• Nenhum resultado encontrado

Manutenção Preventiva e Preditiva da Corrosão

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Manutenção Preventiva e Preditiva da Corrosão"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Manutenção

Preventiva

e Preditiva

da Corrosão

A Metodologia ecoProtec

Parte III

O princípio da

Continuidade

Cap. 6

Corrosão Galvânica e

Proteção Catódica

(2)

109

1. Introdução

Vimos no fascículo anterior a importância e os limites das séries eletroquímicas. Na metodologia ecoProtec é de importância capital o levantamento da "Série

Eletroquímica Real", obtida através do histórico, em cada unidade da planta, no qual se classifica, em ordem decrescente de nobreza, os materiais que compõem a unidade.

Por nobreza, entenda-se, a classificação por performance dos diversos materiais em relação à matriz |LN| original.

Com isto feito, o Engenheiro de Manutenção cria todas as condições objetivas para proceder à confecção da "Matriz Manutenção", |LMAN|.

O aporte da Metodologia ecoProtec à matriz |LMAN| é o de medir eletroquimicamente

cada elemento desta matriz e "traçar" as trajetórias de corrosão e, em decorrência, as taxas de corrosão.

Com tal procedimento, o Engenheiro de Manutenção passa a ter um controle total sobre a unidade que é responsável. E "ter controle total sobre a unidade" significa saber julgar a aquisição de pinturas, de inibidores de corrosão, da troca de materiais, etc.

Com isso o Engenheiro de Manutenção se "liberta" dos eternos catálogos comerciais. No presente capítulo daremos continuação ao Princípio da Continuidade,

especificamente no que concerne à Corrosão Galvânica e à Proteção Catódica.

2. A Corrosão Galvânica

Como assinalado no cap. 5, a corrosão que ocorre entre superfícies conectadas pode ser associada a um campo vetorial.

Trata-se de uma simples analogia, mas, na prática, pode ser útil na visualização das taxas de corrosão.

Tal analogia é permitida por causa do Princípio da Continuidade.

Inúmeras situações práticas podem surpreender o Engenheiro de Manutenção. Citemos algumas:

(3)

110 a) Uma peça de alumínio acoplada a uma outra em aço inoxidável.

Provavelmente a maioria das pessoas dirá, sem hesitar, que o alumínio, por ser menos nobre corroerá ao passo que o aço inoxidável, por ser mais nobre manter-se-á íntegro.

Nem sempre!

Dependendo do eletrólito, pode haver uma passivação do alumínio e uma corrosão do aço inox.

Com efeito, se este último for de baixa qualidade, ou então de baixa resistência ao eletrólito, ou ainda se estiver submetido a corrosão sob tensões,

trincamentos, sujidades locais que quebram a camada passiva original, o fluxo de corrosão pode "se inverter" e ocasionar corrosões na parte inoxidável e proteção do alumínio passivo.

b) Uma peça fabricada com o mesmo material: uma região se corrói e outra não. É uma situação prática bastante comum, mas que, por desconhecimento das leis de corrosão, o Engenheiro de Manutenção não encontra uma explicação razoável e, por tentativas e erros, tenta sanar o problema, causando custos adicionais e trocas de materiais ad infinitum...

A solução deve ser buscada inicialmente no Princípio da Continuidade. Embora a peça, por exemplo, uma tubulação em inox, seja constituída por um único material e, em decorrência, não existiria uma "serie eletroquímica" a ser consultada, a própria dinâmica do fluido que circula no seu interior pode dar origem a uma "serie eletroquímica local".

Por exemplo, a mudança de um regime laminar para turbulento, um gradiente de temperatura, mesmo com um ∆T de poucos graus, uma corrosão seletiva de uma fase resultante tanto da mudança de regime do fluido quanto pelo ∆T, ocasiona uma inversão do "vetor corrosão" e o sistema dá partida a uma corrosão localizada que se traduz por um pequeno pite inicial e que, em pouco tempo, se transforma num furo, fonte de vazamento e desperdício de eletrólito e de reparos custosos.

Poderíamos continuar exemplificando muitas outras situações que o Engenheiro de Manutenção se depara no dia-a-dia: corrosão em frestas, fixadores de chapas de

(4)

111 materiais distintos, projetos mal elaborado, e muitos outros erros, frutos de

desconhecimentos das teorias e práticas da corrosão.

A ecoProtec defende, com a devida ênfase, uma releitura das normas atuais que regem a "corrosão galvânica", em particular aquelas em que os testes são realizados em um único eletrólito.

Mais uma vez insistimos na importância de cada planta criar seu próprio sistema normativo e, nas circunstâncias emergenciais, evitar o aparecimento de furos,

enviando as partes colapsadas para análises metalográficas e de tensões residuais na sua maior brevidade.

Tais análises devem ser realizadas na presença de eletrólito real e nas condições de temperatura, pressões, concentrações e regime do fluido, se laminar ou turbulento. As trajetórias de corrosão deverão ser obtidas por critérios eletroquímicos.

3. Proteção Catódica

No caso da Proteção Catódica, o Princípio da Continuidade envolve dois aspectos: o primeiro é a continuidade elétrica que deve ser assegurada entre o retificador, a peça a ser protegida (pólo -) e o leito de anodos (pólo +).

Esta continuidade é bastante trivial desde que observadas as Normas de Instalação, adaptadas ao projeto, incluindo aí as conexões, soldas e demais apetrechos inerentes ao sistema.

O segundo aspecto é mais sutil.

Trata-se da localização da "meia-célula" (eletrodo de referência) em relação à superfície a ser protegida.

A continuidade, neste caso, é assegurada pelas trajetórias do eletrólito, sendo a "queda ôhmica" existente entre a superfície e a posição da meia- célula, o parâmetro que deve ser levado em conta prioritariamente.

Pela sua importância, e por ser uma prática nem sempre observada nos sistemas de P.C. usuais, vamos nos deter neste segundo aspecto.

a) Se a medida do potencial for simplesmente o potencial de corrosão, Ecorr, a

posição do eletrodo de referência em relação ao metal imerso no eletrólito pode se localizar em qualquer ponto do eletrólito.

(5)

112 b) Mas se a medida do potencial for efetuada num sistema polarizado, como é o

caso da Proteção Catódica, a posição do eletrodo de referência não pode mais ser "aleatória".

Por causa da injeção externa de corrente, as linhas de força produzem um "efeito tela", isto é, há uma espécie de "blindagem" na superfície do eletrodo que leva em consideração a queda ôhmica entre a superfície protegida por Proteção Catódica e a meia-célula, queda ôhmica esta, que depende da natureza do eletrólito.

c) Por esta razão, a partir dos anos 80, é praxe avaliar a correção da queda ôhmica através da diferença de potencial entre o sistema ligado e desligado, conhecido como "potencial on-off".

Para maiores detalhes, consulte livros clássicos de Proteção Catódica, ou solicite diretamente à ecoProtec, que enviaremos todas as explicações necessárias.

O importante a ser realçado aqui é que a posição do eletrodo de referência é fundamental para avaliar e monitorar um sistema de Proteção Catódica. Em muitos casos, por razões de queda ôhmica, o Engenheiro mede valores de proteção, da ordem de E= -850 mV, em relação ao eletrodo de CuSO4, quando

a superfície polarizada não apresenta tal valor!

E para completar este capítulo, assinalemos que a Proteção Catódica sofreu grandes modificações conceituais com o advento da exploração de petróleo

offshore.

Com efeito, até a década de 80 do século passado, o grande emprego da Proteção Catódica era concentrado em tubulações enterradas.

Neste caso, a geometria do tubo é simples, bastando as medidas de resistividades tubo/solo, acrescidas das correções ôhmicas.

Contudo, a maioria das plataformas offshore, são estruturas "treliçadas", que se interligam no fundo do oceano por meios de estruturas de geometrias extremamente complexas.

(6)

113 Contamos com a sua contribuição!

 Se você identificar algum erro ou incongruência no texto, agradeceríamos

se nos indicasse.

 Também lhe convidamos a participar da redação do livro através do envio

de exemplos da sua vivência industrial.

 E finalmente, se for de seu interesse, entre em contato diretamente com o autor, Prof. Miranda.

Meios de contato:

Através da seção "contato" do site www.ecoprotec.com.br ou enviando um email a livro@ecoprotec.com.br.

Referências

Documentos relacionados

Grupo 2 – Foco: Pâmela; Daniela; Raquel; Tatiana (Ponte; Rolamento atrás de pernas unidas; Pino; Roda) Grupo 1 – Foco: André; Ana Marta; João Paulo; Filipa; Pedro Costa (Salto

Grupos de pesquisa: Comunicação e Cultura do Ouvir (FCL); Artemídia e Videoclip (Unesp). 3 Palavras extraídas do início do livro “José e seus irmãos”, de Thomas

Poderão se inscrever e concorrer aos prêmios de mérito para as categorias descritas no item 2.1 somente as empresas associadas à Acirp, que estejam em dia com suas obrigações

Assim diante dos resultados foi possível verificar correlações positivas, porém não foi possível estabelecer nenhuma significância para a presente amostra, devido

Para saber como o amostrador Headspace 7697A da Agilent pode ajudar a alcançar os resultados esperados, visite www.agilent.com/chem/7697A Abund.. Nenhum outro software

[r]

Este trabalho objetivou realizar um estudo fitoquímico e investigar a atividade analgésica e anti-inflamatória das plantas Baccharis dracunculifolia DC e Bryophyllum pinnatum

Sabendo da dificuldade na fase de escolhas das melhores técnicas ou metodologias, este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento e análise, em trabalhos