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IMPOSTO DE RENDA SOBRE PESSOA JURÍDICA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

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Academic year: 2021

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IMPOSTO DE RENDA SOBRE PESSOA JURÍDICA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Odemiro Goes de Moraes,odemirogoes@terra.com.br, FAIT. Professora orientadora Vanessa Costa Santiago, Mestre, FAIT.

Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar as modalidades de tributação de imposto de renda por pessoa jurídica verificando a juridicidade de qualquer tipo de limitação imposta pelo legislador comum, através da conformação da base de cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas à compensação dos prejuízos fiscais, a norma-padrão de incidência e, também, do conteúdo do conceito constitucional de renda. O enorme desconhecimento por parte de empresários frente à legislação tributária acaba por causar erros na definição da escolha tributária gerando valores desnecessários que podem colocar em risco a própria existência da empresa. Assim este estudo aponta os benefícios de um correto enquadramento no regime tributário representado por uma boa gestão empresarial. Através de um bom planejamento tributário, visa-se à minimização dos impostos, o que deverá refletir positivamente nos resultados da empresa.

Palavras-Chave: Imposto de Renda, Pessoa Jurídica, Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.

Introdução

O presente trabalho refere-se ao Imposto de Renda sobre Pessoas Jurídicas, tendo como objetivo ressaltar a importância da adequada escolha do regime de tributação do imposto de renda das empresas demonstrando a melhor opção de apuração de base de cálculo do tributo e sua forma mais justa de recolhimento. Esta pesquisa configura-se como bibliográfica exploratória.

Conforme Mazza (2009) o artigo 145 da CF divide tributos em impostos, taxas e contribuições de melhorias, visão conhecida como corrente ternária ou tripartite. O STF, no entanto, acrescenta a essas três modalidades os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais.

Há necessidade de fazer uma conceituação de cada tributo:

a) Impostos são tributos desvinculados, que tem como fato gerador uma situação independente de atuação estatal relativa ao contribuinte, exemplo IR, que é imposto porque sua hipótese de incidência, auferir renda, não descreve qualquer atividade estatal (art.16 do CTN).

b) Taxas são tributos vinculados em cujo a hipótese de incidência está prevista a prestação de serviço público ou o exercício de poder de polícia em relação ao contribuinte (artigos 77 do CTN e 145,II da CF).

c) Contribuição de melhoria é o tributo vinculado cuja hipótese de incidência prevê a realização de obra pública que valoriza o imóvel do contribuinte (artigos. 81 do CTN e 145,III da CF).

Analisando o dispositivo constitucional, percebe-se que o Imposto de Renda incide sobre todas as espécies de rendas e proventos de qualquer natureza auferida por todas as pessoas observadas os limites da própria competência tributária e que, quanto maior o acréscimo de patrimônio, maior deverá ser a alíquota aplicável progressividade. Nesse sentido todas as pessoas, físicas ou jurídicas, devem

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contribuir para os cofres públicos a título de Imposto de Renda, ou seja, a tributação abarca, em geral, todos aqueles que auferiram renda ou proventos de qualquer natureza.

O CTN define fato gerador, como sendo “fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”. (CTN, artigo 114). Para Martins (2006), fato gerador é a situação de fato ou de direito que dá ensejo à obrigação tributária, incidindo o tributo. Portanto, uma vez ocorrido o fato gerador nasce à obrigação tributária, na qual o sujeito ativo exige do sujeito passivo uma prestação, isto é, o pagamento do referido tributo.

Assim, o fato gerador do Imposto de Renda, é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais. Segundo Mazza (2009) a legislação Brasileira prevê três formatos diferentes para a composição da base de cálculo do IR: a) Lucro Real; b) Lucro Presumido; c) Lucro arbitrado.

De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais.

O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei nº 9.430, de 1996, artigos 1º e 25; RIR/1999, art. 516, § 5º). A opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário (RIR/1999, art. 516, §§ 1o e 4o). As pessoas jurídicas que podem optar pelo lucro presumido são aquelas que: a receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46); e que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.

Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado. A pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado poderá optar pela tributação com base no lucro presumido nos demais trimestres, desde que não esteja obrigada à apuração pelo lucro real (RIR/1999, art. 531, inciso I, e IN SRF no 93, de 1997, art. 47).

A adoção do regime de tributação com base no lucro arbitrado só é cabível na ocorrência de qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação tributária. Ocorrendo tal situação e conhecida a receita bruta, o contribuinte poderá arbitrar o lucro tributável do respectivo ano-calendário, ou somente de um trimestre, sendo-lhe assegurado o direito de permanecer no regime do lucro real nos demais períodos de apuração trimestrais (RIR/1999, art. 531, inciso I, e IN SRF no 93, de 1997, art. 47).

Mesmo sendo tributadas com base no lucro arbitrado persiste a obrigatoriedade de comprovação das receitas efetivamente recebidas ou auferidas. O arbitramento de lucro em si por não ser uma sanção, mas uma forma de apuração

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da base de cálculo do imposto, não exclui a aplicação das penalidades cabíveis (RIR/1999, art. 538).

O Simples Nacional foi instituído através da Lei Complementar 123/06, que estabelece normas gerais relativas às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo, não só o regime tributário diferenciado (Simples Nacional), como também aspectos relativos às licitações públicas, às relações de trabalho, ao estímulo ao crédito, à capitalização e à inovação, ao acesso à justiça, dentre outros.

O Simples (sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte) é o nome fantasia dado ao sistema de tributação simplificada criado em 1996 através de medida provisória e convertida em Lei nº 9.317, de 1996 pelo governo do Brasil cujo objetivo é facilitar o recolhimento de contribuições das pequenas e médias empresas.

Objetivo

Analisar os aspectos conceituais relacionados aos regimes tributários da Pessoa Jurídica, confrontar a apuração do lucro real, lucro presumido e o Simples Nacional, e através de análises comparativas de tributação indicar o regime de tributação mais adequado para a empresa.

Método e Técnica de Pesquisa

Este trabalho é uma pesquisa descritiva, e por tem abordagem quantitativa, onde se compara conceitos e encontra a melhor solução para o problema.Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 66) “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”.

A coleta de dados para a realização deste trabalho se deu através de análise documentalde dados encontrados em órgãos públicos ou privados como: registros, regulamentos, circulares, memorandos, balancetes, filmes e diversos outros tipos de documentos.

Resultados

Carvalho (2008) aponta que a compensação de prejuízos além de ser direito subjetivo do contribuinte é elemento inerente ao auferir renda. Portanto, a base de cálculo assumida pelo Estado deve estar dentro dos limites que a Constituição determina.

De acordo com os dados observados nesta investigação, pode-se dizer que o Simples nacional dependendo da atividade da empresa, é economicamente mais benéfico que os demais, mas especialmente os prestadores de serviços devem ficar atentos, pois dependendo do serviço que é prestado o lucro presumido pode ser mais vantajoso. Além dessa questão econômica, há que se considerar a dificuldade no que se refere à compreensão da legislação. Como a legislação é repleta de detalhes, torna-se complicado entender como funciona o regime.

Também é preciso considerar os impedimentos para muitas atividades há vedação quanto à opção pelo Simples Nacional. O Lucro Presumido é regime de tributação onde a base de cálculo é obtida por meio de aplicação de percentual definido em lei, sobre a receita bruta. Como o próprio nome diz, trata-se de presunção de lucro. Para esse regime, temos algumas vantagens relativas às

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obrigações acessórias, pois o fisco federal dispensa as empresas enquadradas nesse regime da escrituração contábil, desde que seja mantido o Livro Caixa.

Contudo, para verificar se esse é o regime mais benéfico para a empresa, é necessário realizar simulações, pois caso a empresa tenha valores consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável que o lucro real seja mais econômico. O Lucro Real para verificar se é benéfica a tributação por esse regime, é necessário apurar o resultado contábil, ou seja, é obrigatório manter escrituração contábil nos moldes da legislação comercial.

Depois de apurado o lucro contábil, devem ser procedidos os ajustes: adições e exclusões previstas em lei. Se uma empresa prestadora de serviços tem custos e despesas administrativas compravadas maior que 68% (sessenta e oito) por cento, ou seu lucro será menor que 32% (trinta e dois) por cento, neste caso compensa optar pelo lucro real, é nesse ponto que nossas atenções devem ser redobradas, entendo que o lucro real é a forma mais justa de se pagar o imposto de renda pessoa jurídica.

A empresa paga o imposto sobre seu lucro real, não havendo lucro, não tem que se falar de imposto, existindo ainda a possibilidade de se compensar os prejuizos nos trimestres seguintes. A opção pelo lucro arbitrado é pouco utilizada pelas empresas normalmente é opção do fisco, mas pode ser utilizada voluntariamente para regularizar a escrita contábil e fiscal da empresa. O auto arbitramento se caracteriza no fato da empresa, por exemplo, não apresentar a escrituração fiscal e nem o Livro Caixa do período à fiscalização, a base de cálculo do Imposto de Renda terá um acréscimo de 20%.

Discussão

É importante esclarecer que o planejamento tributário tem uma grande importancia na administração de uma empresa, pois propõe atitudes que reduzirão o valor dos tributos devidos, sem, contudo, sonegar ou fraudar o fisco.

Na verdade, tudo é feito em conformidade com a legislação, por meio de estudos da realidade de cada empresa, aliado a um profundo conhecimento da legislação, é possível, em muitos casos, diminuir o valor devido de tributos, sem infringir a legislação tributária.

Se considerarmos que cada obrigação acessória a ser preenchida e entregue ao fisco também tem um custo para a empresa, igualmente é possível trabalhar com a diminuição de custos escolhendo o regime de tributação que tenha menos encargos para o contribuinte, Isso tudo, em última instância, diminui o risco de autuações fiscais, e suas conseqüentes penalidades diretas e indiretas.

Considerações Finais:

Empresas eficientes costumam contar com investimentos no setor de planejamento tributário, pois a redução de custos resultante de um planejamento tributário bem elaborado costuma ser considerável, sem contar a redução de riscos relacionada a possíveis autuações fiscais. Por meio de estudos da realidade de cada empresa, aliado a um profundo conhecimento da legislação, é possível, em muitos casos, diminuir o valor devido de tributos, sem infringir a legislação tributária.

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Enfim, se faz necessário a conscientização dos empresários que primeiro passo é avaliar os dados e fazer o planejamento tributário da empresa. O acompanhamento dos relatórios e as análises das informações contábeis oferecem subsídios para decidir com segurança a melhor estratégia fiscal e tributária a ser implantada na empresa. Ou seja, a idéia é aproveitar o que a legislação permite para pagar menos impostos

Referências:

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário, São Paulo: Editora Saraiva, 2008, 20ª ed.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

MARTINS, I. G. da S. Curso de Direito Tributário. Editora: Malheiros.São Paulo: 1997,12ª ed.

MAZZA, A. Noções Elementares de Direito Tributário. Editora: Damásio de Jesus, São Paulo: 2009, 2ª ed.

SABBAG, E. de M. Direito Tributário. São Paulo: Editora Premier Máxima, 2008, 9ª ed.

______. Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Altera a legislação tributária federal á outras providências. Extraído do site www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em 25/10/2010.

______. Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995. Dá nova redação a dispositivos das Leis n.ºs 8.849, de 28 de janeiro de 1994, e 8.541, de 23 de dezembro de 1992, que alteram a legislação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, e dá outras providências.

______. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Dá nova redação a dispositivos da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, que altera a legislação tributária federal, e dá outras providências.

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______. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências.

______. Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999. Altera a legislação do Imposto sobre a Renda, relativamente à tributação dos Fundos de Investimento Imobiliário e dos rendimentos auferidos em aplicação ou operação financeira de renda fixa ou variável, ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES, à incidência sobre rendimentos de beneficiários no exterior, bem assim a legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, relativamente ao aproveitamento de créditos e à equiparação de atacadista a estabelecimento industrial, do Imposto sobre

Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários - IOF, relativamente às operações de mútuo, e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, relativamente às despesas financeiras, e dá outras providências.

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