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Avaliação de métodos alternativos de ensino das técnicas de sutura na disciplina de técnica cirúrgica

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

LUCAS DE MELO MANZI

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA

Monografia apresentada para a conclusão do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília

Brasília-DF 2014

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

LUCAS DE MELO MANZI

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA

Monografia apresentada para a conclusão do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília

Orientadora Ana Carolina Mortari

Brasília-DF 2014

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Cessão de Direitos

Nome do Autor: Lucas de Melo Manzi

Título da Monografia de Conclusão de Curso: AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA

Ano: 2014

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta monografia e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e nenhuma parte desta monografia pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

_______________________________ Lucas de Melo Manzi

037.316.671-00

QSD 17 casa 36 – Taguatinga Sul. 72020-170 - Brasília-DF - Brasil

(061)9904-0110; lucasmanzi14@hotmail.com Manzi, Lucas de Melo

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA / Lucas de Melo Manzi; orientação de Ana Carolina Mortari. – Brasília, 2014.

36 p. : il.

Monografia – Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2014.

1. Medicina Veterinária. 2. suturas. 3. cirurgia. 4. ensino

1. Criopreservação. 2. Sementes. 3. Teores de umidade. 4. Plantas perenes. I. Carmona, R. II. Título.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Nome do autor: MANZI, Lucas de Melo

Título: AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA

Monografia de conclusão do Curso de Medicina Veterinária apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília

Aprovado em: ___/___/___

Banca Examinadora

Profa. Dra. Ana Carolina Mortari Instituição: Universidade de Brasília Julgamento: ________________________ Assinatura: __________________

Prof. Me. Mário Sérgio Almeida Falcão Instituição: Universidade de Brasília Julgamento: ________________________ Assinatura: __________________

Prof. Me. Franco Metzker Poggiani Instituição: Universidade de Brasília Julgamento: ________________________ Assinatura: __________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, por se fazer sempre presente em minha vida, aos meus pais, Valdir e Lunalva, à minha família e à minha namorada, Taysa, pelo incentivo, apoio,

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, pois devido a Ele sempre tive esse amor e encanto pelos animais e pela natureza, o que foi fundamental para a escolha da minha futura profissão como Médico Veterinário. Ele esteve comigo em todos os momentos, me dando força e me guiando para chegar até aqui. Devido a Ele tenho uma família maravilhosa e pessoas muito especiais à minha volta e, sem dúvida, foram essenciais para eu me manter firme nessa caminhada.

Aos meus pais, Valdir e Lunalva que, apesar de todas as dificuldades, nunca desistiram e nunca me deixaram desistir. Sempre me deram todo o apoio, investimento, estrutura, e, principalmente, me deram muito amor para eu realizar meu sonho. Não posso esquecer-me dos meus irmãos, em especial, minha irmã Natália, que de uma forma ou de outra, sempre tentaram me ajudar. Sem eles nada disso seria possível. Também sou muito grato à minha namorada, Taysa, pela paciência, carinho, companheirismo e amor dedicado à mim. Ela foi essencial e esteve ao meu lado nessa fase final de conclusão de curso. Muito Obrigado! Agradeço a Deus por ter vocês em minha vida.

Aos meus amigos, pois com eles essa etapa se tornou mais gratificante, mais alegre e mais prazerosa. Desta forma, as dificuldades e provações, e foram muitas, que apareceram no decorrer dessa caminhada se tornaram mais fáceis de serem superadas. De forma especial, quero agradecer aos meus amigos Thiego e Gustavo, pois eles foram essenciais, estiveram presentes e compartilharam de grande parte das minhas dificuldades, minhas conquistas, e claro, dos meus momentos de diversão. Muito obrigado!

Aos meus animais e amigos, Thor, Kiara e Dourado, que foram meus primeiros pacientes e sempre me receberam com toda alegria e amor. Foram eles que, no dia a dia, me fizeram enxergar que eu tinha feito a escolha certa. Obrigado!

Aos meus professores que, de alguma forma, me apoiaram e me ensinaram durante o período de graduação. O conhecimento que me foi passado através de vocês vai ser levado pelo resto da minha vida e as broncas e críticas construtivas, com certeza, também serviram para me tornar um profissional competente e qualificado.

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LUCAS, L. M. Avaliação de Métodos Alternativos de Ensino das Técnicas de Sutura na Disciplina de Técnica Cirúrgica. (Evaluation of Alternative Teaching Methods of Suture Techniques at Discipline of Surgical Technique). 2014. 36 p. Monografia (Conclusão do Curso de Medicina Veterinária) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF.

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo relatar e avaliar o uso de um método alternativo de treinamento de técnicas de sutura e vídeos didáticos como método complementar de ensino. Para o presente estudo foram elaborados um modelo para treinamento de suturas utilizando courvin e espuma de alta densidade e vídeos didáticos das técnicas de suturas. A proposta foi avaliada por acadêmicos da disciplina de Técnica Cirúrgica do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus Botucatu por meio de um questionário. Os métodos alternativos de ensino proporcionaram, aos alunos, maior entendimento, segurança e facilidade para realização dos diferentes tipos de sutura, podendo desta forma, ser mais uma opção para treinamento prático dos padrões de sutura.

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LUCAS, L. M. Avaliação de Métodos Alternativos de Ensino das Técnicas de Sutura na Disciplina de Técnica Cirúrgica. (Evaluation of Alternative Teaching Methods of Suture Techniques at Discipline of Surgical Technique). 2014. 36 p. Monografia (Conclusão do Curso de Medicina Veterinária) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF.

ABSTRACT

This study aims to report and evaluate the use of an alternative method of training of suturing techniques and instructional videos as a complementary method of teaching. For the present study a model for suture training using leatherette (courvin) and high-density foam and instructional videos demonstrating the techniques of sutures were prepared. The proposal was evaluated by the academics of the discipline Surgical Technique of Veterinary Medicine course of University of Brasília (UNB) and the State University of São Paulo (UNESP) - Botucatu Campus through a questionnaire. Alternative methods of teaching provided students, greater understanding, safety and facility to perform the different types of suture and may be used as an option for practical training of suture patterns.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - (A) Materiais utilizados para confecção do modelo de sutura: 1. Cola para espuma, 2. Espuma, 3. Base em EVA, 4. Courvin, (B) Aspecto final da montagem do modelo. Brasília, 2014...25 Figura 2 – Alunos realizando o treinamento, dos diferentes padrões de sutura, no modelo. Brasília, 2014...27

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Respostas das questões de múltipla escolha de acordo com o questionário. Brasília,2014...28

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Casuística com base na Suspeita/Diagnóstico, durante o período de realização do estágio supervisionado no Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau. Brasília, 2014...14 Quadro 2 – Casuística com base na Suspeita/Diagnóstico, durante o período de realização do estágio supervisionado na Clínica Médica no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília. Brasília, 2014...17 Quadro 3 – Casuística com base na Suspeita/Diagnóstico, durante o período de realização do estágio supervisionado na Clínica CIrúrgica no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília. Brasília, 2014...19 Quadro 4 – Dados e valores em reais dos materiais utilizados no modelo. Brasília, 2014...24 Quadro 5 - Questões utilizadas para avaliação do presente estudo. Brasília, 2014...25

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SUMÁRIO

PARTE I- RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

1. INTRODUÇÃO...12

2. HOSPITAL VETERINÁRIO DR. ANTÔNIO CLEMENCEAU...12

3. HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA...16

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...21

PARTE II - AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA 1. INTRODUÇÃO...22 2. MATERIAIS E MÉTODOS...24 3. RESULTADOS...26 4. DISCUSSÃO...29 5. CONCLUSÃO...31 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...32 7. APÊNDICE...35

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PARTE I- RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

1. INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado é uma atividade curricular obrigatória para a formação acadêmica e é realizada no décimo semestre do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, sendo mandatório o cumprimento de, pelo menos, 480 horas de estágio. Esta é a fase final do curso e consiste na realização de atividades e acompanhamento da rotina na área de escolha do aluno. Desta forma, há um maior contato do acadêmico com o mercado de trabalho, assimilação do conhecimento adquirido durante a graduação e maior integração da teoria com a prática.

O estágio curricular foi realizado no Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau- Brasília, e, em seguida, no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília (Hvet-UnB). Nos dois locais foram acompanhadas a clínica médica e a clínica cirúrgica.

Este relatório tem como objetivo descrever as consultas e os procedimentos acompanhados durante o período de estágio, além de relatar a rotina de funcionamento dos hospitais.

2. HOSPITAL VETERINÁRIO DR. ANTÔNIO CLEMENCEAU

O Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau (HVAC) é particular, com funcionamento 24 horas e se encontra no endereço SAIS s/n, Lote 14, Setor Sul, Brasília- DF (próximo à hípica e ao setor policial). O HVAC foi escolhido para a realização de parte do estágio curricular devido a sua tradição, excelente infraestrutura, excelência nos serviços prestados e quantidade de profissionais especializados. Os serviços disponibilizados pelo hospital incluem Clínica Médica e Clínica Cirúrgica, além de especialidades como Anestesiologia, Dermatologia, Nefrologia e Urologia, Odontologia, Neurologia e Ortopedia, Fisioterapia e Acunputura, Oftalmologia, Oncologia, Cardiologia, Ultrassonografia e Radiologia.

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O HVAC é formado por uma equipe com 26 Médicos Veterinários, que atuam em diferentes especialidades, e por aproximadamente 40 funcionários, divididos entre recepcionistas, motoristas, funcionários responsáveis pela limpeza, auxiliares de serviços gerais e enfermeiros, os quais cumprem oito horas de trabalho diário de acordo com sua escala, proporcionando, desta forma, atendimento 24 horas por dia, incluindo finais de semana e feriados. Além disso, também são oferecidos os serviços de exames laboratoriais, banho e tosa, “táxi dog” e hospedagem.

O Hospital Veterinário conta com duas recepções, uma destina-se à consultas com clínicos gerais e outra recepção é direcionada às consultas com especialistas, que também possui uma sala de espera para recepcionar os pacientes e os proprietários. Geralmente, a maioria dos animais passa primeiramente pela Clínica Geral e, caso necessário, é encaminhado para alguma especialidade. No entanto, também é possível, em algumas situações que o paciente seja consultado diretamente pelo o especialista.

O Hospital Veterinário possui dois andares. No primeiro andar encontram-se quatro consultórios usados pela Clínica Médica, uma sala de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), um centro cirúrgico odontológico, uma farmácia completa, uma sala usada para administração do hospital, um pequeno laboratório com equipamentos suficientes para realização de exames laboratoriais rápidos e um espaço reservado para o banho e tosa dos animais.

Em outro bloco, ainda no primeiro andar, estão dispostos a sala de raio X, uma enfermaria, três canis divididos entre A,B e C, com 28, 22 e 28 baias, respectivamente, sendo que o canil C possui quatro baias com oxigênioterapia, a lavanderia e o bloco cirúrgico. Dentro do bloco cirúrgico estão a sala de esterilização de materiais, uma sala usada para o preparo dos animais durante o pré e pós operatório, e um vestiário no qual se dá acesso as salas cirúrgicas. Ainda neste piso, encontra-se um canil onde se encontra os cães de grande porte, contando com 15 baias com área interna e externa.

No segundo andar do prédio, encontram-se uma sala de hemodiálise, um consultório da cardiologia; um depósito de medicamentos; um consultório de oftalmologia; um consultório de fisioterapia, um consultório para a ortopedia/neurologia, um gatil com 20 baias, um canil usado para a fisioterapia com hidroterapia, um consultório de ultrassonografia e um consultório de oncologia.

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O estágio no HVAC foi realizado de segunda à sexta, no período de 04 de Agosto à 12 de Setembro de 2014, totalizando 240 horas cumpridas. As principais atividades desenvolvidas foram: (1) acompanhamento e auxílio de consultas nas diversas áreas, (2) auxílio em emergências, (3) avaliação da prescrição e evolução do quadro clínico dos animais internados, (4) realização de exames radiológicos e ultrassonográficos, (5) aplicação de medicamentos, (6) realização de curativos diários e (7) auxílio em procedimentos cirúrgicos gerais.

Nos serviços de clínica médica e cirúrgica os pacientes eram atendidos por ordem de chegada, com exceção de casos de emergência, que tinham prioridade no atendimento. Na consulta, era realizada a anamnese e, em seguida, o exame físico do animal. O paciente passava por exames laboratoriais e/ou por outros exames específicos necessários para concluir o diagnóstico, e posteriormente, realizava o tratamento sintomático e terapêutico. No atendimento especializado, as consultas eram previamente marcadas, com exceção dos serviços de radiologia e ultrassonografia.

Quadro 1. Casuística com base na Suspeita/Diagnóstico, durante o período de realização do estágio supervisionado no Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau. Brasília, 2014.

Afecções por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Urogenital Insuficiência Renal 12 Cálculo Vesical 4 Cálculo Ureteral 2 Hidronefrose 1 Cistite 3 Tumor de Bexiga 1 OSH 5 Piometra 5 Prolapso Vaginal 1 Respiratório Pneumonia 1 Traqueobronquite 2 Colapso de Traquéia 1 Dermatológico Otite 6 Dermatopatia 6 Demodiciose 2

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Afecções por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Gastrointestinal

Refluxo duodeno-gástrico 1

Gastroenterite 7

Ascite 2

Fecaloma 2

Endócrino Síndrome de Cushing 3

Ortopédico e Neurológico Claudicação 3 Hérnia de disco 3 Neuropatia 1 Displasia coxo-femural 4 Hidrocefalia 3 Fratura 8 Cardiovascular Cardiomiopatia 5 Oncológico Noduloectomia 4 Neoplasia 6

Odontológico Fratura de dente 1

Placa bacteriana 3

Doenças Infecciosas Sistêmicas

Erlichiose 4 Parvovirose 2 Leishmaniose 1 Outros Curativo 13 Vermífugação 2 Vacina 8 Otohematoma 3 Politraumatizado 3 Esplenectomia 1 Mastite 1 Orquiectomia 3 Hemodiálise 2 Rinoscopia 1 Ecocardiograma 13 Eletrocardiograma 7

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HOSPITAL VETERINÁRIO DE PEQUENOS ANIMAIS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (HVET-UnB).

O Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília (HVET-UnB) se encontra na Avenida L4 norte, em Brasília, Distrito Federal. O Hospital atende animais de segunda a sexta-feira, tanto novas consultas como retornos, das 8:00 horas às 18:00 horas. Outros serviços disponibilizados pelo HVET-UnB incluem: Patologia Clínica, Patologia Veterinária, Parasitologia, Microbiologia, Radiologia e Clínica e Cirurgia de Animais Silvestres.

O estágio curricular no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília (HVET-UnB) foi realizado no Setor de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica. O setor de Clínica Médica é composto por três docentes da área, seis Médicos Veterinários (MV) Residentes e dois Médicos Veterinários (MV) contratados. Sua estrutura física é composta por três ambulatórios, uma sala de internação com quatorze baias disponíveis para atender os cães de diferentes tamanhos, uma sala de doenças infecciosas, uma sala de banco de sangue e uma sala para realização de exames ultrassonográficos. Além disso, na clínica médica, há o serviço especializado em felinos, composto por uma sala de internação e ambulatório.

O estágio curricular no setor de Clínica Médica foi realizado do dia 15 de setembro ao dia 10 de outubro de 2014, totalizando 160 horas cumpridas. As atividades do estágio foram divididas por rodízio semanal entre o atendimento no ambulatório clínico de cães, serviço de cardiologia, sala de internação de cães e atendimento no ambulatório clínico e internação de gatos.

No ambulatório clínico de cães, os estagiários davam início às consultas por meio da realização da anamnese detalhada e do exame físico do paciente. Em seguida, as informações e observações eram passadas para o MV Residente responsável, e este realizava um exame mais específico e demais procedimentos necessários. Quando havia necessidade, o animal era encaminhado para a internação, recebendo, desta forma, monitoração constante e realização de procedimentos intensivos. Na sala de internação de cães, era realizado o exame físico, fluidoterapia, terapia nutricional e medicamentosa e monitoração constante dos pacientes, de acordo com seu estado clínico.

As atividades realizadas no serviço especializado em gatos envolviam o atendimento de novas consultas e retornos, além do monitoramento dos pacientes internados na sala de

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internação, através de fluidoterapia, terapia medicamentosa e nutricional e monitoração dos parâmetros físicos.

O serviço de cardiologia era responsável pela realização do Eletrocardiograma de animais cardiopatas ou com suspeita de cardiopatia. Além disso, este exame também era realizado como forma de exame pré-operatório, de todos os pacientes que iriam entrar para cirurgia, indicando, desta forma, se o animal era apto ou não para sofrer uma intervenção anestésica e cirúrgica.

Quadro 2. Casuística com base na Suspeita/Diagnóstico, durante o período de realização do estágio supervisionado na Clínica Médica no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília. Brasília, 2014.

Afecção por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Urogenital

Cistite 3

Doença Renal Crônica (DRC) 5

Colelitíase 1 Prolapso Uterino 1 Piometra 3 TVT 1 Vaginite 1 Metrite 1 Hidronefrose 1

Respiratório Bronquite Crônica 1

Broncopneumonia 1

Dermatológico

Otite 4

Dermatopatia 2

Reação hipersensibilidade tipo I 1

Demodiciose 4

Piodermite 3

Dermatofitose 1

Seborréia 1

Dermatite Alérgica à Pulgas (DAP) 1

Pododermatite 1

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Afecção por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Gastrointestinal Gastrite 5 Verminose 4 Hepatopatia 1 Megaesôfago 2 Intoxicação 1 Linfangiectasia Intestinal 1 Giardíase 3 Colangite 1 Corpo Estranho 1 Hepatite Tóxica 1 Endócrino Hipotireoidismo 2 Hiperadrenocorticismo 3

Ortopédico e Neurológico Fratura de costela 1

Cardiovascular Cardiopatia 3 Oncológico Mastocitoma 2 Neoplasia Retal 1 Neoplasia Mamária 2 Neoplasia Testicular 2 Hemangiossarcoma 1 Neoplasia abdominal 1

Doenças Infecciosas Sistêmicas

Erlichiose 10 Parvovirose 2 Leishmaniose 4 Leptospirose 4 Cinomose 2 Outros Obesidade 2 Vacinação 2

Ferida por mordedura 1

Aplasia de medula 1

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O setor de Clínica Cirúrgica é composto por dois docentes da área, quatro Médicos Veterinários Residentes e dois Médicos Veterinários contratados. Sua estrutura física é composta por dois ambulatórios, uma sala de Medicamentos Pré-Anestésicos (MPA), um centro cirúrgico para realização de cirurgias na disciplina de Técnica Cirúrgica e um centro cirúrgico com capacidade para realização de duas cirurgias simultâneas.

O estágio curricular no setor de Clínica Cirúrgica foi realizado do dia 13 a 31 de outubro de 2014, totalizando 120 horas cumpridas. As atividades do estágio foram divididas por rodízio semanal entre o atendimento no ambulatório clínico de cães e acompanhamento das cirurgias no Centro Cirúrgico. No ambulatório clínico, os estagiários davam início às consultas através da realização da anamnese detalhada e do exame físico do paciente. Em seguida, as informações e observações eram passadas para o MV Residente responsável, e este realizava um exame mais específico e demais procedimentos necessários. Quando havia necessidade, o animal era encaminhado para a internação, recebendo, desta forma, monitoração constante e realização de procedimentos intensivos.

As atividades realizadas no Centro Cirúrgico, envolviam o acompanhamento de todas as cirurgias, preenchimento das fichas e ata cirúrgica, e, em algumas situações, o auxílio em procedimentos cirúrgicos. Os estagiários também realizavam procedimentos mais simples como realização de suturas e castrações, quando tinham a permissão do MV Residente ou MV contratada.

Quadro 3. Casuística com base na Suspeita/Diagnóstico, durante o período de realização do estágio supervisionado na Clínica Cirúrgica no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília. Brasília, 2014.

Afecções por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Urogenital Criptorquidismo 1

Ruptura de Bexiga 1

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Afecções por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Ortopédico e Neurológico

Fratura Fêmur 2

Discoespondilose 1

Fratura de Pelve 3

Doença do Disco Intervertebral 4

Paraparesia 2

Má consolidação óssea 1

Fratura Metatarsos 1

Luxação Coxo-Femural 1

Membro não funcional 1

Cauda Equina 1

Ruptura do Ligamento Cruzado 1

Fratura de Úmero 1 Síndrome Mesencefálica 1 Oncológico Neoplasia Retal 2 Neoplasia Cutânea 4 Neoplasia Mamária 3 Mastocitoma 4 Neoplasia Retal 2 Lipoma 2 Nódulo 3 Osteossarcoma 1

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Afecções por Sistema Suspeita/Diagnóstico Nº de casos

Outros Mastite 1 Hérnia Inguinal 3 Hérnia Perineal 1 Hérnia Abdominal 1 Queimadura 1 Pós operatório Herniorrafia 1 Pós operatório Orquiectomia 1 Pós operatório OSH 4 Pós operatório Cistotomia 1 Pós operatório Piometra 1 Pós operatório Enteroanastomose 1 Pós operatório Fratura de Fêmur 1

Miíase 1

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio curricular, realizado no Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau e no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília, proporcionou a oportunidade de adquirir maior conhecimento e assimilar a teoria com a prática, por meio da rotina clínica e cirúrgica, dos atendimentos, dos procedimentos ambulatoriais e protocolos terapêuticos realizados. Além disso, também foi uma oportunidade de conhecer novas especialidades, novos protocolos terapêuticos e diferentes formas de conduzir uma consulta e lidar com proprietários e pacientes.

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PARTE II - AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS DE ENSINO DAS TÉCNICAS DE SUTURA NA DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA

1. INTRODUÇÃO

Para a formação cirúrgica, é necessário o entendimento da Técnica Operatória e suas fases fundamentais, por meio de conceitos teóricos e práticos (BARNES, 1997). Além disso, o desenvolvimento de habilidade na execução dos procedimentos cirúrgicos e a condução adequada dos períodos pré, trans e pós-operatórios auxiliam no sucesso da técnica em condições normais e adversas (SARKER & PATEL, 2007). Apesar de considerada uma etapa de suma importância, a aquisição de habilidade técnica é apenas uma parte da aprendizagem cirúrgica, servindo de base para a conclusão bem sucedida de uma cirurgia planejada (WEBB &. PEACOCK, 1980).

Devido às questões éticas que envolvem a prática em pacientes, os estágios iniciais do ensino técnico de habilidades cirúrgicas no laboratório estão emergindo como adjuvante na instrução aos alunos, impulsionados pelo aumento da disponibilidade de materiais reutilizáveis a preços acessíveis e eficácia comprovada de modelos de bancada (ANASTAKIS et. al.,1999; BARNES, 1987; LOSSING et al, 1992). Formas alternativas de ensino são projetadas com o intuito principal de preparar os alunos antes da exposição para a prática clínica (BRUNT LM.; et al., 2008; REZNICK R.K.; et.al., 2006). É importante salientar que a crescente preocupação com o bem-estar animal e a conscientização da necessidade de treinamento dos veterinários, nesta filosofia, irá resultar em médicos veterinários competentes com as habilidades necessárias para desempenhar a sua profissão e cuidar de seus pacientes da melhor forma possível (SCALESE E ISSENBERG, 2005).

Estudos comprovam que simuladores, manequins e modelos podem satisfazer de forma adequada o aprendizado prático, a necessidade de redução dos custos e do uso de animais (REZNICK R.K.; et.al., 2006; SMEAK, D. D.; et. al,1994). Para isto, simuladores inanimados oferecem uma série de benefícios como redução do estresse durante o aprendizado e oportunidade para a prática repetitiva organizada. Deve-se considerar também que erros na execução das manobras são inofensivos neste contexto (BRUNT L.M.; et al., 2008; DORMAN K.; et.al., 2009; NAYLOR R.A.; et.al., 2009; XEROULIS G.J.; et.al, 2007). O uso de simuladores, manequins e modelos permitem aos estudantes de medicina

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veterinária praticarem e dominarem as habilidades e técnicas antes de trabalharem com animais vivos. Estas alternativas também facilitam o treinamento no manejo dos animais, coleta de sangue, intubação, reanimação cardiopulmonar e algumas habilidades cirúrgicas (HSVMA, 2009). Além disso, modelos sintéticos têm sido utilizados como alternativa para o ensino de técnicas cirúrgicas, técnicas de sutura, além de serem usados para a prática de procedimentos como pequenas excisões e retalhos durante o treinamento médico (DORMAN et al., 2009; MACFIE et al., 2004; PORTE et al., 2007; REZNICK et al.,2006).

A realização de suturas se destaca como uma das principais atividades de treinamento de um cirurgião, sendo parte intrínseca de qualquer abordagem cirúrgica (COSTA NETO.et.al., 2011). A capacidade de técnica de sutura é essencial para a formação de um médico generalista e deve fazer parte do conhecimento de todos os médicos, uma vez que tem implicações para o adequado atendimento ao paciente (KNEEBONE, 2005) e pode ser considerada base para muitas técnicas cirúrgicas (PORTE et al., 2007, BRUNT et al., 2008; REZNICK et al.,2006, DUBROWSKI et al., 2006) Para este fim, existe uma série de materiais sintéticos disponíveis, tais como formas de látex, luvas cirúrgicas, caixas de poliuretano, modelos de sutura subcuticular, almofadas de sutura de tecido e Allevyn (BRUNT et al.,2008; MACFIE et al., 2004).

Um pequeno número de modelos sintéticos comercialmente produzidos está disponível para uso em medicina veterinária (REZNICK R.K.; et.al.,2006; SMEAK, D.D.; et.al.,1994). Porém, em muitos casos, estes modelos são dispendiosos e podem oferecer mais do que o essencial para a prática de procedimentos cirúrgicos simples, tornando-os economicamente inviáveis (DE GIOVANNI, D.; et.al., 2009; GROBER, E. D.; et.al., 2004; KNEEBONE, R., 2005; MATSUMOTO, E. D.; et.al., 2002).

Com base nos dados apresentados, este estudo teve como objetivo relatar a execução de um método prático alternativo de baixo custo e a utilização de vídeo-aulas para o ensino e treinamento de diversos tipos de suturas, bem como avaliar a percepção destes métodos por parte dos alunos de medicina veterinária que fizeram o uso deles.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Foram confeccionados 65 modelos para treinamento dos padrões de suturas, aplicados como método de ensino complementar na disciplina de Técnica Cirúrgica do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus Botucatu. Os modelos foram avaliados por acadêmicos do sétimo semestre, em comparação com o treinamento feito em bastidores.

Na escolha de suturas para o treinamento nos modelos, optou-se por técnicas aposicionais, invaginais e evaginantes em padrão separado e contínuo, sendo selecionados os seguintes padrões: pontos simples separados, pontos “Wolff” separados, pontos “Wolff” captonado, pontos “Lembert”, sutura intradérmica, sutura Schiemieden e em bolsa de fumo. Todas as suturas foram realizadas utilizando-se fio de náilon 2-0.

Para a confecção do modelo, foi realizado e utilizado cortes de courvin e espuma (espessura de 1,5cm, densidade 35 soft) ambos medindo 20x15cm, unidos com cola spray para espuma. A mimetização das camadas teciduais correspondentes não foi o objetivo do estudo, deste forma, o courvin simulou a pele e a espuma representou o subcutâneo. O acabamento da base do modelo foi feito com placa de EVA (etil, vinil, acetato) de três milímetros de espessura, colada na espuma para dar sustentação e oferecer estabilidade durante o treinamento das suturas (Figura 1). No Quadro 4, encontram-se os dados referentes ao custo dos materiais, sendo o valor final de aproximadamente 2,13 reais por unidade.

Quadro 4. Dados e valores em reais dos materiais utilizados no modelo. Brasília, 2014. Material Quantidade por modelo Valor em reais por

modelo

EVA 3mm 300 cm² 0,29

Courvin 300 cm² 0,47

Espuma 1,5cm 300 cm² 0,45

Cola spray 3M 1 unidade 0,92

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Figura 1: (A) Materiais utilizados para confecção do modelo de sutura: 1. Cola para espuma, 2. Espuma, 3. Base em EVA, 4. Courvin, (B) Aspecto final da montagem do modelo. Brasília, 2014.

Atualmente, na aula de Técnica Cirúrgica, o treinamento dos padrões de sutura é realizado com o uso de bastidores, juntamente com a explicação do professor, que utiliza como apoio didático o quadro negro. Para comparação dos métodos, a realização de suturas nos bastidores, sem as vídeo-aulas como referência, foi realizada anteriormente à aula no modelo em teste. Na aula seguinte, a execução dos padrões de sutura no modelo criado foi apresentada aos estudantes, de forma didática, por meio de vídeos demonstrativos das diferentes técnicas de sutura, seguida pelo treinamento prático. A cada padrão apresentado no vídeo, os acadêmicos observavam as técnicas de incisão e realização da sutura, e, em seguida, praticavam no modelo.

Ao final da aula, após a conclusão do treinamento, os acadêmicos foram solicitados a preencher uma avaliação em forma de questionário, que abordou a experiência, nível de satisfação e grau de importância da utilização dos vídeos e do modelo em teste. O questionário se deu por meio do preenchimento de oito questões de múltipla escolha, sendo, sete destas, graduadas de 1 a 3, no qual: (1) representa insatisfação; (2) representa pouca satisfação e (3) representa satisfação, e uma questão graduada de 1 a 2, cujos significados são: (1) não recomendaria e (2) recomendaria. Os alunos ainda responderam uma questão discursiva (questão número nove) (Quadro 5).

Quadro 5. Questões utilizadas para avaliação do presente estudo. Brasília, 2014. Múltipla escolha

Questão 1 O que você achou da utilização de vídeos das técnicas cirúrgicas como

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método didático na disciplina de técnica cirúrgica?

Questão 2 Você achou que os vídeos facilitaram o entendimento da técnica para posterior treinamento cirúrgico?

Questão 3 Os vídeos ajudaram você a ter uma maior segurança para o treinamento da técnica cirúrgica?

Questão 4 Os materiais utilizados nos modelos mimetizaram as camadas teciduais correspondentes?

Questão 5 O treinamento das suturas no modelo de látex e espuma em poliuretano foi proveitoso?

Questão 6 Em comparação à qualidade do treinamento em bastidores, o treinamento no modelo de látex e espuma em poliuretano foi:

Questão 7 Você acha que o aprendizado de técnicas específicas (suturas) por meio do modelo fornece preparo para aplicação em tecidos vivos?

Questão 8 Você recomendaria o uso de modelos para o aprendizado de técnica cirúrgica?

Discursiva

Questão 9 Qual foi a dificuldade encontrada nesta nova didática de ensino?

3. RESULTADOS

No presente estudo, 65 alunos participaram da avaliação relativa ao uso de vídeos ilustrativos e da avaliação comparativa entre o modelo proposto e a sutura em bastidores, durante a aula de Técnica Cirúrgica (Figura 2).

As três primeiras perguntas do questionário eram referentes aos vídeos demonstrativos das técnicas de suturas. Quando questionados sobre a utilização dos vídeos como método didático de ensino (questão 1), todos os alunos (100%) marcaram a opção três, ou seja, consideraram este método importante para o aprendizado das técnicas dos padrões de suturas. Na questão 2, o resultado foi o mesmo da questão anterior, haja visto que, 100% dos alunos

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consideraram que os vídeos facilitaram o entendimento das técnicas. A questão 3 questionava, se os vídeos ajudaram os alunos a ter uma maior segurança para o treinamento da técnica de sutura. Em resposta a essa pergunta, 57 (88%) acadêmicos marcaram a opção três, informando que o uso dos vídeos ajudou na aquisição de segurança e 8 (12%) marcaram a opção dois, acreditando que a utilização de vídeos ajudou pouco neste quesito.

As questões quatro e cinco eram referentes ao material utilizado na confecção do modelo em teste. Cada uma questionava, respectivamente, a mimetização do material com o tecido correspondente e o aproveitamento do treinamento com o modelo de látex e espuma. No que se refere a questão 4, 55% (36) dos alunos acharam que os materiais mimetizaram as camadas teciduais correspondentes, porém, 45% (29) acharam que mimetizaram pouco. Na quinta questão, 58 (89%) acadêmicos consideraram o modelo proveitosos e 7 (11%) consideraram pouco proveitosos.

Figura 2. Alunos realizando o treinamento, dos diferentes padrões de sutura, no modelo. Brasília, 2014.

De acordo com a questão seis do questionário, 66% (43) dos acadêmicos acharam o treinamento no modelo melhor do que em bastidores, 23% (15) acharam que a qualidade do treinamento foi a mesma e 11% (7) consideraram inferior, quando comparado ao uso de bastidores. Quando questionado sobre o preparo fornecido pelo modelo para aplicação das técnicas em tecidos vivos, 46 (70%) alunos consideraram importante, enquanto 16 (25%) e 3

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(5%) alunos, marcaram as opções 2 (pouco importante) e 1 (sem importância) , respectivamente.(questão 7). No Gráfico 1 estão demonstradas as respostas ao questionário dadas pelos estudantes, referentes às questões de múltipla escolha.

Ao final da avaliação, os alunos responderam uma questão discursiva (questão 9) quanto a nova didática de ensino. Nesse contexto, algumas respostas continham, de maneira geral, a sugestão para o aperfeiçoamento do material utilizado no modelo, para melhor mimetização do tecido correspondente e a reclamação relacionada à dificuldade de individualizar a segunda camada do modelo, para realizar as suturas intradérmicas e invaginantes. Porém, 100% dos acadêmicos, que participaram da pesquisa, recomendaram o uso do modelo para o aprendizado das técnicas de sutura (questão 8).

Gráfico 1. Respostas das questões de múltipla escolha de acordo com o questionário. Brasília, 2014. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1 2 3 4 5 6 7 8 % d e al u n o s

Questões de múltipla escolha

Resultado do questionário

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4. DISCUSSÃO

Em uma nova tendência de ensino da cirurgia, habilidades básicas são obtidas em modelos e simuladores com o objetivo de preparar os alunos para a experiência cirúrgica, especialmente nas fases cognitivas e autônomas do aprendizado relacionadas à destreza e automaticidade das técnicas. Segundo Naylor, et.al. (2009), treinamentos baseados somente em observação, sem participação ativa e prática, não são considerados suficientes.

Vídeo-aula é um recurso didático que tem sido bastante utilizado no primeiro contato do aluno com uma manobra cirúrgica, seja ela simples ou complexa. O estudo realizado por Summers, et. al, (1999) demonstraram que, revendo vídeos instrutivos de provas práticas, os alunos foram capazes de treinar suas habilidades para um nível de precisão e destreza igual ao de alunos que receberam a aula de um especialista (professor) para habilidades cirúrgicas básicas. Corroborando com o estudo, os vídeos sobre as técnicas de sutura foram exibidos repetidas vezes para que o aluno observasse e realizasse a sutura da maneira correta, desde o manuseio adequado dos instrumentos cirúrgicos até a realização técnica dos padrões de sutura exigidos. Esta técnica, segundo avaliação dos acadêmicos, facilitou o aprendizado e proporcionaram maior segurança para posterior treinamento cirúrgico.

Um dos objetivos do estudo foi desenvolver e propor um método de ensino eficiente com preço acessível. Diversos recursos materiais podem ser utilizados para a confecção de um modelo de sutura, diferindo entre si com relação a custos, dificuldade de obtenção, semelhança com tecidos e conceitos éticos. Os materiais empregados na confecção do modelo desenvolvido no presente estudo para sutura (EVA, espuma elástica e courvin) podem ser facilmente encontrados assim como o modelo de EVA utilizado por Bastos et. al. (2011), referindo a disponibilidade do material na maioria dos países, além de ser prático, portátil e de fácil manipulação.

A espuma permitiu o treinamento de suturas intradérmicas, e o courvin permitiu a realização das suturas simples contínuas e separadas, e realização da diérese. O atual método utilizado para o treinamento de suturas, ou seja, o bastidor, não permite a realização de suturas intradérmicas. O custo individual do modelo e sua fácil reprodutibilidade o torna acessível à todas as instituições que desejarem optar por este método alternativo. A possibilidade de realização de diferentes tipos de suturas e o baixo custo do modelo também foi relatada por Bastos et.al. (2011) no seu modelo de EVA. O custo total, do modelo

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alternativo do presente estudo, foi de, aproximadamente, 2,13 reais, e o modelo de EVA (BASTOS et.al., 2011) teve o custo aproximado de 10,00 reais (4 dólares).

Em estudo realizado por Tudury et.al., (2009), os alunos se tornaram mais confiantes em virtude dos treinamentos prévios, aprendendo as diferentes técnicas de diérese e síntese em modelos. Além disso, um estudo realizado por Anastakis et.al. (1999), demonstraram que a utilização de modelos de bancada usados para treinamento no curso de habilidades técnicas, aumentou em 7 a 10%, a habilidade dos residentes em realizar o procedimento no cadáver humano, quando comparados ao grupo controle, os quais aprendiam, independentemente, a partir de um texto preparado. De forma semelhante, no presente estudo, os alunos descreveram vantagens da utilização dos vídeos e modelo de sutura em relação à facilidade de entendimento, à segurança adquirida e ao aproveitamento do treinamento.

Estudos demonstraram que o conhecimento e a destreza manual obtidos, usando modelos baratos e com pouca semelhança com tecidos reais podem ser tão eficazes quanto o treinamento feito em modelos mais caros e com fidelidade mais próxima do real (DORMAN et al.,2009). Em estudo com alunos de medicina comparando o treinamento com sistema endoscópico de urologia com vídeo de alta fidelidade e um modelo de bancada simples observou-se o mesmo desempenho em relação ao desenvolvimento de habilidades para realização de ureteroscopia (MATSUMOTO et al., 2002). Outro estudo comparando o treinamento de habilidades cirúrgicas em modelos de bancada de baixa fidelidade fabricados com tubos de silicone em relação ao de alta fidelidade correspondente a um rato vivo sob anestesia, ambos para realização de anastomose microcirúrgica, verificou que os métodos foram igualmente eficazes para a aquisição da habilidade entre os cirurgiões inexperientes, referindo que os modelos promoveram suporte necessário para aquisição de nova habilidade com oportunidade de repetições (GROBER et al., 2004). Dessa forma, percebe-se que a fidelidade dos tecidos é relativamente menos importante na fase inicial do aprendizado dos estudantes, apesar da observação colocada no questionário.

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31

5. CONCLUSÃO

De acordo com este estudo, o modelo de sutura desenvolvido mostrou-se prático, reprodutível e de baixo custo, permitindo adequado treinamento e aperfeiçoamento das técnicas dentro e fora de sala de aula. Neste contexto, observa-se a importância da aplicabilidade de métodos alternativos nas aulas práticas da disciplina de Técnica Cirúrgica Veterinária. Desta forma, associado aos vídeos técnicos, a metodologia de ensino proposta pode ser utilizada como método alternativo em outras instituições de ensino.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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35

7. APÊNDICE

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ÁUDIO-VISUAIS E DO MODELO NA AULA DE TÉCNICA CIRÚRGICA

Orientações gerais:

O questionário a seguir tem por objetivo avaliar a utilização de métodos áudio-visuais e do modelo, como forma de melhorar o aprendizado das técnicas operatórias e promover maior segurança ao aluno antes da realização de cirurgias em animais vivos.

A sua opinião é fundamental para nossa pesquisa!

1. O que você achou da utilização de vídeos das técnicas de suturas como método didático na disciplina de técnica cirúrgica?

(1) (2) (3)

Sem importância Pouco importante Importante

2. Você achou que os vídeos facilitaram o aprendizado da técnica para posterior treinamento cirúrgico?

(1) (2) (3)

Não facilitaram Facilitaram pouco Facilitaram

3. Os vídeos ajudaram você a ter uma maior segurança para o treinamento da técnica de sutura?

(1) (2) (3)

(37)

36

4. Os materiais utilizados nos modelos de simulação mimetizaram os tecidos correspondentes?

(1) (2) (3)

Não mimetizaram Mimetizaram pouco Mimetizaram

5. O treinamento das suturas no modelo de látex e espuma em poliuretano foi mais proveitoso do que o treinamento em bastidores?

(1) (2) (3)

Não proveitoso Pouco proveitoso Proveitoso

6. Em comparação à qualidade do treinamento em bastidores, o treinamento no modelo de látex e espuma em poliuretano foi:

(1) (2) (3)

Pior Igual Melhor

7. Você acha que o aprendizado de técnicas específicas (suturas) por meio do modelo fornece preparo adequado para aplicação em tecidos vivos?

(1) (2) (3)

Sem importância Pouco importante Importante

8. Você recomendaria o uso de modelos para o aprendizado de técnica cirúrgica? (1) Não recomendaria (2) Recomendaria ____________________________________________________________

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