• Nenhum resultado encontrado

A coopetição e a internacionalização de micro, pequenas e médias empresas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A coopetição e a internacionalização de micro, pequenas e médias empresas"

Copied!
101
0
0

Texto

(1)

BEATRIZ PIZZETTI CAVALCANTI

A COOPETIÇÃO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DE MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS.

Tubarão 2018

(2)

BEATRIZ PIZZETTI CAVALCANTI

A COOPETIÇÃO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DE MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Internacionalista.

Orientador: Prof. Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc.

Tubarão 2018

(3)

BEATRIZ PIZZETTI CAVALCANTI

A COOPETIÇÃO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DE MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS.

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Internacionalista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 12 de novembro de 2018

______________________________________________________ Professora e orientadora Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Renata Goulart Fernandes

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Julio Zilli

(4)

Dedico este presente estudo a comunidade empreendedora que na intenção de incrementar a atuação internacional das empresas brasileiras, busca estratégias de promoção a internacionalização de Micro, Pequenas e Médias Empresas brasileiras.

(5)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a minha família que sempre me deu todo o suporte necessário para completar os meus estudos, incentivando e fomentando a aprimorar minhas capacidades contribuintes à carreira profissional.

Agradeço aos meus amigos que sempre se dispuseram a me apoiaram na busca pelos meus objetivos.

Agradeço a Professora e orientadora Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer e todo o coro de professores presentes durante minha jornada acadêmica, que me propuseram uma experiência e conhecimento sem mais comparações, me encorajando a exercer a carreia de internacionalista respeitando princípios e ética.

(6)

“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos.” (NIETZSCHE, Friedrich).

(7)

RESUMO

O tema a ser apresentado é referente a presença da coopetição na internacionalização de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Tem como o objetivo realizar a análise de como a estratégia de coopetição vem sendo empregada para promover o processo de internacionalização de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), em vista de disponibilizar o conhecimento para ser aplicado de forma semelhante na comunidade empresarial brasileira. A pesquisa foi realizada com base em referências bibliográficas encontradas em base de dados científicos e livros disponibilizados na biblioteca da Universidade do Sul (UNISUL) localizada em Tubarão, SC. Para a fundamentação teórica foram realizadas abordagens acerca de teorias referente ao comércio exterior, estratégias competitivas e coopetição Interorganizacional. Um estudo de casos empíricos pesquisados nas plataformas científicas da Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foi realizado com finalidade de verificar a implementação coopetitiva em casos verídicos. Como resultado, foram abordados oito artigos revisados por pares, dentro do ano de 2010 à 2018, em língua portuguesa, inglesa e espanhola. Como resultado encontrou-se vários modelos de integrações coopetitivas em vista de criação ou aumento da competitividade internacional. A pesquisa segue com uma revisão sistemática e integrativa da literatura, na qual expõe qualitativamente estudos bibliográficos encontrados. Para futuras pesquisas, propõe-se o conhecimento de barreiras específicas à MPMEs brasileiras para a busca de soluções coopetitivas direcionadas.

(8)

ABSTRACT

The theme to be presented is related to the presence of coopetition in the internationalization of micro, small and medium enterprises (MSMEs). The present work aim analyze how the coopetition strategy has been used to promote the process of internationalization of micro, small and medium enterprises (SMEs), in order to make available the knowledge to be similarly applied in the Brazilian business community. The research was carried out based on bibliographic references found in scientific databases and books available in the library of the Universidade do Sul (UNISUL) located in Tubarão, SC. For the theoretical basis was due researches theories concerning foreign trade, competitive strategies and interorganizational coopetition. An empirical case study researched on the scientific platforms of the Scientific Electronic Library Online (Scielo) and Coordination of Improvement of Higher Level Personnel (Capes) was due in view to purpose of verifying the co-operative implementation in true cases. As a result, eight peer-reviewed articles were analyses, in the Portuguese, English and Spanish languages, between 2010 and 2018. As a result, several models of co-competitive integrations were found in view of the creation or increase of international competitiveness. The research follows with systematic and integrative approach, in which qualitatively approaches bibliographical studies found. For future research, it is propose the knowledge of specific barriers to Brazilian companies to search for co-competitive targeted solutions.

(9)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 INTERNACIONALIZAÇÃO ... 16

2.1 A EXPANSÃO DA PRÁTICA EMPRESARIAL INTERNACIONAL A PARTIR DO SÉC. XX ... 16

2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO ... 19

2.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO AMBIENTE ECONÔMICO GLOBALIZADO E COMPETITIVO ... 21

3 MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS BRASILEIRAS ... 24

4 ATIVIDADES PARA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL INTERNACIONAL 37 4.1 ESTRATÉGIAS DE COMPETIÇÃO ... 44

4.2 ESTRATÉGIAS DE COOPERAÇÃO E ALIANÇAS ESTRATÉGICAS ... 46

5 COOPETIÇÃO ... 52

5.1 BENEFÍCIOS DECORRENTES DA COOPETIÇÃO ... 57

5.2 IMPASSES DECORRENTES DA COOPETIÇÃO ... 59

5.3 VALOR ADICIONAL ... 63

5.4 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS ... 64

6 ANÁLISE DE ESTUDOS CONCEITUAIS E EMPÍRICOS ... 69

6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS ESTUDOS ... 72

6.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS ESTUDOS CIENTÍFICOS SELECIONADOS ... 78

6.2.1 Objetivos e resultados dos estudos selecionados ... 78

6.2.2 Conceitos e aplicação da coopetição ... 85

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 95

(10)

1 INTRODUÇÃO

As relações internacionais se caracterizam pela interatividade aplicada entre os Estados. A partir da globalização as distancias tenderam a diminuir devido a disseminação tecnologia, proporcionando maior contato e interligações com nações estrangeiras nas mais diversas questões sociais, econômicas e políticas.

O contato com o exterior permitiu expandir o âmbito no qual os negócios empresariais atuam. O comercio exterior é o espaço no qual as empresas buscam inserção para realizar as trocas internacionais com objetivo de expandir o alcance econômico. O encontro de ofertas e demandas representam um ambiente competitivo com vantagens e desvantagens para os participantes. Ao mesmo tempo que permite melhores retornos financeiros, exige do empreendedor práticas inovadoras para estabilizar-se com a concorrência. Assim, as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) que buscam ingressar em um novo mercado tendem a obter maiores dificuldades de permanência no mesmo devido sua restrição de fluxos de capitais e inexperiência na atuação internacional. Atividades colaborativas aparecem como movimento em busca de ganhar vantagens na criação de alianças. A cooperação com outras instituições de forma associativa fortalece áreas do mercado de baixa resistência contra ameaças externas. Quando a pratica colaborativa ocorre entre empresas competidoras, denominasse como coopetiçāo, uma pratica híbrida da competição com a colaboração, que transmuta no paradoxo emocional individual ou coletivo. Desse modo fornecedores, complementadores, clientes e concorrentes são integrantes de uma Rede de Valores que representa sinergia e interdependência das ações conjuntas, Facilitando a realização dos negócios internacionais (LARRAÑAGA, 2003, GONÇALVES, 2009, JACKSON; SORENSEN, 2007; ULLAH et al, 2013, PACHECO, 2011, NULEBUFF; BRANDENBURGUER, 1996, MACIEL; LIMA, 2002).

A cooperação empresarial pode auxiliar no enfrentamento de barreiras que dificultam o desenvolvimento de novas atividades por parte das empresas. As barreiras podem ser de diversos modos, como as tarifárias ou não tarifárias, entrada de novos concorrentes e tecnologias. No modo compartilhado as empresas conseguem unir esforços para superação a partir do desenvolvimento mutuo das capacidades (OSARENKHOE, 2010). Por meio da troca de conhecimento, informação e tecnologia, a coopetitividade busca aperfeiçoar particularidades de forma simultânea entre os parceiros, ao mesmo tempo em que as empresas continuam competindo individualmente dentro do mercado. De acordo com Silveira, Monticelli e Silva (2017, p. 2 ) “[...] a base da proposta é incentivar os competidores a pensar

(11)

em ambos os sentidos, cooperativo e competitivo, com objetivo de gerar uma estratégia mais benéfica à com um objetivo comum não prejudicial.”

Para expandir os negócios, muitas empresas objetivam a entrada em mercados internacionais como uma alternativa de incrementar seus ganhos. A escolha da entrada no âmbito externo é uma forma de expansão do negócio, visando um ambiente que seja atrativo às necessidades empresarias (PROZCZINSKI; STEINBRUCH, 2014). Apesar de existir ferramentas de apoio a exportação nacional, a competição intensiva do séc. XXI requer investimento e aperfeiçoamento dos recursos e capacidades das empresas para competir com marcas já estabilizadas no exterior. A entrada em um mercado estrangeiro exige preparo e profissionalismo. O aprimoramento das capacidades relacionadas à internacionalização das empresas, abrangem diversas funções organizacionais, como melhoramentos e adequações nas áreas de promoção, custos, logística, legislação, e outras. Falta de conhecimentos aprimorados, capital financeiro e volume de produção restrito são algumas dificuldades encontradas pelas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) para atingir o mercado externo. A fim de minimizar os impactos negativos da internacionalização e buscar maior consolidação em um novo mercado, a formação de parcerias estratégicas tem como finalidade fortalecer as estruturas competitivas no processo de internacionalização (MAECIEL; LIMA, 2002). A inovação no plano estratégico além de desenvolver benefícios individuais e vantagens coletivas com métodos coopetitivos de solução de controvérsias constitui uma ação alternativa à guerra comercial (NALEBUFF; BRANDENBURGUER, 1996). As empresas, quando atuantes dentro de um âmbito comum, se unem e se influenciam. O trabalho com resoluções de conflitos com benefícios coletivos na coopetição permite coexistência das entidades na medida em que se aprimoram dentro de arranjos interorganizacionais.

O Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo analisar como a estratégia de coopetição vem sendo empregada para promover a internacionalização de empresas. Com o enfoque na atividade coopetitiva de empreendimentos brasileiros de micro, pequeno e médio porte. Tem-se assim a seguinte pergunta de pesquisa: Como a estratégia de coopetição vem sendo empregada para promover a internacionalização de empresas?

Para responder à pergunta de pesquisa o trabalho se desmembra em três objetivos específicos. Primeiramente busca-se identificar os estudos conceituais e empíricos que abordam a estratégia de coopetição na internacionalização de empresas. Em seguida descrever as estratégias de coopetição empregadas na alavancagem da internacionalização. Por último, avaliar por meio dos resultados de estudos empíricos, se a estratégia de coopetição alavanca a

(12)

internacionalização das empresas. Entende-se que a estratégia de coopetição pode promover maior assertividade no processo de internacionalização das MPMEs brasileiras.

O presente estudo caracteriza-se como sistemática e monográfica de compreensões acadêmicas acerca do tema coopetição no âmbito dos negócios internacionais. O método empregado foi a revisão integrativa da literatura, que junto com os métodos de bibliometria e meta-análise compõem o grupo denominado revisão sistemática de literatura (CHUEKE; AMATUCCI, 2015). A abordagem qualitativa da revisão integrativa da literatura permite sistematizar as pesquisas anteriores em uma determinada área de conhecimento (CHUEKE; AMATUCCI, 2015), e ajuda no desenvolvimento de conhecimento confiável com base em estudos preliminares (TRANFIELD et al., 2003). Serve para mapear as origens dos conceitos, as lentes teóricas e as ferramentas metodológicas utilizadas (GAUR; KUMARB, 2018). É cada vez mais utilizado em revisões de literatura para compreender as estruturas intelectuais (GAUR; KUMARB, 2018). A escolha do método decorre da expectativa do número de artigos que serão selecionados, possivelmente em número menor que 100, assim, como sugerem Chueke e Amatucci (2015) a revisão integrativa da literatura é o método mais adequado pelo pequeno tamanho da amostra. Para cumprir com o rigor acadêmico, a revisão integrativa da literatura requer uma sequência de passos a serem contemplados (TORRACO, 2005; CHUEKE; AMATUCCI, 2015). Há distintas formas de planejar a revisão integrativa, Torraco (2005) aponta um planejamento dividido em três blocos, o primeiro é avaliar se o método é adequado para responder à pergunta de pesquisa. O segundo envolve a organização da pesquisa em si, do levantamento ou coleta de dados e a estruturação das categorias de análise. E o terceiro inclui a consolidação e análise dos dados, com o compromisso da criticidade e do posicionamento dos pesquisadores frente aos achados, para apontar direções em futuras pesquisas. Estas foram as etapas aplicadas no presente estudo.

Ainda, a pesquisa quanto ao objetivo é do tipo descritivo, na qual busca descrever os conhecimentos gerados pela academia e que são de utilidade para a sociedade empreendedora, pois identifica como as estratégias de coopetição podem alavancar a internacionalização das empresas. Os dados serão abordados qualitativamente a partir do levantamento de estudos bibliográficos em formas de acesso virtual ou físico, disponibilizados em banco de dados científicos diversos e na biblioteca da Universidade do Sul (UNISUL), campus Tubarão. Posteriormente os dados coletados (artigos científicos revisados por pares) foram analisados com base em categorias de conteúdo previamente estabelecidos, para compreender como as estratégias de coopetição vem sendo utilizadas e seus resultados na internacionalização de empresas. As MPMEs serão o foco do universo

(13)

populacional utilizado para o direcionamento das reflexões, na qual apresentam maiores dificuldades no processo de internacionalização.

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) está organizado em sete seções. Inicia com a contextualização das relações empresariais no âmbito internacional e apresentação do mercado globalizado no qual ocorre as transações comerciais. A seguir traz um breve panorama referente as MPMES brasileiras, identificando o seu grau de impacto dentro do ambiente econômico. Na quarta seção apresenta atividades utilizadas para a sustentabilidade empresarial no mercado externo, com base na competição e cooperação. A seguinte seção elucida sobre a Coopetição no mercado como estratégia de desenvolvimento colaborativo interorganizacional, assim como, identificando suas vertentes de pesquisa e particularidades. Na seção seis são expostos os estudos empíricos encontrados nas bases científicas de dados Capes e Scielo, que aplicam e analisam a coopetição em casos verídicos. O trabalho se conclui com sétima seção, retratando o desenvolvimento realizado e os resultados quanto a viabilidade coopetitiva frente a necessidade de internacionalização de empresas brasileiras. Por fim, tem-se a seção com as considerações finais do presente trabalho, respondendo à pergunta de pesquisa.

Explanar as particularidades da coopetição para a internacionalização empresarial proporciona as MPMEs brasileiras e comunidade empreendedora novos leques de oportunidades para o investimento em vantagens competitivas e valor adicional. Estes proporcionam melhores condições para a conquista de um novo mercado. No movimento das Relações Internacionais a coopetição é mérito da coexistência entre empresas competidoras entre si. As empresas possuem a capacidade de aumentar as suas capacidades competitivas a partir de arranjos cooperativos, cumprindo o princípio do desenvolvimento mútuo entre nações e atores internacionais (JACKSON; SORENSEN, 2007).

(14)

2 INTERNACIONALIZAÇÃO

2.1 A EXPANSÃO DA PRÁTICA EMPRESARIAL INTERNACIONAL A PARTIR DO SÉC. XX

A internacionalização é a aproximação das relações e diferente níveis das comunidades internacionais, derivado os fenômenos globalizantes, fundamentados nas dimensões tecnológicas, geopolíticas e de estratégias empresariais. A partir da revolução tecnocientífica nos anos de 1970, evoluiu-se o modo de operação do mercado internacional, aprimorando suas capacidades tecnológicas, circulação de informação e métodos de operação das forças produtivas (MAGNOLI; JUNIOR., 2006). Os Estados participam da promoção do comércio internacional na medida em que demostram a realização de movimentos de integração das economias, com tratados multidimensionais. Dessa forma, as empresas buscam na exemplificação das atividades estatais aumentar o seu leque de demanda em mercados externos, utilizando-se, muitas vezes, de proventos concedidos à atividade exportadora pelo seu Estado-nação. Contribuindo na colaboração de incrementar as capacidades competitivas das empresas, os Estados são capazes de fornecer apoio ao desenvolvimento das atividades de internacionalização, compensadas na balança comercial, giro financeiro, qualidade de vida interna e etc.

Com o final do período de Guerra Fria, a comunidade internacional iniciou processos de integrações derivados da criação de Organizações Internacionais (OIs) de integração. Na medida em que os Estados-nações realizam trocas de experiências nos mais variados campos de atuação, sente-se a necessidade de regulamentar as atividades por meio de normas, tratados, resoluções e decisões de órgãos institucionais internacionais. Com origem no século XIX, as OIs são fruto da duradoura evolução das relações Estatais e de seus indivíduos. A sua regulamentação foi devido a necessidade do auxílio mutuo em vista de impasses encontrados na resolução de conflitos e controvérsias via conferências ad hoc, que limitava a resolução das atividades propostas. Os tratados multilaterais evoluíram considerando o princípio da especialidade das organizações internacionais, este limita a área de atuação das pautas trazendo melhores resultados na medida em que se evita o desvio de objetividade (CRETELLA NETO, 2007).

[...] Os países comerciam entre si por duas razões básicas. Primeiro, por que são diferentes uns dos outros, assim chegam a um entendimento pelo qual cada um exerce as atividades que tem condições de fazer melhor. Segundo, os países

(15)

comerciam para alcançar economias de escala em suas respectivas produções. [...] (MAGNOLI; SERAPIÃO JUNIOR., 2006, p. 113).

O comércio internacional surge exemplificado à cristalização da cooperação internacional, incentivado pela Liga das Nações (LDN), que levou o período pós-guerra à um viés direcionado ao desenvolvimento das economias arrasadas pelo período anterior, “sob a base de interesses predominantemente econômicos, objetivando o desenvolvimento e a melhor inserção da região na sociedade internacional.” (SILVA; COSTA, 2013, p. 25).

[...] O grande legado da LDN foi a institucionalização da cooperação internacional através de um modelo institucional que inspirou as OIs que lhes sucederam. Ela também pavimentou a via que oportunizou o surgimento de organismos de caráter técnico e econômico. [...] A integração regional que recebe essa vestimenta pode desenvolver cooperação em distintos campos de atuação: político-institucional, social, cultura e econômico. [...] (COSTA; SILVA, 2013, p. 16-17).

No comércio internacional, foi possível verificar a intenção de incremento e cooperação entre as nações quando iniciou-se as conferências para a Organização Internacional do Comércio (OIC) durante a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Emprego, ocorrida em 1947 em Havana, Cuba. O seu documento referente a normas para as trocas internacionais, datado de Carta de Havana, foi pauta para a realização do General

Agreement on Tariffs and Trade (GATT), entrando em vigor em 1º de janeiro de 1948 por 23

Estados-partes. Na medida em que o seu vigor era implementado de forma gradativa, seu sistema de solução de controvérsias, iniciado de informalmente, ganhou complexidade e sofisticação, na qual visou-se de incrementar de forma competente as políticas comerciais internacionais, culminando na então Organização Mundial do Comércio (OMC) em janeiro de 1995 (CRETELLA NETO, 2007). Considerando o surgimento do FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, o comercio internacional foi sendo modificado e semidomesticado, seguindo as diretrizes de países desenvolvidos, que da tecnologia realiza inovações para serem direcionadas aos demais em vista de distribuição da produção, aumento do crescimento econômico e nível de emprego (MACIEL; LIMA, 2002).

Além das Organizações Internacionais de caráter destinado ao aprofundamento das relações comerciais, desenvolveu-se o método de relacionamento caracterizados por Organizações de Integrações Regionais. Exemplificados pelas economias de regionalismo aberto, como o MERCOSUL, UNASUL e União Europeia. As estratégias e políticas dos Estados-nacionais preveem o desenvolvimento de negócios internacionais entre indivíduos de

(16)

diversas nacionalidades, crescimento do comércio internacional é notado na medida que ocorre o fenômeno da globalização.

Um bloco econômico pode ser visto como uma ameaça e como uma oportunidade. Ameaça se existe no bloco um país nitidamente mais desenvolvido que os demais, cujos produtos e tecnologias de produção possam oferecer grandes quantidades de produtos a preços muito mais baixos que os do país importador. [...] Como oportunidade, se os países são equiparáveis em grau de desenvolvimento, o bloco representa uma abertura de mercado para cada um dos participantes. [...] (MACIEL; LIMA, 2002, P. 38).

Nesse sentido, para que haja o pleno desenvolvimento das economias e riquezas de um país, a realização econômica e as ações governamentais devem estar integradas nos âmbitos externos e internos (SILVA; COSTA, 2013). Na visão de Gonçalves (1951, p. 6), “[...] o ‘mercado’ é definido como locus de encontro da oferta e da demanda de bens, serviços e fatores de produção. O mercado é o reino do homo economics [...]”. Os indivíduos, também sendo atores do ambiente internacional, são os responsáveis pela competição internacional por meio de suas empresas (MAGNOLI; SERAPIÃO JUNIOR, 2006). Estes

[...] tem como objetivo único maximizar seus benefícios econômicos (interesses materiais) e, portanto, adota uma função-objetivo que ele procura maximizar, considerando as restrições de renda, dotação de fatores, tecnologia, assimetria de informação, poder de mercado, etc.[...] (GONÇALVES, 2005, p. 6).

Na medida em que os Estados dentro da guerra de poder internacional realizam medidas visando conjuntamente a contribuição para o desenvolvimento e melhor aproveitamento de seus atributos com relação à outro, por meio de um mercado, realizam a coopetição internacional, mistura de atividades cooperativas com as competitivas mutuamente (DAHL, 2013). A aproximação das atividades dos Estados por meio dos atores interestatais destinados ao comércio exterior, regulamentou e continua criando novos modelos de acordos que incentivam o relacionamento das economias. Como resultado, “[...] as novas formas de atuação conjunta dos Estados a partir dos acordos de integração regional [...]”, motiva o progresso econômico entre os atores internacionais, tomados pela cristalização dos movimentos cooperativos (SILVA; COSTA, 2013, p. 24). Sendo assim, “[...] a dinâmica do sistema econômico internacional compreende relações, processo e estruturas[...]” e por essa razões é possível beneficiar-se com acordos de preferências tarifárias para obter melhor desenvolvimento com a demanda de outro país (GONÇALVES, 2005, p. 11). A partir da política externa praticada entre os Estados, a abertura de novas oportunidades para o

(17)

desenvolvimento do comércio internacional leva aos atores internos a participarem na atuação no mercado exterior.

2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO

A internacionalização de empresas domésticas traz benefícios tocantes a individualidade da ação jurídica empresarial e a um todo nos aspectos relacionados ao aprimoramento de uma série de fatores dentro de um país, sendo assim vem a ser considerada fundamental para o desenvolvimento estratégico do Estado-Nação. “Os negócios internacionais representam importância crescente na atividade econômica de grande parte das nações. [...] principalmente com a globalização da economia. [...]” (LUDOVICO, 2009).

A liquidez do comércio exterior é muito grande comparado proporcionalmente aos ganhos do mercado interno. A partir do momento que uma empresa se estabelece em um mercado estrangeiro, ela traz ao investidor novos conhecimentos e possibilidades de melhoramento do negócio, ou seja, consegue atender de forma mais aperfeiçoada, tornando-se mais atraente aos consumidor e, consequentemente, tendo melhores retornos financeiros. Pois, quando a empresa entra em contato com o outro lado, ela identifica os seus pontos fracos na medida em que tem a competição com produtos de países desenvolvidos, estes últimos consequentemente com maior tecnologia de valor agregado. Desta forma permite-se identificar os itens que tem que se deve haver aprimoramentos para o alcance de maior sucesso no mercado exterior. Tal presença no exterior mostra, ainda que indiretamente, a equiparação da qualidade interna com os produtos de países desenvolvidos, mostrando a potencialidade do país no âmbito internacional, aumentando o seu poder de barganha.

O retorno financeiro proveniente do mercado externo é contabilizado também na balança de pagamentos do país, contrapondo-se com as compras internacionais, gerando o saldo positivo e promovendo para a equiparação da moeda internacionalmente. Ou seja, quanto maior os recebimentos externos a cotação do Real com as demais moedas do mundo se equivale, possibilitando aos brasileiros mais opções do produtos para utilização. Tais retornos a partir da boa aceitação dos produtos brasileiros no mercado externo, serão aplicados também no ambiente doméstico, que melhora a qualidade de vida da sociedade a partir da circulação monetária, novos investimentos, empregos, aumentando e melhorando a distribuição de renda, na medida em que se tem a necessidade de aprimorar. Sendo assim,

(18)

“[...] O comércio exterior é um dos fatores básicos do progresso de qualquer nação. [...]” (MACIEL; LIMA, 2002, p. 23).

Para que se haja uma maior vantagem competitiva no âmbito internacional é necessário visualizar a importância de ambiente de negócios no qual as “[...] empresas sejam capazes de crescer e inovar rapidamente do que seus rivais estrangeiros numa determinada indústria. [...]” (MAGNOLI; SERAPIÃO JUNIOR., 2006, p. 187). Para isso, os Estados promovem o ambiente empresarial por meio de práticas de auxilio que aumentem a produtividade e otimização na utilização do trabalho e do capital, considerados principais fatores do desenvolvimento. “[...] Não se trata de empregar fatores de produção já existentes, [...] e sim de fomentar um contexto local e nacional competitivo em termos de suporte ao aumento da produtividade das empresas. [...]” (MAGNOLI; SERAPIÃO JUNIOR., 2006, p. 186), aprimorando a realidade macroeconômica de firmas e clusters.

O Governo Brasileiro realiza diversas formas de promoção e assistência para o ingresso e permanência dos empreendimentos no âmbito internacional em vista do desenvolvimento estratégico que promove o Brasil como um todo. Os planos de assistência e incentivos às exportações são principalmente voltado para as MPMEs. São planos que buscam auxiliar as empresas em vista do bom desenvolvimento econômico do país. Para esse apoio, de acordo com Minervini (2008), as principais ferramentas disponibilizadas são:

a) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); b) Agência de Promoção à Exportação (APEX);

c) Sistema Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior (Redeagentes); d) Portal do Exportador;

e) Setores de Promoção Comercial no Comércio Exterior pelo Ministério das Relações Exteriores;

f) Sistema Integrado de Comércio Exterior (SIXCOMEX); g) Aprendendo a Exportar;

h) Programas de apoio às exportações do Banco do Brasil; i) Vitrine do Exportador;

j) Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequena Empresas (SEBRAE); k) Programa de financiamento às Exportações (PROEX);

l) Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX);

m) Programa Stat Export pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Cataria (FIESC).

(19)

Assim como o Brasil, diversos passes também trabalham para o desenvolvimento de seu acesso ao mercado externo, em vista de aumentar a qualidade de vida interna do país em questões econômicas e sociais e seu poder de influência internacional. Considerando o fenômeno da globalização, as economias encontram-se interligadas conforme há as trocas internacionais em massa, que criam a dependência entre os Estados em vista do grande fluxo de comércio entre seus indivíduos, que buscam no mercado externo, retornos financeiros mais vantajosos, produtos de melhor qualidade ou não encontrados internamente.

[...] a economia atual com o seu alto grau de internacionalização, condiciona as empresas a crescer para que possam competir com algumas chances de sucesso, não mais nos mercados locais mas nos mercados globalizados. (Edward Christensen, Consultor Senior – Londres – 1998) [...] o mercado externo não é mais uma opção para a empresa, mas uma necessidade capaz de assegurar a sua sobrevivência. [...] (MACIEL; LIMA, 2002, p. 37).

2.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO AMBIENTE ECONÔMICO GLOBALIZADO E COMPETITIVO

A globalização possui uma enorme importância para a economia no século XXI. Ela permitiu, através de revoluções tecnológicas, que houvesse a interligação de demasiadas atividades dos mais diversos setores da economia mundial. Promoveu o contato entre as ideias de pessoas com diversas necessidades que, por meio da tecnologia, trocam experiências e aprimoram suas habilidades. De acordo com Ludovico (2009, p. 32) a globalização das economias tem aumentado de forma significativa nos últimos anos, podendo ser claramente identificada pelo “[...] crescimento explosivo de empresas nacionais e multinacionais voltadas para o mercado externo. [...]”.

O avanço tecnológico veio para poder expandir o nosso alcance sobre as atividades que desejamos realizar. Hoje em dia a tecnologia está à disposição das pessoas para aprimorarem as suas atividades capacidades com meios alternativos, como a divulgação de produto pelas redes sociais. Em época de pouco progresso e disseminação da tecnologia, as empresas não necessitavam de grandes inovações no mercado, visto que a quantidade de concorrentes era relativamente reduzida, e a qualidade dos seus serviços se equiparam com poucas diferenciações, caracterizadas como “simples e poucas” (HARBISON; PEKAR JUNIOR, 1999 apud MOYNIER et al., 2013 p. 4).

(20)

Hoje a realidade é outra, estamos em tempos que o avanço tecnológicos mostram-se premostram-sente nas nossas atitudes de forma repentina. As empresas são também quem mostram-se beneficiam deste artefato para impulsiona os seus empreendimentos. O avanço tecnológico torna os mercados cada vez mais acessíveis, e, consequentemente, intensifica a competição do meio, tornando-a principal motor que traz a necessidade de inovação. Uma vez que as empresas necessitam diferenciar-se para destacar-se de seus competidores, e “criação de novas capacidade para obter sucesso em mercados convergentes” é guiada pelo avanço tecnológico e torna-se indispensável no momento de apresentar-se em um novo mercado (MOYNIER et al., 2013, p. 4).

Para expandir os negócios, muitas empresas objetivam a entrada em mercados internacionais como uma alternativa para o aumento de seus ganhos. A escolha da entrada no âmbito internacional é uma forma de expansão, visando um ambiente que seja mais atrativo as necessidades empresarias (PROZCZINSKI; STEINBRUCH, 2014). Devido à grande quantidade de ferramentas de apoio, o acesso ao mercado abre maiores oportunidades para o desenvolvimento empresarial em contato com a globalização. Entretanto, também põe-se a frente de novos desafios e ameaça devido à grande concorrência de empreendimentos instalados que também buscam a sua demanda. “[...] Neste novo universo dos negócios, toda empresa que deseje não só sobreviver mas crescer e desenvolver-se, acompanhar as mudanças tecnológicas e de consumo, terá que levar em consideração o ambiente competitivo do mercado externo. [...]” (MACIEL; LIMA, 2002, p. 37).

Os atores que se inserem em um mercado além de suas fronteiras nacionais, possuem a caracterização da internacionais. Agem em outras jurisdições na medida em que visualização a ampliação ou a inovação de seus negócios. A globalização foi facilitada devido ao desenvolvimento tecnológico e da informação, que por meio do ganho de conhecimento, pode desenvolver técnicas de inserção da sua mercadoria em outros mercados, aumentando seus lucros com a responsabilidade de gerência dos negócios em um ambiente mais exigente (MARTINELLI; ALMEIDA, 1998).

[...] A inovação, entendida não apenas como novas invenções, produtos e processos, na esfera mecânica ou eletrônica, mas também as novas fronteiras de expansão, criadas por mudanças institucionais e por políticas econômicas, deve ser vista como um dos motores da globalização. [...] (MACIEL; LIMA, 2002, p. 22).

É possível notar em nosso mercado doméstico a presença de diversos produtos internacionais, que inseridos em um mercado diferente de sua origem, estão competindo

(21)

internacionalmente em um ambiente junto com os produtos locais e outros internacionais. Esse encontro de ofertas no ambiente de negócios exige as empresas invistam no desenvolvimento de suas capacidades e habilidades para destacar-se das demais ofertas. A grande diversidade das ofertas no mercado o torna cada mais exigente e competitivo no momento de atender a demanda. De acordo com Porter (2009), para que uma empresa possa se defender contra as forças competitivas externas e influenciá-las ao seu favor deve-se objetivar por uma estratégia competitiva. A competição e a lucratividade são determinantes da estrutura setorial, independente do segmento econômico. Utilize-se de estratégias internacionais cada vez mais relevante para o dinamismo do mercado, com um “[...] paradigma estratégico que desconhece fronteiras. [...]” (PORTER, 2009, p. 306).

[...] O mercado internacional exige um grau de competitividade elevado que se fundamenta em investimentos de ciclo rápido de produção, produção artesanal em massa (grandes quantidades com alto grau de individualização), alta qualidade e baixo custo. [...] (MACIEL; LIMA, 2002, p. 65).

Na medida em que cria-se novas estratégias de aumento da competitividade, o reconhecimento da demanda frente sua concorrência leva o crescimento de negociações entre as nações elevando a competição internacional. A institucionalização de Organizações Internacionais de Integração e áreas de livre comércio é o reflexo do impacto da globalização, na qual forçou os Estados a realizarem maneiras de facilitação das trocas comerciais entre seus indivíduos. Em vista de expansão do mercado e aumento do fluxo econômico, as inovações mercadológicas tornam o mercado um ambiente de extremamente competitivo e audacioso para conquistar de uma demanda. Em direção ao livre comércio, conforme os países ganham força competitiva por meio do desenvolvimento empresarial, os Estados as apoiam com reduções de barreiras econômicas que inicialmente tinham a intenção de proteção do produto nacional, tendem a aderir ao comércio internacional com melhor vinculação dos mais diversos ramos econômicos internamente e externamente (MARTINELLI; ALMEIDA, 1998).

(22)

3 MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Dentre os atores internacionais, as empresas são consideradas um importante influente em seu papel na estruturação econômico e social. Uma vez instalada em uma sociedade, suas atividades impactam em diversos pontos, como na geração de empregos, distribuição de renda, inclusão social, redução da informalidade, aumento da qualidade dos serviços e produtos e fortalecimento da economia. Suas relações ocorrem em esferas bilateral, plurilateral e multilateral. São integrantes das relações internacionais que desenvolvem um grande impacto para o crescimento econômico do país, aumentando o posicionamento no mercado externo na medida em que tem-se a participação do comércio internacional e, por tais razões, sua entrada e permanência no mercado estrangeiro é de grade interesse para um Estado-Nação. A partir da análise de dados fornecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e notícias atuais, percebe-se que as micro, pequenas e medias empresas possuem um grau significativo na economia brasileira, sendo elementos importantes na contribuição para o PIB e superávit da balança comercial com a sua presente atividade exportadora, sendo assim de interesse do governo desempenhar incentivos para fomento do comércio internacional (SILVA; COSTA, 2013).

Entretanto, é necessário a preparação para enfrentar o mercado externo. Devido ao encontro com novos desafios que, ao criar impasses de negócio, dificultam a participação em tal meio. Ou seja, devido às dificuldades do processo e fortalecimento da empresa frente a tantos participantes, as empresas são motivadas a buscarem constante atualizações nos modelos de negócios para a criação de alianças estratégicas que as tornem mais competitivas no mercado uma vez que, com a concorrência, obriga-se a aperfeiçoar os seus produtos, e desenvolver novas práticas e técnicas tecnológicas para garantir a melhor posição de reconhecimento da demanda, vislumbrando o bom retorno financeiro de seus investimentos (APEX-BRASIL, 2018).

Na classificação das empresas brasileiras, elas são especificadas de acordo com o seu faturamento anual ou número de funcionários. A partir do momento em que obtém-se o retorno financeiro de suas atividades acima do teto estipulado pela definição de menor valor, é necessário que o empreendedor comunica os valores à Receita Federal e solicita a sua transferência de categoria, cumprindo assim com as leis nacionais. Entretanto isso é um grande impasse para os sócios, uma vez que tal transição acarreta no aumento significativo na contribuição de impostos. Por tais motivos, muitas empresas buscam aprimorar as suas capacitações quando ainda estão em menor escala e, em alguns casos, manter-se dentro do

(23)

enquadramento mínimo, buscando expandir duas atividades com a abertura de uma filial, ou outra empresa, nos mesmos moldes (ENDEAVOR BRASIL, 2018).

No enquadramento nacional, as Micro e Pequenas Empresas tem uma participação essencial para a economia brasileira. Segundo o site Convergência Digital (2017), em um estudo realizado pelo SEBRAE, elas representam o total de 27% do PIB e geram 54% da massa salarial. De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif “[...] Os pequenos negócios são os que mais contratam quando a economia cresce, demoram mais tempo a demitir na desaceleração da economia e são os que menos demitem na retração da economia [...]”. Ele complementa que apesar da recessão ocorrida em 2017, na qual incrementou o número de desempregados em 7,2 milhões, o empreendedorismo de pequenos negócio foi a resistência para a diminuição dessa quantidade, incrementando a rede brasileira em um total de 1,6 milhões de novos empreendimentos.

Devido a sua grande relevância para a economia nacional e, considerando as dificuldades de competição no ambiente dos negócios com relação a inexperiência e menor poder financeiro para atuação, as micro e pequenas empresas possuem a possibilidade de entrar um enquadramento especial chamado de Simples Nacional. O sistema definido pela Lei Geral, delimita a incidência de impostos no qual as empresas com menor faturamento anual estarão contribuindo ao governo. Como forma de incentivo ao empreendedorismo e fomentar o a competitividade de novos negócios, que geral fluxos financeiros no mercado, ele reduz a carga tributária na média que unifica oito impostos: a) Federais: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI; b) Previdência: INSS patronal; c) Estaduais: CMS e; d) Municipais: ISS, facilitando o processo de contabilidade. Para a participação do Simples Nacional, a empresa deve estar classificada dentro das especificações de Micro ou Pequena empresa (ENDEAVOR BRASIL, 2018).

As microempresas enquadram-se com o faturamento anual de até R$ 60.000,00, com até 19 empregados para o ramo da indústria e até 9 para o comércio e serviço. As empresas de pequeno porte demonstram um faturamento anual de R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00. Caso esteja inserida no ramo industrial a classificação é de 20 a 99 empregados e no comércio e serviços classifica-se com 10 a 49 empregados. As empresas de médio porte faturam anualmente mais que R$ 4,8 milhões e menos ou valor igual a R$ 300 milhões. Seu quadro de funcionários para a indústria é de 100 a 499 empregados e para o comércio e serviços de 50 a 99 empregados. A última classificação das empresas são as de grande porte, na qual seu faturamento em doze meses é maior que R$ 300 milhões, no âmbito industrial possuem de 500 empregados e no comercial e de serviços devem apresentar mais de 100 empregados. Os

(24)

dados estão apresentados na Tabela 1 apresentando a classificação das empresas brasileiras pelo faturamento anual

Tabela 1 – Classificação das empresas brasileiras pelo faturamento anual

Enquadramento: Microempreendedor Individual Microempresa Empresa de Pequeno Porte Empresa de Médio Porte Empresa de Grande Porte Faturamento Anual Até R$ 60.000,00 Até R$ 360.000,00 De R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00 Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões Maior que R$ 300 milhõe Número de Funcionários no segmento da Indústria 1 funcionário Até 19 empregados De 20 a 99 empregados De 100 a 499 empregados Mais de 500 empregados Número de Funcionários segmento de comércio e serviços 1 funcionário Até 9 empregados De 10 a 49 empregados De 50 a 99 empregados Mais de 100 empregados

Tabela 2 Fonte: Adaptado de ENOVADOR BRASIL (2018), BUENO (2017) e CUNHA (2018)

As empresas que ultrapassam a renda anual de R$ 3.600.000,00, estará fora do enquadramento de micro ou pequena empresa, se enquadrando nas classificações superiores de empresa de médio ou grande porte, conforme o seu rendimento anual. As empresas que se situam nesses dois últimos níveis, podem estar denominadas como Sociedade Limitada (LTDA) ou Sociedade Anônima (S.A.). Ambas são realizadas de acordo com as escolha dos sócios, na qual a primeira trata-se do desenvolvimento com o capital fechado da empresa e a segunda participa de ações na bolsa de valores, abrindo o capital para investidores externos. Ou seja, apesar das dificuldades que o desenvolvimento empresarial apresenta ao aumentar a classificação de sua empresa, independente dos riscos da bolsa, há quem visualize a possibilidade de participação com ações para aumentar o giro de capital como uma oportunidade de conseguir maiores recursos financeiros. O Lucro Real é a modalidade de faturamento que não possui qualificações para a sua inserção, entretanto é mais complexo que os demais e, portanto, geralmente é utilizado por empresas de grande porte, sendo obrigatórias somente para as áreas de atividades bancárias de investimentos, financiamento e empresas de arrendamento mercantil (BLB BRASIL, 2017).

(25)

Para exercer a atividade exportadora, é importante estar devidamente regularizado e habilitado. Para aderir ao processo de exportação, as empresas necessitam primeiramente inscrever-se no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Instrumento do governo de promoção do comércio exterior criado em setembro de 1992, este é a iniciativa virtual do governo que regula as operações de importação e exportação das empresas brasileiras. Apresenta as possibilidade de benefícios ofertados, como o Drawback web, que possibilita a isenção de imposto de importação sobre insumos importados quando destinados a integrar um produto de exportação. Nesse sentido, possui o objetivo de

[...] simplificar o acesso aos serviços e sistemas governamentais e à legislação pertinentes às operações de comércio exterior [...] bem como os demais sistemas governamentais destinados à obtenção de autorizações, certificações e licenças para exportar ou importar estão presentes no Portal Siscomex [...] (SISCOMEX, 2018).

As micro e pequenas empresas brasileiras demostram ter uma grande importância econômica e social com a sua grande participação no mercado, incorporando uma grande massa de empregos. Dentre as áreas de maior atuação, a primeira concentra-se no comércio, que detém o total de 40% das atividades. Em seguida os serviços aparecem caracterizando 38% das operações das micro, pequenas e médias empresas. A indústria e a construção civil são as áreas que dominam o terceiro e quarto lugar consecutivamente, com 13% e 8% cada, conforme apresentado no Gráfico 1. E, em última participação de 1% encontramos os trabalhos relacionados a agropecuária. A partir da concentração por setor das empresas brasileiras, podemos observar que as MPMEs tem a iniciativa de ofertar produtos com maior valor agregado, dotados de maior tecnologia, concentrados no comércio e serviços que, assim como os produtos, necessitam de um alto grau de conhecimento para obter a competitividade necessária (SEBRAE, 2017a). Nesse sentido, a concentração setorial é favorável ao incentivo o aprimoramento das capacidades para a inserção internacional da atividade empreendedora, uma vez que a vocação de atuação é direcionada para produtos ou serviços com especificidades diferenciadas.

Gráfico 1 – Divisão da atuação no ramo empresarial das micro e pequenas empresas brasileiras

(26)

A participação no comércio exterior possui grandes vantagens para o crescimento da empresa. A busca de novos mercados é uma tarefa a ser realizada quando procura-se maior liquidez com os investimentos realizados. As empresas de menor porte que procuram incrementar suas formas de adquirir lucros a partir de suas atividades visualizam na internacionalização como um método estratégico para atingir tais objetivos. A entrada no comércio exterior é uma tarefa que exige dedicação, necessita planejamento e capacitação para poder lidar com a boa capacidade concorrência, com produtos de maior nível de desenvolvimento internacional. O processo de internacionalização está diretamente ligado as capacidades inovadoras (CDs) de uma empresa frente à grande concorrência dos bens e serviços ofertados às demandas. Estas promovem a vantagem competitiva a partir do modo de utilização dos seus recursos disponíveis e a sua adaptação ao ambiente na qual insere-se. Ou seja, as empresas que busca um bom desempenho com o mercado exterior necessitam realizar atividades que agreguem valor a sua oferta da mesma maneira que ajustam-se às características do local (CISLAGHI et al., 2017). Durante o processo decisório, as empresas necessitam buscar caminhos que visem iniciativas de ação para alcançar a maximização dos seus objetivos (ZICA et el., 2016).

Apesar das MPMEs obter um giro de capital reduzido em volume movimentados comparado às grandes empresas, existe uma grande quantidade e significância das MPMEs brasileiras na formação do valor econômico nacional e, de acordo com Siscomex (2017a), no ano de 2016, 38% das exportações brasileiras pertenciam a pequenos negócios, o que significa um total de 8 mil micro e pequenas empresas com característica exportadora. Isso se traduz que a competição no mercado internacional está cada vez mais intensa entre as empresas. Ela pode ocorrer entre a mesma nacionalidade competindo em um mercado no exterior, ou diferentes. A utilização de estratégias para melhorar a disputa comercial é fundamental para a conquista de uma demanda e retorno consecutivo dos empreendimentos. A grande oferta

(27)

concorrente e acontecimentos do mercado fazem com que a empresa precise estar preparada para acontecimentos diversos, motivando para que durante o processo decisório, as empresas busquem caminhos que visem iniciativas de ação para alcançar a maximização dos seus objetivos (ZICA et al., 2016).

Referente às exportações, de acordo com o MDIC apud Data Sebrae (2018), nos últimos 20 anos, as exportações, tão importantes para o desenvolvimento brasileiro, tem crescido gradualmente, tendo um pico negativo em 2009, ano em que ocorreu a 2ª a crise financeira do mercado internacional (MANTEGA, 2009). Neste ano observa-se uma decaída com mais intensidade nas exportações em comparação com os outros anos, apesar de continuarmos apresentando a balança comercial com superávit em 2018, conforme apresentado no Gráfico 2. O crescimento das exportações representa que as empresas brasileiras encontram-se cada vez mais capacitadas a competir no âmbito internacional, demostrando o aumento da confiabilidade de estrangeiros pelo produto ou serviço brasileiro.

Gráfico 2 – Variação das exportações brasileiras por ano

Fonte: MDIC (2018) apud Data SEBRAE (2017).

Dentro das exportações brasileiras, a maior parte da operação é dominada por empresas de médio e grande porte, dominando em 2016 o total de “[...] 72,7% do número de empresas e 84,2% do valor exportado [...]” as operações e a indústria como sendo a parte mais dominadora dos processos. A prévia experiência por empresas de médio porte com o comércio exterior aumenta a eficiência na implementação de novas atividades cooperativas com micro e pequenas empresas, ocorrendo a filiação de empresas menores para aprimorar as capacidades de ambas a partir de um contrato especificado. De acordo com o Gráfico 3, ao

(28)

realizarmos a comparação com atividades empregadas pelos diferentes níveis empresariais, podemos notar que as micro e pequenas empresas estão com maior concentração nas atividades que envolvem o comércio, enquanto as empresas de médio e grande porte com a indústria, sendo em ambas a minoria direcionada a outros ramos (DATA SEBRAE, 2017).

Gráfico 3 – Distribuição das empresas brasileiras por ramo de atividade

Fonte: Data SEBRAE (2017)

A grande diferença dos produtos comercializados pelas micro e pequenas empresas das medias e grandes empresas está nos produtos manufaturados, mais adeptos pelas primeiras, e nos básicos, mais adeptos pelo segundo grupo. As MPEs apresentam nas estatísticas do Sebrae (2017), que no ano de 2016 as exportações tiveram 70,7% dos produtos classificados como manufaturados, seguidos de produtos básicos (19,8%), semimanufaturados (7,0%) e demais produtos (2,5%). As MGE apresentam que 43% de suas exportações são de produtos classificados como básicos, em seguida o maio índice de produtos exportados estão dentro dos manufaturados (40,9%), semimanufaturados (14,9%) e demais produtos (1,1%). Podemos notar que as firmas MPEs possuem maior concentração de atividades com produtos de maior valor agregado, os manufaturados, que necessitam de maior intensidade tecnológica e atualizações, com maior informação nos processos. Ou seja, as empresas de menor porte possuem grande diversificação de produtos para oferecer ao mercado internacional e comercializam produtos que trazem maior rentabilidade, contribuindo para a economia brasileira. Entretanto, ambas as classificações apresentam em sua maioria baixa incidência tecnológica em seus produtos, sendo um fator a ser aprimorado (DATA SEBRAE, 2017).

(29)

Referente a participação de Micro e Pequenas empresas nas exportações brasileiras, em 2016 pode-se identificar que 38% das vendas direcionadas ao exterior são provenientes de empresas que se classificam como MPEs, conforme exemplificado no Gráfico 3. Deste montante, as pequenas empresas ainda tem maior participação do que as micro empresas, apesar de demostrassem uma quantidade significativa na venda anual ao exterior. É um percentual que vem aumentando desde 2011, totalizando 5 pontos percentuais, mostrando o aumento do poder de força e desenvolvimento que elas tem dentro da economia brasileira. As atividades exportadores de MPEs são diversificadas, sendo que os principais produtos utilizados, somados, são correspondente a média de um terço do total de produtos comercializados, havendo maior diversificação pelas micro empresas com uma diferença de 2,5 % para as pequenas empresas. Dos cinco principais produtos comercializados pelas micro empresas, três deles tiveram grandes altas de exportações em 2016: “[...] ‘Vestuário para mulheres e meninas’, com alta de 36,5%, ‘Calçados, suas partes e componentes’, com crescimento de 11,6%, e ‘Pedras preciosas ou semipreciosas, trabalhadas’, com 21,6%. [...]” (SEBRAE, 2017). Nos ramos de atividade, em ambas o mais encontrado é Atacado por varejo (25,5% nas micro e 24,5% nas pequenas), seguido por Comércio varejista (20,1% nas micro e 11.9% nas pequenas). As demais principais atividades das micro empresas são divididas em Produtos Diversos (3,6%), Comércio e Reparação (3,3%), Maquinas e Equipamentos (3,4%) e os Demais Setores somam o restante (44,1%), não ultrapassando o conjunto das mesmas atividades que os citados. Nas pequenas empresas as demais principais atividades de separam em Máquinas e Equipamentos (9,1%); Produtos Diversos (5,8%), Produtos de Madeira (2,8%) e o restante corresponde a soma dos Demais Setores (45,9%) (DATA SEBRAE, 2017).

(30)

Fonte: Data SEBRAE (2017).

Para iniciar as atividades comerciais, geralmente, recomenda-se que seja com um país de proximidades culturais, que compartilhem valores semelhantes. A compatibilidade de interesses culturais, e “[...] apresentar pequenas diferenças sociais ou de consumo [...]” (MACIEL; LIMA, 2002) aumenta as condições para a aceitação do negócio no mercado alvo. A proximidade geográfica também diminui custos operacionais, facilitando o transcurso das operações. Outro ponto importante refere-se que nas proximidades geográficas de países encontram-se instaladas instituições, ou melhor, tratados internacionais que, em vista do desenvolvimento da região, buscam por políticas que visam a integração de suas atividades. Através de pactos bilaterais ou multilaterais, favorecem a comercialização na medida em que ocorre o planejamento e coordenação de políticas macroeconômicas setoriais. O principal destino das exportações brasileiras praticadas por micro e pequenas empresas está focalizado na América, conforme apresenta o Gráfico 5. Os principais parceiros comercial das MPEs brasileiras em 2016 foram os Estados Unidos e Canadá que, juntos, dominaram um total de 20,5% de todos os destinos nos quais apresentou-se a comercialização internacional. Em segundo lugar seguem o Mercosul e a União Europeia, com 20,3% e 20,2% dos destinos respectivamente, que aparecem com um empate. Os países da ALADI (com exceção dos participantes do Mercosul), dominam 13,1%, a Ásia-Pacífico 12,4% e os demais países somam o restante de 13,5%. Ou seja, as micro e pequenas empresas concentram os seus clientes no Continente Americano, priorizando as suas convergência de interesses sociais, culturais e econômicos.

Gráfico 5 – Principais destinos das exportações brasileiras de MPEs em 2016

(31)

Fonte: Data SEBRAE (2017).

Na América Latina o movimento cooperativo entre os países, objetivando o aumento da competitividade da região, tem histórico vigente a partir a coligação dos países na formação da Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC) em fevereiro de 1960. Prosseguida pela Associação Latino-Americano de Livre Comércio (ALADI), na qual vinte anos depois introduziu-se dentro o âmbito da cooperação internacional o Tratado de Montevidéu, em 12 de fevereiro. Esta não conseguiu fortalecimento diante das assimetrias econômicas que incrementavam as dificuldades nas relações entre os países.

Nestas coligações de Estados-nações, ambas inspiradas com semelhança estrutural institucional e com metas comerciais, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela participaram com o intuito de “[...] dar prosseguimento ao processo de integração encaminhado a promover o desenvolvimento econômico-social, harmônico e equilibrado da região (Preâmbulo do Tratado de 1980) [...]” (MACIEL; LIMA, 2002, p. 99). A fragilidade dos sistemas de integração visualizados pelos países teve sua baixa quando na implementação de planos econômicos para o desenvolvimento regional equiparado na verdade privilegiava uma parcialidade de países que já encontravam-se mais fortes dentro do sistema, exemplificado pela inadequação das atividades do Pacto Andino em 1969, quando buscou elaborar a “[...] primeira experiência com supranacionalidade da América Latina [...]” (SILVA; COSTA, 2013, p. 201). Num movimento regionalista, a configuração institucional governamental do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi iniciado com Brasil e Argentina a partir de Tratados Internacionais de cooperação, que estreitaram a relação das duas potências sulistas na década de 1970 à 1991 quando, em conjunto com Uruguai e Paraguai, assinaram o Tratado de Assunção formalizando a formação do bloco econômico. Nesse sentido os países cooperam, ao mesmo tempo que competem, em alicerces no processo de integração para o desenvolvimento econômico e social a partir de quatros objetivos:

[...] a) Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção [...]; b) o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum de relacionamento [...]; c) a coordenação de políticas macroeconômicas sociais, entre os Países-membros [...]; d) compromisso dos Estados-membros de harmonizar suas legislações [...]”(MACIEL; LIMA, 2002, p. 101).

A segurança financeira é a fonte de solidificação das medidas estratégicas de alocação dos recursos humanos, físicos e organizacionais para ganho da competitividade

(32)

internacional, que definirão a continuidade da empresa em um novo mercado (BARNEY, 1991, apud CISLAGH et al., 2017). Diante de uma pesquisa de levantamento com 46 MPEs durante outubro e fevereiro de 2014, Prozczinski e Steinbruch (2014, p. 15), notaram que

[...] No contraponto da preparação para exportação, 85% das empresas afirmaram não conhecer todos os passos para internacionalização, nem ter definidos metas e cronogramas para tal. Além disso praticamente 85% delas também não têm recursos próprios para executar seu plano de internacionalização. Logo, falta de preparação é um grande entrave para as empresas, que, aliada a falta de recursos, acaba por refletir-se no baixo índice de internacionalização das empresas brasileiras [...].

Além da falta de conhecimento do processo de exportação e de recursos financeiros que atinge as empresas no âmbito microeconômico somam-se aos desafios da internacionalização às influências externas. Inseridas no plano macroeconômico, são caracterizada pelo estabelecimento de políticas de promoção ao incentivo exportador governamental, parcerias, obtenção de conhecimento jurídico e burocrático do mercado alvo, acesso a mão-de-obra qualificada, prospecção, expansão, marketing, adequação do produto e inserção de sede no exterior. Montante a estes fatores, as empresas brasileiras não possuem uma boa reputação no exterior, o que prejudica culturalmente a abertura de novos mercados (PROZCZINSKI; STEINBRUCH, 2014).

[...] Custos elevados justamente para quem dispõe de menos recursos financeiros e humanos para lidar com esses problemas. Para as micro e pequenas empresas (MPE) dos países em desenvolvimento a participação no mercado internacional presenta desafios acentuados. Além das rigorosas exigências dos públicos (países, empresas e consumidores), os empreendedores enfrentam ainda exigências burocráticas, condições macroeconômicas desfavoráveis, dificuldades de infraestrutura e logística, entre outras dificuldades [...] (SEBRAE, 2014)

As medias e pequenas empresas brasileiras tem dificuldades de inserção no mercado internacional devido ao fator cultural. Elas tendem a exercer práticas que busquem atingir os seus objetivos e dificuldades próprias frente a uma concorrência de forma individual. Entretanto, uma vez que não são competitivas, os esforços para conseguir destacar-se podem tornar-se inválidos. Em razão do dinamismo do mercado, as organizações que desejam fazer frete à ameaças e oportunidades do ambiente devem considerar prosseguir viabilizando os benefícios das estratégias de cooperação. Recorrer a formas de associação que garantam a sua força em diversos aspectos ante a entrada no comercio exterior, aumentando a sua probabilidade de estabilização (POYER; RORATTO, 2017).

Em março deste ano, o encontro de ministros da Indústria e Comércio do Mercosul em Assunção, Paraguai, promoveu o debate sobre a internacionalidade de PMEs do

(33)

Mercosul. Segundo Marcos Jorge, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços brasileiro, tais empresas são fundamentais para a geração de emprego e desenvolvimento tendo em vista que formam a maioria dos empreendimentos na economia. O crescimento das exportações de micro, pequenas e médias empresas e sua inserção cada vez mais intensa no mercado demostra o interesse empreendedor em negócios que visam aumentar a sua capacidade de expansão. O incremento da balança comercial brasileira em 2017 foi atribuído ao crescimento das quantidades de empresas e volume praticado na exportação dentro do âmbito das MPMEs. Em comparação com 2016 e 2015, houve um aumento de 10,6% da participação de empresas com menor porte (BID, 2017). Juntamente com os ministros do Uruguai, Paraguai e Argentina, o integração do bloco econômico está voltada para visualizar medidas que aumentem a competitividade das empresas que possuem maiores obstáculos para o aprimoramento de seus empreendimentos. Idealizando realizar um plano de ação para promoção das empresas de pequeno porte, buscarão por meio da troca de experiências adquirir maiores esclarecimentos

[...] para obter avanços em temas como legislação, redução de burocracia nas operações, capacitação de empreendedores e financiamento para fomentar negócios. [...] de facilitação de comércio intra-bloco [...] diante de um Mercosul mais dinâmico, mais ativo, mais aberto e disposto [...] (MDIC apud DIB, 2018).

Nem toda a PME é capaz de exportar, por tais razões sugere-se realizar o plano de exportação contendo estratégias que possam identificar a viabilidade da atividade. Entretanto, o incentivo por meio de ações associativas interorganizacionais ocorre em vista de romper com as barreiras iniciais que prejudicam o desenvolvimento das capacidades exportadoras. Devido a seu grande volume, as micro, pequenas e medias empresas possuem uma elevada significância econômica e social, na geração de empregos e movimentação de renda. De acordo com Minervini (2011), “[...] existem excelentes oportunidades para fomentar o crescimento de PMEs exportadoras. Para isso, é preciso trazer ao centro do debate, temas como desenho, qualidade, criatividade, associacionismo e treinamento [...].” No Brasil as micro e pequenas empresas são caracterizadas por serem responsáveis por 38% do comércio exterior praticado pelo país. As empresas brasileiras que se enquadram como Simples Nacional ganham benefícios tarifários em vista de aprimorarem as suas capacidades e recursos. A promoção de suportes para a exportação é amplamente realizado pelo governo, visando o maior número de transações internacionais de dentro para fora do país. Na iniciativa de gerar maior força produtiva econômica e de fomentar o comércio e desenvolvimento entre

(34)

os países intra-bloco, o Mercosul planeja políticas em favorecimento aos pequenos negócios. O conhecimento do impacto das MPMEs na sociedade doméstica e aos seus vizinhos é pauta de debate entre os ministros para suas próximas ações rumo ao livre-comércio.

Referências

Documentos relacionados

[r]

A partir de 05/01/2017, aos estudantes com direito ao Passe Livre deverão ser incluídos (CPF, RG, CEP, curso, tipo de bolsa, período e ano de conclusão do

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

O número de desalentados no 4° trimestre de 2020, pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que vão encontrar uma vaga, alcançou 5,8 milhões

O objetivo deste trabalho foi avaliar épocas de colheita na produção de biomassa e no rendimento de óleo essencial de Piper aduncum L.. em Manaus

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

De fato, existem famílias de exemplos de superfícies completas orientáveis e mínimas invariantes por screw-motions que são estáveis (mas que não têm curvatura total