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TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO SUBMETIDAS AO BENEFICIAMENTO EM DISTINTOS DESCAROÇADORES

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Academic year: 2021

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TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO

SUBMETIDAS AO BENEFICIAMENTO EM DISTINTOS

DESCAROÇADORES

Jeane Ferreira Jerônimo1 Odilon Reny Ribeiro2

Francisco de Assis Cardoso Almeida3 Vicente de Paula Queiroga2 Lincoln Robert Lemos de Oliveira4

Paulo de Tarso Firmino2 Ayice Chaves Silva5

RESUMO

O descaroçamento é o processo mais importante do beneficiamento do algodão; dependendo do equipamento utilizado poderá influenciar significativamente em várias características da fibra. Objetivou-se com este trabalho, avaliar a qualidade da fibra das cultivares BRS 8H do algodão herbáceo e BRS 200 Marrom do algodão arbóreo, em função dos descaroçadores de 50 e 80 serras em comparação com o descaroçador rolo-padrão. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, com esquema fatorial de 2 x 3 e 4 repetições, cujos fatores são: duas cultivares de algodão (BRS 187 8H e BRS 200 Marrom) e três máquinas de descaroçamento (descaroçador de rolo; descaroçador Ariús® de 50 serras e Continental Eagle® de 80 serras). Após o beneficiamento foram enviadas ao Laboratório de Fibra da Embrapa Algodão, as amostras nas quais foram medidas as principais características tecnológicas das fibras. Conclui-se, pelos resultados, que: a) o descaroçador de rolo não causou nenhum tipo de dano ás características tecnológicas das fibras e b) a fibra de algodão da cultivar BRS 8H de qualidade superior à da cultivar BRS 200 Marrom, em todas as variáveis analisadas.

Palavras-chave

: Máquinas, tecnologia da fibra, cultivares de algodão _____________________

1

Mestranda em Engª. Agrícola-UFCG, janermi@gmail.com

2

Pesquisador da Embrapa Algodão

3

Professor Titular DEAG-UFCG

4

Aluno Licenciatura em Informática da UEPB

5

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1 INTRODUÇÃO

O beneficiamento consiste de uma série de processos mecânicos e termopneumáticos que podem preservar as características inerentes ao algodão, constituindo-se na última etapa de produção; compõe-se de secagem, limpeza e extração da fibra da semente e tem-se, como propósito, produzir fibras com qualidades satisfatórias para o produtor e reduzir ao mínimo a qualidade de fiação da fibra.

Estudando as características de qualidade fisiológica da semente e tecnológica da fibra de algodão herbáceo submetido aos descaroçadores de serra com as rotações de 400, 550 e 700 rpm em relação ao de rolo com rotação de 350rpm. Queiroga et al. (1994), constataram que os descaroçadores de serra com rotação de 700 rmp afetaram a germinação da semente, enquanto o descaroçador de rolo não causou tipo algum de dano às características tecnológicas da fibra.

Por outro lado, o algodão colorido tornou-se uma das melhores alternativas de renda não apenas para o semi-árido nordestino mas, também nas demais áreas caracterizadas pela pequena propriedade. Dentre as cultivares de fibra de diferentes tonalidades e atualmente de maior aceitação no mercado, a BRS 200 Marrom seu cultivo pode ser indicado para a região do Seridó, intensamente castigada pela seca, por se tratar de um material derivado do algodão arbóreo – mocó (Colorido, 2001).

Objetivou-se, através deste trabalho, estudar as características tecnológicas da fibra de algodão herbáceo e arbóreo, cultivares BRS 187 8H e BRS 200 Marrom, após os diferentes processos de beneficiamento: máquinas de descaroçamento de algodão em rama com 50 e 80 serras em comparação com o descaroçador rolo-padrão.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Utilizaram-se as cultivares de algodão herbáceo BRS 187 8H (Gossypium hirsutum r. Latifolium L.) e arbóreo, BRS 200 Marrom (Gossypium hirsutum r. marie galante, Hutch), provenientes de campos plantados nos meses de março e abril de 2004, com espaçamento de 1,00 m entre fileiras e de 0,20m entre plantas e duas plantas por cova após desbaste; além disso, essas áreas receberam irrigação de salvamento durante os períodos de estiagem.

Durante o processo de colheita foram colhidos ,no total, 800 kg de algodão em rama da safra 2004, dos quais 400 kg da cultivar BRS 187 8H provenientes da Estação Experimental de Missão Velha, CE, e 400 kg de algodão em rama, cultivar BRS 200 Marrom, colhidos nos campos da Estação Experimental de Patos, PB, ambas pertencentes à EMBRAPA Algodão;

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em seguida, referidos algodões em rama, ensacados (saco de colheita com capacidade de 60 kg), foram enviados às usinas para beneficiamento em 3 distintas máquinas de descaroçamento. Adoto-se o delineamento inteiramente casualizado, com esquema fatorial 2 x 3, com 4 repetições, sendo os fatores: duas cultivares de algodão de distintas raças (BRS 187 8H e BRS 200 Marrom) e três máquinas de descaroçamento (descaroçador de rolo; descaroçador Ariús® de 50 serras e Continental Eagle® de 80 serras).

Em cada máquina de descaroçamento foram beneficiados 60 kg de algodão em rama por cultivar, fracionando esta quantidade em quatro repetições de 15 kg; depois, foram enviadas ao Laboratório de Fibra da Embrapa –Algodão, 4 amostras de fibras por tratamento, cada uma com 20 g. Através do sistema automático do HVI (High Volume Instruments) e controlados por um microcomputador, mediram-se as principais características físicas definidas pelo USDA (Departamento Norte-Amaricano de Agricultura), as quais são indicadas tanto para o mercado do algodão quanto para o melhoramento genético. Dentre as medições realizadas por este equipamento, destacam-se: índice micronaire, comprimento, uniformidade de comprimento, índice de fibras curtas, índice de fiabilidade (CSP), resistência, alongamento, refrectância e grau de amarelecimento e impurezas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os valores médios dos resultados de comprimento, uniformidade, resistência, alongamento, índice de fibras curtas, índice de fiabilidade, finura e grau de reflexão da fibra, encontram-se na Tabela1, na qual se verifica, quanto á influencia das raças de algodão nas características tecnológicas da fibra, que a fibra do algodão herbáceo se destacou do algodão arbóreo em todas as variáveis estudadas, exceto na característica índice de fibras curtas, que foi inferior ao arbóreo; já na variável resistência da fibra, não acusou diferença significativa entre as raças de algodão; mesmo assim, a cultivar BRS 8H apresentou superioridade em relação à cultivar BRS 200 Marrom; esses resultados eram esperados visto que, mesmo se tratando de um algodão arbóreo, provavelmente a cultivar BRS 200 Marrom sofreu alterações genéticas nos caracteres tecnológicos da fibra ao receber os alelos responsáveis pela cor marrom do algodão barbadense asselvajado, resultando então em um algodão colorido comercial mas com qualidade de fibra inferior à do algodoeiro arbóreo tradicional; conseqüentemente, também ao algodoeiro herbáceo, cultivar BRS 8H.

Quando às médias das características tecnológicas da fibra, foram comparadas pelo teste de Tukey, também, constatando-se que houve um desempenho significativo do descaroçador de

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rolo em relação aos descaroçadores de 50 e 80 serras para as variáveis comprimento, uniformidade, resistência e fiabilidade, enquanto para o índice de fibras curtas os descaroçadores de 50 e 80 serras foram significativamente superiores ao descaroçador de rolo.

Por sua vez, os descaroçadores de 50 e 80 serras não diferiram entre si em nenhuma varrável analisada, principalmente nas comparações dos efeitos simples.

Tabela 1: Valores médios das características da fibra de algodão em função dos fatores máquinas de descaroçamento x raças de algodão. Campina Grande-PB, 2005.

Variáveis Fatores Comp (2,5%) Unif (%) Resistênci a (gf/tex) Along (%) Ind. de ibras curtas (%) Fiabilidade Micronaire Reflectânci a (%) a. Maquinas Maquina de rolo 29,44 a 82,71 a 28,58 a 7,59 a 4,38 b 2120 a 3,89 a 73,0 a Maquina de 50 serras 28,29 b 79,87 b 25,46 b 7,51 a 7,50 a 1982 b 3,83 a 72,17 a Maquina de 80 serras 27,76 b 80,61 b 26,43 b 8,48 a 6,80 a 2027 b 3,94 a 73,44 a b. Raças BRS 187 8H 29,56 a 82,42 a 27,01 a 8,95 a 5,45 b 2135 a 4,07 a 76,69 a BRS 200 Marrom 27,43 b 79,72 b 26,64 a 6,77 b 7,00 a 1951 b 3,70 b 69,05 b CV% 2,72 1,26 5,79 10,80 9,54 3,00 4,00 1,97

Nas colunas, médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada fator, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Analisando-se os resultados do beneficiamento, cujos descaroçadores de 50 e 80 serras apresentaram efeito negativo sobre as características de comprimento e uniformidade de fibra, percebe-se que os mesmos concordam com as afirmações de Freire et al.(1984), quando enfatizam que o descaroçador de serra reduz o comprimento e a uniformidade das fibras de algodão; já o descaroçador de rolo com baixa rotação permitiu a obtenção de fibra de maior comprimento que os descaroçadores de serras, independente do número de serras e marca da máquina utilizada no beneficiamento do algodão em rama. Esses resultados estão de acordo com aqueles obtidos por Freire et al. (1984) e Queiroga et al. (1994).

Na interação Máquinas x Raças de Algodão (Tabela 2) observa-se, pelos valores dentro de cada máquina, que nos três descaroçadores estudados os tipos de algodão não diferiram entre si, enquanto dentro de cada tipo de algodão ocorreu diferença significativa entre máquinas apenas no algodão BRS 200 Marrom, na qual as fibras processadas pelo

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descaroçador de rolo apresentaram maior resistência em relação às fibras beneficiadas nas duas máquinas de serra.

Para a variável alongamento de fibra (Tabela 2), observa-se que o maior alongamento de fibra para as duas máquinas de serra foi obtido pela cultivar BRS 187 8H. Com relação aos tipos de algodão constata-se, apenas dentro da cultivar BRS 8H, superioridade no alongamento da fibra quando o algodão em rama foi beneficiado no descaroçador de 80 serras. Com relação à variável refletância da fibra, Tabela 2, vê-se apenas maior reflexão da fibra pela cultivar BRS 187 8H, quando se comparam os valores obtidos dentro de cada descaroçador estudado. Este resultado era esperado em favor do algodão branco, quando se comparou esta variável com o algodão marrom.

Tabela 2: Valores médios da interação máquinas x raças de algodão herbáceo e arbóreo para as variáveis resistência, alongamento e grau de reflexão da fibra. Campina Grande, PB, 2005

Resistência Alongamento Grau de reflexão

Máquinas

Raças Raças Raças

Branco Marrom Branco Marrom Branco Marrom

Máquina de rolo 27,57 bA 29,60 aA 8,22 bB 6,97 aB 75,65 aA 70,35 aB Máquina de 50 serras 26,00 bA 24,93 bA 8,25 bA 6,77 aB 76,45 aA 67,90 aB Máquina de 80 serras 27,47 bA 25,40 bA 10,40 aA 6,57 aB 77,97 aA 68,92 aB

Nas colunas, médias seguidas pela mesma letra dentro de cada fator, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

4 CONCLUSÕES

O descaroçador de rolo não causou tipo algum de dano às características tecnológicas da fibra. Os descaroçadores de serra afetaram as características da fibra, principalmente o comprimento, uniformidade e fiabilidade e aumentaram significativamente o índice de fibras curtas. A qualidade da fibra do algodão da cultivar BRS 187 8H foi superior a cultivar BRS 200 Marrom, em todas as variáveis analisadas.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COLORIDO entra na moda natural. In: ANUÁRIO BRASILEIRO DO ALGODÃO – 2001. Santa Cruz do Sul: gazeta grupo de comunicações, 2001. p. 38 – 39.

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FREIRE, E.C.; VIEIRA, R. de M.; GOMES. I F.; SILVA. F. de A. Qualidade da fibra de algodão mocó obtida em descaroçadores de serra e rolo. In: EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Algodão, Campina Grande, PB. Relatório Técnico Anual-1981/1982. Campina Grande, p 304-305, 1984.

QUEIROGA, V de P.; BARROS, M.A.L.; VALE, L.V.; MATOS, V.P. Influencia da colheita, armazenamento temporário e beneficiamento nos caracteres tecnológicos do algodão herbáceo. Revista Ceres, v. 41, n. 236, p. 337-357, 1994.

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