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Juizados especiais da Fazenda Pública

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Academic year: 2021

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Juizados especiais da Fazenda Pública

Fonte: Leonardo da Cunha

Competência​: ​Os juizados especiais da Fazenda Pública tem competência para conciliar e julgar as causas cíveis em que figurem a fazenda pública estadual, municipal, bem como suas autarquias, fundações e empresas públicas figurem como ​réus​, quando o valor da causa for de até 60 salários Mínimos. Vejamos:

Art. 2 o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, ​dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Importante lembrar a previsão do §4º, artigo 2º, da Lei:

§4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, ​a sua competência é ​absoluta​.

Neste sentido (​PGM-PARANAVAÍ​): No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.

(PGM - Ribeirão Preto) No foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa. R: Falso! É absoluta, nos termos acima!

Vale ressaltar que determinados assuntos, mesmo que sejam de pequeno valor, não poderão ser julgados nos juizados da FP. Tendo em vista que servem para

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julgar causas de menor complexidade. De acordo com Leonardo da Cunha, não podem ser julgadas nos juizados da FP:

a) a ação de ​mandado de segurança​; b) a ação de ​desapropriação​;

c) a ação de ​divisão e demarcação​; d) as ​ações populares​;

e) as ​execuções fiscais​;

f) as ​ações de improbidade administrativa​;

g) as demandas sobre ​direitos ou interesses difusos e coletivos​;

h) as causas sobre ​bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;

i) as causas que tenham como objeto a ​impugnação da pena de demissão​ imposta a servidores públicos civis;

j) as causas que tenham como objeto a impugnação de sanções disciplinares aplicadas a militares.

Importante ressaltar que o juizado especial da FP tem competência para julgar ações questionando atos administrativos (diferentemente dos juizados federais). Tal possibilidade deve respeitar o valor de até 60 salários e não podem ser relacionados às matérias que o juizado não tem competência, como, por exemplo, desapropriação.

(PGE-PE) Observada a regra que determina que o valor da causa não pode ultrapassar o limite de sessenta salários mínimos, o juizado especial da fazenda pública possui competência para julgar ação em que contribuinte questione a validade do lançamento de crédito tributário estadual.

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(TJMG) Não se inclui na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública as ações de mandado de segurança. ​Alternativa correta!

(FCC) ​são processadas no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública as execuções fiscais de até sessenta salários mínimos.​ Alternativa incorreta!

Sobre o tema, a Vunesp (Câmara de Sertãozinho 2019) também considerou como Correta: “é da competência dos juizados da fazenda pública julgar ação de repetição de indébito cujo valor seja de até 60 (sessenta) salários mínimos”.

A ação no JEFP pode ter por objeto ação com obrigação de fazer (Vunesp).

(PGM - Ribeirão Preto) As causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis podem, perante ele, ser ajuizadas. R: Falsa!

(PGM-Valinhos) as execuções fiscais não estão incluídas na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública. R: Correto! Vide itens acima.

(PGM - SJC) “as causas que tiverem por objeto a impugnação de demissão de servidor público devem ser propostas no juizado especial, se o somatório dos 12 últimos vencimentos for inferior a 60 salários mínimos”. R: Falsa! A pena de demissão de servidor público não pode ser impugnada no Juizado da Fazenda.

Importante: Artigo 2º, § 2º: Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder o valor referido no caput​ ​deste artigo (60 salários mínimos).

Leonardo defende que não é possível ser processada demanda em sede de juizados especiais da FP quando exigir prova de maior complexidade ou mais demorada, devendo a ação ser proposta no juízo cível comum. Vejamos:

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“É importante observar ser aplicável aos Juizados da Fazenda Pública o disposto na Lei 9.099/1995, cujas regras estabelecem ser simplificada a produção probatória, não se admitindo a prova pericial da forma como está regulada no CPC; o que cabe, apenas, no âmbito dos juizados, é a inquirição de técnicos ou especialistas na própria audiência, ou uma inspeção sumária a ser realizada pelo juiz ou por pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o que for verificado”.

Quando existir litisconsórcio ativo, deve ser observada a orientação a seguir:

ENUNCIADO 02 – É cabível, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o ​litisconsórcio ativo​, ficando definido, para fins de fixação da competência​, o valor ​individualmente considerado de até 60 salários mínimos.

TJ-RJ: No sistema dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, admite-se o litisconsórcio ativo.

CESPE - DPE AL: "Na hipótese de litisconsórcio ativo, o valor da causa para fins de fixação da competência do juizado especial federal deve ser calculado a partir da soma do valor pretendido por cada litisconsorte, soma esta que não poderá ultrapassar o patamar de sessenta salários mínimos".

Nos processos que correm na justiça comum, a declaração de incompetência gera a remessa para o órgão competente. No entanto, em sede de juizado especial da FP, a incompetência gera a ​extinção do processo sem resolução do mérito (aplicação do artigo 51 da lei 9.099/95).

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Os casos que já estavam na justiça comum não devem ser remetidos aos juizados especiais após a sua criação. Vejamos:

Art. 24. ​Não serão remetidas aos Juizados Especiais da Fazenda Pública as demandas ajuizadas até a data de sua instalação​, assim como as ajuizadas fora do Juizado Especial por força do disposto no art. 23

Em caso de conflito de competência entre juizado especial da FP e juízo “comum” estadual, o tribunal competente para solucionar é o respectivo ​tribunal de justiça do Estado​, não o STJ.

legitimados ativos​: ​Somente podem ser autores as ​pessoas físicas​, microempresas ​e ​empresas de pequeno porte​. Não pode ser utilizado pelo MP, defensoria, associações, etc. Dispositivo cobrado na segunda fase da PGE AC.

ATENÇÃO: De acordo com decisão do STJ, o menor de idade também pode ser legitimado ativo no juizado da fazenda pública (julgado na parte final), isto em razão de não existir proibição na legislação de regência.

Como isso já foi cobrado em provas? ( ​VUNESP - JUIZ - TJ/RO​): “Tal qual a Lei dos Juizados Especiais Cíveis, a Lei de regência proíbe expressamente o menor incapaz demandar como autor das demandas que lhe são submetidas”. R: Falsa! Como dito acima, a lei não faz tal vedação, sendo que o STJ admite que os menores sejam autores no Juizado da Fazenda.

legitimados passivos: ​fazenda pública estadual, municipal, bem como suas autarquias, fundações e empresas públicas. Em caso de alegação de ilegitimidade passiva, devem indicar quem é o legitimado (En. 42, FPPC).

Cuidado! Veja que a Lei não menciona a sociedade de economia mista como legitimada passiva. Neste sentido, foi considerada INCORRETA: "As ações contra a

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sociedade de economia mista não se processam no juizado especial da Fazenda Pública".

Intervenção de terceiros​: ​Via de regra, não será admitida a intervenção de terceiros (inclusive assistência), salvo o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, que é aplicável aos juizados especiais.

Transação: Os representantes judiciais dos entes podem fazer transações, renunciar, conciliar, desistir, desde que exista lei para legitimar tal ato (artigo 8º), tendo em vista o princípio da indisponibilidade do interesse público.

Representação por advogado: ​é dispensada, qualquer que seja o valor da causa. Para interpor recursos, é preciso que a parte esteja representada por advogado. A fazenda pública será sempre representada pelos advogados públicos.

Pedido Contraposto:​ De acordo com a doutrina de Ricardo Cunha:

A Lei n. 9.099/95 expressamente veda a reconvenção. Admite, porém, em regra que se aplica aos Juizados da Fazenda

Pública, que na contestação o réu formule pedido em seu

favor, dando a tal pretensão o nome de pedido contraposto.

Não vejo óbice no prosseguimento do pedido contraposto mesmo que haja desistência quanto ao pedido principal, a exemplo do que prevê o art. 317 do CPC para a reconvenção .

O pedido contraposto também deve observar os limites de competência da Lei n. 12.153/2009.

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Vale salientar que o tema é alvo de polêmicas, existindo divergência sobre o tema. No entanto, acredito ser a corrente mais benéfica para a Fazenda Pública e portanto, a que deverá ser seguida em provas.

Existem alguns Tribunais de Justiça que são desfavoráveis ao tema, notadamente o TJDFT e TJSC, mas em eventual prova discursiva/peça, acredito que vale a pena defender os interesses da Fazenda Pública, admitindo-a.

Neste sentido, vejamos julgado da lavra do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná:

No que tange ao argumento do autor de que a sentença é extra petita, tem-se que, muito embora o Município viesse realizando o pagamento tendo por base o vencimento básico mais o adicional por tempo de serviço, em sede de contestação o réu pede para que o juízo de origem observe a ilegalidade e inconstitucionalidade do ato, ​sendo permitido ao juiz singular a decisão que considere o pedido contraposto do Município, conforme Enunciado nº 31 do FONAJE e art. 31 da Lei 9.099/95. Recurso Inominado n° 0006424-56.2018.8.16.0018

Prazos: ​a FP não possui prazo em dobro (Artigo 7º), para qualquer ato, inclusive para interpor recursos. Bem como, a citação deve acontecer com a antecedência mínima de 30 dias para a audiência de conciliação.

Sobre o tema (Procurador da Unicamp - Vunesp): “sendo proposta a ação perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública, não haverá para o Estado de São Paulo prazo diferenciado na prática de qualquer ato processual inclusive a interposição de recursos”. ​Correta!

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PGM-Poá: “não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias”. ​Correta!

Provas: ​a FP deve fornecer todos os elementos que possuir para esclarecer a causa, devendo apresentar até a audiência de conciliação. Importante ressaltar que não será possível a realização de prova pericial. De acordo com Leonardo:

Admite-se, contudo, a nomeação de especialista para ser ouvido em audiência ou para que realize simples exame técnico que seja necessário à conciliação ou ao julgamento da causa.

Tutela provisória: ​é possível a concessão de qualquer espécie de tutela provisória nos juizados da FP, seja antecipada, cautelar, incidental ou antecedente. Importante ressaltar que todas as vedações de medidas cautelares são aplicáveis no âmbito do juizado especial da FP, salvo em relação à empresa pública, que é sujeita ao regime privado.

Sistema recursal: ​Antes de inciar, importante lembrar que para interpor recursos, a parte precisa estar representada por advogado. ​Não há reexame necessário nas causas do juizado especial da Fazenda Pública (artigo 11).

Neste sentido (​PGM-SOROCABA 2018​) “Não haverá reexame necessário no procedimento dos juizados especiais da Fazenda Pública”. ​Correta!

(TJSP - 2018) ​Sendo o caso, haverá reexame necessário. ​Incorreta! ​Não há reexame, conforme demonstrado acima.

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(PGM-Arujá) “As sentenças proferidas no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública não estão sujeitas ao reexame necessário”. Correto!

Da sentença cabe recurso no prazo de 10 dias para a turma recursal e tem o mesmo regime da apelação prevista no CPC, devendo ser interposta na forma escrita​, não sendo admitida na forma oral. Após, será remetido para a turma recursal, independente do juízo de admissibilidade.

O recurso será julgado por turma composta por três juízes, com mandato de 2 anos. São escolhidos conforme os critérios de merecimento e antiguidade, não sendo possível a recondução, salvo quando não existir mais juízes. Vejamos:

Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais.

§ 1o A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade e merecimento.

§ 2o Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da Turma Recursal

O recurso de apelação será dotado de efeito suspensivo e devolutivo, já que a lei exige o trânsito em julgado para determinar o cumprimento da obrigação de fazer, não fazer ou entregar. Bem como para expedição de RPV ou precatório (Artigo 100, §3º, CRFB). Vejamos:

Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado​, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão ​(...)

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Leciona Leonardo da Cunha: “Ora, se o prévio trânsito em julgado é exigido para que se determine o cumprimento de ​qualquer obrigação​, é evidente que os recursos, no âmbito dos Juizados Estaduais da Fazenda Pública, são dotados de efeito suspensivo. O art. 43 da Lei 9.099/1995 não se aplica aos Juizados Estaduais da Fazenda Pública, em virtude da incompatibilidade com as citadas regras que dizem respeito ao cumprimento da sentença”.

Os embargos de declaração são cabíveis contra qualquer decisão proferida no âmbito dos juizados especiais da Fazenda pública (Vunesp - Juiz Leigo TJRJ).

Da decisão que conceder tutela provisória, é cabível agravo de instrumento, devendo ser interposto diretamente na turma recursal, com base no artigo 1.015, I, CPC. As demais decisões interlocutórias serão ​irrecorríveis​.

É cabível o pedido de suspensão da segurança no âmbito dos juizados especiais da fazenda pública estaduais, de acordo com a lei 8.437/92.

Não cabe a técnica de julgamento ampliada, prevista no artigo 942 do CPC. Vejamos o enunciado 552 do FPPC:

“Não se aplica a técnica de ampliação do colegiado em caso de julgamento não unânime no âmbito dos Juizados Especiais”.

Não será cabível recurso especial das decisões proferidas no âmbito dos juizados especiais da Fazenda Pública. No entanto, pode ser cabível recurso extraordinário, nos termos da Súmula 640 do STF:

“É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”.

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Não é cabível Mandado de Segurança contra as decisões interlocutórias proferidas no âmbito do juizado especial da fazenda pública, conforme decidiu o STF no RE nº 576.847/BA. Vejamos:

1. O Plenário desta Corte, no julgamento do ​RE nº ​576.847 /BA , Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 6/8/09, firmou entendimento no sentido de não ser cabível mandado de segurança contra decisões interlocutórias exaradas em processos da competência dos juizados especiais.

(IPSMI - Vunesp) Mandado de segurança pode ser o substituto do incabível agravo de instrumento. ​Falso! ​Vide julgado acima.

Também não será possível a ação rescisória em âmbito dos juizados especiais da fazenda pública, em razão da vedação expressa no artigo 59 da lei 9.099/95. Também não será admitido recurso adesivo. A impossibilidade de rescisória no JEFP foi cobrado na prova da PGM-JP (Cespe).

Neste sentido, a prova do TJRJ 2018 considerou ​incabível ​o manejo de recurso adesivo em sede do juizado da fazenda pública.

Pedido de uniformização da interpretação da lei: ​Cabível apenas em face de divergência de direito ​MATERIAL​, não pode processual. De acordo com Leonardo:

Se a divergência ocorrer entre Turmas Recursais ​do mesmo estado​, o pedido de uniformização deve ser julgado pela reunião conjunta das Turmas em conflito, ​sob a presidência de Desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça​. Nesse caso, a reunião de juízes domiciliados em Municípios diversos poderá ser feita por meio eletrônico.

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Por outro lado, caso a divergência seja entre turmas recursais de estados diferentes ou entre decisão de turma recursal e súmula do STJ, a competência para julgar o pedido de uniformização será do STJ. Vejamos:

Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material.

§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça.

§ 2 o No caso do § 1 o​, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser feita por meio eletrônico.

§ 3o Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.

Neste sentido (TJRJ - 2018): Inovação da Lei dos Juizados da Fazenda é o chamado “pedido de uniformização de interpretação de lei”, que será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça, quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais do mesmo Estado sobre questões de direito material. ​Correta! ​Repare que as questões de natureza processual estão fora. (Vunesp - TJ RO) Caberá pedido de uniformização de interpretação quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito processual. ​R: Falso!​ Somente relativo ao Direito Material.

Para saber se haverá a expedição de RPV ou precatório, é necessário verificar se o ente público definiu o valor, por meio de lei, ou se será submetido aos valores

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estados e 30 para os Municípios. Vale ressaltar que a parte pode renunciar determinada quantia para receber por meio de RPV.

Importante! ​Admite-se a atuação de juízes leigos nos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Art. 15). Caiu na PGM-Maringá. Sobre o tema, importante ressaltar:

§ 1o Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de 2 (dois) anos de experiência.

§ 2o Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados Especiais da Fazenda Pública ​instalados em território nacional​, enquanto no desempenho de suas funções.

Julgados de informativos:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA E REQUISITOS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO E DE PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA.

Não é cabível reclamação, tampouco pedido de uniformização de jurisprudência, ao STJ contra acórdão de Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública sob a alegação de que a decisão impugnada diverge de orientação fixada em precedentes do STJ. ​O sistema para o processamento e julgamento de causas em ​juizados especiais é composto por três microssistemas. Cada um deles é submetido a regras específicas de procedimento, inclusive com relação ao mecanismo de uniformização de jurisprudência e de submissão ​das decisões ​das Turmas Recursais ao crivo do STJ. No âmbito do microssistema dos Juizados Especiais Estaduais Comuns, instituídos pela Lei 9.099/1995, o

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mecanismo é a reclamação, nas hipóteses do art. 1º ​da Resolução 12/2009 do STJ, ou seja, quando decisão de Turma Recursal contrariar: a) jurisprudência do STJ; b) súmula do STJ; ou c) orientações decorrentes do julgamento de recursos ​especiais processados na forma do art. 543-C. Já no que se refere aos ​Juizados Especiais Federais instituídos pela Lei 10.259/2001, é o pedido de uniformização de jurisprudência que é cabível quando a orientação ​da Turma Nacional de Uniformização contrariar (art. 14, § 4º): a) jurisprudência dominante do STJ; ou b) súmula do STJ. ​Finalmente, quanto ao mais recente microssistema, instituído pela Lei 12.153/2009 (Juizados Especiais da Fazenda Pública), é cabível o pedido de uniformização de jurisprudência quando (arts. 18 e 19):

a) as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações divergentes; ou

b) a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do STJ.

Percebe-se, portanto, que foi opção expressa do legislador restringir apenas às duas hipóteses acima o cabimento do pedido de uniformização de jurisprudência nos ​Juizados Especiais da Fazenda Pública, havendo silêncio eloquente quanto a todas as demais hipóteses. Desse modo, o caso em que a parte alega que o acórdão ​da Turma Recursal no subsistema do ​Juizado Especial da Fazenda Pública viola precedentes do STJ não se amolda às hipóteses de cabimento de pedido de uniformização de jurisprudência. Quanto à utilização ​da reclamação, observa-se que, nos termos do art. 105, I, "f", ​da CF, c/c o art. 187 do RISTJ, seu cabimento é previsto para: a) a usurpação de competência do STJ; ou b) a necessidade de garantir a autoridade ​das decisões do STJ. Além dessas hipóteses constitucionais, conforme visto acima, cabe reclamação para a adequação do entendimento adotado em acórdãos de Turmas Recursais no subsistema dos Juizados Especiais ​Comuns Estaduais à jurisprudência, súmula ou orientação adotada na sistemática dos recursos repetitivos do STJ (em razão do decidido pelo STF nos EDcl no RE 571.572-BA, Tribunal Pleno, DJe 27/11/2009 e ​das regras contidas na Resolução 12/2009 do STJ). De acordo com a larga jurisprudência do STF, seguida pelo STJ, a reclamação não pode - e não deve - ser considerada sucedâneo recursal, ou seja, é cabível tão-só nas hipóteses em que

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Pleno, DJe 15/8/2008; e Rcl 5465 ED, Tribunal Pleno, DJe 15/8/2008). Cumpre esclarecer que não é possível a aplicação do princípio ​da fungibilidade, quando a reclamação fundar-se em suposta divergência entre a decisão recorrida e arestos paradigmas do STJ, sendo que essa hipótese não é abrangida no pedido de uniformização previsto no art. 18, § 3º, ​da Lei 12.153/2009. Assim, não se amolda ao caso nem o pedido de uniformização de jurisprudência nem a reclamação, por não incidirem em nenhuma ​das ​hipóteses de cabimento. ​Rcl 22.033-SC​, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/4/2015, DJe 16/4/2015.

Julgados do STJ: ​Nos termos dos arts. 18 e 19 da Lei n. 12.153/09 (Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito das Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios) não é cabível reclamação contra decisões proferidas no âmbito do Juizado Estadual da Fazenda Pública, tendo em vista que há previsão de pedido de uniformização de lei em relação às questões de direito material.(AgRg na Rcl 29542 / SC).

1. O art. 2º ​da Lei 12.153/2009 possui dois parâmetros - valor e matéria - para que uma ação possa ser considerada de menor complexidade e, consequentemente, sujeita à competência do ​Juizado Especial da Fazenda Pública​.

2. A necessidade de produção de prova pericial complexa não influi na definição ​da competência dos ​juizados especiais da Fazenda Pública. ​Obs: Leonardo da cunha dispõe exatamente o oposto, mas essa é a posição que iremos levar para provas objetivas, tendo em vista que é do STJ (​AgRg no AREsp 753444/RJ​)

Por unanimidade de votos, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu a possibilidade de menor incapaz demandar como autor em causas que tramitem no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (JEFP).

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