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Agravo Interno. Fonte: Didier e Leonardo da Cunha

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Academic year: 2021

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Agravo Interno

Fonte: Didier e Leonardo da Cunha

É o recurso cabível contra decisões unipessoais proferidas no Tribunal, sejam elas do relator, Presidente ou Vice-presidente. Vale ressaltar que o agravo interno é igualmente cabível em face de decisão unipessoal do relator em Turma recursal (Enunciado 464, FPPC).

Vale ressaltar que existem decisões proferidas pelo relator que são irrecorríveis, tais como a decisão sobre ​amicus curiae ​(Art. 138, Caput); decisão que releva a deserção e concede novo prazo para o recorrente efetuar o depósito, em razão de justo motivo (Art. 1.007, §6º, CPC), entre outros. No entanto, em caso de silêncio legislativo, a decisão é recorrível.

O prazo para interposição é de 15 dias, sendo contado em dobro para a Fazenda Pública, Ministério Público e Defensoria Pública. Existe inclusive uma súmula do STJ nesse sentido (nº 116).

Existe preparo no agravo interno? Não! De acordo com Didier e Leonardo, não há preparo no agravo interno porque seu “custo” está embutido no custo da causa que tramita no Tribunal. Vale ressaltar que no agravo interno, o recorrente deve impugnar especificadamente os fundamentos da decisão agravada (Art. 1.021, §1º, CPC), bem como deve existir o prazo para oferecimento das contrarrazões.

Importante lembrar que o relator poderá se retratar no julgamento do agravo interno, desde que conceda, anteriormente, oportunidade do recorrido se manifestar. Após, o relator levará o recurso para ser julgado pelo colegiado ​com inclusão em pauta (novidade do CPC15, Art. 1.021, §2º, parte final, CPC).

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Interposto o agravo interno, dois caminhos poderão ser percorridos: a) o relator se retratará e b) levará para o colegiado, no qual poderá ser mantida ou reformada a decisão do relator.

Cabe sustentação oral no julgamento do agravo interno interposto contra decisões de relator que extingam processos de competência originária de Tribunal, como ação rescisória, mandado de segurança e reclamação (Art. 937, §3º, CPC). Por outro lado, no caso de agravo interno interposto em recurso ou remessa necessária não caberá sustentação oral.

De acordo com o CPC, § 3 o, , 1.021: “É vedado ao relator limitar-se à reprodução

dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno”. Isso já foi alvo do STJ no informativo 592: “É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno”.

Multa: No caso de agravo interno ser considerado, por unanimidade, como manifestamente inadmissível ou improcedente, o agravante será condenado ao pagamento de multa entre um e cinco por cento do valor da causa (Art. 1.021, §4º, CPC), condicionando a interposição de novo recurso ao respectivo depósito (Art. 1.021, §5º, CPC).

Vale ressaltar que o beneficiário da Justiça Gratuita e a Fazenda Pública estão dispensados do depósito prévio mencionado acima (Art. 1.021, §5º). Vejamos os artigos para melhor fixação do conteúdo:

§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente

inadmissível ou improcedente em ​votação unânime​, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante

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a pagar ao agravado multa fixada ​entre um e cinco por cento

do valor atualizado da causa. (1 -- 5%)

§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está

condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o​, ​à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça​, que farão o pagamento ao final.

Importante!! ​O agravo interno fica fora da ordem cronológica de conclusão prevista no Art. 12.

Artigo correspondente no CPC:

CAPÍTULO IV

DO AGRAVO INTERNO

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará

especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2 o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado

para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos

fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.

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§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente

inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está

condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o​, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de

gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. Questões de Concurso:

1) PGEPE - 2018 - CESPE: No processo civil, é vedado ao órgão judicial que prolatar a decisão recorrida exercer o juízo de retratação na hipótese de interposição de agravo interno, sob pena de usurpação de competência de órgão colegiado. Falso! Conforme mencionado acima, é possível que ocorra retratação no agravo interno. Vejamos:

§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para

manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual,

não havendo retratação​, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

2) PGESE - 2017 - CESPE: Ao realizar o juízo de admissibilidade de recurso especial, o vice-presidente de um tribunal de justiça, em decisão monocrática, negou seguimento ao recurso por considerar, simultaneamente, que não existiam pressupostos de admissibilidade recursal e que o acórdão impugnado pelo recorrente estava em conformidade com precedente firmado pelo STJ em sede de recurso repetitivo. Nessa situação hipotética, para

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impugnar integralmente a decisão que obsta o prosseguimento do recurso aviado, a parte interessada deverá: interpor, simultaneamente, recurso de agravo interno e recurso de agravo em recurso especial. Correto! A questão foi retirada dos enunciados do CJF. Vejamos:

++ENUNCIADO 77 – Para impugnar decisão que obsta trânsito a recurso excepcional e que contenha simultaneamente fundamento relacionado à sistemática dos recursos repetitivos ou da repercussão geral (art. 1.030, I, do CPC) e fundamento relacionado à análise dos pressupostos de admissibilidade recursais (art. 1.030, V, do CPC), a parte sucumbente deve interpor, simultaneamente, agravo interno (art. 1.021 do CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos recursos repetitivos ou repercussão geral e agravo em recurso especial/extraordinário (art. 1.042 do CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos fundamentos de inadmissão por ausência dos pressupostos recursais.

3) PGM-FOR-2017: Situação hipotética: Em outubro de 2016, determinada pessoa

interpôs para o STJ agravo em recurso especial contra decisão que, na origem,

inadmitiu recurso especial com base em entendimento firmado em recursos repetitivos.

Assertiva: Nessa situação, o STJ entende que deve ser aplicado o princípio da fungibilidade e deve ser determinada a remessa do agravo ao tribunal a quo, convertendo-se o recurso de agravo em recurso especial no recurso de agravo interno. Errado! A questão se baseia no seguinte informativo do STJ (nº 589):

Após a entrada em vigor do CPC/2015, não é mais devida a remessa pelo STJ, ao Tribunal de origem, do agravo interposto contra decisão que inadmite recurso especial com base na aplicação de entendimento firmado em recursos repetitivos, para que seja conhecido como agravo interno.

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Enunciados doutrinários

++ENUNCIADO 74, CJF – O termo “manifestamente” previsto no § 4º do art.

1.021 do CPC se refere tanto à improcedência quanto à inadmissibilidade do

agravo. Vejamos:

§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou

improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão

fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada

entre um e cinco (1 a 5%) por cento do valor atualizado da causa.

464, FPPC: (arts. 932 e 1.021; Lei 9.099/1995; Lei 10.259/2001; Lei

12.153/2009) ​A decisão unipessoal (monocrática) do relator em Turma

Recursal é impugnável por agravo interno ​. (Grupo: Impacto nos Juizados e

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Referências

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