Plantas Geneticamente Modificadas:
Plantas Geneticamente Modificadas:
Tecnologias de Obtenção & Aplicações
Tecnologias de Obtenção & Aplicações
Luís Fernando Revers
Estrutura do DNA - meio século de uma revolução
Estrutura do DNA - meio século de uma revolução
1953 - 2003
Gene para cor da semente Gene da tolerância ao alumínio Genes para altura da planta Gene para proteína da semente Gene para resistência a doenças
Segmentos de DNA = Genes
FLUXO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA
FLUXO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA
DNA: Genes Proteínas: “Aparência” (fenótipo) RNA Cromossomos (herdados dos genitores)
Células
Órgãos
Organismo
Fenótipo (Aparência) Tecidos
“Os genes são segmentos do mesmo tipo de molécula, o DNA.
Esta característica permite que os genes de um organismo sejam potencialmente funcionais
em outro.”
Como o DNA controla
Como o DNA controla
as características de
as características de
um organismo?
um organismo? ATG TTC GTCCCA
TAC AAG CAGGGT DNA
“Código Genético é universal!” Mudanças no Fenótipo
Mudanças no Genótipo
Domesticação de culturas (~10.000 anos)
Melhoramento Genético Tradicional
Melhoramento Genético Tradicional
Organização Social
Seleção artificial
•Plantas mais robustas
•Frutos e sementes maiores
•Perda de disseminação natural das sementes •Florescimento uniforme
•Amadurecimento uniforme
Como é feito o Melhoramento Genético Tradicional?
Como é feito o Melhoramento Genético Tradicional?
1. Cruzamento entre cultivares
2. Cruzamento de cultivares com espécies selvagens aparentadas 3. Indução de mutações Aumentar a variabilidade genética Seleção Seleção
Cruzamento de cultivares com
espécies selvagens aparentadas Sens. Ferr. Res. Ferr.
Cruzamento do híbrido com A. sativa
Adaptado de Zanettini e Pasquali,1999.
Indução de mutações em Trigo
•Identificação de um mutante com aristas
•Maior superfície Fotossintetizante
•Maior conteúdo de amido no grão
Adaptado de Zanettini e Pasquali,1999.
Milho
Milho CenouraCenoura AlfaceAlface
Modificações Genéticas
Modificações Genéticas
introduzidas pela DOMESTICAÇÃO
introduzidas pela DOMESTICAÇÃO
• Engenharia Genética: conjunto de
ferramentas não convencionais que possibilita a transferência de
informação genética de um organismo, seja ele um microrganismo, um vegetal ou um animal, para outro.
• A inserção de um gene bem
caracterizado em células vegetais e a subsequente regeneração de plantas férteis com o gene integrado em seus genomas permite a obtenção das
denominadas “plantas transgênicas”.
Biotecnologia Moderna
Isolamento de Genes Endonucleases de restrição Adaptado de Zanettini e Pasquali,1999. manipulação dos segmentos de DNA de interesse (genes)
Como são produzidas as plantas transgênicas? Como são produzidas as plantas transgênicas?
•Sistema Agrobacterium
•Transferência direta de genes para protoplastos
Sistema
Sistema
Agrobacterium
Agrobacterium
Planta Ferimento Plasmídio Ti Cromossomo bacteriano Infecção Tumor da galha T-DNA Inserido T-DNA Inserido Agrobacterium •Explora a capacidade natural das Agrobactérias de associar-se às plantas causando-lhes tumoresTransferência de Genes Mediada por Agrobactérias Transferência de Genes Mediada por Agrobactérias
Corte
Inserção do gene de interesse
Infecção
Inseção do gene de interesse
Regeneração da planta transgênica
Bombardeamento com microprojéteis
Bombardeamento com microprojéteis
Uva Geneticamente Modificada Resistente à Doenças Fúngicas Uva Geneticamente Modificada Resistente à Doenças Fúngicas
(Yamamoto, T. et al., 2000 ) (Yamamoto, T. et al., 2000 ) •Inserção do gene RCC2 de arroz quitinase Resistência à doenças fúngicas
Planta parental não transformada
Planta transformada resistente à oídio (Uncinula necator)
•Benefício: redução da utilização de fungicidas
Melhoramento genético clássico X Engenharia genética
Melhoramento genético clássico X Engenharia genética
Engenharia Genética (Biotecnologia Moderna) Identidade Varietal
Doador
Cultivar Comercial Cultivar (apenas com o gene desejado inserido) Transferência
Gene Isolado
Gene Desejado Regeneração
Gene Desejado
Melhoramento Clássico de Plantas Novos Genótipos
Doador
Cultivar Comercial Nova Cultivar
Blocos Gênicos transferidos X Várias Gerações Gene Desejado Gene Desejado
Milho
Milho CenouraCenoura AlfaceAlface
Modificações Genéticas
Modificações Genéticas
introduzidas pela DOMESTICAÇÃO
introduzidas pela DOMESTICAÇÃO
ARCABOUÇO LEGAL
ARCABOUÇO LEGAL
•Lei de BiossegurançaLei de Biossegurança – Lei nº. 8.974/95
•Decreto n° 1.752/95; n° 1.752/95;
•20 normas específicas da CTNBIO (1996 a 2002) 20 normas específicas da CTNBIO (1996 a 2002)
•MP no. 2.191-9/2001MP no. 2.191-9/2001- altera a Lei nº 8.974/95
•Lei AmbientalLei Ambiental - Lei nº. 6.938/81
•Lei nº. 10.165/2000 (taxas e anexo que classifica ativ.)
•Resolução do CONAMA nº 305/2002
•Lei de AgrotóxicosLei de Agrotóxicos – Lei nº. 7.802/1989
•Decreto nº. 4.074/2002
•3 normas específicas que regulam a concessão do Registro Especial Temporário - RET/OGM
(IN Conjunta MAPA/ANVISA/IBAMA nº 02/2002; IN nº 24/2002 do IBAMA e RDC nº 57/2002 – ANVISA)
•Decreto de RotulagemDecreto de Rotulagem Nº 4.680/abril de 2003
•Lei nº 10.688Lei nº 10.688, de 13 de junho de 2003
-regula a comercialização da safra 2002/2003 de soja
•Lei nº 10.814Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003
Lei de Biossegurança nº 8.974 de
Lei de Biossegurança nº 8.974 de
05/01/95
05/01/95
Membros:
•Poder Executivo (ministérios) •Comunidade Científica
•Órgãos de Defesa do
Consumidor
•Orgãos de Defesa da Saúde do
Trabalhador
CTNBio
CTNBio
Regulamentação: •Pesquisas em Laboratórios •Liberação Ambiental Planejada •Comercialização ou não de produtos transgênicosDa Pesquisa à Comercialização de Plantas GM no Brasil
1º Passo
1º Passo
– Obtenção de CQB
– Obtenção de CQB
(IN nº 01/96 – CTNBio)
(IN nº 01/96 – CTNBio)
• Requisitos mínimos:
– Ter CIBio – Comissão Interna de Biossegurança
– Constituição pessoa jurídica
– Idoneidade financeira
– Finalidade a que se propõe
– Atividade desenvolvida
– Classificação do(s) organismo(s) – I ou II
– Relação dos organismos que serão manipulados
– Descrição pormenorizada das instalações
– Qualificação do pessoal envolvido
A Embrapa possui 18 Centros de Pesquisa desenvolvendo trabalhos com OGM, os quais possuem o devido CQB emitido pela CTNBio.
Da Pesquisa à Comercialização de Plantas GM no Brasil
2º Passo
– Autorização para desenvolvimento depesquisas com OGM
(Art. 7º, inciso IV da Lei nº 8.974/95)
• Esta Autorização é concedida pelos órgãos fiscalizadores
competentes.
• Todos as Unidades da Embrapa que desenvolvem
Da Pesquisa à Comercialização de Plantas GM no Brasil
3º Passo
3º Passo
– Registro Ambiental para atividades em
– Registro Ambiental para atividades em
área confinada
área confinada
(Art. 3º da Resolução nº 305/2002 - CONAMA)
(Art. 3º da Resolução nº 305/2002 - CONAMA)
4º Passo
4º Passo
– Liberação Planejada do OGM no meio
– Liberação Planejada do OGM no meio
ambiente
ambiente
(Instruções Normativas nº 3 e 10 da CTNBio)
(Instruções Normativas nº 3 e 10 da CTNBio)
5º Passo
5º Passo
– Autorização Temporária de Experimento de Campo - – Autorização Temporária de Experimento de Campo - ATECATEC
(art. 7º, X da Lei nº 8.974/95, alterado pela MP nº 2.191-9/2001) (art. 7º, X da Lei nº 8.974/95, alterado pela MP nº 2.191-9/2001)
A Embrapa conseguiu ATEC do MAPA para seus experimentos com soja GM, mamão GM e feijão GM e batata GM.
Da Pesquisa à Comercialização de Plantas GM no Brasil
6º Passo
6º Passo
– Somente para OGM Biopesticida
– Somente para OGM Biopesticida
Registro Especial Temporário - RET
Registro Especial Temporário - RET
(Lei nº 7.802/89 – IN Conjunta nº 02/2002 –
(Lei nº 7.802/89 – IN Conjunta nº 02/2002 –
MAPA/ANVISA/IBAMA)
MAPA/ANVISA/IBAMA)
7º Passo
7º Passo
– Licença de Operação para Área de
– Licença de Operação para Área de
Pesquisa - LOAP
Pesquisa - LOAP
(art. 4º da Resolução nº 305/2002 – CONAMA)
(art. 4º da Resolução nº 305/2002 – CONAMA)
8º Passo
8º Passo
– Licença para liberação pré-comercial
– Licença para liberação pré-comercial
(art. 5º, I da Resolução nº 305/2002 – CONAMA)
Da Pesquisa à Comercialização de Plantas GM no Brasil
9º Passo
9º Passo
– Licença para liberação comercial
– Licença para liberação comercial
(art. 5º, II da Resolução nº 305/2002 – CONAMA)
(art. 5º, II da Resolução nº 305/2002 – CONAMA)
10º Passo
10º Passo
– Aprovação para comercialização
– Aprovação para comercialização
pela CTNBio
pela CTNBio
•
Não existe um norma específica para esta
aprovação, sendo a mesma analisada caso a
caso. Até o momento, a CTNBio só liberou
comercialmente a soja RR (Instrução
Normativa nº 18/98), liberação esta que foi
questionada judicialmente E AINDA NÃO
Resultado: Arcabouço Legal extremamente complexo Decreto no. 1.752/95 MP no. 2.191/01 Legislações Estaduais Decreto Rotulagem no.4.074/03 Lei de Biossegurança no.8.974/95 Lei de Agro-Tóxicos no.7.802 /89 Lei Ambiental no. 6.938 /81 PL 2401/03 PL 2401/03 Tentativa de Tentativa de harmonização do harmonização do atual caos atual caos regulatório regulatório Resolução 305 CONAMA 2002 RET IN 2002 Lei no. 10.165/00 IN IBAMA/03 Lei nº 10.688/ 2003 Lei 10.8.14/03
Avaliação e Regulamentação das Plantas Transgênicas
Avaliação e Regulamentação das Plantas Transgênicas
Análises “caso-a-caso”:
•Risco Ambiental
•Risco à Saúde Animal
•Risco à Saúde Humana
•Equivalênica Substancial
Segurança Alimentar
Princípio da Equivalência Substancial (ES) - FAO; OMS
Princípio da Equivalência Substancial (ES) - FAO; OMS
Planta parental (segura para consumo) X
Planta Geneticamente modificada
Comparação analítica: ensaios toxicológicos e bromatológicos (saúde animal, saúde humana e risco ambiental)
NES Restrições Nutricionais ES Sem restrições Nutricionais
Comercialização/Rotulagem Não Comercialização
Potencial da Biotecnologia e a Realidade
Potencial da Biotecnologia e a Realidade
ÁREA CULTIVÁVEL DISPONÍVEL POR HABITANTE NO MUNDO
ANO ÁREA AGRÍCOLA
PER CAPITA (ha)
1961 0,44
1997 0,26
2050 0,15
8,9 bilhões de habitantes
BIODIVERSIDADE
BIODIVERSIDADE
MELHOR MANEIRA ATUAL DE PROTEGER E CONSERVAR A BIODIVERSIDADE :
USO DE TECNOLOGIAS QUE AUMENTEM A PRODUTIVIDADE POR UNIDADE DE ÁREA EM USO
Papel Sócio-Econômico da Biotecnologia
Papel Sócio-Econômico da Biotecnologia
Contribuir para aumentar a produtividade dos
produtos da agropecuária;
Contribuir para melhorar a qualidade dos produtos -
Alimentação saudável;
Contribuir para reduzir custos de produção;
Contribuir para implantar sistemas produtivos
ambientalmente sustentáveis;
Contribuir para diminuir o esforço do produtor;
Contribuir para melhorar a eficiência da pesquisa;
Contribuir para diminuir a necessidade de
Tipo de Produto
Alguns exemplos de produtos obtidos através da Alguns exemplos de produtos obtidos através da
engenharia genética utilizados no cotidiano engenharia genética utilizados no cotidiano
• Insulina Humana Diabetes
• Vacina anti-hepatite B Prevenção Hepatite B
• Alteplase Prevenção de Infarto
• Interferon -2b Tratam. Leucemia
• Fator anti-hemolítico Hemofilia A
• Hormônio de crescimento humano Def. Crescimento
• Interferon Tratam. Esclerose
Múltipla
Indicação de Uso
Tipo de Produto
Alguns exemplos de produtos obtidos através da Alguns exemplos de produtos obtidos através da
engenharia genética utilizados no cotidiano engenharia genética utilizados no cotidiano
• Detergentes e sabão em pó Proteases, Lipases
• Produção de Papel Celulase, Lipases
• Produção de Sucos e Vinhos Pectinases
• Produção de Queijos Chimosine (Chymogen® - 60%)
• Produção de Álcool Amilases e
Amiloglicosidases
Tipos de Enzimas
Alguns exemplos de produtos obtidos através da Alguns exemplos de produtos obtidos através da
engenharia genética engenharia genética
Alguns exemplos de produtos obtidos através da Alguns exemplos de produtos obtidos através da
engenharia genética engenharia genética
Alguns exemplos de produtos obtidos através da Alguns exemplos de produtos obtidos através da
engenharia genética engenharia genética
Características Agronômicas Qualidade e Processamento Alimentos Funcionais Químicos Específicos
Resistência a herbicidas e insetos “input agronomic traits”
Óleos especiais, proteínas, vitaminas, minerais, etc. “output quality traits””
Alimentos contendo vacinas, vitaminas, minerais, etc.. Produção de fármacos.
Biofábricas. Plantas e animais produzindo matérias primas de uso industrial..
Tendências dos Produtos Biotecnológicos
Tendências dos Produtos Biotecnológicos
1995 2000 2005 2010 2015 2020 http://www.isb.vt.edu/cfdocs/fieldtests1.cfm
http://www.isb.vt.edu/cfdocs/fieldtests1.cfm
http://
A Embrapa e o desenvolvimento de OGMs:
A Embrapa e o desenvolvimento de OGMs:
•
Feijão
(resistência a vírus e insetos, e tolerância a herbicidas)•
Soja
(resistência a insetos, e tolerância a herbicidas)
•
Batata
(resistência a vírus)
•
Banana
(resistência a fungos)
•
Cacau
(resistência a fungo)
•
Café
(resistência a insetos)•
Arroz
(redução da altura)•
Milho
(melhoria da qualidade protéica)
•
Mamão
(resistência a vírus e fungos)
“Os seres humanos podem ansiar pela certeza
absoluta, podem aspirar alcançá-la e podem até fingir obtê-la, como fazem os
partidários do
fanatismo religioso, ético e ou político.” Carl Sagan -Mais ou menos...falta desenvolver uma metodologia de uso - Como vão as pesquisas com o fogo?