outros dispositivos médicos.

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h) Copa/vestuário

É nesta zona que os funcionários podem deixar os seus bens materiais e realizar as suas refeições. A copa tem uma mesa, um frigorífico e um micro-ondas.

Nesta zona existe ainda uma pequena divisão onde está um computador que contém todo o circuito referente à multimédia.

Piso 2:

i) Laboratório

Segundo, a portaria nº 594/2004 de 2 de junho, presente na Autoridade Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde, I.P, INFARMED, o laboratório deve ser um local ventilado e iluminado, com temperatura e humidade adequadas, materiais e equipamentos de fácil lavagem e desinfeção, entre outros. (4)

O laboratório encontra-se devidamente equipado, desde a presença de um exaustor, lavatório, uma bancada para a realização de Medicamentos Manipulados (MM), uma balança analítica, um armário com vários equipamentos, desde varetas de vidro, espátulas, pipetas graduadas, almofarizes, entre outros.

No laboratório, existe também um armário destinado ao armazenamento das matérias-primas organizadas Prazo de Validade (PV). Existem também as fichas de preparação de medicamentos manipulados e os registos dos controlos e calibrações dos aparelhos de medida. Toda esta informação deverá ser arquivada num prazo mínimo de 5 anos.

j) Outras áreas da farmácia

A FM tem outras áreas, como o gabinete da diretora técnica, onde estão arrumados numa gaveta própria os psicotrópicos e estupefacientes, uma sala onde são realizadas consultas de medicina tradicional chinesa e também aconselhamentos da parte de dermocosmética.

No gabinete da diretora técnica encontra-se ainda a biblioteca da farmácia que como referido no Decreto-Lei n.º 75/2016 de 8 de novembro, “as farmácias têm de dispor nas suas instalações obrigatoriamente a Farmacopeia Portuguesa e de outros documentos indicados pelo INFARMED” (5), a FM para além da Farmacopeia Portuguesa tem livros técnico-científicos como o Prontuário Terapêutico, Índice Nacional Terapêutico, entre outro.

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1.3. SISTEMA INFORMÁTICO

A FM utiliza como sistema informático o SPharm®, que é um programa em que todo o seu modo de funcionamento está orientado para aumentar a produtividade dos colaboradores, minimizando os tempos de trabalho e facilitando assim as tarefas rotineiras. Este software permite acompanhar e controlar o circuito dos produtos desde que é efetuada uma encomenda, passando pela receção até a sua dispensa ao utente. Além disso, apresenta funcionalidades tais como: a realização e receção das encomendas, devoluções aos fornecedores, controlo de stocks, rotatividade dos medicamentos e dos produtos existentes na farmácia. (6)

No caso da dispensa de medicamentos com receita medica, este software permite a automatização das portarias, despachos e todos os sistemas de comparticipação. Com este software também é possível o processamento de várias receitas em simultâneo para o mesmo utente. De maneira a ter um melhor acompanhamento e aconselhamento o software permite também a criação de uma ficha de cliente onde se podem consultar dados relativos ao utente, desde a última medicação que levou e se costuma adquirir genéricos ou não, o subsistema de comparticipação, possibilidade de venda a crédito com emissão de um alerta na venda seguinte e o contacto do utente.

É neste sistema que se realiza também a gestão da contabilidade e manutenção do receituário. De salientar que o acesso ao SPharm® só é permitido segundo uma password exclusiva de cada profissional de saúde.

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2. GESTÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE

2.1. APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

O aprovisionamento e a gestão de stocks são um processo fundamental para a satisfação das necessidades dos utentes, evitando a ocorrência de ruturas de stocks da farmácia. É nesta fase que há o primeiro contacto entre os medicamentos rececionados e a farmácia.

Na FM a gestão de stocks é feita com base na análise e previsão das vendas, procura de um produto, sazonalidade, bonificações e campanhas dos laboratórios. Devido à elevada variedade de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, o Spharm®, permite criar uma ficha individual do produto onde constam informações como o stock mínimo e máximo definido com base na rotatividade de um produto, PV, stock atual, fornecedor preferencial, Preço de Venda à Farmácia (PVF), Preço de Venda ao Público (PVP), Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), entre outras informações.

Para a aquisição de produtos farmacêuticos é necessária a seleção dos fornecedores e ou armazenistas. Estes são selecionados de acordo com os horários de entrega, número de entregas diárias, o número de armazéns, as condições de pagamento, as bonificações, o estado dos produtos aquando da entrega, pouca ocorrência de erros e a facilidade de entrega.

Na FM os principais fornecedores são: Alliance Healthcare (armazém do Porto e Castelo Branco) e a Cooprofar (armazém da Guarda, Gondomar e outros). A Cooprofar é o fornecedor principal, visto que tem um armazém na Guarda e quando o utente tem maior urgência num medicamento, um dos profissionais de saúde dirige-se até lá para o ir buscar. O horário das entregas diárias são, às 9h30, 11h30, 13h30, 17h30 e 20h30.

A Alliance Healthcare apenas realiza duas entregas diárias, uma às 8h30 (armazém do Porto) e outra às 16h30 (armazém de Castelo Branco).

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23 2.2. ENCOMENDAS DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

2.2.1. Realização de Encomendas

Na FM as encomendas podem ser realizadas por via eletrónica, via telefónica e por encomendas diretas.

As encomendas por via eletrónica são realizadas diariamente nos horários estipulados com os fornecedores pelo responsável das encomendas. Como referido anteriormente, cada produto tem um stock mínimo e máximo, o que permite ao sistema gerar uma proposta de encomenda com base nas entradas e saídas do produto, quando atingido o stock mínimo desse mesmo produto. No menu de confirmação da proposta de encomenda, o responsável pelas encomendas verifica a proposta tendo acesso a informação como o nome do produto, código nacional, FF, laboratório, quantidade encomendada, stock mínimo e máximo, stock atual, PV, fornecedor preferencial, último PVP, último PVF, IVA e as vendas do produto no último mês. Isto permite uma comparação de preços e bonificações dos vários fornecedores, podendo o responsável alterar na proposta a quantidade e o fornecedor pretendidos. Depois de verificada e alterada a proposta de encomenda, procede-se ao envio da encomenda aos respetivos fornecedores.

As encomendas por via telefónica são realizadas quando ocorre uma rutura do stock de medicamentos necessários durante o atendimento ou MNSRM pedidos pelos utentes. Estas são realizadas através de um telefonema para o armazenista, em que este nos informa se têm o medicamento ou se este se encontra esgotado, quando vão enviar o produto e quando este será entregue na farmácia, confirmando o PVP no caso de MSRM e o PVF no caso de produtos de venda livre. A encomenda de poucos produtos pode ser ainda realizada através das lojas online dos armazenistas, que permite uma rápida conferência do stock do armazenista e uma encomenda mais rápida. No caso de pedidos urgentes, como referido anteriormente, as encomendas podem ser realizadas através da deslocação ao armazém da Cooprofar, com sede na cidade da Guarda, procedendo primeiro à confirmação telefónica da disponibilidade ou não do produto, de modo a uma satisfação mais eficaz do utente.

As encomendas diretas aos laboratórios são realizadas através de reuniões prévias com os delegados dos laboratórios farmacêuticos, que depois de definidas as condições é realizada

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a encomenda pelo departamento de compras sediado no escritório central em Mangualde e enviadas por uma transportadora ou armazenista para a farmácia. Estas encomendas são realizadas quando se pretendem adquirir grandes quantidades de produtos, são utilizadas no caso de medicamentos genéricos (MG), MNSRM, dispositivos médicos, material de penso e produtos de cosmética.

Em casos de rutura de stock de produtos urgentes ou de produtos esgotados no mercado, pode ser realizado um pedido de empréstimo às outras farmácias do grupo. Este é realizado através de um telefonema à farmácia do grupo, que posteriormente emite a fatura e envia através do motorista para a FM.

2.2.2. Receção de encomendas

As encomendas chegam a FM ao longo do dia, nos horários estipulados com os fornecedores. Estas vêm acondicionadas em contentores, identificados com o nome da farmácia, código e fatura/guia de remessa com o respetivo duplicado. Aquando a chegada destas a farmácia é fundamental confirmar o destinatário e o número de contentores.

Na fatura/guia de remessa das encomendas devem constar as seguintes informações: identificação da farmácia e do fornecedor, hora, data e local de expedição e de entrega e número da fatura. Relativamente aos produtos farmacêuticos devem constar na fatura (ANEXO I) o código, designação (nome comercial, dosagem, forma farmacêutica, laboratório e tamanho da embalagem), quantidade pedida, quantidade enviada, bonificações e descontos atribuídos, valor unitário, PVF, PVP no caso dos MSRM, uma vez que já têm o preço estipulado, o IVA que pode ser de 6% ou 23%; podem ainda aparecer os produtos encomendados que se encontram esgotados. No final a fatura apresenta o preço total de custo para a farmácia.

Para a receção da encomenda no sistema SPharm®, no menu principal existe uma “área de fornecedores”, de seguida entra-se no menu de “receção de encomendas”, onde se digita o código do fornecedor. Após introduzir o código do fornecedor podem visualizar-se todas as encomendas pendentes para esse mesmo fornecedor, onde se verifica se a encomenda a rececionar se encontra nessa lista e importa-se a encomenda, depois surge a encomenda com os produtos a rececionar, tornando mais fácil para o responsável controlar os produtos para os quais já foi dada entrada e os que ainda faltam.

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No caso de haverem produtos termolábeis estes devem ser os primeiros a ser rececionados e armazenados no frigorífico. Se não houver possibilidade de receciona-los de imediato estes devem ser arrumados na mesma no frigorífico e o responsável deve anotar no duplicado da fatura o PV e a quantidade rececionada, para ser mais fácil no momento da receção da encomenda.

De seguida, realiza-se a leitura ótica dos produtos, verificando sempre o estado em que se encontram as embalagens, o PV, PVP e a quantidade rececionada, pois uma vez que o PV seja inferior aos dos produtos existentes em stock ou quando o stock está a zero e o PVP seja diferente, estes dados devem ser alterados.

No caso de produtos que não existam no sistema informático da farmácia, quando se procede à leitura ótica do código de barras o sistema lança um alerta de produto inexistente e abre o menu de criação de ficha de produto, aqui deve-se preencher o código do produto, IVA, nome do produto, stock mínimo e máximo e ainda a subfamília estatística de modo a automatizar as margens do produto. No final, é conferido o que está no sistema com a fatura, confirmando a quantidade pedida e enviada, PVP, PVF, e no caso dos medicamentos de venda livre é necessário calcular o PVP segundo as margens estipuladas pela farmácia. Depois de verificados os dados anteriores, confirma-se a receção preenchendo-se o número da fatura, data da receção e compara-se os totais com e sem IVA que constam na fatura com os totais que aparecem no computador, sendo que se estiver tudo conforme finaliza-se a receção da encomenda. Quando se finaliza a receção procede-se à impressão de etiquetas com o código de barras dos produtos que não apresentem o PVP na cartonagem do produto, mais comum em MNSRM e produtos de venda livre. Aquando a colagem das etiquetas na embalagem dos produtos, deve ter-se em atenção para não omitir informações importantes da embalagem como o PV, lote e composição. No final da receção a fatura é datada, rubricada e arquivada numa prateleira específica de cada fornecedor, separadas por originais e duplicados. No final do mês ou quinzenalmente, dependendo dos fornecedores, são conferidas por um responsável e arquivadas num dossier organizado por fornecedor, ano e mês.

A receção de medicamentos psicotrópicos, estupefacientes e benzodiazepinas no sistema informático é feita de igual forma aos outros medicamentos, estes apesar de virem discriminados na fatura/guia de remessa(ANEXO II) juntamente com os outros medicamentos e produtos farmacêuticos, devem ser acompanhados de um documento (Requisição de

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substâncias e suas preparações compreendidas nas tabelas I, II, III e IV, com exceção da II-A), anexas ao Decreto-lei nº15/93 de 22 de janeiro, com retificação a 20 de fevereiro (7) que é enviado para a farmácia em duplicado. Esta requisição deve conter o nome da substância ativa, nome comercial, dosagem, quantidade enviada e o número de unidades por embalagem. No caso das benzodiazepinas, as requisições devem ser armazenadas numa gaveta própria, separadas os originais dos duplicados, no caso dos psicotrópicos e estupefacientes o original é anexado a uma fotocópia da fatura e armazenado numa gaveta situada em cima do armário dos psicotrópicos e estupefacientes, o duplicado é armazenado na gaveta dos duplicados juntamente com os duplicados das benzodiazepinas. Os duplicados devem ser assinados pela Diretora técnica, ou sua legal substituta e reencaminhados para o fornecedor, os originais devem ser armazenados na farmácia num período mínimo de 5 anos.

Quanto à receção de matérias-primas estas devem ser acompanhadas de um certificado de análise, que é depois arquivado num dossier no laboratório. (7)

2.3. ARMAZENAMENTO DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS

Após a receção dos medicamentos e produtos de saúde no sistema informático, estes devem ser armazenados nos seus devidos locais, como foi descrito anteriormente. Na FM os produtos são armazenados segundo o método First Expire, First Out (FEFO), sendo que os medicamentos com um PV mais curto são armazenados à frente dos restantes, de modo a serem os primeiros a ser vendidos, o que permite uma melhor gestão de stocks e consequentemente um melhor controlo dos PV.

Periodicamente são registados os valores de temperatura e humidade na farmácia, por uma empresa especializada.

2.4. CONFERÊNCIA DE PRAZOS DE VALIDADE E DEVOULUÇÕES

Na FM, de três em três meses o SPharm® emite um mapa dos produtos com o PV inferior ou igual a três meses (ANEXO III). Esta listagem é conferida manualmente, sendo retirados os produtos com o PV curto. Estes são armazenados numa prateleira destinada a produtos com o PV curto, tornando assim mais fácil para os profissionais dispensarem até o final do mês. Os PV que não estão corretos são alterados no sistema, de modo a manter o sistema atualizado,

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enquanto que os produtos que não se conseguem dispensar até ao final do mês, são devolvidos ao respetivo fornecedor ou armazenista.

As devoluções aos fornecedores ou armazenistas não ocorrem só devido ao PV curto, mas também por outros motivos como por exemplo, a embalagem e/ou produto danificado ou em mau estado de conservação, produtos pedidos e/ou enviados por engano, envio por parte dos fornecedores de quantidade superior à pedida e PV expirado. Podem também ser devolvidos produtos devidas a circulares do INFARMED ou armazenista, para retirar o produto do mercado. Nestas situações é realizada uma nota de devolução (ANEXO IV) no sistema para o fornecedor em questão, onde deve constar a designação do produto, quantidade a devolver, fornecedor, data e motivo da devolução e também o número da fatura. A nota de devolução é impressa em triplicado, sendo depois carimbadas e rubricadas, sendo que o triplicado fica arquivado num dossier próprio na farmácia, enquanto que o original e o duplicado seguem para o fornecedor juntamente com o produto. Quando o fornecedor aceita a nota de devolução, este pode realizar uma troca de produtos ou emitir uma nota de crédito para a farmácia.

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3. PREPARAÇÃO

DE

MEDICAMENTOS

MANIPULADOS

E

PREPARAÇÕES EXTEMPORÂNEAS

Segundo a ordem dos farmacêuticos “a manipulação de medicamentos consiste na preparação de medicamentos na farmácia, segundo as Normas Gerais das Boas Práticas de Farmácia e as “Boas práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar”, conforme publicadas em legislação e fazendo uso da mais atual informação científica. A manipulação de medicamentos surge com a necessidade de adaptar a terapêutica medicamentosa de um determinado doente nos casos em que não exista disponível no mercado alternativa que satisfaça os requisitos face a: substância ativa ou combinação de substâncias ativas, dose adaptada à indicação terapêutica e características metabólicas do doente, intolerância a um ou mais dos componentes da fórmula industrial, forma farmacêutica viável, ou adesão à terapêutica.” (4)

Como referido anteriormente, o manipulado é preparado com foco a ajustar a necessidade terapêutica do utente, deste modo, o utente deve ter direito a medicamentos de máxima qualidade, eficácia e adequados ao seu perfil fisiopatológico.

Na FM existe um laboratório que cumpre todos os requisitos necessários pedidos pelo INFARMED, desde ser um local ventilado e iluminado, temperatura e humidade adequadas, materiais e equipamentos de fácil lavagem/desinfeção, entre outros. (4)

Nas receitas dos medicamentos manipulados, está indicado a palavra “Manipulado” ou “FSA” (faça segundo a arte), escrito pelo médico e não é permitido a prescrição de mais medicamentos na mesma receita, pois a prescrição deste tipo de medicamentos necessita da descrição das várias matérias primas a serem usadas.

Antes de se iniciar a preparação de qualquer medicamento manipulado deve-se verificar o estado de limpeza da bancada do laboratório, se o material necessário está disponível e se esta nas devidas condições. Posteriormente, consulta-se o suporte científico e inicia-se a preparação do manipulado, tendo sempre em atenção as regras de higiene e segurança. No fim da preparação, são realizados alguns testes de controlo de qualidade, que vão ser registados na ficha de preparação do medicamento manipulado.

Na ficha de preparação do medicamento manipulado devem ficar registados todos os dados do manipulado preparado, desde da denominação do medicamento manipulado, nome e morada do doente, no caso de se tratar de uma fórmula magistral ou de uma preparação efetuada

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e dispensada por iniciativa do farmacêutico para um doente determinado, nome do prescritor, número de lote atribuído ao medicamento preparado, composição do medicamento, descrição do modo de preparação, registo dos resultados dos controlos efetuados, descrição do acondicionamento, rubrica e data de quem preparou e quem supervisionou a preparação do medicamento manipulado para dispensa ao doente. Por fim, realizam-se os cálculos acerca do PVP, baseados na Portaria nº769/2004, artigo 8º, que refere “preço de venda ao público dos medicamentos manipulados é composto por três vertentes distintas: o valor dos honorários, o valor das matérias-primas e o valor dos materiais de embalagem.”. (8)

Para concluir a preparação do manipulado, elabora-se o rótulo que deve conter todas as informações necessárias como, nome do doente (no caso de se tratar de uma fórmula magistral), fórmula do medicamento manipulado prescrita pelo medico, número do lote atribuído ao medicamento preparado, prazo de utilização do medicamento preparado, condições de conservação do medicamento preparado, instruções especiais, eventualmente indispensáveis para a utilização do medicamento, como, por exemplo, «agite antes de usar», «uso externo» (em fundo vermelho), etc., via de administração, posologia, identificação da farmácia e identificação do farmacêutico diretor técnico.

3.1. PREPARAÇÕES EXTEMPORANÊAS

As preparações extemporâneas são geralmente suspensões reconstituídas com água destilada, preparadas no ato da dispensa, devido à sua reduzida estabilidades depois de reconstituída. No ato da dispensa destes medicamentos é importante informar o utente relativamente às suas condições de conservação, uma vez que a maior parte destes medicamentos apresentam a necessidade de armazenamento no frigorífico (2ºC a 8ºC) e dos seus cuidados de utilização como por exemplo agitar antes de utilizar.

Em situações que o utente não tenciona inicializar de imediato a terapêutica, é necessário informar o utente como deve fazer a reconstituição ou solicitar-se o regresso do utente à farmácia para o profissional de farmácia proceder à reconstituição do medicamento. Alguns exemplos destas preparações são o Clavamox DT®, Clamoxyl®, entre outros.

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3.2. PREÇO DOS MM

Segundo a Portaria nº769/2004, de 1 de julho (8) o PVP dos MM é calculado segundo a fórmula: 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐨𝐬 𝐡𝐨𝐧𝐨𝐫á𝐫𝐢𝐨𝐬 + 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐚𝐬 𝐦𝐚𝐭é𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐚𝐬 + 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐨𝐬 𝐦𝐚𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞 𝐞𝐦𝐛𝐚𝐥𝐚𝐠𝐞𝐦) × 𝟏, 𝟑 (acrescido o valor do IVA à taxa em vigor). Sendo que o valor dos honorários é calculado consoante a FF do produto acabado e as quantidades preparadas, tendo por base um fator que é atualizado automaticamente e anualmente na proporção do crescimento do índice de preços ao consumidor divulgado pelo Índice Nacional de Estatística (INE) para o ano anterior àquele a que respeita.

Relativamente ao cálculo do valor das matérias-primas este é determinado com base no valor de aquisição, em que será descontado o valor do IVA, multiplicado por um dos seguintes fatores (Tabela 1):

Tabela 1- Fatores para o cálculo do valor das matérias-primas

Quilograma 1,3 Hectograma 1,6 Decagrama 1,9 Grama 2,2 Decigrama 2,5 Centigrama 2,8

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4. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE

O Estatuto do Medicamento (Decreto-Lei n.º 176/2006 de 30 de agosto, define medicamento como sendo: “Toda a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas.” (9)

O ato de dispensa de medicamentos consiste na ação pela qual o profissional de farmácia, após avaliação da medicação, cede o(s) medicamento(os) ou substâncias medicamentosas de acordo com a prescrição médica, em regime de automedicação ou sob indicação farmacêutica. Para os utentes da Farmácia, existe um cartão que permite a acumulação de pontos, sendo considerado um cartão de fidelização.

4.1. DISPENSA DE MSRM

Existem medicamentos que, apenas podem ser dispensados na farmácia ao utente mediante apresentação da receita médica, devido as suas circunstâncias.

Segundo o Decreto-lei nº176/2006, de 30 de agosto, artigo 114º estão sujeitos a receita médica todos os medicamentos que ostentem uma das seguintes condições (9):

➢ Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo

quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja, atividade ou reações adversas seja, indispensável aprofundar;

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Atualmente, existem três tipos de receita médica: as receitas manuais, as receitas materializadas e as receitas desmaterializadas ou receitas sem papel. Segundo a Portaria 224/2015, de 27 de julho, as receitas só são válidas se apresentarem (10) :

➢ Número da receita;

➢ Local da prescrição ou respetivo código; ➢ Identificação do médico prescritor; ➢ Nome e número de utente;

➢ Entidade financeira responsável e número de beneficiário;

➢ Regime especial de comparticipação de medicamentos.

As receitas materializadas (ANEXO V) para serem válidas além das informações referidas anteriormente devem ainda conter a Denominação Comum Internacional (DCI) da substância ativa (dosagem, FF, dimensão da embalagem e número de embalagens); se aplicável a denominação comercial do medicamento; Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM)ou outro código oficial identificador do produto; data da prescrição; assinatura autógrafa do prescritor; e se aplicável a exceção que impede o direito de opção (prescrição de medicamento com margem ou índice terapêutico estreito; reação adversa prévia ou continuidade de tratamento superior a 28 dias).

As prescrições materializadas podem ser renováveis, desde que contenham medicamentos destinados a tratamentos de longa duração. Estas prescrições podem ter até 3 vias, sendo que em cada receita podem ser prescritos até quatro medicamentos ou produtos de saúde distintos com um limite máximo de duas embalagens por medicamento ou um total máximo de quatro embalagens. (11) No caso dos medicamentos se apresentarem em embalagem unitária, podem ser prescritos até quatro embalagens do mesmo medicamento.

As receitas desmaterializadas só são válidas quando apresentam: a hora da prescrição, linhas de prescrição (tipo de linha, número da linha, identificada univocamente e constituída pelo número da prescrição e pelo número de ordem da linha de prescrição, tipo de medicamento ou produto de saúde prescrito, data do termo da vigência da linha de prescrição), DCI da substância ativa e data da prescrição. Nestas receitas cada linha só pode incluir um medicamento ou produto de saúde até um máximo de duas embalagens de cada. Neste tipo de receitas o utente pode não estar acompanhado da “guia de tratamento”, nesse caso é enviada

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uma mensagem para o telemóvel do utente com o número da receita, código de acesso e dispensa e código de direito de opção. (11)

As receitas manuais (ANEXO VI) só são válidas se apresentarem: vinheta identificativa do local de prescrição se for o caso; vinheta identificativa do médico prescritor; identificação da especialidade médica, se aplicável e contacto telefónico do médico prescritor; apresentar identificada a exceção para a prescrição manual (falência informática, inadaptação do prescritor, prescrição no domicílio ou até 40 receitas por mês); nome e número de utente; se aplicável, identificar o regime especial de comparticipação de medicamentos; DCI da substância ativa; assinatura autógrafa do prescritor e se aplicável a exceção que impede o direito de opção. Só é admitida uma via da receita manual.

Antes da dispensa de MSRM é necessária a verificação dos aspetos referidos anteriormente da prescrição médica por parte do profissional de farmácia. Esta deve ser corretamente avaliada de modo a interpretar e avaliar a prescrição médica, identificando possíveis problemas com o medicamento ou com a receita médica. Após a verificação da receita médica, procede-se à dispensa do medicamento com o auxílio do sistema informático SPharm®. No início da dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde deve-se perguntar ao utente se possui cartão da farmácia, nesse caso é possível ao profissional de farmácia aceder a informações como o subsistema de comparticipação, últimas vendas possibilitando ao profissional de farmácia verificar qual a medicação que o utente faz habitualmente, tornando mais fácil e rápida a dispensa ao utente. A dispensa de MSRM no sistema informático depende do tipo de receita médica.

Na dispensa de receitas manuais procede-se à leitura ótica do código de barras dos medicamentos ou digita-se o código manualmente, sendo necessário introduzir o código do respetivo organismo de comparticipação, procede-se depois à confirmação da dispensa introduzindo-se o número da receita médica. Antes de finalizar a dispensa é necessária a confirmação dos medicamentos procedendo-se novamente a leitura ótica do código de barras dos medicamentos de modo a evitar erros na dispensa, nas receitas manuais deve-se ainda imprimir no verso da receita o documento de faturação, que o utente deve assinar no local destinado para o efeito. Na dispensa das receitas materializadas inicia-se a dispensa com a introdução do número da receita e do código de acesso, procedendo depois à leitura ótica do código de barras dos medicamentos. Neste tipo de receitas o organismo de comparticipação

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aparece automaticamente, podendo assim finalizar a dispensa, confirmando novamente os medicamentos dispensados como referido anteriormente. Depois é necessário recortar a receita de modo a que o utente possa levar o guia de tratamento e a receita médica fique na farmácia depois de impresso o documento de faturação e ser devidamente assinado pelo utente.

Quanto às receitas desmaterializadas a dispensa começa com a introdução do número da receita e código de acesso, permitindo ao profissional de farmácia aceder à lista de medicamentos que constam nessa receita. Depois são selecionadas apenas as linhas dos medicamentos que o utente quer, procedendo-se à leitura do código de barras dos medicamentos. Neste tipo de receitas o organismo de comparticipação aparece automaticamente, podendo depois finalizar-se a dispensa confirmando novamente os medicamentos dispensados. Neste tipo de receitas é importante assinalar no guia de tratamento o número de embalagens e os medicamentos dispensados ao utente. Neste tipo de receita não é necessária a impressão do documento de faturação (ANEXO VII). Este documento deve conter impressas as seguintes informações: identificação da farmácia, número de registo dos medicamentos dispensados em carateres e código de barras, quantidade fornecida preço total de cada medicamento, valor total da receita, medicamentos, encargo do utente em valor por medicamento e respetivo total, comparticipação do estado em valor por medicamento e respetivo total e data da dispensa.

Este deve ainda conter a informação em que o utente declara que:

• “Me foram dispensadas as N embalagens de medicamentos constantes na receita e prestados os conselhos sobre a sua utilização”

Pode ainda ser impressa informação, relativamente ao direito de opção, no entanto é só é impressa apenas quendo aplicável.

• “Não exerci direito de opção”

• “Exerci o direito de opção para medicamento com preço superior ao 5.º mais barato”

• “Exerci direito de opção por medicamento mais barato que o prescrito para continuidade terapêutica de tratamento superior a 28 dias”

É muito importante no ato da dispensa, sempre que aplicável questionar o utente sobre se quer adquirir o medicamento de marca ou se quer optar pelo medicamento genérico e informar e explicar como o utente deve tomar e armazenar o medicamento.

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4.2. DISPENSA DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES

Os medicamentos que contêm substâncias ativas classificadas como estupefacientes ou psicotrópicos seguem as mesmas regras dos restantes medicamentos.

No caso de prescrição materializada online, offline ou manual, estes medicamentos têm de ser prescritos isoladamente em Receita Especial (RE).

No ato da dispensa o sistema informático identifica os produtos, considerados psicotrópicos e estupefacientes, abrindo um menu de preenchimento obrigatório com informações acerca do médico prescritor (nome e código de identificação), informação do utente (nome e morada), informação do adquirente (nome, data e número do cartão de cidadão ou carta de condução, número do passaporte no caso de cidadãos estrangeiros e data de nascimento) e número da receita. Após a dispensa destes medicamentos o sistema informático para além do recibo de venda imprime um talão comprovativo da venda em duplicado com os dados do médico, utente e adquirente, referidos anteriormente, cada talão é anexado a uma cópia da receita médica e um deles é enviado para o INFARMED e o outro talão com a cópia da receita é ainda anexado à cópia da fatura sendo armazenada durante um período mínimo de 3 anos nos arquivos da farmácia.

4.3. DISPENSA DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS

Segundo o Despacho nº18694/2010, 18 de novembro, podem ser objeto de comparticipação pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS) e pela Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE) os medicamentos manipulados relativamente aos quais ocorre uma das seguintes condições:

a) Inexistência no mercado de especialidade farmacêutica com igual substância ativa na forma farmacêutica pretendida;

b) Existência de lacuna terapêutica a nível dos medicamentos preparados industrialmente;

c) Necessidade de adaptação de dosagens ou formas farmacêuticas às carências terapêuticas de populações específicas, como é o caso da pediatria ou da geriatria.

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Os MM para serem comparticipados devem ser prescritos mediante indicação na receita médica da substância ativa, dosagem, excipientes e devem constar a palavra “Manipulado” ou “FSA”. A comparticipação é de 30% do respetivo PVP. (12)

4.4. DISPENSA DE MNSRM

Segundo o Despacho nº 17690/2007, de 23 de julho a automedicação é a utilização de MNSRM de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde. A utilização de MNSRM é hoje uma prática integrante do sistema de saúde. Contudo, esta prática de automedicação tem de estar limitada a situações clínicas bem definidas e deve efetuar-se de acordo com as especificações estabelecidas para aqueles medicamentos.

O profissional de saúde, no ato da dispensa e do aconselhamento deve questionar o utente, de modo a obter informações sobre:

• Sintomas ou motivo de procurar ajuda com um profissional de farmácia; • Duração do problema de saúde;

• Outros problemas de saúde manifestados pelo utente; • Medicação que o utente toma;

Existem grupos que é necessário ter uma maior atenção como é o caso dos idosos, crianças, grávidas e mulheres a amamentar, podendo ser necessário encaminhar o utente para o seu médico.

4.4.1. Produtos de cosmética e de higiene corporal

A FM tem ao dispor do utente uma grande variedade de produtos de saúde. Cada profissional de saúde, seja TF ou Farmacêutico, tem a seu encargo uma área específica, estando responsável pela aquisição e escolha destes produtos, bem como pela organização e disposição dos mesmos na farmácia. Os profissionais devem procurar manter-se informados e atualizados no que diz respeito aos diferentes produtos existentes no mercado

A FM ostenta uma vasta gama de produtos de cosmética, desde da Vichy®, Filorga®, Bioderma®, La Roche Posay®, entre outras. No momento da escolha por parte do utente

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se explicar como usar o produto, desde a sua aplicação e a cuidados extras que poderá ter para ter um resultado ainda melhor e ter-se em especial atenção o tipo de pele que o utente apresenta.

Em relação a produtos de higiene corporal a FM apresenta também uma vasta gama de produtos, desde Lactacyd Pharma®, Saugella® , Letifem® entre outros.

4.4.2. Medicamentos homeopáticos

Segundo o Decreto-Lei n.º 94/95 de 9 de maio, são considerados produtos homeopáticos aqueles que, contendo uma ou mais substâncias, sejam obtidos a partir de produtos ou composições denominados «matérias-primas homeopáticas», de acordo com o processo de fabrico homeopático descrito na Farmacopeia Europeia ou, quando dela não conste, nas farmacopeias de qualquer Estado membro da União Europeia. (13)

Os medicamentos homeopáticos presentes na FM são fornecidos pelo laboratório Boiron®, existindo uma grande variedade de produtos. Estes tipos de medicamentos são usados em várias doenças comuns, e temos vários exemplos de medicamentos homeopáticos, tais como:

Oscillococcinum® (estados gripais);

• Stodall® (tosse congestiva, seca e irritativa); • Cicaderma® (irritações da pele);

• Camilia® (perturbações pelo crescimento dos primeiros dentes);

• Homeovox® (situações de cansaço das cordas vocais, perda de voz, rouquidão e laringites);

• Coryzalia® (tratamento de constipações, rinites, febre dos fenos); • Sedatif PC® (estados de ansiedade e emotivos ligeiros);

4.4.3. Dispositivos médicos

Segundo o INFARMED, um dispositivo médico é qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou combinado, incluindo o software destinado pelo seu fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêutico e que seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada põe esses meios, destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de:

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• Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença; • Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou

uma deficiência;

• Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico; • Controlo da conceção

Os dispositivos médicos são classificados em três classes, como podemos ver na tabela abaixo (14):

Tabela 2- Classificação dos dispositivos médicos

Classes Exemplos

Classe I- Baixo risco Fraldas; Pensos de incontinência; Meias de compressão; Joelheiras; Cadeiras de rodas; Muletas; Ligaduras, entre outros.

Classe IIa e IIb- Médio risco

IIa- compressas de gaze hidrófila estéreis e não estéreis; pensos de gaze não impregnados com medicamentos; medidores de tensão com fonte de energia associada; termómetros com pilha ou outra fonte de energia associada; agulhas das seringas; lancetas e luvas cirúrgicas.

IIb- canetas de insulina; preservativos masculinos; material de penso para feridas ulceradas extensas e crónicas; material de penso para queimaduras graves.

Classe III- Alto risco Pensos com medicamentos; preservativos com espermicidas; dispositivos intrauterinos que não libertem progestagénios.

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5. PROCESSAMENTO E CONFERÊNCIA DO RECEITUÁRIO

Na FM a conferência das receitas médicas é realizada todos os dias por uma pessoa responsável pelo receituário, de modo a detetar e resolver determinados problemas relacionados com as receitas médicas. O farmacêutico responsável verifica se a receita se encontra válida consoante o que foi descrito anteriormente, devendo verificar outros aspetos como se o produto dispensado corresponde ao produto prescrito, prazo de validade da receita, assinatura do médico e assinatura do utente, devendo depois carimbar, rubricar e datar as receitas médicas. Depois de verificadas as receitas são agrupadas por organismo de comparticipação sendo organizadas pelo número de receita e por lote, sendo que cada lote contém 30 receitas numeradas de 1 a 30. À medida que os lotes ficam completos vão-se fechando os lotes no sistema informático, imprimindo os respetivos verbetes de identificação de lote, que depois de confirmados são anexados às respetivas receitas, carimbados e rubricados. (15)

Cada verbete deve conter as seguintes informações: • Identificação da farmácia;

• Organismo comparticipador;

• Respetivo código da Associação Nacional de Farmácia (ANF)/Associação de Farmácias de Portugal (AFP);

• Mês e ano;

• Identificação do lote;

• Quantidade de receitas e de etiquetas;

• Valor total do lote correspondente ao PVP, valor total a pagar pelos utentes e valor total a pagar pelo organismo de comparticipação.

Os lotes devem ser fechados até ao último dia do mês, emitindo dois documentos, a relação resumo de lotes e a fatura mensal dos medicamentos. A relação resumo de lotes deve conter a seguinte informação:

• Nome e código da Farmácia; • Mês e ano da respetiva fatura; • Tipo e número sequencial do lote; • Quantidade de talões;

Importância total do lote correspondente ao PVP;

Importância total do lote paga pelos utentes;

(41)

40

Importância total do lote a pagar pelo Estado;

Discriminação da seguinte informação por prestação:

Número de Utente;

Data de prestação;

Número de talão (número sequencial);

Importância respeitante ao PVP;

Importância paga pelo Utente;

Importância a pagar pelo Estado.

A fatura mensal deve conter a seguinte informação (15): • Identificação da entidade adquirente;

• Indicação de que se trata de documento de original ou duplicado; • Nome e código da farmácia;

• Número da fatura; • Data da fatura; • Número fiscal;

• Total do número de lotes;

• Total do número de lotes, por tipo e código;

• Importância total por tipo e código de lote, correspondente ao PVP; • Importância total, por tipo e código de lote, paga pelos utentes; • Importância total, por tipo e código de lote, a pagar pelo Estado; • Importância total do PVP;

• Importância total paga pelos utentes; • Importância total a pagar pelo Estado;

Depois deste processo são enviados até ao dia 10 do mês seguinte as receitas correspondentes ao SNS para o Centro de Conferência de Faturas (CCF), enquanto que as receitas correspondentes aos outros organismos de comparticipação são enviadas para a AFP. As duas associações procedem à conferência dos valores que devem ser reembolsados às respetivas farmácias.

(42)

41

6. OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS PELA

FARMÁCIA

6.1. AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS

Na FM, os utentes, tem a possibilidade de avaliar parâmetros bioquímicos e fisiológicos, tais como a avaliação da pressão arterial, o colesterol total, triglicéridos, glicémia, ácido úrico e testes de gravidez. Cada utente que realize um dos testes pela primeira vez recebe um cartão da farmácia, onde serão registados os valores obtidos após a medição, anotando a data em que foi efetuada, permitindo assim, uma análise e seguimento da evolução do utente.

6.1.1. Avaliação da pressão arterial

A tensão arterial diz respeito “à pressão que o sangue faz na parede das artérias por onde circula, paredes que por isso ficam sob tensão, distendidas pela pressão do sangue: tensão e pressão tornam-se assim equiparáveis.” (16). Existe um valor máximo e um valor mínimo definidos como referência, sendo 120 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e 80 mmHg para a pressão diastólica (mínima) (Tabela 3).

Tabela 3- Classificação dos valores da tensão arterial

Tensão Arterial Pressão Arterial Sistólica (mmHg)

Pressão Arterial Diastólica (mmHg)

Ótima <120 <80

Normal 120-129 80-84

Normal alta 130-139 85-89

Hipertensão Arterial grau 1 140-159 90-99

Hipertensão Arterial grau 2 160-179 100-109

Hipertensão Arterial grau 3 >180 >110

Fonte: Norma DGS nº 026/2011 de 29 de setembro

Após a realização do teste de avaliação, o profissional de farmácia deve realizar um aconselhamento, desde os cuidados que o utente deve ter para diminuir os níveis elevados de tensão arterial ou para manter os níveis, quando estes se encontram estáveis. Podem ser conselhos simples, desde a diminuição do consumo de álcool, prática de exercício físico, aumento da ingestão de verduras e fruta e também da ingestão de 1,5L de água. É bastante

Referências

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