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Matemática no Céu: explorando proporções nas pipas tetraédricas de Alexander Graham Bell

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Academic year: 2021

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JO ˜AO J ´ULIO DIAS BASTOS QUEIROZ

MATEM ´

ATICA NO C ´

EU:

EXPLORANDO PROPORC

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OES NAS

PIPAS TETRA ´

EDRICAS DE

ALEXANDER GRAHAM BELL

Orientador:

Humberto Jos´e Bortolossi

NITER ´OI JULHO/2017

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Jo˜ao J ´ulio Dias Bastos Queiroz

Matem´atica no C´eu: Explorando Proporc¸˜oes nas

Pipas Tetra´edricas de Alexander Graham Bell

Niter´oi – RJ Julho / 2017

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Ficha catalogr´afica elaborada pela Biblioteca de P´os-graduac¸˜ao em Matem´atica da UFF

Q3 Queiroz, Jo˜ao J´ulio Dias Bastos

Matem´atica no C´eu: Explorando Proporc¸˜oes nas Pipas Te-tra´edricas de Alexander Graham Bell / Jo˜ao J´ulio Dias Bastos Queiroz. – Niter´oi: [s.n.], 2017.

39 f.

Orientador: Humberto Jos´e Bortolossi

Monografia (Curso de Graduac¸˜ao em Licenciatura em Ma-tem´atica) – Universidade Federal Fluminense, 2017.

1. Ensino de Proporc¸˜oes. 2. Semelhanc¸a 3. Graham Bell. 4.Pi-pas.

(4)

Jo˜ao J ´ulio Dias Bastos Queiroz

Matem´atica no C´eu: Explorando Proporc¸˜oes nas

Pipas Tetra´edricas de Alexander Graham Bell

Monografia apresentada `a Coordenac¸˜ao do Curso de Graduac¸˜ao em Licenciatura em Ma-tem´atica da Universidade Federal Fluminense para a obtenc¸˜ao do t´ıtulo de Graduac¸˜ao em Ma-tem´atica

Orientador:

Humberto Jos´e Bortolossi

CURSO DE GRADUAC¸ ˜AO EM LICENCIATURA EMMATEMATICA´ INSTITUTO DE MATEMATICA´

UNIVERSIDADEFEDERALFLUMINENSE

Niter´oi – RJ Julho / 2017

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Monografia de Graduac¸˜ao sob o t´ıtulo “Matem´atica no C´eu: Explorando Proporc¸˜oes nas Pipas Tetra´edricas de Alexander Graham Bell”, defendida por Jo˜ao J´ulio Dias Bastos Quei-roz e aprovada em 19 de julho de 2017, em Niter´oi, Rio de Janeiro, pela banca examinadora constitu´ıda pelos professores:

Humberto Jos´e Bortolossi Doutor em Matem´atica pela PUC-Rio

Orientador

Priscilla Guez Rabelo Mestre em Matem´atica pela UFF

Ricardo Viz Quadrat Mestre em Matem´atica pela UFF

(6)

Aos professores que se empenham em tornar o mundo melhor.

(7)

Agradecimentos

Obrigado Deus pelas oportunidades de aprender nesta vida.

Agradec¸o aos meus pais em me receberem como filho, e a todo amor, que sempre me deram. Ao Jansen, por representar o desejo de sempre estudar. `A Jurema, por representar a forc¸a de quem n˜ao desisti, e porque sem ela, eu nada seria.

Obrigado Cassia, minha amada marida, por acreditar em mim.

Agradec¸o ao meu irm˜ao Tobias, que muito me aturou.

Obrigado Rafael, aonde quer que vocˆe esteja.

Aos membros da douta banca, professores Priscilla Guez e Ricardo Viz, por se disponibili-zarem `a leitura cr´ıtica do trabalho e assim exercerem valiosas contribuic¸˜oes.

Ao meu estimado orientador, Humberto Bortolossi, por ter me acolhido como orientando, acreditando no meu potencial, pela sugest˜ao do tema, pelo exemplo profissional, pela parceria constante nesta empreitada e, mais que tudo, pela compreens˜ao em tantos altos e baixos desta caminhada demonstrando ser um excelente amigo.

E finalmente, agradec¸o aos meus tantos outros professores por contribu´ırem com os alicer-ces que permitiram minha caminhada at´e aqui. Em especial, `a professora Maria Ot´ılia por me ensinar a ler e `a professora Carla por me fazer gostar de Matem´atica.

(8)

Se pud´essemos combinar as forc¸as de um n´umero suficiente de beija-flores, poder´ıamos levar um grupo de pessoas em uma excurs˜ao a´erea. (Simon Newcomb)

(9)

Resumo

No in´ıcio do s´eculo XX, uma das quest˜oes que confrontavam os cientistas da ´epoca era sobre a possibilidade de se construir aparatos voadores grandes e est´aveis o suficiente para levar um homem aos c´eus e trazˆe-lo de volta em seguranc¸a. Alexander Graham Bell propˆos um aparato voador (uma pipa) que, de fato, conseguiu transportar um homem. A ideia de Bell: usar tetraedros regulares como c´elulas das estruturas de suas pipas. Neste trabalho apresentamos um roteiro detalhado para a construc¸˜ao das pipas tetra´edricas de Alexander Graham Bell com material de baixo custo e, tamb´em, um formul´ario com sugest˜oes de quest˜oes matem´aticas que podem ser desenvolvidas a partir da oficina. A atividade ´e complementada por modelos virtuais tridimensionais no computador. O assunto, al´em de interessante do ponto de vista hist´orico, ´e muito apropriado para se explorar, na Escola B´asica, quest˜oes de diversas s´eries escolares, tais como contagem, semelhanc¸a, proporcionalidade, ´areas e volumes relacionadas com a justaposic¸˜ao de tetraedros como tamb´em explorar o princ´ıpio da similitude de Galileu Galilei.

Palavras-chave: Ensino de Proporc¸˜oes; Semelhanc¸a; Contagem; Pipas; Princ´ıpio da Simi-litude; Alexander Graham Bell; Simon Newcomb.

(10)

Sum´ario

1 Introduc¸˜ao p. 8

1.1 As Pipas Tetra´edricas de Alexander Graham Bell . . . p. 8

1.2 Materiais manipulativos no Ensino da Matem´atica . . . p. 9

1.3 S´eries para as quais o trabalho pode ser aplicado . . . p. 11

1.4 Organizac¸˜ao do trabalho . . . p. 11

2 Estrutura da Oficina p. 12

2.1 Etapa 1: contextualizac¸˜ao hist´orica . . . p. 12

2.2 Etapa 2: construc¸˜ao da pipa . . . p. 14

2.3 Etapa 3: discuss˜ao matem´atica . . . p. 20

2.4 Etapa 4: exibic¸˜ao de v´ıdeo TED . . . p. 26

2.5 Etapa 5: empinac¸˜ao da pipa . . . p. 26

3 Respostas do Formul´ario de Acompanhamento do Aluno p. 28

4 Considerac¸˜oes finais p. 34

(11)

8

1

Introduc¸˜ao

1.1

As Pipas Tetra´edricas de Alexander Graham Bell

O trabalho apresentado nesta monografia tem sua origem no projeto “Conte´udos Digitais em Matem´atica e Estat´ıstica” (CDME) da Universidade Federal Fluminense cuja hist´oria apre-sentaremos de forma breve nesta sec¸˜ao.

No final de 2007, o governo federal lanc¸ou um edital para a elaborac¸˜ao de conte´udos di-gitais voltados para o Ensino M´edio. Os conte´udos didi-gitais foram divididos nas categorias software educacional, v´ıdeo, ´audio e experimento educacional (com uso de material concreto). As ´areas de interesse foram Matem´atica, F´ısica, Qu´ımica, Biologia e Portuguˆes. Para a ´area de Matem´atica, a Universidade Federal Fluminense foi uma das cinco contempladas com o projeto CDME (<http://www.cdme.im-uff.mat.br/>), produzindo 66 softwares educacionais,

12 experimentos pr´aticos com materiais concretos e 15 trechos de ´audio.

“As Pipas Tetra´edricas de Graham Bell” (<http://www.cdme.im-uff.mat.br/pgb/>), tema

desta monografia, foi um dos experimentos educacionais com material concreto desenvolvido no Projeto CDME. A inspirac¸˜ao da atividade veio de uma das quest˜oes que confrontavam os cientistas no in´ıcio do s´eculo XX: a possibilidade de se construir aparatos voadores grandes e est´aveis o suficiente para levar um homem aos c´eus e trazˆe-lo de volta em seguranc¸a. Alexan-der Graham Bell (1847-1922) propˆos um aparato voador (uma pipa) que, de fato, conseguiu transportar um homem. A ideia de Bell: usar tetraedros regulares como c´elulas das estruturas de suas pipas (Figura 1.1).

Neste experimento educacional que propomos, oferecemos (1) um roteiro detalhado para a construc¸˜ao das pipas tetra´edricas de Alexander Graham Bell com material de baixo custo, (2) uma lista com sugest˜oes de exerc´ıcios matem´aticos para serem trabalhados ap´os a construc¸˜ao das pipas (o assim denominado “Formul´ario de Acompanhamento do Aluno”), (3) modelos vir-tuais tridimensionais das pipas para an´alise no computador feitos com o software gratuito Geo-Gebra e (4) um arquivo Power Point para auxiliar na conduc¸˜ao da atividade. O tema abordado

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9

no experimento educacional, al´em de interessante do ponto de vista hist´orico, ´e muito apropri-ado para se explorar quest˜oes de contagem, semelhanc¸a, proporcionalidade, ´areas e volumes relacionadas com a justaposic¸˜ao de tetraedros como tamb´em explorar o princ´ıpio da similitude de Galileu Galilei.

Figura 1.1: As Pipas Tetra´edricas de Alenxander Graham Bell.

1.2

Materiais manipulativos no Ensino da Matem´atica

Ap´os analisar o trabalho de in´umeros te´oricos da aprendizagem, como Jean Piaget (1896-1980), Zolt´an P´al Dienes (1916–2014) e Jerome Seymour Bruner (1915-2016), que apoiam o uso de material concreto, Cope (2015) estabelece que h´a duas ideias que esses autores prop˜oem amplamente: (1) a de que o uso de manipulativos f´ısicos ´e uma etapa importante para os alunos `a medida que estes compreendem novos conceitos e (2) a de que eles se beneficiam ao interagir de maneira autˆentica com o seu ambiente.

Mais especificamente para o ensino de Matem´atica, Moore (2014) constatou que os materi-ais manipulativos permitem que os alunos construam, por si mesmos, modelos cognitivos para ideias e processos matem´aticos, al´em de fornecerem uma linguagem comum para comunicar esses modelos. De acordo com Sutton & Krueger (2002), essa ajuda no processo cognitivo ´e alcanc¸ada, uma vez que simbologia e conceitos abstratos ser˜ao melhor compreendidos ap´os experimentac¸˜ao das ideias em forma concreta, que ao longo prazo, aumentam o entendimento matem´atico.

Al´em da capacidade dos manipulativos de ajudar diretamente no processo cognitivo, eles tˆem a vantagem adicional de envolver os alunos e aumentar tanto o interesse quanto o prazer na Matem´atica. Os alunos que s˜ao apresentados com a oportunidade de usar manipulativos reportam que eles est˜ao mais interessados em Matem´atica. O interesse de longo prazo em

(13)

10

Matem´atica traduz-se em maior capacidade matem´atica. Segundo o grupo hand2mind:

Essa capacidade matem´atica se apresenta nas seguintes ´areas gerais:

• verbalizar o pensamento matem´atico; • discutir ideias e conceitos matem´aticos;

• relacionar as situac¸˜oes do mundo real com o simbolismo matem´atico; • trabalhar colaborativamente;

• pensar diferentemente para encontrar uma variedade de maneiras de se

resolver problemas;

• expressar problemas e soluc¸˜oes usando uma variedade de s´ımbolos

ma-tem´aticos;

• fazer apresentac¸˜oes;

• apropriar-se de suas experiˆencias de aprendizagem;

• ganhar confianc¸a em suas habilidades para encontrar soluc¸˜oes para

pro-blemas matem´aticos usando m´etodos que vˆem com eles mesmos, sem depender de instruc¸˜oes do professor.

(hand2mind, 2017, traduc¸˜ao nossa)

Por outro lado, h´a pesquisadores – Baroody (1989), por exemplo – que alertam que a mera presenc¸a de material concreto n˜ao garante a aquisic¸˜ao de compreens˜ao conceitual. Nessa linha, Moyer-Packenham (2001) fez um estudo com professores de matem´atica do Ensino Funda-mental e percebeu que o material concreto estava sendo usado como “matem´atica divertida”, funcionando apenas como um sistema de recompensas dos professores para a gest˜ao de sala de aula, uma forma de manobrar o tempo de aula, criando um intervalo onde os alunos jogavam e exploravam os manipulativos “livremente”. Com isso, os alunos n˜ao percebiam que o uso de material concreto est´a ligado `a explorac¸˜ao de conjecturas para a real aprendizagem matem´atica.

Ensinar com manipulativos n˜ao se restringe ao simples ato de distribuir “brinquedos” e “permitir” que os alunos descubram a matem´atica por detr´as daqueles objetos por si s´o. Moyer-Packenham (2001) conclui que a representac¸˜ao externa (material concreto) deve de alguma forma se conectar com a pr´opria representac¸˜ao interna ao aluno e, para isto, as relac¸˜oes ma-tem´aticas do material precisam ser impostas. Segundo o alerta de Meira (1998), as relac¸˜oes matem´aticas de um manipulativo, impostas pelo fabricante n˜ao s˜ao necessariamente transpa-rentes para o professor e, por isso, tamb´em concebemos um question´ario pr´e-definido com sugest˜oes de quest˜oes matem´aticas que o professor pode adequar para que os conceitos possam ser melhor trabalhados em sua classe.

Nesse contexto, o “Formul´ario de Acompanhamento do Aluno” que vem junto com nossa proposta desempenha um papel fundamental: os exerc´ıcios matem´aticos propostos procuram

(14)

11

conduzir o aluno a perceber as propriedades matem´aticas relativas `a quest˜ao da capacidade de voo× peso da estrutura tetra´edrica proposta por Alexander Graham Bell, fato este que motiva toda a atividade.

1.3

S´eries para as quais o trabalho pode ser aplicado

O assunto, al´em de interessante do ponto de vista hist´orico e de ter uma conex˜ao evidente com tetraedos regulares, tamb´em pode ser explorado em v´arias s´eries escolares com t´opicos tais como contagem, semelhanc¸a, proporcionalidade, ´areas, volumes e o princ´ıpio da similitude de Galileu Galilei.

1.4

Organizac¸˜ao do trabalho

Este trabalho monogr´afico est´a dividido nas seguintes partes: no Cap´ıtulo 2 apresentamos as v´arias etapas que comp˜oem o experimento educacional, desde a sua motivac¸˜ao, passando pelos passos da construc¸˜ao da pipa tetra´edrica, pelos exerc´ıcios matem´aticos propostos no “For-mul´ario de Acompanhamento do Aluno”, at´e chegar na etapa de fazer a pipa voar; no Cap´ıtulo 3 apresentamos as respostas de todos os exerc´ıcios propostos no “Formul´ario de Acompanha-mento do Aluno” e, por fim, no Cap´ıtulo 4 tecemos alguns coment´arios finais e sugest˜oes de trabalhos futuros.

(15)

12

2

Estrutura da Oficina

O experimento educacional “A Pipa Tetra´edrica de Alexander Graham Bell” (<http://www. cdme.im-uff.mat.br/pgb/>) ´e conduzido no formato de uma oficina, dividida em cinco etapas:

(1) contextualizac¸˜ao hist´orica; (2) construc¸˜ao da pipa, (3) discuss˜ao matem´atica; (4) exibic¸˜ao de v´ıdeo TED; (5) empinac¸˜ao da pipa. Para facilitar a conduc¸˜ao da oficina com os alunos, um arquivo de slides no formato Power Point foi elaborado: <http://www.cdme.im-uff.mat.br/ pgb/pgb.pptx> (36 Mb). Com a realizado de todas as suas etapas, a oficina tem uma durac¸˜ao

aproximada de 4 horas.

2.1

Etapa 1: contextualizac¸˜ao hist´orica

A oficina se inicia apresentando uma das quest˜oes tecnol´ogicas que permeavam os c´ırculos cient´ıficos no in´ıcio do s´eculo XX, a saber, sobre a possibilidade de se construir aparatos voa-dores grandes e aerodinamicamente est´aveis. Um v´ıdeo cl´assico sobre os fracassos de se tentar construir tais aparatos ´e exibido para os alunos (Early Flight: <https://goo.gl/JtYuBW>) e,

ent˜ao, um argumento contr´ario a tal possibilidade, dado pelo astrˆonomo e matem´atico Simon Newcomb (1835-1909), ´e apresentado:

Considere duas m´aquinas voadoras semelhantes, sendo que uma tem o dobro da escala da outra. Todos sabemos que o volume e, ent˜ao, o peso de dois corpos semelhantes s˜ao proporcionais aos cubos de suas dimens˜oes. O cubo de dois ´e 8; ent˜ao a m´aquina maior ter´a 8 vezes o peso da m´aquina menor. As ´areas das superf´ıcies destas m´aquinas, por outro lado, s˜ao proporcionais aos quadrados de suas dimens˜oes. O quadrado de dois ´e 4. Desta maneira, a m´aquina mais pesada expor´a ao vento uma superf´ıcie com ´area apenas 4 vezes maior, tendo ent˜ao uma n´ıtida desvantagem na raz˜ao eficiˆencia por peso.

(16)

13

Com o intuito de explicar melhor o argumento de Newcomb, trˆes construc¸˜oes interativas feitas com o software gratuito GeoGebra s˜ao usadas para se mostrar como se relacionam as medidas de comprimento, ´area e volume de dois objetos semelhantes: se dois objetos s˜ao se-melhantes com raz˜ao de semelhanc¸a k, ent˜ao a raz˜ao das medidas de suas ´areas ´e igual a k2e a raz˜ao das medidas de seus volumes ´e igual a k3.

1D:<https://www.geogebra.org/m/mwz9Frvd>

2D:<https://www.geogebra.org/m/szzx2dFj>

(17)

14

Apesar do argumento contr´ario de Newcomb, Alexander Graham Bell propˆos um modelo de pipa aerodinamicamente est´avel e cujo tamanho pode ser aumentado mantendo-se constante a raz˜ao eficiˆencia por peso. A ideia de Bell: usar c´elulas tetra´edricas. Neste contexto, a oficina se articula no sentido de resolver esse conflito.

Simon Newcomb (1835-1909)

Alexander Graham Bell (1847-1922)

2.2

Etapa 2: construc¸˜ao da pipa

Para incentivar o trabalho colaborativo, bem como acelerar a construc¸˜ao da pipa tetra´edrica de Graham Bell, sugerimos que os alunos sejam divididos em grupos com 4 alunos. A ideia ´e que cada aluno produza uma pequena “c´elula tetra´edrica” composta por 6 canudos para, no final do processo, obter uma pipa maior com 4 destas “c´elulas tetra´edricas”. Ter a pipa constru´ıda ajudar´a na abstrac¸˜ao da etapa da discuss˜ao matem´atica da oficina.

O roteiro de construc¸˜ao, que passaremos a descrever a seguir, tem 11 passos e sugerimos que, al´em dos materiais necess´arios listados no Passo 1, tamb´em sejam entregues c´opias deste roteiro, do molde e das instruc¸˜oes de como se passar a linha pelos canudos.

(18)

15

O palito adquirido deve ser mais fino que o canudo pois, posteriormente, ele ser´a usado dentro de um canudo.

Na vers˜ao eletrˆonica do roteiro (que pode ser acessada neste enderec¸o<http://www.uff.br/ cdme/pgb/> e baixado para uso offline), h´a uma animac¸˜ao que mostra em que ordem a linha

deve passar pelos canudos para que a estrutura fique firme. Podemos notar que a linha passa exatamente duas vezes em cada canudo, logo, como s˜ao 6 canudos e 2× 6 = 12, ´e natural que os alunos questionem o porquˆe de se cortar um segmento de 16 L que ´e t˜ao maior. O motivo ´e 16 L ´e mais f´acil de ser cortar, via duplicac¸˜oes sucessivas (2 L, 4 L, 8 L e 16 L).

Para passar a linha pelo canudo, uma soluc¸˜ao ´e prender a linha na ponta do palito e, ent˜ao, passar o palito pelos canudos para “costurar” uma c´elula tetra´edrica.

Nas oficinas que realizamos, pudemos observar que muitos alunos mostraram dificuldades em seguir as instruc¸˜oes de como passar a linha na ordem sugerida. Portanto, atenc¸˜ao especial pode ser necess´aria neste momento.

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19

Nas oficinas que realizamos, pudemos observar que muitos grupos mostraram dificuldades em perceber a disposic¸˜ao dos tetraedros e em como eles devem ser amarrados. Portanto, atenc¸˜ao especial pode ser necess´aria neste momento.

Aqui, o problema mais comum ´e o de como se fazer o cabresto e onde amarr´a-lo. Basta observar que ele deve ser amarrado na parte superior e frontal da pipa: uma ponta no topo e outra no meio da “aresta” da pipa, como indicado na figura.

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20

Uma outra possibilidade ´e amarrar o cabresto diretamente no palito de madeira, ap´os este ser encaixado na pipa. Isso ´e poss´ıvel porque normalmente os palitos s˜ao mais longos que os canudos.

2.3

Etapa 3: discuss˜ao matem´atica

Na terceira etapa da oficina, entregamos o Formul´ario de Acompanhamento do Aluno. Nele est´a um conjunto de quest˜oes que abordam contagem, semelhanc¸a, proporc¸˜ao, potenciac¸˜ao, manipulac¸˜oes alg´ebricas, c´alculos de ´area e de volume, afim de conduzir os estudantes a verifi-carem o porquˆe da pipa tetra´edrica n˜ao ferir o argumento de Newcomb.

Parte 1

A figura abaixo apresenta duas estruturas usadas no processo de construc¸˜ao da pipa te-tra´edrica de Alexander Graham Bell, sendo que a estrutura da direita ´e constitu´ıda por 4 r´eplicas da estrutura ilustrada `a esquerda.

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21

(a) Qual ´e a raz˜ao entre as medidas dos segmentos AB e A0B0?

(b) Qual ´e a raz˜ao entre as ´areas dos triˆangulos DBC e D0B0C0?

(c) (Opcional) Qual ´e a raz˜ao entre os volumes dos tetraedros ABCD e A0B0C0D0?

Coment´ario: o objetivo da Parte 1 ´e levar o aluno a perceber que ao se dobrar o compri-mento da aresta de uma estrutura tetra´edrica, a ´area e o volume aumentar˜ao 4 e 8 vezes respectivamente.

Parte 2

Seja L o comprimento do canudo usado na construc¸˜ao das pipas tetra´edricas.

(a) Quantos canudos s˜ao necess´arios para se construir a estrutura tetra´edrica ABCD na figura da Parte 1?

(b) A estrutura tetra´edrica A0B0C0D0 na figura da Parte 1 ´e constru´ıda usando-se 4 c´opias da estrutura tetra´edrica ABCD. Note, portanto, que o tetraedro A0B0C0D0 tem arestas com ta-manho 2L. Quantos canudos s˜ao necess´arios para se construir esta estrutura tetra´edrica de arestas com tamanho 2L?

(c) Se usarmos agora 4 c´opias da pipa A0B0C0D0, podemos construir uma estrutura tetra´edrica com lados de tamanho 4L. Quantos canudos ser˜ao necess´arios para constru´ı-la?

(d) Mais geralmente, quantos canudos s˜ao necess´arios para se construir uma estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 2nL, usando-se o m´etodo dos itens anteriores?

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22

Dica: vocˆe pode usar o esquema 3D interativo no link “Informac¸˜oes Suplementares” da p´agina da atividade para ajudar na visualizac¸˜ao das estruturas tetra´edricas.

Coment´arios: o objetivo da Parte 2 ´e levar o aluno a contar a quantidade de canudos necess´arios para construc¸˜ao de estruturas tetra´edricas cada vez maiores seguindo o es-quema de montagem via justaposic¸˜oes de 4 estruturas menores para se montar uma maior. Este exerc´ıcio ajudar´a a estabelecer como o peso da pipa varia conforme seu tamanho aumenta. Neste momento, as pipas constru´ıdas podem ser usadas para ajuda na resoluc¸˜ao deste exerc´ıcio. Sugerimos tamb´em que seja usada a construc¸˜ao do Geo-Gebra idealizada especialmente para esse prop´osito (ela pode mostrar at´e 256 estruturas tetra´edricas).

<https://www.geogebra.org/m/spJxKnMd>

Parte 3

Seja L o comprimento do canudo usado na construc¸˜ao das pipas tetra´edricas e seja S a ´area correspondente a qualquer uma das faces do tetraedro regular ABCD.

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Parte 1? Escreva sua resposta em termos de S

(b) Qual ´e a ´area total das asas (faces coloridas) da estrutura tetra´edrica A0B0C0D0na figura da Parte 1? Escreva sua resposta em termos de S

(c) Qual ´e a ´area total das asas (faces coloridas) da estrutura tetra´edrica constru´ıda no item (c) da Parte 2? Escreva sua resposta em termos de S

(d) Mais geralmente, qual ´e a ´area da estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 2nL, cons-tru´ıda no item (d) da Parte 2? Escreva sua resposta em termos de S

Dica: vocˆe pode usar o esquema 3D interativo no link “Informac¸˜oes Suplementares” da p´agina da atividade para ajudar na visualizac¸˜ao das estruturas tetra´edricas.

Coment´arios: o objetivo da Parte 3 ´e levar o aluno a estabelecer como a ´area total da superf´ıcie de papel de seda e, portanto, a capacidade de suportar peso das estruturas tetra´edricas varia com seu tamanho. Como antes, as pipas constru´ıdas e o applet Geo-Gebra podem ser usados para ajudar na resoluc¸˜ao deste exerc´ıcio.

Parte 4

Seja L o comprimento do canudo usado na construc¸˜ao das pipas tetra´edricas. Suponha que cada canudo tenha peso P e que os pesos das asas e das linhas s˜ao desprez´ıveis em comparac¸˜ao com o peso do canudo.

(a) Calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica ABCD na figura da Parte 1.

(b) Calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica A0B0C0D0 na figura da Parte 1.

(c) Calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica constru´ıda no item (c) da Parte 2.

(d) Mais geralmente, calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 2nL, constru´ıda no item (d) da Parte 2. O que vocˆe observa?

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Dica: vocˆe pode usar o esquema 3D interativo no link “Informac¸˜oes Suplementares” da p´agina da atividade para ajudar na visualizac¸˜ao das estruturas tetra´edricas.

Coment´arios: na parte 4, aproveitamos os resultados encontrados na Parte 2 e na Parte 3, para mostrar que que quaisquer duas pipas tetra´edricas, feitas com o mesmo canudo, tˆem raz˜ao peso/´area constante. Isto mostra que a receita de Alexander Graham Bell para a construc¸˜ao de suas pipas n˜ao fere o argumento dado por Newcomb. Aqui, estamos usando o fato de que a capacidade da pipa em suportar peso ´e determinada pela ´area total de suas asas.

Parte 5

(a) Considere dois canudos de mesma espessura, um com comprimento L e o outro com com-primento 2L. Estes canudos s˜ao semelhantes?

(b) Considere dois tetraedros regulares T1e T2formados por canudos de mesma espessura. O

comprimento dos canudos usados em T2´e o dobro do comprimento dos canudos usados em

T1. Os tetraedros T1e T2s˜ao semelhantes?

(c) Por que a construc¸˜ao das pipas tetra´edricas de v´arios tamanhos seguindo a receita dada por Alexander Graham Bell n˜ao ´e uma violac¸˜ao do argumento dado por Simon Newcomb?

Coment´ario: enquanto o objetivo da Parte 4 era mostrar que pipa n˜ao fere o argumento de Newcomb, o objetivo da Parte 5 ´e mostrar o porquˆe e, para fazer isso, basta obser-var que duas pipas, feitas com quantidades diferentes do mesmo tipo canudo, n˜ao s˜ao semelhantes.

Parte 6

Na figura abaixo, as pipas tetra´edricas ABCD e A0B0C0D0s˜ao tais que AB= A0B0, AC= A0C0, AD= A0B0, BC= B0C0, BD= B0D0 e CD= C0D0. Qual pipa tem asas com superf´ıcie de maior ´area?

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25

Coment´arios: na Parte 6, buscamos mostrar que duas pipas tetra´edricas diferentes, mas com arestas de mesma medida, possuem a mesma ´area das asas. Nesse desenvolvimento, o professor pode mostrar algebricamente que, ao se dobrar o comprimento da aresta do tetraedro, a ´area de suas faces ir˜ao quadruplicar e, por isso, as duas pipas tˆem a mesma medida de ´area das asas. Dependendo da s´erie escolar, pode-se aproveitar o momento para se trabalhar com a f´ormula da ´area de um triˆangulo equil´atero em termos na medida de seus lados.

Parte 7

A altura e peso de uma tarˆantula dependem, en-tre outros fatores, da esp´ecie, do gˆenero e de sua alimentac¸˜ao. Uma altura de 2 cm e uma massa de 100 g s˜ao medidas plaus´ıveis para uma tarˆantula. Su-pondo que a tarˆantula do filme “Tarantula!” ´e seme-lhante a uma tarˆantula de 2 cm de altura e 100 g de massa e, como o cartaz indica, supondo que ela tem 100 p´es (30,48 m) de altura, calcule a massa desta tarˆantula gigante (que n˜ao existe)!

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26

Coment´arios: o argumento dado por Simon Newcomb para a impossibilidade de se construir m´aquinas voadoras grandes ´e uma releitura do Princ´ıpio da Similitude dada por Galileu Galilei em sua obra Discorsi e Dimostrazioni Mathematische de 1638. Segundo este princ´ıpio, se um organismo biol´ogico aumentar o seu tamanho, ele vai ter que mudar sua estrutura. Com esta ´ultima pergunta do formul´ario, propomos ao aluno uma reflex˜ao sobre este princ´ıpio.Para isso, pedimos aos alunos que comparem as massas de duas aranhas semelhantes, sendo uma real e a outra fict´ıcia, onde a fict´ıcia ´e muitas vezes mais alta que a real. A espessura do esqueleto da maior aranha ser´a proporcional ao quadrado da raz˜ao de semelhanc¸a, enquanto que sua massa ser´a proporcional ao cubo dessa raz˜ao. A partir da´ı, ´e f´acil ver que a aranha cinematogr´afica teria um esqueleto muito fino para suportar seu peso.

2.4

Etapa 4: exibic¸˜ao de v´ıdeo TED

No primeiro v´ıdeo exibido na Etapa 1, vimos algumas tentativas frustradas de voo no in´ıcio da aviac¸˜ao. Como algumas construc¸˜oes tinham inspirac¸˜ao em aves, nesta Etapa 5 fazemos um contraponto da tecnologia moderna com a tecnologia antiga apresentando um v´ıdeo TED do designer Makus Fischer que, junto com outros pesquisadores, desenvolveu o primeiro p´assaro artificial ultraleve que voa como um p´assaro de verdade.

<https://www.ted.com/talks/a robot that flies like a bird?language=pt-br>

2.5

Etapa 5: empinac¸˜ao da pipa

Antes de que os alunos saiam para empinar as pipas, ´e importante lembrar recomendac¸˜oes de seguranc¸a:

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27

• Nunca solte sua pipa perto de linhas de energia. Se sua pipa fica emaranhada em linhas

de energia, deixe-a l´a e notifique a empresa respons´avel.

• N˜ao solte sua pipa perto de carros e aeroportos.

• N˜ao solte sua pipa em caso de tempestade ou caso uma esteja se aproximando.

• Solte sua pipa onde ela n˜ao ir´a causar perigo para si mesmo ou para outros. Use uma ´area

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3

Respostas do Formul´ario de

Acompanhamento do Aluno

Parte 1

A figura abaixo apresenta duas estruturas usadas no processo de construc¸˜ao da pipa te-tra´edrica de Alexander Graham Bell, sendo que a estrutura da direita ´e constitu´ıda por 4 r´eplicas da estrutura ilustrada `a esquerda.

(a) Qual ´e a raz˜ao entre as medidas dos segmentos AB e A0B0?

A medida de AB dividida pela medida de A0B0 ´e igual a 1/2.

(b) Qual ´e a raz˜ao entre as ´areas dos triˆangulos DBC e D0B0C0?

Como D0B0C0´e a justaposic¸˜ao de quatro triˆangulos congruentes `a DBC, segue-se que a ´area

de DBC dividida pela medida da ´area de D0B0C0 ´e igual a 1/4 = (1/2)2.

(c) (Opcional) Qual ´e a raz˜ao entre os volumes dos tetraedros ABCD e A0B0C0D0?

Se h ´e a medida da altura do tetraedro regular ABCD e S ´e a ´area da base correspondente,

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medida 2 h e a base correspondente tem ´area 4 S. Logo, o seu volume ´e (2h)(4S)/3 =

8(h)(S)/3 e, portanto o volume de ABCD dividido pela volume de A0B0C0D0´e igual a 1/8 = (1/2)3.

Parte 2

Seja L o comprimento do canudo usado na construc¸˜ao das pipas tetra´edricas.

(a) Quantos canudos s˜ao necess´arios para se construir a estrutura tetra´edrica ABCD na figura da Parte 1?

6 canudos.

(b) A estrutura tetra´edrica A0B0C0D0 na figura da Parte 1 ´e constru´ıda usando-se 4 c´opias da estrutura tetra´edrica ABCD. Note, portanto, que o tetraedro A0B0C0D0 tem arestas com ta-manho 2L. Quantos canudos s˜ao necess´arios para se construir esta estrutura tetra´edrica de arestas com tamanho 2L?

24 canudos.

(c) Se usarmos agora 4 c´opias da pipa A0B0C0D0, podemos construir uma estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 4L. Quantos canudos ser˜ao necess´arios para constru´ı-la?

96 canudos.

(d) Mais geralmente, quantos canudos s˜ao necess´arios para se construir uma estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 2nL, usando-se o m´etodo dos itens anteriores?

4n∙ 6 canudos.

Dica: vocˆe pode usar o esquema 3D interativo no link “Informac¸˜oes Suplementares” da p´agina da atividade para ajudar na visualizac¸˜ao das estruturas tetra´edricas.

Parte 3

Seja L o comprimento do canudo usado na construc¸˜ao das pipas tetra´edricas e seja S a ´area correspondente a qualquer uma das faces do tetraedro regular ABCD.

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(a) Qual ´e a ´area total das asas (faces coloridas) da estrutura tetra´edrica ABCD na figura da Parte 1? Escreva sua resposta em termos de S

2∙ S.

(b) Qual ´e a ´area total das asas (faces coloridas) da estrutura tetra´edrica A0B0C0D0na figura da Parte 1? Escreva sua resposta em termos de S

8∙ S.

(c) Qual ´e a ´area total das asas (faces coloridas) da estrutura tetra´edrica constru´ıda no item (c) da Parte 2? Escreva sua resposta em termos de S

32∙ S.

(d) Mais geralmente, qual ´e a ´area da estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 2nL, cons-tru´ıda no item (d) da Parte 2? Escreva sua resposta em termos de S

4n∙ 2 ∙ S.

Dica: vocˆe pode usar o esquema 3D interativo no link “Informac¸˜oes Suplementares” da p´agina da atividade para ajudar na visualizac¸˜ao das estruturas tetra´edricas.

Parte 4

Seja L o comprimento do canudo usado na construc¸˜ao das pipas tetra´edricas. Suponha que cada canudo tenha peso P e que os pesos das asas e das linhas s˜ao desprez´ıveis em comparac¸˜ao com o peso do canudo.

(a) Calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica ABCD na figura da Parte 1.

O peso ´e igual 6∙ P e a ´area ´e igual 2 ∙ S, onde S corresponde a ´area, de qualquer uma das

faces do tetraedro regular ABCD. Logo a raz˜ao peso por ´area ´e igual a 3∙ P/S.

(b) Calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica A0B0C0D0 na figura da Parte 1.

O peso ´e igual 24∙ P e a ´area ´e igual 8 ∙ S, onde S corresponde a ´area, de qualquer uma das

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(c) Calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica constru´ıda no item (c) da Parte 2.

O peso ´e igual 96∙ P e a ´area ´e igual 32 ∙ S, onde S corresponde a ´area, de qualquer uma das

faces do tetraedro regular ABCD. Logo a raz˜ao peso por ´area ´e igual a 3∙ P/S.

(d) Mais geralmente, calcule a raz˜ao entre o peso e a ´area total das asas da estrutura tetra´edrica com arestas de tamanho 2nL, constru´ıda no item (d) da Parte 2. O que vocˆe observa?

O peso ´e igual 4n∙ 6 ∙ P e a ´area ´e igual 4n∙ 2 ∙ S, onde S corresponde a ´area, de qualquer uma

das faces do tetraedro regular ABCD. Logo a raz˜ao peso por ´area ´e igual a 3∙ P/S.

Observe que a raz˜ao peso por ´area independe do tamanho da pipa.

Dica: vocˆe pode usar o esquema 3D interativo no link “Informac¸˜oes Suplementares” da p´agina da atividade para ajudar na visualizac¸˜ao das estruturas tetra´edricas.

Parte 5

(a) Considere dois canudos de mesma espessura, um com comprimento L e o outro com com-primento 2L. Estes canudos s˜ao semelhantes?

N˜ao, porque as espessuras dos dois canudos s˜ao iguais. Se os canudos fossem semelhantes, a espessura do segundo canudo deveria ser igual ao dobro da espessura do primeira canudo.

(b) Considere dois tetraedros regulares T1e T2formados por canudos de mesma espessura. O

comprimento dos canudos usados em T2´e o dobro do comprimento dos canudos usados em

T1. Os tetraedros T1e T2s˜ao semelhantes?

N˜ao, porque as espessuras dos canudos permaneceram iguais. Se os canudos fossem seme-lhantes, a espessura do segundo canudo deveria ser igual ao dobro da espessura do primeira canudo.

(c) Por que a construc¸˜ao das pipas tetra´edricas de v´arios tamanhos seguindo a receita dada por Alexander Graham Bell n˜ao ´e uma violac¸˜ao do argumento dado por Simon Newcomb?

Ao seguir a receita dada por Alexander Graham Bell, as pipas de v´arios tamanhos n˜ao s˜ao semelhantes entre si porque as espessuras dos canudos s˜ao sempre iguais.

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Parte 6

Na figura abaixo, as pipas tetra´edricas ABCD e A0B0C0D0s˜ao tais que AB= A0B0, AC= A0C0, AD= A0B0, BC= B0C0, BD= B0D0 e CD= C0D0. Qual pipa tem asas com superf´ıcie de maior ´area?

As ´areas das asas das duas pipas s˜ao iguais: desdobre as duas partes das asas no interior da pipa A0B0C0D0para verificar isto!

Parte 7

A altura e peso de uma tarˆantula dependem, en-tre outros fatores, da esp´ecie, do gˆenero e de sua alimentac¸˜ao. Uma altura de 2 cm e uma massa de 100 g s˜ao medidas plaus´ıveis para uma tarˆantula. Su-pondo que a tarˆantula do filme “Tarantula!” ´e seme-lhante a uma tarˆantula de 2 cm de altura e 100 g de massa e, como o cartaz indica, supondo que ela tem 100 p´es (30,48 m) de altura, calcule a massa desta tarˆantula gigante (que n˜ao existe)!

A aranha de altura 30,48 m ´e 1524 (= 30,48/0,02) vezes mais alta do que a aranha de

al-tura 0,02 m (= 2 cm). Assim, a massa da aranha de alal-tura 30,48 m ´e (1524)3 vezes maior

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4

Considerac¸˜oes finais

Desde a publicac¸˜ao da primeira vers˜ao do experimento educacional em 2009, a oficina das Pipas Tetra´edricas foi aplicada em v´arios eventos e gerou v´arios desdobramentos. Uma pesquisa pelo Google revelou edic¸˜oes da proposta em 13 escolas (Ensino Fundamental, Ensino M´edio e EJA) do pa´ıs. Encontramos tamb´em: 3 dissertac¸˜oes de mestrado PROFMAT (UFV, UNESP, UNIR), 13 oficinas em diversas instituic¸˜oes, 4 comunicac¸˜oes/pˆosteres (CONNEPI, IFRN, UFAL, IFMG), 1 campeonato (FURB), 1 workshop (USP), 5 feiras escolares, 1 vestibular (UEG). Dois eventos merecem destaque: IV Encontro Hotel Hilbert dos alunos da OBMEP (2014) e o Festival da Matem´atica promovido pela SBM e pelo IMPA.

(38)

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V´ıdeos exibindo a empinac¸˜ao da pipa tetra´edrica nestes dois eventos podem ser encontradas nos seguintes dois enderec¸os: <https://goo.gl/yaFXvH> e <https://goo.gl/W5aFLw>.

Com a nossa experiˆencia em aplicar a oficina das Pipas Tetra´edricas de Graham Bell em diversas oportunidades, pudemos perceber que muitos do atributos indicados pela hand2mind (p´agina 10) s˜ao contemplados. De fato, a oficina promove o trabalho colaborativo dos alunos, seja na construc¸˜ao das pipas, seja no momento de empin´a-las. Ao trabalharem com os exerc´ıcios do Formul´ario do Acompanhamento do Aluno, o que tamb´em pode ser feito de forma colabora-tiva, os estudantes discutir˜ao ideias e conceitos de semelhanc¸a, raz˜ao e progress˜ao, praticando ent˜ao a comunicac¸˜ao simb´olica e verbal uns com os outros. Al´em disso, ter em m˜aos, durante a discuss˜ao matem´atica, a pipa que eles pr´oprios constru´ıram, lhes permitem relacionar objetos do mundo real com objetos matem´aticos abstratos. Esta ´e uma maneira de garantir que eles se apropriem do que aprenderam.

Como trabalho futuro, pretendemos testar outros tipos de materiais na confecc¸˜ao da pipa. Os canudos pl´asticos s˜ao baratos, mas dependendo do modelo, eles podem se envergar com facilidade. Assim, pretendemos testar outros tipos de materiais na confecc¸˜ao da pipa, como varetas em fibra de vidro no lugar de canudos, conforme proposto por Virg´ınia Freitas (figuras a seguir). Tamb´em estamos considerando testar varetas de madeira, palitos para pirulitos e palitos para bal˜oes.

Outra quest˜ao pass´ıvel de ser investigada se refere `a estabilidade da pipa quando mais c´elulas tetra´edricas s˜ao agregadas: pipas maiores s˜ao mais est´aveis? Qual das duas pipas apre-sentadas na Parte 6 do Formul´ario de Acompanhamento do Aluno ´e mais est´avel?04

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Referˆencias Bibliogr´aficas

Baroody, A.J. One Point of View: Manipulatives Don’t Come with Guarantees. Arithmetic Teacher, v. 37, n. 2, p. 4-5, 1989.

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Bender, E. A. An Introduction to Mathematical Modeling. John Wiley & Sons, Inc., 1978. de Bock, D.; van Dooren, W.; Janssens, D.; Verschaffel, L. The Illusion of Linearity from Analysis to Improvement. Mathematics Education Library, Springer-Verlag, 2007.

Burger, L. Teaching Proportiononal Reasoning through Familiar Biology – Exploring Rela-tionships between Size and Heat Loss in Dogs Teaches Students about The Ratio of Surface Area to Volume. Mathematics Teacher, vol. 104, n. 3, p. 10-19, 2015.

Moore, S. D. Why Teach Mathematics with Manipulatives? ETA hand2mind c Research Sum-mary. hand2mind, 2014. Dispon´ıvel em: <https://goo.gl/y6VvVa>.

Cope, L. Math Manipulatives: Making The Abstract Tangible. Delta Journal of Education, v. 5, n. 1, p. 187-191, 2010.

Meira, L. Making Sense of Instructional Devices: The Emergence of Transparency in Mathe-matical Activity. Journal for Research in Mathematics Education, v. 29, n. 2, p. 121-142, 1998.

Moyer-Packenham, P. S. Are We Having Fun Yet? How Teachers use Manipulatives To Teach Mathematics. TEaL Faculty Publications, 2001.

Newcomb, S. Is The Airship Coming? McClure’s Magazine, vol. 17, p. 432-435, 1901. Niklas, K. J. Plant Allometry – The Scaling of Form and Process. University Of Chicago Press, 1994.

Schmidt-Nielsen, K. Scaling: Why is Animal Size so Important?. Cambridge University Press, 1984.

Schultz, S. A.; Schultz, M. J. The Tarantula Keeper’s Guide – Comprehensive Information on Care, Housing, and Feeding. Barron’s Educational Series, 1998.

Sutton, J.; Krueger, A. EDThoughts: What We Know about Mathematics Teaching and Lear-ning. Aurora, CO: Mid-Continent Research for Education and Learning, 2002.

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Vogel, S. Cats’ Paws and Catapults – Mechanical Worlds of Nature and People. W. W. Norton & Company, 1998.

Referências

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