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IMPLANTAÇÃO DE CURSOS TÉCNICOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO PARANÁ

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Céuli Mariano Jorge1 Carina Skura Ribeiro Maria das Graças Ferreira

Introdução

A partir do Decreto Federal nº 5.478/05 o Ministério da Educação e Cultura – MEC sob a coordenação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC lançou o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Em junho de 2006, o Decreto Federal nº 5.840 revoga o nº 5.478 e institui nacionalmente o programa. Trata-se de uma integração da educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos à profissionalização em nível técnico para atender a situação provocada pelo contínuo processo de exclusão social, desemprego, desassalariamento, baixa escolaridade e a falta de qualificação dos trabalhadores, entre outros fatores que marcam historicamente a educação brasileira. No entanto, essa configuração pode trazer o estigma de mais uma política compensatória do governo federal em lugar da tão necessária criação de leis específicas para a Educação profissional. Diante desse fato, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED inicia em 2007 o processo de implantação da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos, não como um programa, pois um programa tem, muitas vezes, a lógica da superficialidade pelo caráter temporário de sua duração, mas como uma política pública destinada aos jovens e adultos trabalhadores, com o objetivo de ofertar uma educação técnica em nível médio com bases sólidas que assegure ao mesmo tempo os saberes científicos, tecnológicos e históricos sociais e a formação para o trabalho em nível técnico.

O Estado do Paraná assume essa política na rede estadual de educação, a partir de 2008, pelo Departamento de Educação e Trabalho em conjunto com os Departamentos de Diversidade e de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação com o

1 Mestre em Ciências Biológicas pela UFPR – Departamento de educação e Trabalho da Secretaria de

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compromisso de oferecer uma Educação Profissional que toma o trabalho como princípio educativo, princípio este que considera o homem em sua totalidade histórica levando em conta as diferentes contradições que o processo produtivo contemporâneo traz para a formação humana.

Essa nova proposta pedagógica implantada no Paraná está fundamentada a partir do direito do cidadão aos saberes sistematizados, da universalização do ensino em nível médio, da escola pública gratuita e de qualidade para todos, a qual considera a diversidade cultural de experiências e vivências de cada sujeito, bem como, a organização coletiva do trabalho escolar. Assim sendo, aponta como princípio primeiro o trabalho, o trabalho como princípio educativo uma vez que é por meio dele que se dá a produção da condição humana e a ação transformadora do mundo, tanto dos homens entre si quanto em relação ao meio em que vivem.

Essa oferta visa a formação de cidadãos-profissionais com entendimento da realidade social, econômica, política e cultural do mundo do trabalho, para nele inserir-se e atuar de forma ética visando à transformação da sociedade em função dos interesses sociais e coletivos.

Dessa forma, este artigo explicita a experiência realizada no Estado do Paraná com o processo de implantação da Educação profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos como uma política pública.

Encaminhamentos Metodológicos

O processo de implantação partiu de um intenso trabalho de mobilização, estudo e levantamento de demandas, realizado em 2007, no qual participaram os professores dos 32 Núcleos Regionais de Educação que compõem o estado, da Educação Profissional e da EJA, em três encontros estaduais e 12 oficinas para elaboração da proposta curricular.

Dessa forma, tendo como ponto de partida o Documento Base (BRASIL, 2006), os Fundamentos Políticos e Pedagógicos da Educação Profissional do Paraná (PARANÁ, 2005) e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 2000), foi elaborado o Documento Orientador da Educação profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos no Paraná. Nesse documento são

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apresentados os pressupostos teóricos, fundamentos e princípios dessa política, bem como a organização curricular, perfil do aluno e do professor e as orientações metodológicas necessárias ao trabalho do professor. Durante a sua elaboração, foi submetido às discussões, crítica e sugestões dos professores que participaram dos encontros pedagógicos realizados.

A partir do Documento Orientador foi desencadeada a construção das propostas curriculares, as quais foram elaboradas coletivamente com a participação de professores representantes de cada estabelecimento de ensino. Ocorreram 12 (doze) oficinas pedagógicas de 24 horas cada uma, sendo uma para cada habilitação técnica a ser implantada. Durante as oficinas, além da elaboração das propostas curriculares, buscou-se a elucidação das dúvidas ainda existentes e o conbuscou-senso entre os participantes (que nem sempre era fácil) considerando-se o fato de que os participantes eram professores críticos, comprometidos, mas algumas vezes com grandes divergências teóricas. Contudo, cada um deu o melhor de si e as propostas curriculares foram elaboradas pelo conjunto de professores, validadas posteriormente nos estabelecimentos de ensino e encaminhadas ao Conselho Estadual de Educação para autorização de funcionamento. Após esse trabalho de mobilização e identificação das demandas, a implantação foi autorizada em 72 estabelecimentos de ensino de 47 municípios do Estado com 76 cursos em 12 habilitações técnicas diferentes, a partir de 2008.

Com a Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos busca-se a reinserção de jovens e adultos excluídos do sistema escolar, possibilitando-lhes acesso à educação e a formação profissional na perspectiva da integralidade. Portanto, é fundamental que uma política pública estável voltada para a Educação Profissional integrada à Educação de Jovens e Adultos seja pautada numa proposta que considere a integração que se busca é aquela que valoriza os saberes da formação geral e profissional e também do cotidiano.

O que se pretende com essa configuração de currículo para jovens e adultos, é uma formação que contribua para a participação efetiva desses sujeitos nos seus contextos sociais, com autonomia de pensamento e capacidade de interação crítica e assim, sustentar uma atuação profissional que faça o enfrentamento ao sistema capitalista de produção em vigência.

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Para tanto, os eixos trabalho, cultura, ciência e tecnologia deverão articular toda a ação pedagógica-curricular nas escolas. Tais eixos foram definidos tendo-se em vista a concepção de currículo da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos, na qual o sistema educacional proporcione condições para que todos os cidadãos, independente de sua origem socioeconômica, tenham acesso e êxito numa escolarização unitária.

Considerando-se que a ênfase no trabalho não deve ser reduzida à preocupação em preparar o trabalhador para atender as demandas do industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões relativas à produção e às transformações técnicas (Arroyo, 2001), uma vez que, os vínculos entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais ampla, tendo em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação intelectual e moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva, sua emancipação. O trabalho contempla, assim, uma forma de produção da vida material a partir do qual se produzem distintos sistemas de significação.

A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade social. Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar sua dimensão histórica. Partindo do princípio que cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações, uma vez que, tal como a cultura, é compreendido como prática de significação, e assim sendo, vincula-se à prática produtiva, às relações sociais e de poder, enfim a uma prática que produz identidades sociais.

Do ponto de vista da Educação Profissional, a ciência e a tecnologia se resumem à acumulação dos conhecimentos científico-tecnológicos, na qual, a tecnologia implica na união entre escola e trabalho ou, mais especificamente, entre instrução intelectual e trabalho produtivo. Dessa forma, os eixos articuladores deverão permear todo o trabalho educativo tanto para organização do currículo da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos, quanto para o planejamento do professor.

O currículo integrado é, portanto, uma possibilidade de inovar pedagogicamente na concepção de Ensino Médio, em resposta aos diferentes sujeitos sociais para os quais se destina, por meio de uma concepção que considera o mundo do trabalho e que leva em conta os mais diversos saberes produzidos em diferentes espaços sociais.

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Abandona-se, assim, a perspectiva de formação para o mercado de trabalho, para assumir a formação integral dos sujeitos, como forma de compreender e se compreender no mundo.

A organização do currículo da Educação Profissional integrada a Educação de Jovens e Adultos deverá contemplar as seguintes dimensões teórico-metodológicas:

a) Tomar o trabalho como princípio educativo, articulando ciência, cultura, tecnologia e sociedade requer, uma sólida formação geral fundamentada nos conhecimentos acumulados pela humanidade e uma organização curricular que promova a apropriação dos saberes científicos e culturais tomando o trabalho como eixo articulador dos conteúdos.

b) A integração de conhecimentos da formação geral e profissional não se resolve através da junção de conteúdos, ela exige outro tratamento a ser dado ao projeto pedagógico, que tome o processo de trabalho e as relações sociais como eixo definidor dos conteúdos, além do saberes que compõe as áreas do conhecimento.

c) O tratamento metodológico adequado ao público de jovens e adultos privilegiará a relação teoria/prática e parte/totalidade; para além da simples memorização de passos e procedimentos, que incluem as habilidades de comunicação, a capacidade de buscar informações em fontes e através de meios diferenciados e a possibilidade de trabalhar cientificamente com estas informações para resolver situações problemáticas, criando novas soluções.

Contudo, é na vida real, na atividade prática, que começa a ciência real a prática não fala por si mesma; os fatos práticos ou fenômenos têm que ser identificados, contados, analisados, interpretados, já que a realidade não se deixa revelar através da observação imediata, é preciso ver além da imediaticidade para compreender as relações, as conexões, as estruturas internas, as formas de organização, as relações entre parte e totalidade, as finalidades que não se deixam conhecer no primeiro momento, quando se percebem apenas os fatos superficiais, aparentes, que ainda não se constituem em conhecimento.

d) Os conteúdos da área de comunicação, consideradas todas as suas formas e modalidades, passam a ser estratégicos, para: a avaliação crítica, o trabalho com segurança e confiabilidade, a participação nos processos sociais e produtivos, e a

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participação política. Incluem-se neste item a língua portuguesa, as línguas estrangeiras, e os meios informatizados de comunicação.

e) Da mesma forma, os conteúdos sobre as determinações sociais, políticas e econômicas que levaram à globalização da economia, à reestruturação produtiva e às novas relações entre Estado e Sociedade, precisam ser apropriados pelos cidadãos trabalhadores, para que desenvolvam sua capacidade de análise das relações sociais e produtivas e das transformações que ocorrem no mundo do trabalho.

f) Considerando as relações entre ciência, cultura e sociedade, e compreendendo a cultura como um dos solos capazes de enraizar a escola à sua comunidade e área de abrangência, o projeto político pedagógico deverá contemplar os conteúdos culturais que expressam as formas de vida compartilhados por uma comunidade, e os significados produzidos e utilizados socialmente pelos grupos humanos que experienciam tempos e espaços semelhantes.

Estas dimensões teórico-metodológicas partem da opção epistemológica que compreende o processo de produção do conhecimento através da atividade humana. A política de integração da educação profissional ao ensino médio na modalidade EJA, conforme anteriormente afirmado, tem, prioritariamente, a perspectiva de um projeto político-pedagógico integrado. Contudo, essa integração só será possível a partir de ações conjuntas que levem ao entendimento e clareza de suas bases teóricas e metodológicas por todos os segmentos que compõem a instituição e comunidade escolar. É essencial conhecer os alunos, ouvi-los e considerar suas histórias e seus saberes, bem como suas condições concretas de existência.

“Assim, a educação [...] deve compreender que os sujeitos têm história, participam de lutas sociais, têm nome e rostos, gêneros, raças, etnias e gerações diferenciadas. O que significa que a educação precisa levar em conta as pessoas e os conhecimentos que estas possuem” (BRASIL, 2005, p. 17).

Além disso, deve-se considerar que os educandos/trabalhadores possuem tempos de afastamento dos estudos mais ou menos longos o que implica a possibilidade de terem sido submetidos a propostas educacionais de diferentes períodos da história da educação no Brasil, resultando em uma heterogeneidade não só em relação à faixa etária, mas também em relação ao conhecimento. Isso implica num “fazer pedagógico”

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diferenciado que atenda essas especificidades para que se possa assegurar a permanência dos educandos em sala de aula.

Feitas essas ponderações é necessário dirigir a discussão ao currículo integrado.

Porém, quando se fala em currículo integrado, pergunta-se: qual o sentido de se integrar o currículo? O que, na verdade, se deseja integrar? E como integrá-lo?

O que se pretende é uma integração epistemológica de conteúdos, de metodologias e de práticas educativas. Refere-se a uma integração teoria-prática do conhecimento.

Essa política pedagógica a ser implantada no Paraná prevê a carga horária mínima de 2400 horas (Decreto 5.840, art. 4º), tendo como público alvo os jovens e adultos com idade, igual ou superior a 21 anos, que não tiveram a oportunidade de concluir o Ensino Médio, será ofertada na forma integrada e presencial, podendo haver adequações para atendimento a comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhos, movimentos sociais e outros, com especificidades diferenciadas.

A organização curricular é uma construção contínua, processual e coletiva que envolve todos os sujeitos que participam dessa política. O currículo enquanto um processo de seleção e de produção de saberes, de visões de mundo, de habilidades, de valores, de símbolos e significados, enfim, de culturas, deve considerar:

a) a concepção de homem como ser histórico-social que age sobre a natureza para satisfazer suas necessidades e, nessa ação produz conhecimentos como síntese da transformação da natureza e de si próprio (RAMOS, 2005);

b) a perspectiva integrada ou de totalidade a fim de superar a segmentação e desarticulação dos conteúdos;

c) a experiência do aluno na construção do conhecimento; trabalhar os conteúdos estabelecendo conexões com a realidade de educando, tornando-o mais participativo; d) o resgate da formação, participação, autonomia, criatividade e práticas pedagógicas emergentes dos docentes;

e) a construção dinâmica e com participação de todos os sujeitos envolvidos no processo;

f) A prática de pesquisa.

Independente da forma de organização e das estratégias adotadas para a construção do currículo integrado é imprescindível a clareza no entendimento da proposta por todos os envolvidos.

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Essa concepção permite a abordagem de conteúdos e práticas com a utilização de metodologias dinâmicas, que promovam a valorização dos saberes adquiridos em espaços de educação formal e não-formal, além do respeito à diversidade.

Define-se, então, o currículo como um desenho pedagógico e sua correspondente organização institucional à qual articula dinamicamente experiências, trabalho, valores, ensino, prática, teoria, comunidade, concepções e saberes observando as características históricas, econômicas e socioculturais do meio em que o processo se desenvolve. Para a elaboração coletiva do currículo da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos deve-se partir dos seguintes elementos de análise: – Que profissional queremos? – Quais os conhecimentos necessários a sua formação? – Quais os conteúdos e como organizá-los em disciplina? – Qual o tempo necessário? – Qual a estrutura necessária (espaço) biblioteca, laboratórios, etc.

Dessa forma, torna-se imperativo o diálogo entre o diagnóstico das realidades e demandas locais e a existência de um planejamento construído e executado de maneira coletiva e democrática. Isso implica a necessidade de encontros pedagógicos periódicos de todos os sujeitos envolvidos no projeto, professores, alunos, gestores, servidores e comunidade.

A aprendizagem não ocorre de maneira imediata e instantânea e nem, apenas, pelo domínio de conhecimentos específicos ou informações técnicas; a aprendizagem requer um processo constante de envolvimento e aproximações sucessivas, amplas e integradas, fazendo com que o educando possa, a partir das reflexões sobre suas experiências e percepções iniciais, observar, reelaborar e sistematizar seu conhecimento acerca do objeto em estudo.

Nessa perspectiva, foram implantados os seguintes cursos: Administração, Informática, Secretariado, Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde, Segurança do Trabalho, Nutrição, Meio Ambiente, Química, Construção Civil, Eletromecânica e Logística. Para organização das turmas, os estabelecimentos de ensino deverão levar em conta a demanda e a estrutura existente, e considerar os seguintes critérios para inscrição e matrícula: a conclusão do ensino fundamental; a idade igual ou superior a 21 anos; a renda familiar, o egresso de escolas públicas e entrevista.

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Formação dos Professores

Considerando-se que a formação de professores é parte essencial para a qualidade dessa proposta, partiu-se da construção de um quadro de referência para a sistematização de concepções e práticas político-pedagógicas e metodológicas que orientem a implantação, implementação e monitoramento do programa, assegurando a flexibilização do currículo do curso por meio de uma avaliação permanente do processo pedagógico e a socialização das experiências vivenciadas pelas turmas.

O processo de formação continuada ofertado pela Secretaria Estadual de educação do Paraná, em parceria com o governo federal destina-se a todos os professores que atuam nos cursos da Educação profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos no Estado. Esse processo visa subsidiar o trabalho a ser desenvolvido junto aos educandos, jovens e adultos, egressos de diferentes ofertas do ensino fundamental, com idade e cultura diferentes e com longo período de afastamento de seus estudos.

Ao longo dessa Formação Continuada se propõe a discussão da proposta curricular da Educação profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos, bem como a busca de novas práticas pedagógicas e metodológicas que orientem a docência nessa modalidade de ensino.

Considerando suas características inovadoras entende-se a necessidade de uma formação continuada que instrumentalize os professores para uma atuação diferenciada. Portanto, tem como objetivo a sistematização de concepções e práticas político-pedagógicas e metodológicas que orientem para a docência em Educação profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos, numa perspectiva de escolarização integral onde a formação geral, na modalidade de jovens e adultos, possibilite os conhecimentos desse nível de ensino.

O processo de formação continuada deverá assegurar a elaboração do planejamento das atividades do curso, a avaliação permanente do processo pedagógico e a socialização das experiências vivenciadas pelas turmas. Esse processo contempla um total de 240 horas, das quais 94 horas são presenciais e 146 horas a distância, distribuídas em seis módulos de 40 horas cada. Para tanto, conta com o acompanhamento de professores autores e professores orientadores. O professor autor, escreve e seleciona o material a ser trabalhado nos encontros pedagógicos disponibilizado de forma impressa e on-line, participa de teleconferências e seminários conduzindo as discussões. Já o professor

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orientador, participa em todos os momentos presenciais em cada escola e é responsável também pelos momentos a distância encaminhando os textos e atividades elaboradas pelo professor autor e avaliando as produções realizadas durante os módulos.

Os módulos são desenvolvidos na forma semi-presencial, constando de uma parte presencial com seminários, grupo de estudos e teleconferências e uma parte a distância, articulada a partir da presencial, na qual o participante tem acesso ao material pedagógico, aos textos, as atividades, os vídeos, aos links, entre outros, elaborados pelo docente autor e disponibilizados pelo professor orientador através do portal dia-a-dia educação do Governo do Estado do Paraná, que permite ao participante a comunicação com o professor orientador e demais participantes, o acesso a fóruns de discussão, a postagem de suas atividades e de sua produção final que fará parte de um banco de dados disponível na rede.

Os Módulos contemplam os seguintes temas: Diretrizes da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos; Processos cognitivos da aprendizagem dos Jovens e Adultos; Componentes curriculares do processo ensino aprendizagem; Concepção, metodologia e avaliação da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos; subsídios para a elaboração de material didático.

Para tanto, o processo de formação continuada conta com a participação de Instituições Federais e Estaduais que desenvolvem estudos e pesquisas na área da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos para a indicação dos docentes autores e professores orientadores, a saber: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Universidade do Centro Oeste – UNICENTRO, Universidade Estadual de Londrina – UEL e Universidade Estadual de Maringá – UEM.

Consideração Finais

Para a efetivação dessa política educacional, torna-se necessário o engajamento de todos os envolvidos no processo, a busca do conhecimento necessário para lidar com o novo, bem como a disposição para o aprimoramento constante.

Portanto, para lograr êxito na política defendida ao longo deste trabalho, é imprescindível compreender, dentre outros aspectos, que a Educação Profissional

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Integrada à Educação de Jovens e Adultos tem um público alvo diferenciado que demanda por um corpo docente teórico-metodológico com identidade própria e diferente daquele que fundamenta as ofertas educacionais destinadas aos adolescentes egressos do Ensino Fundamental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARROYO, Miguel Gonzales. Trabalho – Educação e Teoria Pedagógica. In FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.). Educação e crise no trabalho: perspectivas de final de século. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº. 11/2001 e Resolução CNE/CEB nº. 1/2000. Diretrizes curriculares para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: MEC, maio 2000.

BRASIL. Decreto nº 5.478, de 24 de junho de 2005. Institui, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Brasília, DF: 24 de junho de 2005.

BRASIL Ministério da Educação. Documento base – programa de integração da Educação Profissional técnica de nível médio ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Brasília: SETEC, 2006.

BRASIL. Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, e dá outras providências. Brasília, DF: 13 de julho de 2006.

PARANÁ. Fundamentos Políticos e Pedagógicos da Educação Profissional. Versão Preliminar. DET/SEED, 2005.

PARANÁ. Documento Orientador da Educação profissional Integrada à Educação de

Jovens e Adultos no Paraná. 1ª versão. DET/SEED, 2008.

RAMOS, M. Possibilidades e desafios na organização do currículo integrado. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. (Org.). Ensino médio integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005.

Referências

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