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GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP

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BOLETIM DE ECONOMIA [ 19 ] / outubro de 2012

Governador do estado Geraldo Alckmin

secretário de Gestão Pública Davi Zaia

Fundação do desenvolvimento administrativo (FundaP) diretor executivo

Geraldo Biasoto Junior GruPo de economia / FundaP Luis Fernando Novais (coordenador)

Mario Roque Bonini Rafael Fagundes Cagnin

Waldomiro Pecht

técnico José Roberto Rodrigues

estagiários André Felipe Lopes Felipe Thiago dos Santos

Vinicius de Lima e Silva

Fundação do desenvolvimento administrativo, Fundap Rua Cristiano Viana, 428

05411-902 São Paulo SP Telefone (11) 3066 5500 www.fundap.sp.gov.br

eQuiPe de edição coordenação editorial Laís C. C. M. Nabuco de Araújo

capa, Projeto Gráfico, revisão e editoração eletrônica

Newton Sodré editoração eletrônica Helenice dos Santos Alberto

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APRESENTAÇÃO

O boletim de economia é uma publicação mensal do Grupo de Economia da Fundap, composto, nesta edição, por duas seções (Conjuntura Econômica em Foco e Anexo Estatístico).

O artigo da seção de Conjuntura, deste número, traz uma análise detalha-da sobre a evolução do mercado de crédito em 2012, com os seguintes desta-ques: o estoque total do crédito bancário do Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 2,24 trilhões no mês de setembro de 2012, correspondendo a 51,5% do PIB. No acumulado dos nove primeiros meses de 2012, o volume de crédito da econo-mia brasileira cresceu 6,2%, em termos reais, indicando uma desaceleração em comparação ao desempenho no mesmo período de 2011 (7,8%), sob efeito do patamar ainda elevado da inadimplência e do desaquecimento da atividade eco-nômica. Essa tendência só não foi mais intensa devido às pressões do governo fe-deral, sobretudo por meio da atuação dos bancos públicos, em favor da redução dos spreads, de maneira a potencializar o impacto dos cortes da meta da taxa Selic sobre os juros dos empréstimos. Algumas medidas de caráter regulamentar, no sentido de reduzir os custos de refinanciamento das dívidas e de ampliar a concorrência bancária, também contribuíram positivamente para o desempenho do crédito em 2012.

SumáRiO

Conjuntura Econômica em Foco

[p. 5]

A EvOluÇÃO dO cRédiTO bANcáRiO

Em 2012

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Introdução

Esse artigo tem como objetivo identificar as principais tendências da evolução do crédito ban-cário no Brasil entre os meses de janeiro e setembro de 2012. Além desta, três outras seções o com-põem. A primeira apresenta um panorama geral do crédito bancário, destacando as participações dos bancos públicos, privados nacionais e privados sob controle estrangeiro. Nessa mesma seção tam-bém estão identificadas as principais medidas de caráter regulatório adotadas pelo governo federal e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de sorte a influenciar o ritmo de expansão creditícia. Na segunda seção, o crédito é analisado da ótica da natureza dos recursos, ou seja, a evolução do seg-mento de crédito com recursos direcionados (em que as condições de prazo, taxas de juros, spreads e montantes são regulamentadas pelo governo) e de crédito com recursos livres (cujas condições são livremente pactuadas entre credores e devedores). A última seção traz breves considerações finais.

Panorama Geral

O estoque total do crédito bancário do Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 2,24 trilhões no mês de setembro de 2012, correspondendo a 51,5% do PIB. No acumulado dos nove primeiros meses de 2012, o volume de crédito da economia brasileira cresceu 6,2%, em termos reais, indicando uma desaceleração em comparação ao desempenho observado no mesmo período de 2011 (7,8%).

A evolução do crédito em 2012, mensurada pela variação real em 12 meses, apresentou três fases distintas: uma pequena desaceleração no primeiro bimestre, recuperação a partir do mês de março e nova desaceleração entre julho e setembro (Gráfico 1).

A EvOluÇÃO dO cRédiTO bANcáRiO

Em 2012

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conjuntura econômica em foco

BOLETIM DE ECONOMIA [ 19 ] / outubro de 2012

Gráfico 1. Evoluçãodocréditobancáriototaldo SiStEma financEiro nacional

– jan./11 aSEt./12 (taxadEcrEScimEntorEal1Em 12 mESESEEm % do Pib)

8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 44 45 46 47 48 49 50 51 52 ja n/ 11 fe v/ 11 m ar /1 1 ab r/ 11 m ai /1 1 ju n/ 11 ju l/ 11 ag o/ 11 se t/ 11 ou t/ 11 no v/ 11 de z/ 11 ja n/ 12 fe v/ 12 m ar /1 2 ab r/ 12 m ai /1 2 ju n/ 12 ju l/ 12 ag o/ 12 se t/ 12 % % d o PI B

Crédito em % do PIB Var. real 12 meses Fonte: Banco Central do Brasil.

(1) Deflacionado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

A despeito da continuada flexibilização da política monetária, com a redução da meta da taxa de juros Selic a partir de agosto de 2011, da eliminação da exigência de capital adicional para ope-rações de crédito ao consumo com prazos inferiores a 60 meses e da redução da alíquota de IOF sobre as modalidades de crédito a pessoa física1, o ritmo de expansão dos empréstimos, que havia se

acelerado no final de 2011, não se sustentou nos primeiros meses de 2012. Colaboraram para essa reversão o aprofundamento da crise europeia e a manutenção da trajetória ascendente das taxas de inadimplência. Esse cenário contribuiu tanto para a maior seletividade da oferta de crédito como para o arrefecimento da demanda.

Entre os meses de março a junho de 2012, o ritmo de expansão do crédito voltou, entretanto, a se elevar, sob a liderança dos bancos públicos. Ao longo desse período, a taxa de crescimento real, na comparação em 12 meses, manteve-se levemente superior a 12% contra o percentual de 10,9% verifica-do no mês de fevereiro. Essa aceleração foi impulsionada pela averifica-doção de iniciativas verifica-do governo federal no sentido de facilitar a gestão dos créditos com pagamentos em atraso e de potencializar o impacto da queda da taxa básica de juros sobre as taxas de juros dos empréstimos mediante a queda dos spreads pela Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco do Brasil (BB) – que aliaram às diretrizes governamentais e às suas próprias estratégias operacionais, ampliando agressivamente suas carteiras de crédito.

A Medida Provisória n. 563 de abril de 2012, convertida na Lei n. 12.715 no mês de setembro, reduziu o custo tributário da renegociação de dívidas em atraso. Até então, a renegociação desses empréstimos, contabilizados como prejuízo, acima de R$ 30 mil (exceto crédito rural), implicava o recolhimento de imposto de renda no ato da operação. Esse aspecto impunha um custo fiscal im-portante, segundo os bancos, à renegociação das dívidas, que se somava à necessidade de elevado recolhimento de capital sobre o novo empréstimo, cuja probabilidade de reembolso continuava incer-ta. A medida provisória, ao definir o recolhimento do imposto na quitação do empréstimo, passou a estimular a prática de renegociação das dívidas em atraso.

Ainda no mês de abril, o governo federal intensificou as pressões pela redução dos spreads bancários, com o objetivo de fazer chegar ao tomador final o esforço de redução da taxa básica de

1 Ver FREITAS, Maria Cristina P. (2012) “Evolução do mer-cado de crédito brasileiro em 2011”. Boletim de Economia da Fundap, n. 13 (http://novo.fun-dap.sp.gov.br/arquivos/PDF/ Boletim_de_Economia_13_ mar2012_Evolucao_do_Mer-cado_de_Credito_Brasileiro_ em_2011.pdf).

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juros levada a cabo pelo CMN desde meados de 2011. A declaração, feita pelo BB e CEF, de cortes ex-pressivos nas taxas de juros finais de diversas modalidades de crédito a empresas e especialmente a pessoas físicas foi acompanhada, mesmo que em menor intensidade, pelos bancos privados de con-trole estrangeiro (sobretudo, Santander e HSBC), e posteriormente pelos grandes privados nacionais (Bradesco e Itaú-Unibanco). Sob essa diretriz e diante dos resultados insatisfatórios do crescimento do PIB2, os bancos públicos ampliaram seu papel de estimular a demanda doméstica por meio do

crédito, ocupando a parcela do mercado liberada pelo comportamento mais conservador dos bancos privados (Gráfico 2).

Gráfico 2. EvoluçãodocréditototalaoSEtorPrivadoSEGundoaProPriEdadEdocaPitaldoSbancoS

– jan./11 aSEt./12 (taxadEcrEScimEntorEal(1)Em 12 mESES, Em %)

16,4 20,4 17,7 7,4 1,7 11,3 6,4 0 5 10 15 20 25 ja n/ 11 fe v/ 11 m ar /1 1 ab r/ 11 m ai /1 1 ju n/ 11 ju l/ 11 ag o/ 11 se t/ 11 ou t/ 11 no v/ 11 de z/ 11 ja n/ 12 fe v/ 12 m ar /1 2 ab r/ 12 m ai /1 2 ju n/ 12 ju l/ 12 ag o/ 12 se t/ 12

SF Público SF Privado SF Estrangeiro Fonte: Banco Central do Brasil.

(1) Deflacionado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

Nota: O Sistema Financeiro Público inclui bancos federais e estaduais, CEF, BNDES e agências estaduais de fomento.

Dessa forma, a participação do Sistema Financeiro Público no saldo total do crédito bancário subiu de 41,3%, em dezembro de 2011, para 43,6%, em setembro de 2012, ratificando sua liderança frente ao conjunto de bancos privados de capital nacional (38,9%, em set./12) e de capital estrangei-ro (17,5%, em set./12). No acumulado do ano, enquanto o saldo de crédito contratado pelos bancos públicos se expandiu 26,7%, em termos reais, aquele dos bancos de capital estrangeiro e nacional aumentaram apenas 2,6% e 0,7%, respectivamente.

No terceiro trimestre de 2012, a estabilização das taxas de inadimplência em patamares ele-vados e a menor queda das taxas de juros dos empréstimos, resultante do esgotamento das práticas agressivas de corte dos spreads – especialmente nos bancos públicos que tinham capitaneado o mo-vimento –, contribuíram para uma nova desaceleração do ritmo de expansão dos estoques de crédito. Como será visto a seguir, a desaceleração do crédito direcionado, condicionada pelas operações de financiamento habitacional e do BNDES (direto e repasses), também foi importante para o desempe-nho do trimestre.

Diante desse cenário e do baixo dinamismo da economia brasileira, o governo federal conti-nuou buscando aprimoramentos institucionais no mercado de crédito, cujos efeitos ainda não podem ser verificados nos dados divulgados pelo Banco Central do Brasil (BCB). Em agosto de 2012, a Me-dida Provisória n. 567 do mês de maio foi convertida na Lei n. 12.703, determinando a simplificação

2 Ver Boletim de Economia da Fundap n. 18 (http://novo.fun-dap.sp.gov.br/arquivos/PDF/ Boletim%2018_set_2012_ COMPLETO.pdf)

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conjuntura econômica em foco

BOLETIM DE ECONOMIA [ 19 ] / outubro de 2012

de procedimentos e a redução do custo cartorial da portabilidade dos financiamentos habitacionais. Para que tenha efeito prático, entretanto, a lei ainda deve ser regulamentada pelo CMN. Dentre as medidas tomadas, destacam-se a transferência da alienação fiduciária, que garante o financiamento por meio de simples averbação, e a supressão do termo de quitação do empréstimo junto ao credor que se deseja substituir. Estima-se que sob os novos procedimentos haja uma economia de 60% dos custos de transferência dos financiamentos habitacionais de um credor para outro. É importante levar em conta, contudo, que o ambiente de forte concorrência tem impulsionado os bancos a cobrir parte dos custos de transferência dos financiamentos como forma de conquistar mercado de seus concor-rentes, ou, em contrapartida, a reduzir as taxas de juros dos financiamentos contratados diante do risco de perda de clientes.

Além disso, no mês de setembro, a Circular n. 3.609 zerou, com aplicação imediata, a alíquota de 6% do compulsório adicional sobre os depósitos à vista e reduziu de 12% para 11% a alíquota do compulsório adicional sobre os depósitos a prazo, que entrou em vigor em 29 de outubro de 2012. A parte principal do compulsório (44% para depósitos à vista e 20% para depósitos a prazo) manteve-se inalterada, mas houve maior flexibilização da parte do compulsório principal sobre depósitos a prazo: desde então, 50% desses recursos (e não mais 36%) podem ser usados no financiamento de motocicletas3 e na compra de carteiras de crédito e letras financeiras dos bancos que respeitavam,

em junho de 2012, todos os seguintes critérios: Patrimônio de Referência inferior a R$ 2,2 bilhões, relação entre ativos de crédito4 e ativo total de no mínimo 20% e participação de depósitos a prazo de

no mínimo 20% do passivo total. Em 8 de novembro, a Circular n. 3.613 ampliou o conjunto de bancos favorecidos pelas novas regras do compulsório ao elevar o Patrimônio de Referência mínimo para R$ 3,5 bilhões. Adicionalmente, as letras financeiras também passaram a ser somadas aos depósitos a prazo para a obtenção da relação mínima de 20% do passivo total.

As mudanças nas regras do compulsório foram importantes não apenas para liberar recursos adicionais para as operações de crédito e para a redução dos spreads5, mas também para melhorar

as condições de captação dos bancos médios. O desempenho desses bancos foi prejudicado, dentre outros fatores, pelas medidas macroprudenciais6 adotadas no final de 2010, em especial pela

ele-vação do requerimento de capital mínimo de 11% para 16,5% sobre as operações de financiamento ou arrendamento mercantil de veículos e de crédito consignado, segmento do mercado de crédito no qual muitos bancos médios tinham se especializado7.

a evolução do crédIto bancárIo seGundo a natureza de recursos

O crédito bancário no Brasil é composto por aquelas operações contratadas a partir de recur-sos direcionados, representando, em setembro de 2012, 36,4% do total, e por aquelas contratadas com recursos livres, isto é, cujas condições são livremente pactuadas entre os credores e devedores, correspondendo a 63,6% do crédito total.

A evolução em 12 meses dos saldos reais dos créditos livre e direcionado aponta para uma dinâmica semelhante marcada pela desaceleração nos primeiros meses do ano, seguida de recupe-ração até o mês de junho e nova desacelerecupe-ração a partir de julho. Em setembro, a variação real em 12 meses foi de 13,4% para o crédito direcionado, 8,2% para o crédito livre e 10% para o total geral (Gráfico 3). No acumulado do ano, enquanto o saldo total do crédito bancário cresceu 6,2%, em

ter-3 A Circular n. ter-3.609 man-teve a possibilidade de utilizar parte dos recursos do compul-sório principal sobre depósitos a prazo para o financiamento de motocicletas, mas retirou a possiblidade de usá-los para o financiamento de automóveis, em vigor desde maio de 2012 (Circular n. 3.594).

4 Os ativos de crédito em questão incluem operações de crédito, de arrendamento mer-cantil e coobrigações em ces-sões de crédito.

5 O elevado compulsório sobre depósitos à vista e a prazo é ge-ralmente apontado como um fa-tor explicativo dos altos spreads bancários.

6 Ver, a respeito, o Boletim de Economia da Fundap n. 3 (http://novo.fundap.sp.gov.br/ arquivos/pdf/Bol3_CE_Inter-vencoes_macroprudenciais_ no_mercado_de_credito_cam-bio.pdf). 7 A mudança regulamentar contribuiu para explicitar práti-cas fraudulentas em diversas instituições, como a subavalia-ção das provisões para a cober-tura de inadimplência e a mani-pulação contábil em relação às cessões de carteiras de crédito. Depois do caso do banco PanA-mericano, em outubro de 2011, o BC decretou a intervenção no banco Cruzeiro do Sul no início de junho de 2006 e sua liqui-dação no mês de setembro. No mês de outubro de 2012, foi a vez do banco BVA sofrer inter-venção. Todos esses casos têm dificultado a captação de recur-sos no mercado, por bancos de pequeno e médio portes.

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mos reais, os saldos de crédito com recursos direcionados e livres expandiram 7,7% e 5,4%, respec-tivamente, indicando desaceleração em relação aos dados do ano anterior.

Gráfico 3. EvoluçãodocréditobancáriobraSilEiro – rEcurSoSlivrES, rEcurSoSdirEcionadoSEtotal

– jan./11 aSEt./12 (taxadEcrEScimEntorEal(1)Em 12 mESES, Em %)

8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0 22,0 ja n/ 11 fe v/ 11 m ar /1 1 ab r/ 11 m ai /1 1 ju n/ 11 ju l/ 11 ag o/ 11 se t/ 11 ou t/ 11 no v/ 11 de z/ 11 ja n/ 12 fe v/ 12 m ar /1 2 ab r/ 12 m ai /1 2 ju n/ 12 ju l/ 12 ag o/ 12 se t/ 12 [E m % ]

Total Recursos Livres Recursos Direcionados Fonte: Banco Central do Brasil

(1) Deflacionado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

crédIto bancárIo com recursos dIrecIonados

O saldo dos créditos direcionados (R$ 814 bilhões) está composto da seguinte forma, se-gundo os dados de setembro de 2012: 29,2% representam os financiamentos habitacionais con-cedidos no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e das operações do FGTS àspessoas físicas; 28,7% são referentes aos créditos do BNDES contratados diretamente pelo banco; 26,2% são créditos concedidos a partir de recursos do BNDES repassados a outros agentes financeiros; 13,9% representam a carteira de crédito rural; e 2,1%, outros tipos de crédito. Ao longo do ano, a participação dos financiamentos habitacionais aumentou 3,6 p.p. em detrimento de todas as de-mais modalidades (Tabela 1).

tabEla 1. EvoluçãodoSSaldoSrEaiSdaSmodalidadESdocréditodirEcionado – SEt./12

saldo (r$ milhões) Part.

(%) var. ano (%) var. 12 meses (%)

set./11 dez./11 set./12

BNDES Direto 207.324 222.502 233.422 28,7 4,9 12,6 BNDES Repasses 210.928 213.150 212.943 26,2 -0,1 1,0 BNDES Total 418.252 435.652 446.364 54,8 2,5 6,7 Rural 102.353 109.887 112.865 13,9 2,7 10,3 Habitação 181.575 193.589 237.672 29,2 22,8 30,9 Outros 15.987 16.693 17.164 2,1 2,8 7,4 total 718.168 755.822 814.065 100,0 7,7 13,4

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conjuntura econômica em foco

BOLETIM DE ECONOMIA [ 19 ] / outubro de 2012

Apesar do crescimento de sua participação, o financiamento habitacional mostra relativa de-saceleração ao longo de 2012 na comparação do acumulado em 12 meses, passando de 33,3% em dez./11 para 30,9% em set./12, em termos reais. Esse movimento guarda relações estreitas com a desaceleração dos preços dos imóveis ao longo do ano, uma vez que a parcela do valor do imóvel financiada (loan-to-value) não sofreu grande alteração. Segundo o índice de preço de imóveis anun-ciados Fipe-Zap8, a expansão 12 meses deflacionada pelo IPCA foi de apenas 6,6% em set./12 ante

18,6% em dez./11.

Em relação aos créditos do BNDES, as operações diretas e aquelas decorrentes de repasses apresentaram tendências divergentes ao longo do ano. O saldo da modalidade BNDES-Repasse man-teve sua trajetória de desaceleração, ainda que em ritmo menor do que aquele verificado em 2011. Em termos reais, os repasses cresceram 7,3% em dez./11, na comparação 12 meses, caindo para apenas 1% no mês de set./12. No ano, esse saldo acumulou queda de 0,1%. Alguns fatores explicam essa evolução: em primeiro lugar, a inadimplência das empresas continua em um nível considerado elevado (em torno de 4%), ainda que tenha se estabilizado; em segundo lugar, a redução de 5,5% para 2,5% das taxas de juros das linhas de crédito do Programa de Sustentação do Investimento, no final de agosto de 2012, implica o pagamento de 0,5% pelo governo, uma vez que foi mantida a comissão de 3% para os bancos repassadores. Ainda não foi definida, contudo, a operacionalização da cobertu-ra desse diferencial. Como são os bancos repassadores dos recursos do BNDES que assumem o risco de crédito das operações de financiamento, a maior inadimplência associada à falta de clareza sobre os procedimentos da complementação de suas comissões tem levado a um comportamento mais conservador dos bancos, com efeitos negativos sobre os saldos da modalidade BNDES-Repasse9.

Em contrapartida, o saldo da modalidade BNDES-Direto, além de crescer a taxas superiores ao saldo dos repasses desde dezembro de 2011, mostrou aceleração a partir de março de 2012, segundo a evolução real em 12 meses, apesar da demanda de crédito mais fraca. O perfil das empre-sas que tomam empréstimos diretamente junto ao BNDES, geralmente de grande porte e com menor risco de crédito, implica que a evolução dessa modalidade esteve menos sujeita ao crescimento dos níveis de inadimplência que afetou as operações de repasse. Além disso, alterações no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) também influenciaram positivamente a expansão da modalidade BNDES-Direto, suavizando em alguma medida a queda da demanda por financiamentos.

No início de abril, o governo federal anunciou um reforço do orçamento do PSI de R$ 10 bi-lhões, prorrogando-o até dezembro de 2013, e o aporte de R$ 45 bilhões ao capital do BNDES. Na mesma ocasião, dentre outras medidas, foram reduzidas as taxas de juros dos financiamentos do setor automotivo (ônibus e caminhões) de 10% para 7,7% a.a., e foram elevados os prazos (de 96 para 120 meses) e a participação do valor do bem financiado (para 100%, para pequenas e médias empresas, e para 90%, no caso de grandes empresas). Para o setor de bens de capital, as taxas de juros dos financiamentos caíram de 8,7% para 7,3% para empresas de grande porte, e de 6,5% para 5,5%, para pequenas e médias empresas, e a participação máxima do financiamento também foi ele-vada. No segundo semestre, novas medidas foram tomadas para reduzir os custos do financiamento de longo prazo e, assim, incentivar os investimentos: em julho, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), referência para os empréstimos do BNDES, foi reduzida de 6% para 5,5% a.a.; no final de agosto, a taxa de juros incidente sobre as linhas do PSI caiu de 5,5% para 2,5% a.a., levando-a, em termos reais, a um patamar negativo.

8 O Índice Fipe-Zap utiliza informações sobre preços con-tidas em anúncios de venda veiculados pelo portal de clas-sificados Zap, criado a partir de uma parceria entre os jornais

O Estado de S. Paulo e O Globo. O índice compreende apenas apartamentos residenciais. Para mais detalhes sobre a me-todologia utilizada no índice Fi-pe-Zap, ver http://www.fipe.org. br/web/index.asp. É importante ressaltar, contudo, que o Brasil ainda não possui índices oficiais de preço de imóveis que com-preendam todas as principais áreas urbanas, sob uma mesma metodologia. Atualmente, os índices disponíveis são calcu-lados por instituições privadas associadas às atividades imobi-liárias. Diante da expressiva va-lorização imobiliária dos últimos anos, a presidência da Repúbli-ca editou o Decreto n. 7.565, em 15 de setembro de 2011, incumbindo o IBGE, em parceria com a CEF, de criar um índice de preços de imóveis no Brasil. Até setembro de 2012, esse índice ainda não havia sido criado.

9 Ver, em Valor Econômico de 7/11/2012, o artigo: “Com medo de calote, bancos desace-leram repasses do BNDES”.

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Os dados de desembolsos do BNDES acumulados entre janeiro e setembro de 2012 apontam para uma pequena expansão em relação aos dados do mesmo período de 2011, de apenas 3%, em valores correntes. Em termos setoriais, os desembolsos para o setor de comércio e serviços cresceram 26%, na mesma comparação, seguido da indústria, cuja expansão foi de 18%, e da agropecuária, com 3%. O setor de infraestrutura apresentou queda dos desembolsos de 18%, puxada pelos subsetores de transporte rodoviário (-44%) e de energia elétrica (-6%). O crescimento dos desembolsos da indústria esconde, entre-tanto, contrações importantes dos financiamentos de diversos subsetores, tais como indústria extrativa (-31%), metalurgia e produtos metálicos (-17%), alimento e bebida (-16%) e material de transporte (-3%).

crédIto bancárIo com recursos lIvres

O saldo de crédito das operações livres alcançou o patamar de R$ 1,42 trilhão em setembro de 2012, sendo que 48,4% desse montante consistiam em operações com pessoas físicas e 50,6%, com pessoas jurídicas. Ao longo dos nove primeiros meses de 2012, a evolução do crédito livre à pessoa física, de acordo com a comparação 12 meses, mostrou uma continuada desaceleração em termos reais. O crédito a pessoa jurídica, contudo, acelerou-se entre fevereiro e junho para em seguida assu-mir a mesma tendência de desaceleração do crédito a pessoa física (Gráfico 4).

Gráfico 4. EvoluçãodoSSaldoSdEcréditolivrE – PESSoafíSica, PESSoajurídicaEtotal

– jan./11 aSEt./12 (taxadEcrEScimEntorEalEm 12 mESES, Em %)

8,7 10,1 7,2 10,3 12,0 9,3 9,5 10,5 8,2 6 7 8 9 10 11 12 13 ja n-11 fe v-11 m ar -1 1 ab r-11 m ai -1 1 ju n -1 1 ju l-11 ag o -1 1 se t-11 ou t-11 no v-11 de z-11 ja n-12 fe v-12 m ar -1 2 ab r-12 m ai -1 2 ju n -1 2 ju l-12 ag o -1 2 se t-12

Pessoa Física Pessoa Jurídica Total

fontE: banco cEntraldo braSil. Elaboração: GruPodE Economia fundaP.

Em relação às operações com pessoas físicas, praticamente todas as modalidades sofreram desaceleração em 2012, considerada a evolução 12 meses em termos reais. Nessa comparação, o crédito pessoal, que representa a modalidade de maior peso no crédito livre a pessoa física, obteve expansão de 9,5% em set./12, contra 11,9% em dez./11 (+8,3% no acumulado do ano) (Tabela 2). Apesar da redução do IOF sobre os créditos a pessoa física e da alíquota de recolhimento de capital adicional para os empréstimos a pessoa física com prazos superiores a 60 meses, a permanência em níveis elevados da inadimplência das famílias acabou afetando negativamente a evolução do crédito a pessoa física em geral e do crédito pessoal em específico. Até o mês de maio de 2012, a inadimplên-cia (atrasos acima de 30 dias) do crédito a pessoa física manteve a trajetória de elevação que havia caracterizado todo o ano de 2011, chegando a 7,9% e estabilizando-se nesse patamar10.

10 Essa evolução da inadim-plência esteve associada à desaceleração do crescimento econômico, sobretudo a par-tir do segundo semestre de 2011, mas também às medi-das macroprudenciais do final de 2010, que penalizaram o crescimento das modalidades de crédito associadas a taxas de inadimplência menores, tais como o crédito consignado e o financiamento de veículos. Em decorrência desse último fator, verificou-se um crescimento mais acelerado das modalida-des de crédito rotativo (cheque especial e cartão de crédito) a partir de março de 2011, cujos prazos são mais curtos e as ta-xas de juros e de inadimplência, mais elevadas, piorando o perfil de endividamento das famílias. Assim, não só o comprometi-mento da renda das famílias com o serviço de dívidas (exceto crédito habitacional) subiu de 18,68%, em abril de 2011, para 21,02%, em agosto de 2012, como ao peso do serviço do cré-dito rotativo também aumentou.

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conjuntura econômica em foco

BOLETIM DE ECONOMIA [ 19 ] / outubro de 2012

tabEla 2. EvoluçãodoSSaldoSrEaiSdaSmodalidadESdocréditolivrE – SEt./12

saldo (r$ milhões) Part.

(%) var. ano (%) var. 12 meses (%)

set/11 dez/11 set/12

Pessoa Física 656.249 672.588 703.221 49,4 4,6 7,2 Pessoa Jurídica 658.772 678.189 719.965 50,6 6,2 9,3 crédito livre 1.315.022 1.350.777 1.423.187 100,0 5,4 8,2 Pessoa Física 518.246 524.749 558.579 47,7 6,4 7,8 Cheque Especial 21.946 19.642 20.711 1,8 5,4 -5,6 Crédito Pessoal 250.618 253.399 274.343 23,4 8,3 9,5 Consignado 117.949 119.682 130.354 11,1 8,9 10,5 Aquisição bens 185.864 189.583 195.846 16,7 3,3 5,4 Aquisição de Veículos 176.143 179.845 186.402 15,9 3,6 5,8 Financiamento Imobiliário 12.627 14.464 18.747 1,6 29,6 48,5 Cartão de Crédito 37.225 36.982 37.311 3,2 0,9 0,2 Outros 9.967 10.680 11.621 1,0 8,8 16,6 Pessoa Jurídica 554.743 575.679 613.518 52,3 6,6 10,6 Conta Garantida 62.646 61.976 60.616 5,2 -2,2 -3,2 Capital de Giro 312.312 325.413 349.058 29,8 7,3 11,8 Aquisição de Bens 25.574 27.794 27.642 2,4 -0,5 8,1 ACC 42.814 39.862 51.286 4,4 28,7 19,8 Repasses Externos 9.482 8.875 10.243 0,9 15,4 8,0 Outros 101.916 111.758 114.672 9,8 2,6 12,5 crédito livre ref. Juros 1.072.989 1.100.428 1.172.097 100,0 6,5 9,2

Fonte: Banco Central do Brasil.

o relativo esgotamento dos cortes das taxas de juros dos empréstimos no terceiro trimestre de 2012, o saldo do crédito de capital de giro voltou a se desacelerar a partir de julho, chegando a uma taxa real de crescimento de 11,8% em set./12.

No terceiro período (entre julho e setembro em 2012), outras modalidades importantes do crédito livre a pessoa jurídica apresentaram trajetórias de desaceleração, em termos reais. No caso da conta garantida nota-se que, tanto na comparação 12 meses (-3,2%), como no acumulado do ano (-2,2%), houve contração no mês de setembro. Os financiamentos de aquisição de bens também mostram retração no acumulado do ano (-0,5%) e desaceleração na comparação em 12 meses (8,1%, contra 33,8% em dez./11).

A desvalorização cambial verificada a partir do final de fevereiro contribuiu, entretanto, para a expansão dos saldos referentes a repasses externos (de -5,4% em fev./12 para 34,3% em jun./12, na comparação 12 meses), cujas operações são firmadas em moeda estrangeira, e das operações de adiantamento de contrato de câmbio (ACC) (de 13,7% para 29%, na mesma comparação).

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As operações de financiamento da aquisição de veículos, responsáveis, em boa medida, pela escalada da inadimplência, chegou em setembro de 2012 com uma taxa de expansão real em 12 me-ses de 5,8%, ante 16% em dez./11. A desaceleração desse tipo de crédito vinha desde o ano anterior e manteve-se em 2012, resultado de um posicionamento mais conservador por parte dos credores que tentam melhorar a qualidade de suas carteiras de crédito. No ano, o saldo de financiamento de automóveis acumula alta de apenas 3,6%.

O movimento de redução dos spreads e dos juros finais contribuiu, contudo, para a aceleração de algumas modalidades de crédito a pessoa física entre os meses de abril e junho, caso do crédito pessoal, influenciado especialmente pelo crédito consignado, cujos cortes das taxas de juros foram alvo das estratégias concorrenciais dos bancos públicos.

Em termos agregados, após elevação no primeiro bimestre do ano, as taxas de juros das ope-rações de crédito livre a pessoas físicas caíram expressivamente entre os meses de março (45,4% a.a.) e junho (36,5% a.a.) de 2012, período que concentrou as ações mais agressivas de cortes dos spreads pelos bancos (Gráfico 5). A partir de julho, a queda foi muito mais tímida: a variação atingiu 35,8% a.a. em setembro. Em contrapartida, o prazo médio do crédito livre a pessoas físicas continuou a se expandir depois da leve redução no mês de fevereiro, chegando a 617 dias em setembro.

Gráfico 5. EvoluçãodoSspreadsbancárioS – PESSoafíSica, PESSoajurídicaEtotal – jan./11 aSEt./12 (EmP.P.)

33,7 35,8 28,5 27,9 17,9 18,8 15,9 15,3 26,9 28,4 23,2 22,3 10 15 20 25 30 35 40 ja n/ 11 fe v/ 11 m ar /1 1 ab r/ 11 m ai /1 1 ju n/ 11 ju l/ 11 ag o/ 11 se t/ 11 ou t/ 11 no v/ 11 de z/ 11 ja n/ 12 fe v/ 12 m ar /1 2 ab r/ 12 m ai /1 2 ju n/ 12 ju l/ 12 ag o/ 12 se t/ 12

Spread PF Spread PJ Spread Geral Fonte: Banco Central do Brasil

A redução dos spreads bancários para as operações com pessoa jurídica, ainda que tenha sido mais tímida, teve impactos positivos sobre a expansão dos saldos de crédito. A principal modalidade beneficiada foi a conta garantida11, cujo saldo, após certa desaceleração nos dois primeiros meses do ano, passou a crescer mais intensamente nos meses seguintes. Na comparação 12 meses, sua taxa de crescimento saiu de 9,9%, em fev./12, para 14,3%, em jun./12, justamente no período de maiores cortes nas taxas de juros dos empréstimos.

No agregado das operações de crédito a pessoas jurídicas, a taxa de juros média caiu de 28,6 % em fevereiro para 23,8% em junho e mais 1,2 p.p. até setembro. O crescimento da participação do crédito ao capital de giro, que devido à sua natureza tem prazos mais curtos, influenciou a queda do prazo médio do crédito a pessoa jurídica, de 406 dias em jan./12 para 401 dias em maio/12. Entre junho e setembro, contudo, o prazo médio voltou a se ampliar, chegando a 412 dias em set./12. Com

11 A conta garantida diz res-peito a uma conta empréstimo separada da conta corrente de pessoas jurídicas, com limite de crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro. Em outros termos, funciona como um limite de “cheque es-pecial” para as empresas.

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conjuntura econômica em foco

BOLETIM DE ECONOMIA [ 19 ] / outubro de 2012

consIderações fInaIs

A análise da evolução do crédito nos três primeiros trimestres de 2012 mostra que as medidas regulamentares do final de 2011 e do início de 2012, a redução dos juros de linhas de financiamento ao investimento e, sobretudo, a empreitada do governo federal em favor da redução dos spreads bancários, com os bancos públicos capitaneando os cortes das taxas de juros dos empréstimos, con-seguiram interromper a trajetória de desaceleração do crescimento dos estoques de crédito entre os meses de março e junho. A partir do mês de julho, entretanto, sinais de esgotamento desse movimen-to começaram a ficar evidentes com o removimen-torno da desaceleração dos saldos.

Atento a esse movimento, o governo federal e a autoridade monetária continuaram a adotar medidas de afrouxamento monetário, como a redução do compulsório sobre depósitos a vista e a pra-zo, e de ampliação da concorrência bancária, como o avanço na regulamentação da portabilidade do crédito habitacional. Em meados de outubro de 2012, o Decreto n. 7.829 regulamentou a formação e a consulta do cadastro positivo12, isto é, de bancos de dados com informações sobre o histórico de

pagamento de consumidores adimplentes geridos por empresas especializadas. O acesso das insti-tuições financeiras a essas informações permitirá melhor avaliação de risco de crédito de tal forma a possibilitar o avanço da redução dos spreads sobre as operações contratadas por clientes com his-tórico de adimplência. A regulamentação entrará em vigor em 1º de janeiro de 2013 e as regras que nortearão o uso dessas informações pelos bancos ainda devem ser estabelecidas pelo CMN.

A entrada em vigor das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo associa-se ao processo de reciclagem das carteiras de crédito atingidas pela inadimplência, que se desenrola desde 2011, com a adoção de posturas mais conservadoras por parte dos bancos e com o incentivo à renegocia-ção das dívidas13, no sentido de fazer recuar os índices de inadimplência, abrindo possibilidade para

uma nova aceleração da expansão dos saldos de crédito a partir de 2013.

12 O cadastro positivo foi criado pela Lei n. 12.414, em junho de 2011

13 Além do incentivo tributário à renegociação da dívida garan-tido pelo governo desde abril de 2012, os bancos demonstram-se interessados em aproveitar o pagamento do 13º salário no final do ano para acelerar as renegociações de dívidas em atraso, oferecendo, em alguns casos, descontos maiores sobre o débito e o seu parcelamento.

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anexo

dESEmbolSoSdo bndES PorSEtorES – acumuladojan.-SEt./12 (Em r$ milhõEScorrEntES)

setores jan.-set./2012 2012/2011 (%)var.

agropecuária 7.438 3 indústria 33.486 18 Extrativa 1.568 -31 Alimento e bebida 3.686 -16 Têxtil e vestuário 1.857 3 Celulose e papel 3.291 289 Química e petroquímica 6.586 45

Metalurgia e produtos metálicos 2.030 -17

Mecânica 4.030 41 Mateial de transporte(1) 5.415 -3 Outros 5.023 36 infraestrutura 31.026 -18 Energia elétrica 9.100 -6 Construção 523 20 Transporte rodoviário 11.140 -44 Transporte ferroviário 1.696 47 Outros transportes 2.494 13

Ativ. aux. transporte 3.109 41

Serv. utilidade pública 1.311 -11

Telecomunicações 1.632 48

Outros 20 123

comércio e serviços 22.615 26

total 94.564 3

Fonte: BNDES – Boletim de desempenho setorial.

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